Panacéia dos Amigos

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quarta-feira

A VERDADE NUA

 


Todos já devem ter ouvida a expressão “a verdade nua”. Essa é sua origem.

A pintura “A Verdade saindo do poço”, de 1896, de Jean-Léon Gérôme, está ligada a uma assustadora parábola do século XIX.

Segundo a parábola, a Verdade e a Mentira se encontram um dia. 

A Mentira diz à Verdade: "Hoje é um dia maravilhoso!" A Verdade desconfia e olha para os céus, e suspira, pois o dia estava realmente lindo.

Elas passaram muito tempo juntas, chegando finalmente num poço. A Mentira diz: “A água esta muito boa, vamos tomar um banho juntas!” 

A Verdade, mais uma vez desconfiada, testa a água e descobre que está realmente muito gostosa. Elas se despiram e começaram a tomar banho.

De repente, a Mentira sai da água, veste as roupas da Verdade e foge. A Verdade, furiosa, sai do poço e corre para encontrar a Mentira e pegar suas roupas de volta.

E o mundo, vendo a Verdade nua, desvia o olhar, com desprezo e raiva. Assim, a Verdade volta ao poço e desaparece para sempre, escondendo nele sua vergonha.

Desde então, a Mentira viaja ao redor do mundo, vestida como a Verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade, porque, em todo caso, o Mundo não nutre nenhum desejo de encontrar a Verdade nua.

terça-feira

A CURA PELAS ÁGUAS DA GRUTA DE SÃO SEBASTIÃO

 

 

As grutas de São Sebastião se localizam na estância turística de Ibiúna, há 70 km da capital São Paulo, e  são caracterizadas por se situarem em plena mata atlântica em um declive de 800 metros com rochas gigantescas que formam tais itaocas onde vertem águas límpidas.

A imagem de São Sebastião foi encontrada no local e mais notadamente desde o ano de 1886 quando o bispo Dom Lino Deodato permaneceu dois dias rezando missas e crismando devotos, além disso, lançou a pedra fundamental para a construção da Capela. Tudo em razão dos ditos milagres que já movimentavam a fé do povo.

Ninguém sabe ao certo como a imagem apareceu na gruta. Muitas são as histórias e teorias, assim como as histórias de milagres.

Uma das mais populares nos fala sobre um caçador residente no sertão, que viu a mulher contrair terrível moléstia e como nada podia fazer saiu pela mata para não ter o desgosto de vê-la morrer. Tão desesperado se embrenhou na mata de tal modo que se perdeu nela. Desnorteado, buscou o caminho que julgava correto para encontrar o caminho de volta e acabou encontrando as grutas. Atraído por uma voz rouca e misericordiosa até a gruta que lhe disse: “Venha, beba dessa água que é água santa! Encha seu cantil E leve para sua casa.”



Dentro da caverna, vendo a água límpida, viu a imagem de São Sebastião, emocionou-se, orou, encheu o cantil e tomou o caminho de volta mesmo ignorando por aonde ir, mas em pouco tempo estava em casa.

Ao retornar, sua mulher ainda vivia e tinha sede. Deu-lhe de beber a água da gruta que ela pedia novamente a cada hora e assim foi até que se esgotou e a cada gole notou que a mulher melhorava e ao final de três dias estava curada.

Até hoje, os romeiros de São Sebastião buscam a água da gruta e relatam milagres.

Vários acontecimentos foram fortalecendo a fé dos ibiunenses em São Sebastião e uma romaria foi formada da cidade até a gruta. Com a capela e benção do Bispo firmou-se o ato de fé, hoje uma tradição do povo.

 

FONTE: Y-UNA-Noiva Azul- LINENSE, José Gomes; GOMES, Diane R.; RIBEIRO, Leandro.


segunda-feira

Lendas Gregas - Gaia



 

Livre de nascimento ou destruição, de tempo e espaço, de forma ou condição, é o Vazio. Do Vazio eterno, Gaia surgiu dançando e girando sobre si como uma esfera em rotação. Ela moldou as montanhas ao longo de Sua espinha e vales nos buracos de Sua pele. Um ritmo de morros e planícies seguia Seus contornos. De Sua quente umidade, Ela fez nascer um fluxo de chuva que alimentou a Sua superfície e trouxe vida.

