No distante inicio dos anos
90, vida pré - internet, informação musical era com revistas, amigos e os raros
programas de TV. Um de vida breve, mas importante foi o programa Kliptonita da
Record. E foi em um dia de sua programação que vi The Carpenters pela primeira
vez no clipe “Please, mr. Postman”. Eu já conhecia a versão dos The Beatles da
qual gostava muito. Então, fiquei curioso e assisti. Fiquei encantado com a voz
de Karen e com o que eu não conseguia definir na época: o tom harmônico dos
Carpenters atingido pela condução segura de Richard Carpenter. Até então, sabia
que era uma dupla de irmãos com grandes sucessos.
Até 1996, ainda se comprava
aparelhos de som com LP, fita k7 e o (vejam só!) recente CD. Logo em seguida,
comprei vários LPs então cada vez mais baratos, e entre eles estava “Kind of
Hush” dos Carpenters. Foi quando os reencontrei e a lembrança daquele clipe me
fez comprar o disco. A partir desta audição com destaque para “I need to be in
love” que, até hoje entendo como das mais belas e doloridas canções de amor e
desencanto que já ouvi, eu realmente me tornei um fã interessado em saber o que
pudesse sobre a banda.
Os Carpenters foi um duo
musical norte-americano composto pelos irmãos Karen (1950-1983) e Richard
Carpenter (n. 1946). O duo vendeu mais de 90 milhões de álbuns e singles
mundialmente. Suas canções eram suaves e sofisticadas. Tempos depois descobri
que os irmãos chegaram a formar um grupo de Jazz! Estava explicada a
sofisticação e harmonia das faixas. Chegaram a nomear seu estilo como “Soft
Rock”, de fato, não vejo muitos elementos de rock no Carpenters, talvez um
apelo pop, no sentido de serem canções de um apelo comercial claro, embora não
descartável.
Se tornaram um dos mais influentes artistas do anos 70
com grandes sucessos como “Close to you”, “Only yesterday”, “I need to be in
love”, “Kind of Hush”, “We´ve only just begun”, “Yesterday once more”, “Rainy
Days and Mondays” entre outros. Lindas e suaves canções que se tornavam singulares em relação as dos movimentos
Heavy Metal, Punk e grandiloquencia Progressivo ou Disco, reinantes na época.
Em quase 14 anos, os
Carpenters gravaram onze álbuns, que produziram diversos singles bem-sucedidos,
como "We've Only Just Begun", "(They Long to Be) Close to
You" e sua regravação de "Please Mr. Postman". As turnês do duo
passaram por diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália,
Países Baixos, Brasil e Bélgica. A carreira da dupla chegou ao fim com a morte
de Karen, em fevereiro de 1983, devido a uma parada cardíaca em função de
complicações da anorexia nervosa. O que despertou na época a consciência sobre as consequências das disfunções alimentares,
até então, pouco conhecidas ou debatidas.
Uma nota
importante é que Karen era inicialmente a baterista quando formaram uma banda
de jazz com outros músicos e ainda nos primeiros discos dos Carpenters, mas,
com o tempo, Richard a convenceu a abandonar o instrumento e se dedicar apenas
ao canto. Karen aceitou os argumentos do irmão a contragosto. Apesar de voz
extraordinária de contralto, ela acreditava seriamente que não era uma cantora
e sim uma baterista que cantava. Imaginem..
Ótima banda. Mais uma tragédia de várias com cantores excepcionalmente talentosos que foram é hora cedo demais.
ResponderExcluir