“Seria
uma espécie de ‘insatisfação’ o que leva alguém a não se deixar levar por
moldes propostos sejam eles filosóficos ou artísticos? Certamente. No entanto,
é uma definição tão adequadamente inadequada quanto qualquer outra. Aliás,
‘inadequação’ do artista também seria válida. Mas, nem todo artista criador é
um gênio, é apenas ‘inadequado’, o que pode levar a ‘insatisfação’ e, com
sorte, se houver determinação o suficiente, a ‘genialidade artística’. Esta
evolução é, todavia, um processo para poucos.
No
entanto, devemos compreender claramente que a característica chamada ‘criação’,
é de fato, algo que está inerente ao espírito humano. Somos todos agentes de
criação. Nas diversas formas que assume a nossa realidade cotidiana o ser
humano está em constante criação. Basta estar ‘inadequado’ e ‘insatisfeito’ e o
novo irá surgir. Esta característica trouxe o homem até os dias atuais sempre
renovando a realidade. Desde a mais insignificante mudança que façamos numa
receita culinária (sempre mudamos alguma coisa) ou uma decoração insignificante
que mudamos de lugar até o Acelerador de Partículas Hádrons, a criação e a
criatividade humana não cessam.
Mas,
especificando sobre a arte. Alguns artistas são criadores, e outros não. A
questão está intrinsecamente ligada ao fato de que alguns artistas estão mais
‘inadequados’ e ‘insatisfeitos’ com a realidade e outros encontram satisfação
seja com a sociedade, com si mesmo ou com sua arte. Não significa falta de
talento, mas possuem uma inadequada satisfação. Sem fome, não há caça. Não se
aventura pelas selvas da imaginação em busca do alimento. Não se vive aventuras
ou encontra o desconhecido. Nada de mal com isso, mas há diferença. Não se
posiciona artistas de entretenimento com criadores. A idiossincrasia se faz
assim:
Talento
+ satisfação= artista
Talento
+ insatisfação= artista criador mediano
Talento
+ instatisfação + auto-crítica = artista criador notável
Talento
+ insatisfação + auto-crítica + determinação = gênio
‘Insatisfação’ é a necessidade primária e como
diz o adágio popular: ‘A necessidade é a mãe da invenção!’ E, no mais, com desejo de pensar, repensar, avaliar, reavaliar fica aqui sem desejo de ferir mas, como cantaria a genial Rita Lee "Os acomodados que se incomodem!"..
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