Criaturas sinuosas desovaram nas correntezas das piscinas naturais, enquanto pequenos filhotes verdes se lançaram através de seus poros. Ela encheu os oceanos e lagoas e fez os rios correrem através de profundos sulcos. Gaia observava suas plantas e animais crescerem. Então Ela trouxe à luz de Seu útero seis mulheres e seis homens.

Os mortais prosperaram ao longo do tempo, mas estavam continuamente preocupados com seu futuro. No início, Gaia pensou que era uma espantosa excentricidade de sua parte, contudo, vendo que sua preocupação com o futuro consumia algumas de suas crianças, Ela inaugurou entre eles um oráculo. Nos morros do local chamado Delfos, Gaia fez brotar vapores de Seu mundo interior. Eles subiram por uma fenda nas rochas, envolvendo uma sacerdotisa. Gaia instruiu-a a entrar em transe e interpretar as mensagens que surgiam da escuridão de sua terra-útero. Os mortais viajavam longas distâncias para consultar o oráculo: Será o nascimento do meu filho auspicioso? Será nossa colheita recompensadora? Trará a caça suficiente comida? Conseguirá minha mãe sobreviver a sua doença? Gaia estava tão comovida com sua torrente de ansiedades, que trouxe outros prodígios ao futuro para Atenas e o Egeu.

Incessantemente, a Mãe-Terra manifestou presentes em sua superfície e aceitou os mortos em seu corpo. Em retribuição ela era reverenciada por todos os mortais. Oferendas a Gaia de bolos e mel e cevada, eram deixados em pequenos buracos no chão à frente dos locais onde eram realizadas as colheitas. Muitos dos seus templos eram construídos próximo a pequenas fendas, onde anualmente os mortais ofereciam bolos doces através de seu útero, e do interior da escuridão do seu segredo, Gaia aceitava seus presentes..

