Panacéia dos Amigos

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sábado

MåNESKIN: O ROCK SEMPRE VOLTA...HAI CAPITO?

 

    

O rock é uma vertente musical que tem na sua ânsia de liberdade e ousadia , um DNA. Isso não o torna necessariamente um movimento com som específico. Depende do artista. The Beatles, Pink Floyd, Ramones, Black Sabbath, Led Zeppelin, Iron Maiden, U2, Nirvana, R.E.M, Radiohead utilizaram níveis diferentes de arte, informação, peso sonoro e inventividade em sua trajetória, mas a ousadia e criatividade eram óbvias.  É o DNA muito próximo da ansiedade de alguns da arte como um ponto de interrogação sobre o Zeitgeist (espiríto do tempo). Questionar é refletir. Não é regra, mas as boas bandas de rock tem esse perfil, se não na mensagem das letras, na atitude de palco, ou apenas porque as guitarras “gritam”.  E quando guitarras gritam nenhum ambiente fica impune.

    Embora que, desde que nasceu, o rock teve sua morte declarada, ele persiste. É fato que outros gêneros musicais tem atraído os jovens e diminuído o poder de sua influência mas, parece que, felizmente, sempre haverá alguns jovens dispostos a fazer um pouco de rock para provocar o establishment. E não são poucos, mas não basta. É preciso ser capaz de chamar atenção.

    Nesse ponto, após o Greta Van Fleet, creio que ver  potencial nos jovens italianos do Måneskin.,

    Måneskin é uma banda de hard rock italiana formada em Roma no ano de 2016. Ganharam fama em Itália após a participação na 11.ª edição do Factor X. E assinaram um contrato com a Sony Music. Il ballo della vita foi o 1.º álbum da banda lançado em 2018.

    A banda foi formada em 2016 por Victoria De Angelis e Thomas Raggi, ambos estudavam na "Scuola Media Gianicolo", no bairro romano de Monteverde, tempo depois juntaram-se Damiano David e Ethan Torchio. O nome da banda «Måneskin» significa "clarão da lua" ou "luar" em língua dinamarquesa,  e durante uma discussão sobre o nome da banda, Victoria, que é filha de mãe dinamarquesa e pai italiano, resolveu dar a sugestão mas na língua materna.  


 

    No ano de 2017, a banda lançou o seu primeiro EP chamado “Chosen” recebendo dois discos de platina por parte da Federazione Industria Musicale Italiana. Em 7 de janeiro de 2018, a banda foi convidada ao programa Che tempo che fa, da Rai 1, sendo esta a primeira aparição na televisão pública de Itália. No dia 23 de março de 2018, a banda lançou o seu segundo single, chamado "Morirò da re" que recebeu três discos de platina. Em junho de 2018, a banda recebeu um disco de platina pelo single “Chosen” no Wind Music Awards, em Verona.

    No mês de setembro, lançaram o primeiro disco chamado “Il ballo della vita”, e canção de trabalho "Torna a Casa" foi imediatamente para os dez mais nas paradas italianas e fomos apresentados a Marlena, a "musa" da banda que representa a imagem da liberdade, criatividade e inspiração. Marlena aparece em outra canção "L´altra Dimensione" e em canções futuras da banda. Também é lançado um documentário sobre a banda que foi estreado em vários cinemas italianos, titulado "This Is Måneskin". Para o mês de novembro, a banda partiu na sua primeira digressão nacional com “Il ballo della vita Tour”, em várias cidades de Itália onde esgotaram todas as funções, já em fevereiro de 2019 começaram as apresentações internacionais em Espanha, Suíça, França, Bélgica, Inglaterra e Alemanha.



    Precedendo o segundo disco “Teatro D'Ira”, a banda lançou “Vent´anni” como primeiro single. O álbum foi lançado em 19 de março de 2021, mesclando os idiomas italiano e inglês. Posteriormente, o álbum alcançou um maior sucesso global, formando parte da classificação semanal de álbuns mais ouvidos do mundo pelo Spotify diversas vezes, entre os 10 primeiros. As faixas "Zitti e Buoni" e "I Wanna Be Your Slave" estiveram, simultaneamente, no top 10 entre as músicas mais ouvidas no mundo.

    Em de 07 de março de 2021, os Måneskin ganharam a 71.ª edição do Festival de Sanremo da canção italiana com a música "Zitti e Buoni", que raramente prestigiou artistas do rock´n roll  e com essa vitória também conquistaram o direito de representar a Itália no Festival Eurovision da Canção 2021, tendo ganho o festival a 23 de maio de 2021. A Itália não vencia há décadas.

