Panacéia dos Amigos

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sexta-feira

Entrevista EXCLUSIVA com MOZART COUTO!!!

Caros amigos de "A PANACÉIA ESSENCIAL" é com grande orgulho que voltamos com a "Panacéia das Entrevistas". As HQs fazem parte da minha vida desde pequeno, e através delas aprendi a leitura. A imagens levavam a compreensão da história e as palavras começavam a ser ensinadas aos poucos. Ao mesmo tempo desenvolvi o gosto por desenhar e nunca mais parei. Este interesse me levou a reparar e guardar os nomes daqueles que estavam na criação daquelas aventuras que me chamavam tanta atenção. Não pude seguir carreira por vários motivos, mas aprendi sobre a indústria, sobre as histórias e desenhos. Um dos artistas cujo trabalho me chamou atenção imediatamente e do qual passei a admirar muito foi MOZART COUTO!
Mozart Couto é uma referência para os desenhistas brasileiros. Uma metamorfose ambulante capaz de passar talentosamente por vários estilos de desenho sempre entregando grandes trabalhos. Quando ousei convida-lo para esta entrevista, não tinha tanta esperança assim que ele aceitasse, mas eis que aconteceu!
Portanto, convido a todos para através desta entrevista sabermos e aprendermos mais com este brilhante profissional das HQs. Desde que montei este blog, ele proporcionou várias alegrias e agora compartilho com vocês mais uma delas...


APE - Mozart, em minha primeira pergunta gostaria de propor que você nos relatasse sua trajetória desde os passos iniciais até precisamente o primeiro trabalho profissional. Esta retrospectiva é interessante para os que estão...eu nem diria em início de carreira, mas, em início de “sonho” de trabalhar com quadrinhos! Que estão por aí, em suas casas desenhando, ainda sem ter nenhum contato com profissionais e sem saber direito como transformar sonho em realidade. Como você saiu deste estágio para a realidade profissional?


Desde bem pequeno eu gostava de desenhar quadrinhos. Por volta dos 4 ou 6 anos, eu inventava as histórias, desenhava as sequências e pedia meu pai para escrever os textos nos balões. Com 16 anos eu queria ser quadrinista de qualquer jeito, então comecei a estudar diariamente. Tudo que eu via sobre técnica de quadrinhos, eu comprava e estudava.
Meu pai me acompanhava e comprava livros e revistas sobre o tema. Ele também era desenhista, músico, muito estudioso e foi meu professor. Mais ou menos nessa época enviei algumas páginas de uma hq que havia criado para a EBAL (Editora Brasil América, no Rio de Janeiro) eles me responderam dizendo que, no momento, não publicavam quadrinhos nacionais. Na verdade, eu não entendia nada disso e não imaginava que os editores preferiam trabalhar com quadrinhos vindos de fora, por vários motivos. Mas continuei praticando e estudando à sério, até que em 1979  comprei umas novas revistas de quadrinhos que eram publicadas por uma editora Paranaense, a GRAFIPAR, nelas li umas chamadas para que iniciantes e profissionais entrassem em contato para possível publicação de seus projetos de HQ. 


Alguns quadrinistas que eu já conhecia o trabalho através de revistas de terror publicadas em São Paulo nos anos 70, estavam lá, e o Cláudio Seto era um deles Ele era o coordenador do grupo de quadrinhos da editora. O Seto gostou do meu trabalho e depois de recusar minha primeira HQ passou a publicar tudo o que eu fazia e enviava. Os leitores gostavam e escreviam elogiando.


Assim, fui adiante. Mas, se eu não tivesse me preparado antes, não teria um trabalho a nível de ser publicado quando a oportunidade apareceu. Então, eu acho que o estudo, a prática constante e a disciplina são a base de tudo. Depois a humildade de apresentar os trabalhos e receber bem as críticas.
APE – Qual conselho você daria para quem ainda é um principiante? Desmistificando a visão talvez glamorosa de desenhar personagens em quadrinhos, dar entrevistas, ser famoso e indo para a realidade do esforço, trabalho, cansaço, estudo, o que deve fazer um aspirante a desenhista de HQs? Um bom curso, ou melhor, alguns bons cursos? encontrar profissionais para receber críticas? Enfim, nos dê este panorama sob a perspectiva da sua experiência nesse caminho.


Eu diria tudo o que você colocou e mais: Estude muito. Pratique mais ainda. Fazer quadrinhos é algo muito, mas muito complexo! É divertido, mas é trabalho e dos pesados!

APE – Uma vez li numa entrevista Todd McFarlane aconselhar aos aspirantes para que nunca pedissem opinião para os seus desenhos para quem não fosse profissional da área. Na opinião dele, quem não desenha não tem como opinar e pode atrapalhar mais do que ajudar. Eu já conversei com vários garotos que, de fato, de tanto ouvirem de quem não desenha que são bons, ficam muito iludidos e quando encontram a crítica profissional ficam arrasados e desistem. Você teve alguma experiência semelhante? Alguém execrou seu trabalho no início da carreira? Se aconteceu, como você reagiu e se não, o que você aconselha para quem está passando por isto?


Não, não cheguei a ser criticado duramente, ou pelo menos, não entendi assim, mas nessa fase da Grafipar, o Seto sempre me corrigia. Às vezes eu achava que ele não gostava de nada que eu fazia, mas é porque ele estava muitos anos na minha frente e já tinha visto muitas coisas, então é difícil mesmo agradar um profissional mais adiantado. Ele sempre verá suas falhas de cara. Meu pai também pegava no meu pé direto. Sobre o que você citou do McFarlane, acho que ele tem toda a razão. É mais correto que o trabalho do iniciante (e até do profissional) seja visto e criticado por quem entende.


APE – Seu trabalho com editoras americanas e no mercado europeu faz parte do grande sonho de cada aspirante a desenhista das HQs, mas, na experiência real qual a diferença do sonho e a realidade profissional? Quais as maiores dificuldades de trabalhar com editoras estrangeiras? Aproveitando a questão poderíamos falar ainda das dificuldades do mercado nacional: Neste momento como está o mercado brasileiro, quais são as perspectivas para os roteiristas e desenhistas? Um desenhista pode viver apenas de seu trabalho com HQs (Muitos me perguntam isto) ou deve ter um leque maior de trabalho, visualizando um estudo e trabalho direcionado para outras mídias? Quais?


Eu penso que nesses mercados é necessário ter um nível de bom a alto de qualidade, mantendo a estabilidade e melhorando cada vez mais. Isso é muito importante. Seriedade nos prazos, profissionalismo, são outros fatores que contam muito. E o mais difícil: estar apto a atender as mudanças do mercado, conseguir adaptar-se às novas tendências.


Sinceramente, eu não sei como está o mercado de quadrinhos no Brasil principalmente porque eu não estou mais atuando tão ativamente como quadrinista. Eu vejo muitas coisas que são publicadas mas, parece-me que para um público seleto, com tiragens pequenas. Outras são feitas por lei de incentivo à Cultura de Estados e Municípios; Muita coisa independente, mas ainda acredito que não existe um mercado onde autores de quadrinhos possam viver só de quadrinhos publicados no Brasil. Infelizmente. Tomara que eu esteja bem desinformado. Por outro lado, vejo muitos debates sobre quadrinhos e espero que novas ideias e uma estrutura para produção possa ser formada a partir disso.