sábado

Lendas Gregas - Hefesto




Deus grego do fogo, depois também da forja e dos artífices, e finalmente das artes e da própria perícia manual. Sua origem é provavelmente a Ásia Menor, sendo Lemnos seu principal centro de culto. A partir do VI séc. a.C. passou a ser venerado também em Atenas, onde foi erigido um templo em sua homenagem, o Theseum, que servia de centro do seu principal festival, a Hephaestia. Além destes, poucos indícios temos de culto a Hefesto na Grécia.
Hefesto é descrito como filho de Zeus e Hera ou como filho unicamente de Hera, que o teria gerado sem intercurso com o sexo masculino (Teogonia, Hesíodo).
A causa da sua imperfeição física (o deus era coxo) também possui duas versões: A primeira diz que Hera, furiosa pela imperfeição do filho, expulsou-o do Olimpo, lançando-o ao mar, onde foi socorrido e criado pela Nereida Tétis. Na segunda, Homero (Ilíada) conta que quando Zeus, irritado com sua esposa Hera por haver lançado uma tempestade contra Heracles  que estava ao mar após tomar Tróia, prendeu-a para fora do Olimpo, este partiu em defesa de sua mãe, sendo lançado por Zeus para fora dos limites de seu reino. Hefestos caiu por três dias, aterrisando em Lemnos quase sem vida, onde foi ajudado pela deusa Tétis e por Eurynome, a mãe das Graças. As duas protegeram-no, escondendo-o em uma caverna da ira de sua mãe, que havia ficado profundamente envergonhada ao ver sua manqueira. Hefesto trabalhou por nove anos na caverna, aperfeiçoando sua arte, para retornar ao seu lugar de direito no Olimpo.
"Uma vez antes disso, Quando eu estava lutando para salvar você, ele me pegou pelos pés e me lançou para além dos limites celestiais; O dia inteiro eu fui levado, e ao pôr do sol eu caí em Lemnos, e pouca vida restava em mim."
Certa vez, Hera viu uma das jóias criadas por Hefesto e admirou-se da mestria empregada e quis saber quem havia feito tais criações. Hera descobriu que eram obras de seu filho e o mandou chamar de volta ao Olimpo, convite que foi recusado pelo deus. Conta-se então que Hera pediu que Dionísio o convecesse a voltar, o que só foi possível após o deus do vinho embriagá-lo. Hefesto retornou ao olimpo montado em uma mula, precedido por Dionísio que vinha a pé. No Olimpo ele criou obras magníficas, e sua habilidade o fez aceito por todos os deuses. Seu retorno ao Olimpo era tema comum entre artistas e poetas. De Hera, recebeu a mão da bela Afrodite como reparação pelos anos de exílio.
Essa união estava longe de ser estável, pois apesar de muito bela, Afrodite apresentava um caráter vulgar. Afrodite mantinha um caso com o deus da guerra Ares, do que Hefesto tomou conhecimento. Armou então uma armadilha para ambos, e, durante sua ausência, os dois deitaram-se na sua cama e ficaram presos em uma rede, expostos à vergonha em frente dos outros deuses.
Existe também o relato de que logo que voltou ao Olimpo fabricou tronos para todas as divindades do Olimpo, sendo que para Hera fabricou um trono que a prendeu assim que sentou-se. Para libertá-la Dionísio foi chamado e embebedou Hefesto, que assim libertou-a. Esse me parece uma recorrência do mito de retorno de Hefesto. Essa vingança não corresponde ao tratamento dispensado à Hera na Ilíada.
Em sua forja, que ficava sob o monte Etna, ou segundo outros na ilha de Lemno, trabalhava habilmente diversas criações, ajudado pelos ciclopes ou por dois auxiliares por ele criados (dourados, em forma de mulheres, inteligentes e com capacidade de fala). E quando estava executando mais uma de suas obras, as faíscas e a fumaça resultantes podiam ser vistas por todos através da saída do vulcão.
Prometeu Acorrentado , Ésquilo: Ao limite mais remoto da Terra, viemos, às terras Cíticas, uma solidão não explorada. E agora, Hefesto, tua é a obrigação de observar o mandato a ti imposto pelo Pai - para prender esse infame nas altas pedras escarpadas em inflexíveis grilhões de amarras inquebráveis. Ver mito de Prometeu
Partiu a cabeça de Zeus, quando este estava com uma grande dor de cabeça, libertando Atena. Essa versão do nascimento de Atena contradiz o mito que Hera gerou Hefesto sozinha por inveja do fato de Zeus haver gerado Atenas sozinho. .
Matou o gigante Mimas com misséis de metal quente. Gigantomaquia. Marido de Aglaé (Teogonia) e Afrodite (Odisséia). Na Ilíada a referência a Charis (singular de Charites, as Graças das quais Aglaé faz parte), parece reforçar a citação à Aglaé, apesar de não especificar seu nome.
Uma vez quando Atena procurou Hefesto para que este fabricasse uma nova armadura para ele, ele tentou forçar a deusa a amá-lo, mas esta resistiu. Porém ele derramou uma gota de sêmem na perna de Atenas, que caiu no chão quando a deusa fugia, dando nascimento à Erichthonius. Outra versão doz que a gota de sêmem caiu sobre Gaia que estava passando, dando ela origem a Erichtonius.

sexta-feira

Lendas Gregas - Asclépio ou Esculápio



 


O deus da medicina. Era filho de Apolo e da virgem Coronis, da Tessália. Zangado porque Coronis era infiel a ele, Apolo matou-a e arrancou o nascituro Asclépio de seu ventre. Mais tarde ele enviou Asclépio ao centauro Quíron para ser educado. Asclépio aprendeu com Quíron a arte da cura e logo se tornou um grande médico. Por Asclépio ameaçar a ordem natural das coisas e por ressuscitar os mortos, Zeus o matou com um trovão. O culto à Asclépio centralizou-se em Epidauro, mas era popular por todo o mundo Greco-Romano.
Os santuários de Asclépio funcionavam como refúgios para restabelecer a saúde, onde regimes terapêuticos tais como exercícios e dietas eram prescritos. A prática mais importante associada com as curas era o ritual da incubação, em que as pessoas aflitas eram adormecidas dentro de um templo ou cerco sagrado na esperança de que o deus viesse ter com eles em seus sonhos e prescrevesse a cura para suas doenças.