    A letra original de "Zitti e Buoni" teve de ser modificada para cumprir as regras dos 3 minutos das canções na Eurovision, além da eliminação de alguns palavrões presentes. A partir dessa vitória, "Zitti e Buoni" decolou para o topo das paradas musicais globais e, causando a curiosidade do público. A faixa "I Wanna Be Your Slave" também disparou nas paradas musicais, ambas as canções elevaram as atenções para o álbum “Teatro D'Ira” que conta ainda com canções como “Coraline”, “Vent´Anni”, “For Your Love”.



    Recentemente, abriram shows dos Rolling Stones nos Estados Unidos, foram convidados para programas populares como de Ellen DeGeneres , comentados por apresentadores como Jimmy Fallon, e a canção “Mamma mia” está nas primeiras posições nas rádios americanas.

    E foi com o single “Mamma Mia” que o grupo se apresentou na premiação do MTV europa 2021, na mesma ocasião o Maneskin foi indicado e venceu na categoria  rock do mesmo ano.

    Mas todo esse impacto é justificável? O que se pode ver até agora, sim. As canções do Måneskin são um hard rock rápido, sem firulas ou então canções melódicas suaves, emocionais. O baixo de Victoria De Angelis é bem presente, Thomas Raggi é um guitarrista virtuoso e Ethan Torchio tem uma batida marcante, Damiano David canta bem e tem uma voz peculiar, além disso, tem presença de palco e carisma. Todos são jovens, ousados, e estão se divertindo no palco. Nada é mais refrescante do que isso. Sem tédio ou blasé fazendo um favor para você. Måneskin gosta de palco, faz rock para se divertir, para se mostrar, para se exibir, para emocionar e para provocar, sem medos. Essa é a essência do rock. E a favor, ainda tem boas canções como: "Torna a Casa", "Morirò da re", "Zitti e Buoni", "Vent'Anni", “Coraline”, "I wanna be your slave", a versão de "Beggin" e recentemente "Mammamia".

    A questão é sempre a longevidade. Ninguém sabe se uma banda jovem tem talento para se manter para além da explosão inicial. Mas eu apostaria algumas fichas..





quinta-feira

THE CORRS: NOT FORGOTTEN..

 

Estava na casa do meu irmão em 2002 quando na a TV ligada passava a apresentação ao vivo de uma banda e ele me chamou para ver. “Olha só, é muito bom!” E era mesmo, era o The Corrs!

Quando vi me lembrei de que anos antes havia lido uma crítica positiva do cd “Talking on the Corner” na finada revista showbizz  sobre eles o que me deixou curioso na época. E agora, lá estava. Uma banda irlandesa misturando som pop e folk em uma versão suave, elegante e agradável.

Todos os integrantes nasceram em Dundalk, Condado de Louth, filhos dos músicos Gerry e Jean Corr. Além de executarem seus instrumentos musicais usuais, todos tocam piano, que foi ensinado pelo seu pai. A banda foi formada para uma audição do filme de 1991 The Commitments. Curiosamente, um dos meus filmes musicais favoritos.  Jim, Sharon e Caroline tinham uma pequena participação como músicos, enquanto Andrea possuía uma fala como Sharon Rabbitte, a irmã do protagonista. Nessa época foram percebidos pelo seu futuro gerente, John Hughes.

Sua primeira apresentação de sucesso foi no The Late Late Show, na época apresentado por Gay Byrne, em 1993, executando a canção "Runaway". Para Bono Vox, que viria gravar duas canções com o grupo, os Corrs, em sua opinião, são como os "New Carpenters".



O primeiro álbum Forgiven, Not Forgotten teve grande sucesso na Austrália, Suécia, Espanha e Irlanda, ganhando sucesso posteriormente também no Reino Unido e no Canadá. Em 1997 lançaram Talk on Corners, que foi bastante popular na Irlanda e Reino Unido. Ambos os álbuns foram certificados com disco de ouro nos Estados Unidos, e In Blue recebeu disco de platina pela RIAA. Em 2004 lançaram Borrowed Heaven.

Como dizem o resto é história. Alguns críticos, mau humorados, notaram o excessivo apelo dos clipes em cima do visual das belas irmãs corrs, mas, afinal videoclipe não é imagem? E, apesar dessa bobagem, qualquer um de boa vontade pode notar que eles formaram um belo repertório de lindas canções. São músicos, são compositores. Sabem o que fazem. Não é preciso assistir o clipe para apreciar as canções.