APE – Dentro dessa linha de raciocínio falemos das HQs também lá fora. Como você analisa o atual momento não do ponto de vista de mercado, mas artístico? Você é um profissional, mas também é um leitor. Quais desenhistas e roteiristas você destaca neste momento? E  já que estamos falando de criação artística, gostaria que você nos contasse quais foram suas principais influências nas HQs e dos encontros com outros profissionais o que você tirou de aprendizado no desenvolvimento do seu estilo. Esse tipo de influência ainda acontece?


As novas tecnologias trouxeram muitos benefícios para os artistas em geral. Mas ajudam a esconder muito despreparo também. Ainda continuam aparecendo grandes artistas, entretanto, olhando bem calmamente o trabalho de muitos outros, o que parece muito bom é apenas um espetáculo impressionante de detalhes, de preciosismos desnecessários. 


Quanto a textos, embora cada vez mais bem feitos e elaborados tecnicamente ( eu estou falando de quadrinhos em geral, e não de Comics, tá? Eu sempre falo de quadrinhos englobando Américas, EUA, Europa, Japão e Coréia) ainda continuo preferindo pouca coisa e, geralmente mais antigas, tipo “Ken Parker”; A obra de Hugo Pratt; Alvar Mayor ( eu gosto muito da HQ Sul Americana, que é tão desconhecida no Brasil ); 100 Balas; Mas tem mais, muito mais, fica até difícil de citar. Eu leio pouco quadrinhos atualmente. Sempre gostei mais de VER quadrinhos. Por isso, os delírios de Moebius, sem textos, sempre me atraíram tanto. Quando  não gosto do que estou vendo, não leio.


Quanto às minhas influências, primeiro, claro, foram quadrinhos americanos, que era o que eu conseguia adquirir numa cidade do interior nos anos 60! E alguma coisa publicada no Brasil, por artistas nacionais, nos anos 70 já me atraía. Depois, com o tempo, fui tendo mais acesso a outras publicações e vieram influências de autores Europeus e até Japoneses. Mas as primeiras influências acabaram marcando mais, Não porque eu prefira, mas porque foram as primeiras e sob as quais me detive mais tempo estudando e “fazendo parecido”.


Sobre o contato com outros artistas, sempre mantive contato com muitos colegas profissionais e isso me ajudou demais. Trocamos muitas dicas e a evolução de um sempre estimula a do outro. Na época da GRAFIPAR e D'ARTE isso foi mais constante. Atualmente, como eu e os antigos colegas estamos envolvidos em áreas diferentes, essas trocas não tem mais acontecido. O que é uma pena.

 APE - A sua trajetória de trabalhos é bastante rica. Com vários temas. Histórias de gêneros variados. Esta versatilidade foi uma consequência do mercado quando não podemos escolher o que fazer, e temos que pagar as contas ou muitas opções foram de cunho pessoal? Esta capacidade parece ter sido útil, pois, falando sobre esta habilidade de se transmutar, gostaria que nos contasse também sobre a sua produção com livros didáticos e para-didáticos, e ainda a adaptação de livros e temas espíritas. Como controlar o lápis em tantos estilos e traços diferentes? O artista tem que se transformar em um tipo de Fernando Pessoa dos desenhos?
As duas coisas estão presentes: a necessidade de se adaptar para sobreviver e uma certa inquietação que tenho, uma vontade de aprender, de descobrir coisas novas. Isso é bom porque a gente aprende a abrir mão de alguns desejos e tem que “pisar no chão” e aprender a fazer coisas que, antes, pareciam sem graça e desagradáveis. A gente aprende a gostar de coisas diferentes, cresce, fica mais aberto. 



Antes, eu pensava que só sabia e conseguia fazer HQ, hoje eu sei que posso fazer muitas coisas, mas o que mais gosto é de ler um livro e ilustrá-lo. Esse é, sem dúvida, um trabalho muito gratificante. Ainda mais quando se tem liberdade de inovar um pouco. Recentemente, ilustrei um Livro escrito pelo Júlio E. Braz ( “Em Festa de Canibal, Pizza não é legal”. Ed. Imperial Livros- Novo Milênio), meu parceiro de muitos anos, onde experimentamos uma certa mistura de ilustração convencional e quadrinização. O resultado foi muito bom, a meu ver.


 

Quanto a temas religiosos, também gosto de fazer porque é necessário mostrar imagens mais leves, trabalhar expressões de suavidade, enfim, um novo exercício, bem diferente do sensual, violento e dramático quadrinho comercial e das ilustrações técnicas( sem emoções) de alguns tipos de livros didáticos. São ganhos. Muitos.


APE – Qual foi para você o ápice da sua carreira? Aquele trabalho que devolveu a você a sensação de “Nossa, isto é muito bom, estou no auge, no momento que sonhei toda a minha vida!”? Houve um trabalho como esse retorno, ou alguns neste nível? Quais? Ou, pelo contrário, apesar de tantos trabalhos e prêmios, você ainda não percebeu ter atingido este momento? Ainda existem desafios que o instigam, novos traços, novos personagens, roteiros e possibilidades que o atraem para novos saltos na carreira? Enfim, a questão é após tanto tempo, tanto trabalho e conquista profissional, o mundo das HQs ainda é capaz desafiar o artista Mozart Couto?


O meu melhor trabalho é sempre o que estou fazendo no momento até  olhá-lo uma semana depois de ter terminado e achá-lo uma porcaria(rs). Atualmente estou numa grande crise que espero dê bons frutos! Eu não gosto e não quero continuar repetindo as coisas que já fiz, do modo como fiz, mas ainda não consegui descobrir algo novo que me agrade e que não seja uma “variação de algum tema” já existente, que é o que a maioria faz e nem sei se percebe. Conseguir algo assim, e que seja acessível e agrade as leitores, é meu maior desafio atualmente, seja nos quadrinhos, ilustrações ou qualquer outra coisa que venha a fazer.

APE - Enfim, caro Mozart, gostaria de agradecer imensamente pela oportunidade desta entrevista. No que me cabe, fico muito honrado por ter aceitado o convite já que sou um grande fã do seu trabalho que acompanho há muito tempo. Gostaria de pedir então, que você deixasse uma mensagem aos visitantes da Panacéia Essencial!

Eu gostei muito da entrevista. Achei as perguntas muito boas e inteligentes! Agradeço e espero ter contribuído. Eu sempre gosto de lembrar que o talento nato é a base de tudo. Não adianta gostar e querer muito ser um quadrinista, um ilustrador, ou design; Usar máquinas, ferramentas e programas sofisticados, etc. A pessoa tem que ter esse mistério que é o talento. Depois ela tem que encontrar onde esse talento se manifesta melhor. Então, é preciso estar aberto a mudanças. 


É preciso experimentar, mas, acima de tudo, é preciso ser você mesmo. Apesar das influências existirem sempre, elas nunca podem ser tão fortes a ponto de não permitir que reconheçam quem é aquele que fez aquela imagem ou aquele texto, etc. E saber aceitar que as coisas mudam com o tempo e que descer do palco e sair dos holofotes não significa, absolutamente, perder essa magia que é o talento e a criatividade. 