Entre as curas que teria operado, estão as de vários heróis feridos em Tebas, de Filocteto em Troia, do tirano de Epidauro, Ascles, de uma doença nos olhos, as filhas de Proetus que haviam sido enlouquecidas por Hera, restaurou a visão aos filhos de Fineu, curou com ervas as feridas de Hércules em sua luta contra a Hidra de Lerna, devolveu à vida Orion, Hipólito, Himeneu, Tindareu, Glauco, Capaneu, Panassis e Licurgo.11 Após sua morte outras curas lhe foram atribuídas. Rufus de Éfeso, um dos grandes médicos em torno de 100 a.C., disse que por intervenção de Esculápio um epilético foi salvo; um médico de Smirna dedicou uma estátua a ele em c. 200 d.C. por ter evitado muitas doenças seguindo o seu conselho; Élio Aristides, depois de buscar a cura para um volumoso tumor na perna junto de muitos doutores, sem sucesso, apelou para ele, teve uma visão do deus e foi curado milagrosamente, e assim como estas mais continuaram acontecendo em seus santuários ao longo de séculos, como provam os muitos ex-votos preservados nas ruínas de vários deles.

Mas é interessante assinalar algumas mudanças verificadas nesse período de tempo. Enquanto que no santuário de Epidauro, de onde se irradiou seu culto, os médicos não atuavam, mas apenas os sacerdotes, ele aparecia nos sonhos dos pacientes e intervinha diretamente nas doenças, mais tarde ele passou a aparecer de forma mais indireta, dando conselhos e orientando a atuação de médicos convencionais, como as crônicas antigas referem sobre suas curas em Pérgamo, outro grande santuário, já do período helenista

Algumas de suas intervenções em sonhos eram dramáticas. Uma mulher relatou que o deus lhe apareceu em sonho e cortou fora seu olho doente, imergiu-o em uma poção e colocou-o de volta na órbita, e ao acordar ela estava curada. Outro paciente disse que foi buscar a cura para um abcesso no abdômen, sonhou que o deus o amarrou sobre uma prancha e cortou a área, removendo o abcesso, costurando a pele em seguida. Acordando, estava curado, mas o chão em seu redor estava banhado de sangue.Outra pessoa chegou ao templo com a ponta de uma lança cravada dentro de sua mandíbula, onde estava há seis anos. Dormiu e sonhou que Esculápio a removia, e acordou com o ferro entre as mãos, curada. 

Um que era calvo acordou com cabelos na cabeça, e um que não possuía um dos olhos acordou com ambos. Além dessas curas extraordinárias e de outras mais prosaicas, Esculápio também era invocado para encontrar pessoas desaparecidas ou para resolver problemas de relacionamento ou dificuldades do cotidiano. Um porteiro que havia quebrado um vaso reuniu os fragmentos e se dirigiu ao santuário, e lá chegando abriu o saco onde os trazia e viu o vaso reintegrado. Curiosamente, apesar dos muitos testemunhos sobre suas aparições em sonho, não sobrevive nenhum relato sobre sua aparência física.

Lendas Gregas - Cárites e Ceres



Cárites


Graças (ou Cárites), o três deusas da alegria, charme e beleza. As filhas de Zeus e da ninfa Eurínome. Chamavam-se Aglaia (o Esplendor), Eufrosina (a Alegria) e Tália (a Floração). As Graças presidiam sobre os banquetes, danças e todos os outros eventos sociais agradáveis, trazendo alegria e boa vontade tanto para os deuses quanto para os mortais. Eram as auxiliares especiais das divindades do amor, Afrodite e Eros, e junto com as Musas, cantavam aos deuses no Monte Olimpo, dançado linda músicas que Apolo produzia em sua lira.

Em algumas lendas Aglaia casou-se com Efaístos, o artesão dos deuses. Seu casamento explica a tradicional associação das Graças com as artes; como as Musas, acreditava-se que elas davam o dom aos artistas e poetas para a criação de lindos trabalhos de arte. As Graças raramente eram tratadas como indivíduos, mas sempre como uma espécie de encarnação tripla de graça e beleza. Na arte elas normalmente são representados como jovens virgens dançando num círculo..



Ceres



Na mitologia romana, a deusa da agricultura. Ela e sua filha Prosérpina eram as representações gregas de Deméter e Perséfone. A crença Grega de que a alegria de Deméter em reunir-se com sua filha a cada primavera trazia à terra um período de abundância em frutas e grãos foi introduzida em Roma no século V a.C., e seu culto tornou-se extremamente popular, especialmente entre os plebeus. A palavra cereal deriva de seu nome.