Em 2005 a banda trouxe  Home, um álbum tradicional de música celta celebrando suas origens, com várias canções oriundas do repertório de sua mãe. Ainda no mesmo ano, a banda tornou-se membro honorário da Ordem do Império Britânico por sua contribuição para a música e pelas obras de caridade.

Passaram por um longo período de “recesso” por questões familiares. Se casaram, tiveram filhos enfim. Coisas normais da vida. Retornaram em 2015 com Jupiter Calling com boa repercussão de crítica e público.

Em algum momento estarão de volta deixando mais belas canções como: Breathless, Runaway, Only When I Sleep, Summer Sunshine, Dreams, I Never Loved You Anyway, Forgiven Not Forgotten, Give Me A Reason, Irresistible, Radio, So Young, The Right Time, All The Love In The World, Toss The Feathers, When The Stars Go Blue (com Bono) entre outras.

Embora tenha um grande número de fãs no Brasil, a banda nunca se apresentou no país. Sharon esteve em um programa de tv na época de recesso da banda anunciando seu projeto solo, mas nada além disso. Quem sabe um dia..?



terça-feira

THE CARPENTERS: É ONTEM OUTRA VEZ..




No distante inicio dos anos 90, vida pré - internet, informação musical era com revistas, amigos e os raros programas de TV. Um de vida breve, mas importante foi o programa Kliptonita da Record. E foi em um dia de sua programação que vi The Carpenters pela primeira vez no clipe “Please, mr. Postman”. Eu já conhecia a versão dos The Beatles da qual gostava muito. Então, fiquei curioso e assisti. Fiquei encantado com a voz de Karen e com o que eu não conseguia definir na época: o tom harmônico dos Carpenters atingido pela condução segura de Richard Carpenter. Até então, sabia que era uma dupla de irmãos com grandes sucessos.


Até 1996, ainda se comprava aparelhos de som com LP, fita k7 e o (vejam só!) recente CD. Logo em seguida, comprei vários LPs então cada vez mais baratos, e entre eles estava “Kind of Hush” dos Carpenters. Foi quando os reencontrei e a lembrança daquele clipe me fez comprar o disco. A partir desta audição com destaque para “I need to be in love” que, até hoje entendo como das mais belas e doloridas canções de amor e desencanto que já ouvi, eu realmente me tornei um fã interessado em saber o que pudesse sobre a banda.


Os Carpenters foi um duo musical norte-americano composto pelos irmãos Karen (1950-1983) e Richard Carpenter (n. 1946). O duo vendeu mais de 90 milhões de álbuns e singles mundialmente. Suas canções eram suaves e sofisticadas. Tempos depois descobri que os irmãos chegaram a formar um grupo de Jazz! Estava explicada a sofisticação e harmonia das faixas. Chegaram a nomear seu estilo como “Soft Rock”, de fato, não vejo muitos elementos de rock no Carpenters, talvez um apelo pop, no sentido de serem canções de um apelo comercial claro, embora não descartável.


Se tornaram um dos mais influentes artistas do anos 70 com grandes sucessos como “Close to you”, “Only yesterday”, “I need to be in love”, “Kind of Hush”, “We´ve only just begun”, “Yesterday once more”, “Rainy Days and Mondays” entre outros. Lindas e suaves canções que se tornavam singulares em relação as dos movimentos Heavy Metal, Punk e grandiloquencia Progressivo ou Disco, reinantes na época.


Em quase 14 anos, os Carpenters gravaram onze álbuns, que produziram diversos singles bem-sucedidos, como "We've Only Just Begun", "(They Long to Be) Close to You" e sua regravação de "Please Mr. Postman". As turnês do duo passaram por diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália, Países Baixos, Brasil e Bélgica. A carreira da dupla chegou ao fim com a morte de Karen, em fevereiro de 1983, devido a uma parada cardíaca em função de complicações da anorexia nervosa. O que despertou na época a consciência  sobre as consequências das disfunções alimentares, até então, pouco conhecidas ou debatidas.




Uma nota importante é que Karen era inicialmente a baterista quando formaram uma banda de jazz com outros músicos e ainda nos primeiros discos dos Carpenters, mas, com o tempo, Richard a convenceu a abandonar o instrumento e se dedicar apenas ao canto. Karen aceitou os argumentos do irmão a contragosto. Apesar de voz extraordinária de contralto, ela acreditava seriamente que não era uma cantora e sim uma baterista que cantava. Imaginem..