CONHEÇA MAIS SOBRE A ARTE DE MOZART COUTO!

http://blogdodesenhador.blogspot.com


http://mozartcouto.daportfolio.com/


www.mozartcouto.com.br

http://www.mozartcouto.deviantart.com/

quinta-feira

Entrevista exclusiva com Pereira França Neto, o palhaço Tubinho, o rei do riso!


Caros amigos da Panaceia Essencial! Uma vez mais, voltamos a trazer uma entrevista exclusiva em nossa “Panaceia das Entrevistas”. E para fechar o ano com “chave de ouro” entrevistaremos o talentoso ator Pereira França Neto, mais conhecido como o palhaço “Tubinho, o rei do riso”.
Não é nenhuma novidade para os amigos que nos acompanham a minha enorme admiração pelo trabalho da “Família Tubinho” que tive a oportunidade de assistir e conhecer pessoalmente! Já escrevi um post sobre este trabalho, a tira de HQ que orgulhosamente desenhei e escrevi para eles e sobre o espetáculo “Senta que o Tubinho vai entrar”. Agora nada melhor do que falar com a “fera”. E no melhor estilo circense permitam-me iniciar:
“Respeitável público é com prazer que apresento a vocês esta entrevista com o genial artista Pereira França Neto!
Divirtam-se! E boa leitura!”


APE - Vamos partir de uma retrospectiva, voltando os passos para entender a trajetória. Quando começou a história do palhaço Tubinho? Aliás, por que mesmo que ele tem este nome? E, especificamente, quando você entrou nesta história? Seria interessante perguntar também por que você decidiu seguir este caminho ou foi o caminho que decidiu por você?

P - em 1959... Naquele tempo existia um vestido chamado TUBINHO e diziam que toda mulher precisava ter um TUBINHO no armário, assim foi escolhido o nome TUBINHO...

Entrei nessa história a partir de 2001, pois, dois anos antes do falecimento do primeiro TUBINHO - Tio Juve - ainda no hospital, pediu que eu continuasse levando o nome do TUBINHO e no meio de tanta tristeza por perdê-lo fiquei muito contente de ser agraciado com esse grande presente... Eu já trabalhava como ator fazendo vários personagens trabalho desde meus dois anos de idade e sinceramente acho que fui escolhido pelo meu destino e confesso não tenho interesse e nunca tive de mudá-lo...


APE - Estive em alguns espetáculos já, e me diverti muito. Tubinho é repleto de maneirismos e bordões muito engraçados. Como é seu trabalho neste sentido? Você procura sempre inovar com ele, buscando novos bordões ou ele já está devidamente elaborado? É certo que simplesmente o Tubinho é engraçado até quieto, amordaçado e virado de costas, mas,você vislumbra ou busca outros caminhos por onde mais explorar o personagem?

P - Os bordões vão surgindo em cada espetáculo as vezes acontecem sem que eu mesmo perceba. De repente, me vejo repetindo gestos falas e assim ficam sendo os chamados bordões... Não costumo fazer pesquisas neste sentido acho que vale mais a pena quando eles acontecem sem querer fica mais engraçado... Alguns bordões nos são inspirados por gírias de cidades onde passamos e outros, às vezes, já conhecidos ficam diferentes pela forma que o personagem palhaço se expressa. Não costumo elaborar nada existe um texto a ser seguido eu só brinco com ele. Graças a DEUS O PERSONAGEM PALHAÇO tem esse direito de explorar cada cena cada espaço cada personagem que esta contracenando com ele e trabalho ao lado de atores que são generosos e me deixam ter essa liberdade pra explorar...
APE - Fale-nos um pouco sobre os produtos do personagem, além do circo teatro há passagens pela TV, vídeos na internet, produtos variados como etiquetas e bonecos. Sem dúvida, isto dá muito trabalho. Como o empresário dialoga com o artista? E ainda, como se define onde começa França Neto e termina o Tubinho e vice-versa? Os dois são amigos ou nem se conhecem?

P - Bem, começamos a ver a necessidade de haver algo que as pessoas levassem pra casa, pois, o circo fica na cidade por no máximo três meses e as pessoas nos pediam que deixássemos uma lembrança. Então veio a ideia de uma revista... Aí, começou tudo: vieram adesivos, camisetas, fotos para autógrafo. Vimos necessidades de mais, pois, o “Youtube” já estava forrado de vídeos, então, foi feito o site EM BOTUCATU e realizei um sonho: fizemos o filme!
Depois veio o convite de uma empresa de fazermos o programa “TUBINHO O REI DO RISO”, e então o DVD do programa, do filme e em Laranjal Paulista “O BONECO TUBINHO” e a “CARRETINHA DO TUBINHO”. E agora, comemorando dez anos de PALHAÇO TUBINHO o DVD Stand up “SENTA QUE O TUBINHO VAI ENTRAR” e tudo é conseqüência do trabalho...


Agora, se dividir direitinho tem o JOSÉ AMILTON FRANÇA PEREIRA JÚNIOR, nome de batismo, PEREIRA FRANÇA NETO, o ator, O PALHAÇO TUBINHO, O PAI, O MARIDO e por aí vai... e com certeza tenho que separar bem senão... Já pensou a confusão!!! Hahaha... ah e com certeza nos conhecemos muito bem obrigado...

APE - Nem tudo é comédia no Circo Teatro Tubinho já que existem as apresentações de peças mais dramáticas, densas. Fale-nos em sua percepção das diferenças na textura da atuação para cada uma destas situações. Surpreendeu-me sobremaneira que, terminada a peça dramática, por volta de dois minutos depois, você retornou como Tubinho, não é um pouco enlouquecedor. Ou o Tubinho simplesmente “possui” você?

P - Particularmente eu gosto muito dos dramas por ter um fundo social e falar de questões tão importantes pra sociedade e o meu lado ator é muito mais solicitado já por sempre ser visto como O PALHAÇO da companhia. O personagem TUBINHO me vem com muita facilidade por já trabalhar com ele há tanto tempo sempre que faço algum drama entro tenso, pois, não sei direito como vou ser interpretado pela platéia. Os personagens dramáticos exigem muito do ator Pereira França Neto e, sem querer, a platéia acaba exigindo mais de mim. Gosto muito da peça “O PAGADOR DE PROMESSAS” e me sinto bem quando termino e volto pro TUBINHO... Sinto-me de alma lavada... e de dever cumprido... E acho que o público gosta dessa ambiguidade...

APE - Não seríamos nem um pouco justos se não abríssemos um parêntese e falássemos de seus colegas de palco e equipe de produção. Fale-nos um pouco sobre este talentoso grupo! E, além disto, explique-nos como é a convivência de uma companhia de teatro que apresenta peças diariamente, e que, portanto, tem uma convivência tão extensa quanto intensa?

P - O grupo é muito coeso, nos conhecemos nos olhando. É muito prazeroso trabalhar com os meus atores, ter essa parceria é fundamental. E quando um precisa ir embora da Cia. é como se fosse um irmão indo embora. A produção é primordial: caminhamos juntos. O tempo que passamos juntos tem sido um amigão. Cada um tem sua vida normalmente e, quando nos encontramos debaixo da lona é a casa de todo mundo...


