Panacéia dos Amigos

sexta-feira

The Kinks




Sempre me interessei pela cena musical dos anos 60. Como vocês sabem tenho sou um nático dos Beatles! The Beatles foi o primeiro, de fato, fenômeno mundial em larga escala. A Beatlemania varreu o planeta e não houve país que tivesse ficado imune, mesmo atrás da “cortina de ferro”. Como todo o fenômeno dessa magnitude, a Beatlemania gerou diversas conseqüências muitas benéficas, outras nem tanto. Dentro dos benfefícios devemos citar a propulsão da chamada “invasão britânica”. Com o estrondoso sucesso dos Beatles, todas as gravadoras correram pela Inglaterra em busca de mais britbands! Era a onda do momento, o mercado, especialmente americano, queria mais bandas, mais rock britânico!


Assim, vários artistas talentosos tiveram sua chance de sair ao sol. E com o desejo de contra-atacar a invasão britânica, bandas e artistas americanos importantes também surgiram. Estes movimentos tornaram os anos 60 com todas as suas contradições entre liberdade e restrição, guerra e paz, um momento único de revoluções sociais e artísticas!


Neste cenário, como parte da invasão britânica é que surgiu a banda The Kinks. Eu, como quase todo mundo, conhecia o hit “You really got me”, mas quase nada da banda. Mas, dias desses, vá lá, estava no You Tube, pensando nestas bandas, nesta história e comecei a procurar vídeos, baixar músicas, enfim. E uma opção foi o The Kinks.


Fui apresentado a canções que gostei quase imediatamente. “Autumn Almanac”(Gosto muito da sonoridade), “Sunny Aftnernoon”, “Lola” (uma personagem controversa),"Picture Book"(Excelente) , Afternoon tea , All day, all of night (Vibrante), Shangri-la (Épica, sonoridade complexa e envolvente), Sleepwalker, Have cup of tea (O refão não sai da cabeça), Waterloo Sunset (Me lembra demais os Beatles, e isto é um elogio) e muitas, muitas outras. Definitivamente, The Kinks foi uma banda interessante. É uma banda de irmãos: Ray Davies (Vocalista, guitarra rítmica e compositor das maioria das canções) e Davie Davies (Guitarrista e vocais) que permaneceram juntos por 32 anos da existência da banda! Até que os desentendimentos chegaram a um ponto irreversível.


Falando da trajetória propriamente dita, The Kinks, que tiveram como primeiro nome The Ravens, começaram sua carreira em 1962, tendo gravado seu primeiro compacto pela Pye Records, com um sucesso de Little Richard: "Long Tall Sally", mas o The Kinks alçou fama em 1964 com seu terceiro single, "You Really Got Me", escrito por Ray Davies. Ele se tornou um sucesso internacional, chegando ao topo das paradas no Reino Unido e entrando no Top 10 nos Estados Unidos.

Durante os 3 anos seguintes a criatividade e inspiração de Ray Davies produziria pérolas como "Tired of Waiting for You", "Everybody's gonna be happy", "Set me free", "I need you", "See my friend" e "Till the end of the day" entre outras, sempre fugindo da mediocridade, através da introdução de coisas novas tanto na sonoridade como nos temas abordados. A postura "excêntrica" do grupo (justificando o seu nome), porém, trazia problemas para que fossem totalmente aceitos como um dos grandes grupos de rock da época.

Entre meados dos anos 60 e começo dos 70, o grupo lançou diversos singles e LPs bem-sucedidos comercialmente e aclamados pela crítica especializada, conquistando sua reputação por canções e álbuns conceituais que retratavam a cultura e o estilo de vida britânico, impulsionados pelo estilo observador das composições de Ray Davies.


Com Face To Face (1966) e Something Else By The Kinks (1967) afiaram sua visão irônica da época e dos costumes britânicos em sucessos como "Death of a clown", "Autumn almanac", "Tin soldier man" e "Afternoon tea". Mas, essa crítica atingiu níveis extremos em The Kinks Are The Village Green Preservation Society (1968) e Arthur Or The Decline Of The British Empire (1969). Esse último trabalho, que foi a primeira ópera-rock gravada, chocou a opinião pública pela forma direta como tratava a decadência econômica e moral do Império Britânico, e não chegou às paradas de sucesso.

Lola vs. Powerman And The Moneygoround (1970), uma fábula sobre travestis, os levou novamente ao topo das paradas e consolidou sua fama também nso Estados Unidos, onde músicas suas se tornaram hinos na luta contra a guerra do Vietnam. Os Kinks aproveitaram o momento realizando grandes concertos e extraindo todas as possibilidades musicais de seus discos conceituais, com a incorporação de instrumentistas em seus shows. Seu próximo disco Muswell Hillbillies (1971), carregava forte influencia do country norte americano.

