Lourenço
Mutarelli (São Paulo, 18 de abril de 1964) é um escritor e desenhista de
histórias em quadrinhos brasileiro.
Cursou a Faculdade de Belas Artes. Durante três anos, trabalhou nos estúdios de Maurício de Sousa, no começo como intercalador e depois como cenarista, onde conseguiu deixar um pouco de sua marca sombria.
Entusiasmado pelo grande número de revistas que surgiram na década de 1980, tentou publicar suas histórias, mas elas eram consideradas muito "estranhas". Quando tentou fazer humor, criou o "Cãozinho sem pernas", que, nos dias de hoje, ainda é lembrado com saudade pelos seus fãs.
Iniciou sua produção em histórias em quadrinhos por meio dos fanzines, edições alternativas com pequenas tiragens publicadas com recursos de xerox ou pequenas impressoras, distribuídas pelo próprio autor. Seus dois títulos, Over-12 (1988) e Solúvel (1989) tiveram 500 exemplares impressos pela extinta Editora Pro-C, de Francisco Marcatti, importante nome nos quadrinhos underground na década de 80, e hoje são raridades muito bem conservadas nas mãos de seus fiéis leitores.
Publicou ainda histórias de uma página na revista Animal, publicação mensal sob a editoração de Rogério de Campos, Fabio Zimbres, Priscila Farias e Newton Foot, e em outros títulos da Editora Vidente, de Gilberto Firmino. Com Marcatti e Glauco Mattoso editou a revista Tralha, também publicada pela Vidente.
Recebeu
vários prêmios e é aclamado por sua participação no cinema e no teatro. Criou a
arte do filme Nina, dirigido por Heitor Dhalia, e escreveu o romance O Cheiro
do Ralo, adaptado para o cinema, dirigido por Heitor Dhalia e estrelado por
Selton Mello. Recentemente, seu romance O Natimorto foi adaptado para o teatro
pelo dramaturgo Mário Bortolotto.
* O Cheiro do Ralo
* O Natimorto
* Jesus Kid
* Transubstanciação
* Sequelas
* A Confluência da Forquilha
* Mundo Pet
* O Dobro de Cinco
* O Rei do Ponto
* A Soma de Tudo 1
* A Soma de Tudo 2
Pude ler seu trabalho em “Transubstanciação” e fiquei abismado pelo seu estilo único e visceral. Mutarelli é como um “David Lynch” dos quadrinhos. Ele vai direto ao ponto tênue entre sanidade e loucura e o golpeia criando rachaduras perturbadoras.Sua arte e roteiro vem para cutucar as feridas subsconscientes, pertubar o que está oculto, oferecer um reflexo com imagens indefenidas, porém reais. Não é uma leitura fácil. E por isso mesmo imprescendível para os fãs de HQs que sejam também arte e transgressão.