APE - Quem escreve as histórias de Tubinho? Novas histórias são sempre criadas, ou a atual safra de 96 espetáculos já é satisfatória? Tubinho me parece um personagem muito livre, no sentido de que ele faz sentido em qualquer situação por mais mirabolante que seja. Parece-me também um personagem de uma presença tão grande que pode em si criar a história sozinho, não é? O personagem suplanta o escritor e “se escreve”... Você já notou alguma vez o personagem batendo no seu ombro e dizendo: “França! Diz isso, fala aquilo! Mais que tooonto!”?

P- Muitos textos são antigos do tempo do “EPA!!!” Textos novos já foram escritos até mesmo com parcerias de atores do circo e eu, sempre estamos atentos aos acontecimentos e abertos pra textos novos. Às vezes, os textos são mais atualizados e nos preocupamos que seja de conhecimento do publico colocando em algumas situações coisas que acontecem na própria cidade e assim acaba acontecendo essa liberdade no texto...

O personagem segue sempre à risca a obra do autor, mas, o olho atento do ator nos surpreende e consegue enxergar atitudes que, às vezes, vão além do que o próprio autor quisera chegar... Daí o autor diz: “Ói, que tonto!!! Era bem isso que eu queria dizer e não sabia!!!


APE - Qual é a sensação de ver tantas expressões felizes a cada piada, a cada trejeito do adorável personagem? Fiquei imaginando, até mesmo por que sou, com minha família, um fã incondicional do Tubinho, quantas vezes um dia ruim não se tornou mais leve e agradável com as peripécias do amalucado palhaço. Fale-me sobre sua percepção deste grande mérito, afinal, é claro que como empresário você gere um negócio, mas como artista sua recompensa, acredito, é este retorno emocional do público, não é?


P - Bem, pra dizer a verdade eu, no começo, não imaginava que ia ser assim. Eu era só um moleque que queria por em prática tudo o que eu ouvi a minha vida toda sobre a minha família. Queria só dar continuidade. Não sabia que ia ser tão prazeroso sair nas ruas e escutar as pessoas falando os chavões, fazendo os trejeitos e, com certeza, é a minha maior recompensa... Acho que qualquer ator quer ser reconhecido dessa forma...

 
  Tubinho em ação, assistam o vídeo acima!


APE - Recentemente, assisti ao espetáculo de humor "Senta que o Tubinho vai entrar" (vejam o post), e foi muito interessante vê-lo em outros personagens, outras formas de humor. Você sentiu necessidade de uma nova expressão fora do personagem Tubinho? Como foi o processo de criação? Os novos tipos continuaram a ser criados? E o Stand Up? Como você se sente enquanto ator em relação a esta modalidade de humor?

P - Comemorar 10 anos de TUBINHO fazendo outros personagens foi desafiador, principalmente sendo cômicos. Mas, acho que no final de tudo fiquei satisfeito e contente pela comemoração ser dessa forma... A minha preocupação era agradar o meu público que há tanto tempo via o TUBINHO.

O processo de criação foi em conjunto do Júnior, do Pereira Franca Neto e do Tubinho e de todos meus amigos que completaram esse trabalho comigo. Esse tipo de humor é complicado ainda pra mim, pois, sempre trabalhei ao lado dos meus irmãos e me ver ali, sozinho, e ainda sendo assistido pelos meus colegas de trabalho... Confesso: Dá um friozinho na barriga e essa sensação é muito boa... Responsabilidade...

APE - Enfim, novamente quero felicitá-lo especialmente e a todos carinhosamente por este trabalho tão talentoso e que faz tão bem a quem tem a oportunidade de assistir! Esperamos sempre poder contar com a família Tubinho trazendo alegria a todos e a todo lugar por onde passa! E peço que deixe conosco uma mensagem a todos os visitantes desta PANACEIA ESSENCIAL!

P - Gostaria de agradecer a Panaceia Essencial primeiramente a atenção dispensada a mim e a minha família de atores e dizer que tudo que fazemos é com muita alegria ,gostamos do que fazemos, vivemos teatro e nosso publico pode ter a certeza de que nossa maior preocupação é que todos venham ao nosso teatro e possam dizer, sem receio, que gostam de teatro.

Queremos formar plateias para todas as Cias. que aparecerem na cidade... Esse é e sempre vai continuar sendo a intenção do CIRCO DE TEATRO TUBINHO. Desde já fica aqui o meu agradecimento pelo carinho de todos para com a família TUBINHO...

Site do Tubinho, o rei do riso:
www.tubinho.com.br

Twitter:
twitter.com/TEATROTUBINHO

Blog onde se encontra mais sobre a família Tubinho:
A Panaceia Essencial!
Mas tudo bem, você já está aqui! "Ói, que tonto!.."

Entrevista com U2 Cover

Uma vez mais, voltamos com a Panacéia das Entrevistas e temos o prazer de trazer a vocês uma entrevista exclusiva com EVERSON e ADAM JR., vocalista e baixista, respectivamente, da banda U2 cover.O U2 cover percorre uma trajetória de mais de 20 anos realizando um trabalho elaborado, corajoso e com muito talento divulgando o trabalho do U2 e oferecendo ao som também sua própria personalidade e estilo sempre buscando trazer ao público nada menos que o melhor em cada apresentação.A Panacéia se orgulha de trazer aos seus visitantes entrevistas com bandas e cantores que realizam o trabalho de "cover", pois considera este essencial para alegria de fãs pelo país afora e sabe que é realizado por profissionais com enorme talento e dedicação que merecem ter sua trajetória divulgada.

Neste sentido, nada melhor que conversar com músicos com tanto tempo de estrada como o U2 cover. Acompanhem a entrevista e visitem o site da banda, vale a pena conferir o trabalho.

APE - Gostaria de iniciar esta entrevista com uma pergunta que costumo fazer aos que trabalham com cover. Visualizando U2 e U2 cover pergunto o que aproxima e o que distancia os músicos destas duas bandas? Aonde termina o U2 e aonde começa o seu próprio estilo musical na interpretação das músicas?

EVERSON: Acho que a melhor maneira de explicar essa diferença é assim: nós imaginamos o que o U2 faria em determinada situação, seja executando a música , seja nos improvisos. Como nosso equipamento é um pouco diferente do deles (algumas centenas de dólares, eu diria (risos..), cabe aos músicos e também à equipe técnica se aproximar o máximo possivel da "alma da banda pra então alcançar o improviso. Adam Jr. – Acredito que o que aproxima é o amor pela Música e o respeito pelo público, o que distancia é a infra-estrutura, e isso vai desde os equipamentos, até o numero de pessoas envolvidas com o trabalho da banda, sem falar na Mídia por trás de tudo. Na verdade , tentamos reproduzir tudo com a máxima fidelidade possível, no entanto no palco tentamos sempre colocar algumas pitadas do nosso estilo próprio, eu pessoalmente sou um pouco mais agitado que o Adam no palco, embora sempre faço um o outro trejeito que o lembre, sempre imponho minha característica pessoal. APE - Os músicos do U2 cover, além deste trabalho, tem uma carreira paralela como banda? Fale-nos um pouco sobre o trabalho de vocês e contem-nos como se iniciou o interesse de cada um dos membros pela música. EVERSON: Eu trabalho em rádio bem antes de começar com a U2Cover e olha que a U2Cover existe desde 1989... Adam Jr – Com exceção do Everson todos nós trabalhamos como Músicos, o Everson também trabalha com Música mesmo fora da banda, mas ele usa mais os conhecimentos musicais...risos...O Fabio (bateria) e o Marcelo (guitarra) são professores de Música além dos trabalhos com outras bandas, eu , no momento, deixei de dar aulas e tenho me dedicado exclusivamente a trabalhos com banda. Venho de uma família de músicos, meu bisavô e meu pai tocavam então o interesse surgiu desde criança.
APE - Além do U2 quais outras bandas ou movimentos musicais que formam o referencial musical de vocês? E em meio a tantas bandas e artistas referenciais na história da música que fatores levaram vocês a escolher o U2 como banda a ser trabalhada em cover, o que é, certamente, um tipo de homenagem.