 Estes álbuns (Face to Face, Something Else by The Kinks, The Kinks Are the Village Green Preservation Society, Arthur, Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Muswell Hillbillies), juntamente com seus respectivos singles, são citados entre as gravações mais influentes de sua época. Os álbuns subsequentes, mantendo o estilo conceitual, mas seguindo numa direção mais teatral, não alcançaram tanto sucesso, mas a banda experimentou um revival durante a New wave, quando grupos como The Jam, The Knack e The Pretenders gravaram versões de suas músicas e ajudaram a impulsionar a venda de discos dos Kinks.


Os outros discos foram : Preservation: a play in two acts (1974), Soap Opera (1975) e Schoolboys in disgrace (1975) , Sleepwalker (1977) e Misfits (1978), Low Budget (1979) e Come Dancing with The Kinks (1983), na época fizeram grande sucesso e a obra  dos The Kinks foi resgatada por grandes nomes da época como David Bowie, Van Halen ("You really got me") e The Pretenders ("Stop you sobbing"). Álbuns ao vivo: One for the Road (1980) e Give the People What They Want (1981). State of confusion (1983), Word of mouth (1984), Think visual (1986) e UK Jive (1989), Phobia (1993), To The Boné (1994), com uma gravação ao vivo - em estúdio, de vários hits da banda. Em 1996 é lançada uma coletânea com os maiores sucessos da banda “God Save the Kinks”.

Na década de 1990, músicos de Britpop como Blur e Oasis citaram a banda como uma de suas principais influências. E de fato, em “Sunny Afternoon”, me lembrei muito das canções do Blur.


O The Kinks se separou em 1996 deixando um caminho sedimentado de belas canções. O estilo fortemente britânico das composições da banda a torna um tipo de “cronista” da época. Vale a pena conhecer!

"Lola" by The Kinks (legendado)


Em letras e canções...

"Um homem vive na esquina e seus vizinhos acham que ele está bem, porque ele nunca xinga e sempre aperta sua mão. Mas ninguém sabe que ele é um homem de plástico. Ele tem coração de plástico, dentes e dedos de plástico, joelhos de plástico e um nariz perfeito de plástico. Seus lábios de plástico escondem seus dentes e gengiva de plástico e suas pernas de plástico chegam até sua bunda de plástico. O homem de plástico não tem cérebro, não sofre e parece sempre o mesmo".
Plastic man - D. Davies

"Eu conheço um homem, que é poderoso. Ele tem as pessoas na palma de sua mão. Ele começou do nada e construiu seu caminho. Agora ele não vai parar enquanto não chegar ao topo. É a mesma velha história, é o mesmo velho sonho. É o poder e tudo o que ele pode trazer".
Powerman - R. D. Davies

"Aqui está uma história sobre um pecador. Ele era um vencedor que gostava de uma vida de sucesso e proeminencia. Mas as pressões no escritório, seus compromissos sociais e a ambição desmedida de sua esposa o levaram para a bebida. Ele se amarrou a uma piranha que o levou a uma vida de indecisões. Ela o fez gastar seu dinheiro e o abandonou numa favela. Um mísero bebado em alguma missão do Exército da Salvação".
 Alcohol - R. D. Davies

Curiosidade:


Ray Davies tem uma filha (Natalie), no seu relacionamento com Chrissie Hinde dos Pretenders, em 1983.

Em 1990, The Kinks foram indicados para o Rock and Roll Hall of Fame, reconhecendo sua contribuição para a música.


Integrantes (Formação Original):

Raymond Douglas Davies : 21/junho/1944 em Muswell Hill, Londres Inglaterra; Voz, guitarra e piano
Dave Davies:  03/fevereiro/1947 em Muswell Hill, Londres Inglaterra; Voz, guitarra
Peter Quaife: 27/dezembro/1943 em Tavistock, Devon - Inglaterra; Baixo
Michael Charles "Mick" Avory: 15/fevereiro/1944 em Hampton Court, Surrey - Ingalterra; Bateria

Outros:
John Dalton ; Baixo
John Gosling ; Keyboards
Andy Pyle ; Baixo
Jim Rodford ; Baixo
Gordon Edwards ; Keyboards
Ian Gibbons ; Keyboards
Bob Henrit ; Bateria
Mark Haley ; Keyboards

Fonte de pesquisa: Wikipédia e Sites da Internet

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