O
grafeno é um material produzido a partir da grafite. Suas incríveis
propriedades físicas tornam-no um material com diversas aplicações
tecnológicas.
É
o material mais fino do mundo. Consiste de uma camada bidimensional de átomos
de carbono organizados em estruturas hexagonais, cuja altura é equivalente a de
um átomo. Esse material pode ser produzido por meio da extração de camadas
superficiais da grafite, um mineral abundante na Terra e um dos mais comuns
alótropos do carbono.
As
ligações químicas formadas entre os átomos de carbono e a espessura do grafeno
tornam esse elemento recordista em algumas propriedades físicas, como
resistência mecânica, condutividades térmica e elétrica. Essas características
fazem do grafeno um dos mais promissores materiais, podendo ser utilizado nas
mais variadas aplicações.
O
grafeno é um alótropo cristalino bidimensional do carbono e tem incríveis
propriedades físicas.
O
grafeno tem incríveis propriedades físicas que o tornam um material com
diversas aplicações tecnológicas. Conheça algumas propriedades que tornam esse
alótropo tão especial.
Propriedades
mecânicas
O
grafeno é o material mais resistente já conhecido, sendo capaz de suportar
pressões de até 130 gigapascal (130.109 Pa). Tamanha resistência decorre das
fortes ligações químicas formadas entre seus átomos de carbono. Materiais
largamente utilizados na construção civil, como o aço, suportam apenas um terço
dessa pressão.
Outra
propriedade interessante do grafeno é seu alto módulo de Young, indicando que,
além de resistente, esse material é bastante elástico e, por isso, retorna ao
seu tamanho original com relativa facilidade.
As
pequenas áreas de cada hexágono de carbono são responsáveis pela alta
impermeabilidade do grafeno, que pode ser usado como uma pequena rede capaz de
segurar gases que vazam muito facilmente de seus recipientes, como o gás
hidrogênio. Além de extremamente resistente, o grafeno é muito leve: sua
densidade é de 0,77 g/ m², cerca de mil vezes mais leve que uma folha de papel.
Propriedades
elétricas
Os
elétrons conseguem propagar-se no grafeno quase livremente sem sofrerem desvios
ou colisões. Em virtude da estrutura hexagonal das ligações de carbono, os
elétrons deslocam-se no interior dessas finas camadas em velocidades
relativísticas, próximas à velocidade da luz.
Em
temperatura ambiente, a resistividade elétrica do grafeno é a mais baixa que
conhecemos, cerca de 10-6 Ω.m, menor que a resistividade da prata, o melhor
condutor metálico conhecido.
Propriedades
ópticas
Apesar
de ser uma camada de carbonos com altura de um único átomo, o grafeno é visível
a olho nu, já que permite a passagem de 97% a 98 % da luz incidente. Esse
comportamento óptico surge das propriedades relativísticas dos elétrons no
grafeno. Isso implica que, ao amontoarem-se diversas folhas de grafeno, é
possível produzir um corpo perfeitamente negro, capaz de absorver quase toda a
radiação incidente sobre ele.
Propriedades
térmicas
Em
virtude das suas propriedades eletrônicas, o grafeno é um excelente condutor
térmico. Esse material é capaz de dissipar calor mais rápido que qualquer outro
conhecido. Além disso, alguns estudos sugerem que sua temperatura de fusão seja
de 4125 K, cerca de 3851° C.
O
grafeno estável e bidimensional foi descoberto acidentalmente em 2004 pelos
físicos russos André Geim e Konstantin Novoselov. Essa descoberta garantiu aos
pesquisadores, em 2010, o prêmio Nobel de Física. A existência desse alótropo
do carbono, no entanto, já era conhecida desde 1930.
Qual
é o preço do grafeno?
O
preço do grafeno ainda é elevado em virtude de seus complexos meios de
obtenção. As técnicas mais atuais que permitem a produção de camadas puras e
finas desse material funcionam com a deposição de vapor em substratos
metálicos, como folhas de cobre.
Atualmente,
uma folha de grafeno de 5,08 cm por 2,54 cm, cerca de 12,9 cm², pode custar até
275 dólares: uma média de 21 dólares por centímetro quadrado. No entanto,
fatores como impurezas e assimetrias podem reduzir drasticamente esse preço.
Outra
forma de obtenção do grafeno é a partir da grafite: com 1 kg de grafite, que
custa em torno de 1 dólar, é possível produzir até 150 g de grafeno, cujo valor
supera os 15 mil dólares¹.
Onde
encontramos o grafeno?
Apesar
de ser um alótropo do carbono, como a grafite e o diamante, o grafeno não é
encontrado na natureza em sua configuração bidimensional, isto é, contendo
apenas um átomo de altura.
Na
forma bidimensional, o grafeno tem sua estabilidade química drasticamente
reduzida, apesar de adquirir propriedades físicas e químicas que o tornam ótimo
condutor de calor e de corrente elétrica e o material mais resistente já
conhecido. Dessa forma, na natureza, é privilegiada a ocorrência do grafeno de
multicamada, que é bem menos interessante para aplicações tecnológicas.
Qual
é a composição do grafeno?
O
grafeno é composto por átomos de carbono ligados em estruturas cristalinas
hexagonais por meio de ligações sp2. Essas ligações repetem-se ao longo de um
plano bidimensional, com somente um átomo de altura.
O
que se pode fazer com o grafeno?
O
grafeno é um dos materiais mais promissores conhecidos. Suas aplicações tecnológicas
são vastas e limitam-se à capacidade de produção desse material em grandes
escalas. Dispositivos como telas de LED dobráveis, células fotovoltaicas
(painéis solares), telas sensíveis ao toque mais resistentes, transistores mais
eficientes, supercapacitores, dissipadores de calor e superbaterias de celular
são alguns exemplos de tecnologias possíveis por meio da aplicação do grafeno.
Recentemente, um aluno da University State of California, mostrou que,
submetendo-se um disco de grafeno a uma carga elétrica durante dois segundos, é
possível manter aceso um LED por até 5 minutos.
Grafeno
no Brasil
O
Brasil encontra-se na corrida tecnológica em busca da obtenção de métodos mais
baratos e eficientes para a produção de grafeno. Segundo relatório produzido em
2012 pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em poucos anos, o
mercado do grafeno deverá ser um dos mais rentáveis do mundo, tendo potencial
de atingir até 1 trilhão de dólares em 10 anos. Além disso, o Brasil detém as
maiores reservas de grafeno do mundo.
Apesar
de ter a altura de um átomo, a camada de grafeno é visível a olho nu em virtude
de efeitos relativísticos que surgem em sua estrutura.
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