EVERSON: A gente sempre brinca que foi o U2 que escolheu a gente... (risos). Engraçado que todos nós temos um gosto bem parecido.. os clássicos do rock.. anos 70..80.. Posso citar em nome de todos o Queen, Led Zeppelin, Deep Purple nos 70.. nos 80 Def Lepard, Whitesnake.. enfim.. hard rock.

Adam Jr. – A banda que me impressionou demais no meu inicio de carreira foi o Kiss, quando vi o Kiss pela TV a primeira vez decidi que era aquilo que eu queria pra minha vida. Basicamente eu sempre gostei de Rock, mas sempre fui pro lado mais pesado, bandas como Iron Maiden e Metallica sempre foram bandas de "cabeceira" pra mim. A escolha do U2 foi reversa, não fomos nós que escolhemos trabalhar com U2 e sim o U2 que nos escolheu, como o Éverson disse... o Everson sempre foi fã confesso de U2, o dia que decidiram fazer uma festa com U2 como trilha ele foi convidado pra cantar no evento e daí em diante não parou mais. Eu comecei a tocar baixo com músicas do U2, meus primeiros passos como baixista vieram com a ajuda, mesmo que indireta, de Adam Clayton, 22 anos depois acredito que não tenha nenhuma outra banda que eu conheça tanto e com a qual me identifique tanto.
APE - Contem-nos sobre a trajetória do grupo. A batalha destes anos todos com o U2 cover e a carreira musical. Certamente, além dos momentos compensadores, há os de desalento, desta forma o que os leva adiante? Qual é a filosofia do "espírito de sobrevivência" deste grupo que sabemos ser necessário a qualquer um que queira seguir o caminho da música, aliás, não somente este como qualquer segmento cultural num país aonde o apoio a cultura é ainda tão precário? Peço que nos transmitam sua experiência e comentem este cenário. Adam Jr. - A U2 Cover é uma banda que após 20 anos de carreira passou por muita coisa, muita gente entrou e deixou a banda, vimos casas fecharem, novas abrirem, o público mudar de gosto, estilo, no entanto acho que o que sempre nos moveu foi o amor pela Música e pela mensagem do U2, nunca pensamos em ficar ricos e famosos, nossa pretensão sempre foi a de fazer um trabalho memorável, algo que nos desse orgulho e alegria e poder levar esse trabalho a fãs e admiradores do U2. Infelizmente vivemos num país que embora tenha uma cultura musical muito rica é movido apenas por aquilo que a mídia massifica, no entanto ainda acredito que aqueles que fizerem um trabalho sério, como amor e respeito, terão reconhecimento.

EVERSON: De minha parte fico um pouco chateado com certas áreas da mídia, que vê o "cover" como um evento menor. A verdade é que a gente vai onde nenhuma foi, levando uma estrutura bacana, um show bacana... acho que para você fazer cover do quer que seja voce precisa ter talento sim, senão a banda não estaria na estrada por duas décadas inteiras, não apreceria em programas de TV de rede nacional, não seria matéria de revistas de grande circulação, etc. Acho que o desdém de alguns setores da mídia não condiz com a resposta do nosso público que é sempre tão empolgante...

APE – Como músicos, qual é a fase do trabalho do U2 que vocês menos apreciam? Por que é fato que eles viveram fases distintas em seu trabalho e existe uma certa divisão entre os fãs em relação a discos tão díspares entre si como, por exemplo, "Joshua Tree" e "Pop". Gostaria de saber a opinião de vocês que, afinal, executam estas músicas. Consideram alguma menos interessante de apresentar do que outras? EVERSON: Legal essa pergunta: Como acompanhamos a carreira do U2 tocando, pra gente é bem mais facil entender que caminhos levaram o U2 a fazer o som de albuns tão incompreendidos como o Pop, por exemplo.. não foi surpresa pra nós quando ele saiu, porque voce claramente percebe o que o U2 buscava naquele momento específico... Adam Jr. – Concordo...não diria que há uma fase que eu não gostamos, porque acho todas muito interessantes, mas acredito que a fase do Pop seja a menos apreciada pelo grande público o que eu acho uma pena porque eu adoro...risos
APE - Finalmente, gostaria de agradecer imensamente ao U2 cover pela participação na Panacéia das Entrevistas e parabenizá-los por este trabalho e gostaria de pedir que deixem uma mensagem aos visitantes da Panacéia Essencial. ÉVERSON: Bom, gostaria de dizer que antes de tudo somos fãs da banda... mas claro fazemos tudo com muito profissionalismo! E viva o Panacéia! Adam Jr. – Muito obrigado pela oportunidade, parabéns pelo Blog, eu particularmente adoro ler Blogs e o Panacéia já esta nos meus Favoritos. Como mensagem digo que todo trabalho feito com dedicação, amor e respeito pelas pessoas gera bons frutos. Um grande abraços à todos!

Site: http://u2cover.com/

sexta-feira

Entrevista com a banda "Ghost of a Rose" - Blackmore´s Night Cover


A Panacéia das Entrevistas tem a felicidade de trazer a vocês uma entrevista com a banda 'Ghost of a Rose' – Blackmore´s Night Cover . Este interessante trabalho surgiu em 2006 na cidade de Campinas, quando os irmãos Lilian Oliveira e Rob Sammore decidem homenagear a banda Blackmore's Night através de um cover e, começam a buscar músicos interessados neste projeto.
Aderem, então, Ralf Crow e Marcelo Diniz que tocavam com Rob em uma banda local cover de Deep Purple e o baterista Átilla Liberato que tocava com Lilian na banda de gothic metal Lirya e as backing vocals Pâmela e Marta Alvear. A formação foi consolidada em 2007 com a saída de Átilla entra Renato "Gordo" na bateria e o do novo membro, o violinista Anderson "Bardo".
A partir de então, 'Ghost of a Rose' vem realizando shows e tocando em eventos medievais. Em 2007, por conta da gravidez da vocalista Lilian Oliveira, a banda conta também com o apoio da vocalista Danielle Sanga que vem cobrindo sua ausência nesse período, até que ela possa retornar as atividades da banda.
 
Banda :
Lilian Oliveira : Voz
Danielle Sanga : Voz.
Rob Oliveira : Violão, Guitarras, Bandolin
Ralf Crow : Baixo
Marcelo Diniz : Teclados
"Bardo" Anderson: Violino
"Elfo" Renato Gordo : Bateria & Rithm
Sister of the moon - Lady Marta Alvear : Backing vocal

A PANACÉIA ESSENCIAL - Ocorre-me um pensamento quando penso no trabalho de vocês. Acontece que em tempos recentes assisti novamente o DVD "Castle and Dreams" e o clipe "Way to Mandalay" do Blackmore´s Night, mas, desta vez houve uma diferença interessante. Ver estes músicos que optaram por fazer a música que gostavam, a vestimenta e o ambiente que apreciavam sem se importar com o que pensariam deles, me inspirou a aceitar que, por exemplo, se prefiro escrever e desenhar temas medievais é o que devo fazer efetivamente. Pergunto-me se algo semelhante ocorreu a vocês quando optaram por se envolver com este trabalho. Como a cultura medieval chegou até vocês?
Rob Sammore– Bom, primeiramente quero agradecer a você Paulo e a PANACÉIA ESSENCIAL pela oportunidade da entrevista. Respondendo a pergunta, a cultura medieval foi passada para mim por diversos meios, desde histórias infantis até por alguns estudos de períodos históricos na escola, mas meu contato maior era com a música. Desde jovem tive uma cultura musical enriquecida, pois meu pai era músico também e apesar de tocar mais na noite paulistana e ele sempre falou para mim estudar TODOS os aspectos da música, desde sua teoria até todos os tipos de ritmos. Durante muito tempo estudei todo tipo de música mas o que me despertou interesse mesmo foi assim que conheci o Blackmore´s Night, como você disse no DVD "Castle and Dreams" você vê eles com o diferencial de parecerem fora de época, tanto com os trajes típicos quanto com o estilo peculiar de suas músicas e respondendo ao que você falou, sim nos inspiramos e ocorreu algo semelhante a ter uma banda com a mesma temática, antes era fan do Ritchie Blackmore, Deep Purple e Rainbow e gostava da temática das letras do Rainbow vendo o trabalho dele no Blackmore´s Night me inspirou muito.
Lílian Oliveira – Meu contato com a música também começou muito cedo, pois como o Rob disse sempre tivemos incentivo do nosso pai. Apesar da cultura medieval chegar até nós por diversos meios como filmes, ou mesmo nos estudos de história da escola, foram através dos meus estudos musicais que percebi quanta influência o período exerceu na história da música em si, e em sua teoria. Eu particularmente estudei canto lírico, e nesse contato com a música erudita e sua história acabei pesquisando e conhecendo mais sobre a cultura medieval em si.E quando conhecemos o Blackmore's Night, nos agradou muito ver essa riqueza da música renascentista e embora aquilo soasse "antigo" ao mesmo tempo havia um mistura que transportava para algo moderno, sem falar nas vestimentas, instrumentos antigos que eram utilizados, com certeza nos ocorreu esta idéia de "Por que não fazer se é isto que gostamos?"


APE -Contem-nos como se deu o processo que os levou a criação da banda Ghost of a Rose. Como começaram e decidiram levar o projeto adiante. Enfim, a história desta reunião. Acredito que muitos se perguntam quais foram ou são os sentimentos e as perspectivas artísticas que os levaram a este projeto de uma banda cover do Blackmore´s Night.
Rob – Começou em 2005 na verdade, eu tinha alguns projetos com a minha irmã Lílian e a nós compramos DVD "Castle and Dreams", assistindo ele vimos algo diferente que nos deixou "apaixonados" pelo Blackmore´s Night, e conhecendo mais o trabalho, pensamos, porque não fazer um tributo a essa banda?
Geralmente dizem que eu sou muito impulsivo nos projetos que faço, isso por uma lado é bom e ruim ao mesmo tempo. Na impulsividade começamos a juntar músicos para o projeto, mas era algo muito difícil. No ano de 2005 o projeto ficou travado e todos diziam que seria algo muito trabalhoso fazer uma banda "cover" do BN, mas nós não desistimos do projeto e eu, principalmente, fiquei praticamente "obcecado" [risos] pelo projeto.
Lílian – Fazer cover de uma banda como Blackmore´s Night era uma idéia um tanto ousada, pois é um trabalho que deve ser feito com muita dedicação, pois não se trata apenas da música em si, a banda nos remete a uma determinada época então teríamos que incluir instrumentos diferentes dos quais ainda não estávamos familiarizados a tocar em banda como flautas e violino, um figurino especifico, uma postura de palco diferente da qual estávamos acostumados, tudo para criar aquele "clima medieval" que a banda original traz em seus shows. Embora seja uma banda tributo, ela nos inspirou e de certa forma nos transportou para essa época fascinante. Com certeza, não seria tarefa fácil encontrar músicos dispostos a dedicar-se a este projeto. Realmente, isto foi acontecendo aos poucos. Nosso primeiro show foi uma loucura (risos).
Rob - No final eu fui pro "vai ou racha". Em 2006 eu tinha o repertório e a estrutura da banda, porém um time incompleto então com um tempo de 3 meses um amigo nosso que organiza um evento relativo geralmente em barzinhos de rock sabia do meu projeto e quis marcar um show, ainda com a banda incompleta eu marquei acreditando. Passaram 2 meses e nada de músicos para completar o time. A Lílian já estava entrando em desespero, porque eu não queria desmarcar o show, então eu chamei algumas pessoas : o nosso baixista Ralf Bezerra, que já tocava comigo em vários projetos, Marcelo Diniz para os teclados que é sem duvida também um grande amigo e profissional, Pámela Martins e Marta Alvear para fazer backing vocals, Átilla para a bateria e tivemos pouquíssimos ensaios. Eu estava com medo de algo dar errado, mas o som ficou bom, o público ajudou muito e esse show foi com certeza um dos mais tumultuados e empolgantes que já fiz.


Então a banda surgiu, houve algumas mudanças na nossa formação, o Átilla por alguns problemas de tempo acabou por deixar a banda e logo entrou o Renato (Gordo) na batera e ainda trouxe a inclusão do Anderson (Bardo) que faz violinos, flautas e outros instrumentos que trazem o diferencial na banda hoje em dia, como eles entraram na banda é uma parte que vou deixar pro bardo responder aqui embaixo [risos], nos últimos tempos nossa Vocal a Li teve que se afastar do trabalho da banda pois estava grávida e iria ter seu primeiro filho então ela nos últimos tempos foi substituída pela nossa amiga Danielle, que assumiu nesse tempo que ela está afastada os vocais.
Anderson "Bardo" – Meu ingresso na Ghost of a Rose foi de certa forma engraçado, pois assim como o Gordo, já me identificava com o estilo há tempos e nos empolgamos com a notícia de uma banda cover de Blackmore's Night na região muito antes de sequer imaginarmos tocar nesta banda. Foi uma adorável surpresa quando o Gordo, que já tocava comigo, me disse que estaria fazendo um teste para a banda e que também estavam precisando de um violinista.
Foram muitos os fatores que contribuíram para que eu me empolgasse com a idéia de tocar na banda, até então eu havia trocado poucas palavras com o Rob, mas já era o bastante para saber que era uma pessoa tranqüila para se trabalhar, como já havia assistido a um show da banda também não tive qualquer dúvida quanto à excelente qualidade dos músicos, além do mais, vi uma ótima oportunidade para crescer profissionalmente e explorar outros horizontes musicais inclusive experimentando instrumentos diferentes do que estava habituado. Desde então tem sido muito gratificante fazer parte deste time e saber que ainda poderemos levar para muitas pessoas um pouco da magia desta mistura de música renascentista com rock n' roll e deste excelente trabalho do nosso consagrado Ritchie Blackmore.


Lílian – Bom, meu filho já nasceu e em breve estarei de volta as minhas atividades tanto que estou aqui relatando como foi a criação da banda, mas a Danielle tem feito um ótimo trabalho, a banda está ficando cada vez mais popular e com certeza "o show deve continuar"!!!


APE- Além de executar as canções do BN, a banda Ghost of a Rose também compõe suas próprias canções no estilo medieval ou este é um passo a ser dado mais tarde? Vale perguntar se vocês se sentem um pouco pressionados ao executar um trabalho de artistas tão talentosos e relevantes como Ritchie Blackmore e Candice Night que vocês também, obviamente, admiram.
 
Rob - Bom, sobre composições próprias, eu tenho planos nesse estilo no futuro, mas isso ainda não foi conversado com a banda, por enquanto nos dedicamos a melhorar a execução do cover especifico, porém seria muito legal rolar isso no futuro.
Quanto a pressão, com certeza acho que em alguns aspectos um cover não pode fugir do original e isso nos prende um pouco, apesar do BN ser algo aberto para pequenas mudanças, já que o próprio Ritchie Blackmore modifica um pouco sua sonoridade nos shows, mas não sinto pressão, sinto mais responsabilidade em trazer alguma fidelidade a banda original.
Lílian – Acho que na execução de qualquer cover ocorre uma certa pressão, ainda mais por se tratar de um tipo de som tão cheio de detalhes com flautas, violinos. Porém, as músicas tem um clima tão alegre que acabamos descontraindo e esquecendo um pouco esta pressão e como o Rob disse, rola muito mais uma responsabilidade de trazer esta fidelidade em relação ao original. Quanto a composições próprias, ainda é um projeto a longo prazo, mas seria ótimo!


APE-Acompanhei numa entrevista Candice Night afirmar que eles utilizam a sonoridade medieval e renascentista, mas se sentem livres para na composição, por vezes, "modernizar" um pouco as canções (adoro o Blackmore´s Night, mas sou um tanto puritano, que me perdoem os fãs de Ritchie Blackmore, mas poderia ficar sem alguns dos solos de guitarra em algumas canções). Vocês também se sentem livres a colocar um pouco de sua versão para as canções ou preferem ser estritamente fiéis à obra original?
Lílian – Com certeza, nós colocamos um pouco da nossa "personalidade" digamos assim, porém sem fugir muito do original. Em algumas músicas até preferimos tirar as versões ao vivo porque elas dão mais espaço para esses improvisos.
Rob - De certa forma sim, nos prendemos um pouco por ser um cover especifico, porém no BN mesmo você sente a liberdade para dar seus toques pessoais, porque todo músico tem suas influências e tem sua personalidade também. Quanto as guitarras [risos] o BN tem em sua característica principal a mesclagem que o Ritchie faz de instrumentos pós modernos (já que ele é o pioneiro do estilo de guitarra chamado de guitarra neoclássico).É a essência do BN, com certeza as temáticas são medievais, mas as próprias musicas pedem bateria e intrumentos modernos, você vê isso em músicas como All For One, mesmo na parte embalada da Under a Violet Moon entre outras músicas da banda.


APE – Existe, ainda hoje, com todas as facilidades de acesso à informação, muito poucos que conhecem a música medieval e renascentista, e mesmo, a própria cultura desta época. Grupos de "folk", medieval e renascentista, ou que se utilizam desta sonoridade instrumental elaborando novas canções, mesmo entre as mais conhecidas como "Clannad", ou "Dead Can Dance" raramente se aproxima do grande público. Gostaria de saber se além do Blackmore´s Night há outros grupos desta sonoridade que vocês conhecem e apreciam?
Rob – No Estilo do Blackmore´s Night não conheço nenhuma banda, agora o Clannad e o Dead Can dance me agradam porque se aproximam um pouco do BN, Lorena Mckennitt tem um som agradável, apesar de ser diferente se aproxima um pouco do BN.
Lílian – Acho que para nós músicos, o período medieval foi também um período de grande marco na história da música. Eu particularmente, estudei canto lírico e por ter mais contato com a música erudita pude ver quanta influência o período medieval exerceu sobre a música em si, mesmo em sua teoria. Adoro canto gregoriano e acho muito interessante a idéia de alguns grupos de misturar isto com a música moderna. Mas eu também gosto de tudo o que é antigo, até já pesquisei sobre música grega antiga, assim como a música e o folclore de diversas culturas do mundo.
Além das já citadas, gosto de um grupo irlandês de música folk tradicional chamado Altan. Um grupo vocal feminino chamado Libana, embora ultilizem elementos de diversas culturas em suas músicas, acredito que as letras e algumas canções remetem a uma atmosfera antiga pois suas letras são pagãs e falam de uma época onde o feminino era considerado sagrado e os antigos veneraram não apenas um Deus, mas também uma Deusa e por fim gostaria de citar a banda galega de música celta, Luar na Lubre como outra das preferidas.
Bardo – Sou profundo admirador destes grupos que buscam as 'raízes' da música, experimentando uma mistura particularmente com o rock. Na questão da música medieval e renascentista em si, o que encontramos mais são grupos que resgatam estas músicas, algumas de compositores clássicos, outras já tão antigas que são de autoria anônima, porém esta mistura com o rock, ou qualquer tentativa de se acrescentar algo de novo já é mais raro e acredito que o Blackmore's Night é a banda que mais contribuiu nesta questão, mas claro que não foram os primeiros e nem os últimos. Uma banda que aprecio muito é o Jethro Tull, que foi um som bem diferente pra época e que agradou muito com a introdução de flautas, cravo e violino em meio aos solos de guitarra. Cito esta banda também por ter algumas regravações de músicas como "Past time with good company", composição do Rei Henrique VIII (séc. XVI), música esta que também teve sua devida homenagem pelo próprio Blackmore's Night no álbum "Under a Violet Moon".



APE-Ainda neste aspecto de acesso o Blackmore´s Night teve um pouco a mais de sorte, em virtude do trabalho de Ritchie com o Deep Purple, obviamente beneficiou o grupo, pois, causou um certo interesse sobre seu novo projeto. Mas, a música, em termos gerais, vocês acreditam que a música medieval pode agradar um público maior desde que lhe seja dado a conhecer, ou falta de um passado de cultura medieval no país implica numa falta de indenficação de difícil solução?
 
Rob – Bom o Brasil não tem uma tradição Medievalista, isso com certeza isso afasta um pouco as pessoas daqui da cultura medieval, mas a nossa cultura tem base na cultura Ocidental que tem berço na Europa, então que nunca ouviu histórias de cavaleiros e espadas? [risos]
Bom por outro lado é muito vago isso, eu pesquisando por Internet e outros meios conheci algumas músicas de autores europeus da idade média como Willian Byrd e John Dowland, entre outros e com mais pesquisa, roupas e tradições. Nossa Cultura aqui no Brasil é mista e com meios de informação hoje em dia globalizada o acesso é mais fácil para as pessoas ao ingresso ao conhecimento da cultura medievalista.
Bardo – Respondendo a esta e a pergunta anterior. Penso que esta questão de público no meio da música seja realmente definida basicamente por dois fatores: a cultura do local onde está se tentando introduzir o estilo musical e o apoio que a mídia dá ou não para tal estilo. No caso do Brasil, a enorme mistura de culturas diferentes dada desde o período colonial abre um grande leque para se explorar qualquer estilo musical e por menor que seja, sempre há um grupo de pessoas que se identificará com o estilo, como vemos pelo país diversas manifestações culturais desde a cultura afro até a nipônica. Como bem citou o Rob, o nosso país já tem sim um distante, porém forte elo com a idéia de medievalismo, mas prefiro ir além das questões históricas, muitas vezes 'perdidas' no mundo globalizado de hoje. Acredito que no Brasil, grande parte desta cultura é adquirida durante nossa infância, e do último século para cá fomos criados ouvindo e assistindo contos de Monteiro Lobato e de Walt Disney. Monteiro Lobato, que foi o precursor da literatura infantil brasileira, terminou seu trabalho na década de 40, justamente quando começaram a surgir os filmes de Walt Disney, que rapidamente dominaram as residências e começaram a fazer parte da vida de todas as pessoas e não apenas das crianças. Grande parte desses filmes e longas foram baseados em contos medievais, como o Robin Hood, conto medieval inglês, que originalmente teria sido um relato da vida do ladino-herói, contado pelos bardos através de suas cantigas, assim como Fantasia nos encantou com a estória do aprendiz de feiticeiro, já regado à uma excelente trilha sonora, Cinderela, que passou a transformar os sonhos das meninas, em castelos e príncipes, e o ilustre 'A espada era a Lei', conto sobre Rei Arthur e seus cavaleiros, que acredito ter sido um dos ápices da introdução do medievalismo durante minha infância.
Enfim, o Brasil é sim um ótimo país para se difundir o estilo de música que buscamos, porém, sem o devido apoio da mídia, que dispensa maiores comentários, o cenário acaba ficando com um público muito seleto, mas sempre pré-disposto a se ampliar.



APE-Descrevam-nos o sentimento que os tomou quando na primeira apresentação da banda em que, afinal, vocês começaram a vivenciar musicalmente e ativamente toda a rica atmosfera medieval.
Lílian – Nossa estréia foi em um evento medieval. Apesar de ter sido em um bar de rock, a organização teve a preocupação de fazer toda uma decoração para criar esta atmosfera medieval. Como já dissemos, a banda foi completa de última hora então estávamos meio preocupados e por ser a primeira apresentação não fazíamos idéia de como o público nos receberia, ou melhor, se o público conheceria o trabalho do Blackmore's Night e pra nossa surpresa a receptividade foi muito boa. As pessoas cantavam todas as músicas, dançavam e foi um show maravilhoso!
Rob – Bom eu pessoalmente estava um pouco apreensivo, como eu disse a primeira apresentação foi em um período complicado onde a banda estava formada, mas não consolidada, porém o auge da apresentação para mim foi quando tocamos a Ghost of a Rose, onde ouvimos o bar cantando conosco e depois dessa musica me senti à vontade. Antes da apresentação tivemos um trabalho com o vestuário da banda, pois todos procuramos roupas no espírito medieval que a banda tem, no final deu tudo certo e fiquei muito feliz com os resultados que a banda teve um carinho enorme do público.


APE-Não são muitos que tem possibilidade de participar de eventos e feiras medievais, quanto menos tocar neles. Relatem-nos como é a experiência sobre estes dois aspectos. E aproveitando, gostaria de saber como tem sido a reação do público ao trabalho.
 
Rob - Bom, existem poucas feiras e festas medievais no Brasil, em 2007 tivemos um contato com isso no Encontro da Medieval Brasil que foi muito bom para gente, esse encontro era recheado de palestras, comidas típicas e pessoas a caráter, com certeza valeu muito a pena que esse contato foi muito bom para todos nós, hoje em dia estamos procurando outros encontros para participar, existem outros em Minas Gerais e Brasília que tenho conhecimento.
Lílian – Realmente, são poucos os eventos que temos conhecimento, mas os que pudemos participar foram muito divertidos e nos fizeram sentir mais ainda na época, pois não era só a banda, o público também estava vestido a caráter, tocamos em baixo de árvores, sem falar nas atividades, palestras e comida típica. Infelizmente, ainda não tivemos o privilégio de tocar em um castelo como a banda original (risos), mas é muito legal que esses eventos nos aproximem dessa atmosfera medieval.

APE-Qual a razão que os levou a batizar a banda com nome "Ghost of a Rose", que nomeia também um álbum e canção do Blackmore´s Night? Vocês sentem alguma relação da banda com a canção em si, ou com o álbum do mesmo nome? 
 
Rob – Eu tive a idéia do nome "Ghost of a Rose" e sugeri pra minha irmã quando criamos a banda porque achei uma das músicas mais bonitas, tanto em questão de letra como em questão da melodia. Essa foi uma das músicas das quais me apaixonei do BN, então, realmente tem algo especial na canção em si.
Lílian – De fato, concordamos que esta é uma canção especial e por isso batizamos a banda com o nome dela, mas com certeza também é um dos melhores álbuns da banda.

APE-Quais são as canções favoritas (além da qual nomeia a banda) que a Ghost of a Rose mais aprecia tocar ou que sentem uma maior reação do público? Particularmente, aprecio especialmente canções como Wind in the Willows, Cartouche, All for one...mas, pergunto a vocês qual é a canção que transporta, definitivamente, todos para a atmosfera que vocês pretendem criar?
 
Rob - Cartouche é uma canção muito legal, era nossa música de abertura, pois ela causa impacto de inicio, realmente é uma música de abertura, sentimos isso pela reação do público, mas para nosso próximo show temos novidades na abertura. Outras canções que trazem a atmosfera que queremos criar é All for One, porque "We'll drink together, We'll sing together, We'll fight together, We'll fall together" essa letra tem o clima um por todos e todos por um.  
Lílian – Acho que Under a Violet Moon, além de ser uma das mais conhecidas do público também é uma das preferidas da banda. E tem também as versões do Deep Purple e Rainbow que agradam bastante os fãs da banda. Eu particularmente gosto muito da versão de Child in time que é emendada com a Mond Tanz.


APE-Enfim, gostaria de agradecer ao Ghost of a Rose pela participação na Panacéia das Entrevistas e parabenizá-los por este trabalho e a coragem de se envolver neste mundo rico, mágico e muitas vezes, incompreendido da era medieval. Aproveitando gostaria de pedir que deixem uma mensagem aos visitantes da Panacéia Essencial, muitos deles, garanto, apreciadores da música medieval e claro, do Blackmore´s Night, cujo trabalho vocês divulgam com tanto talento.
 
Nós que agradecemos ao Panacéia pela oportunidade de divulgar nosso trabalho e pelo blog que é muito interessante e também merece ser mais divulgado, pois contém muitas informações sobre assuntos diversificados e interessantes. Ao público, deixamos a mensagem de que todo trabalho, por mínimo que seja, tem compensações memoráveis. Somos pessoas que invadiram de "cabeça" esse mundo da música medieval e estamos tendo muito apoio do publico, isso é muito compensador e nos deixa muito felizes. Gostaríamos de convidar a todos para nosso show dia 06/12 no Blackmore bar em São Paulo e também para participar do nosso perfil e comunidade no orkut, myspace...Abraços a todos e foi um grande prazer dar essa entrevista ao Panacéia.

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