Leibniz é mais conhecido por
seu otimismo, por sua conclusão de que nosso universo é, num sentido restrito,
o melhor de todos os mundos possíveis que Deus poderia ter criado. Essa ideia
muitas vezes foi satirizada por outros filósofos, como Voltaire. Leibniz,
juntamente com René Descartes e Baruch Spinoza, foi um dos três grandes
defensores do racionalismo no século XVII. O trabalho de Leibniz antecipou a
lógica moderna e a filosofia analítica, mas sua filosofia também remete à
tradição escolástica, na qual as conclusões são produzidas aplicando-se a razão
aos primeiros princípios ou definições anteriores, e não à evidências
empíricas..
Leibniz admitia uma série de
"causas eficientes" a determinar o agir humano dentro da cadeia
causal do mundo natural. Essa série de causas eficientes dizem respeito ao
corpo e seus atos. Contudo, paralela a essa série de causas eficientes, há uma
segunda série, a das causas finais. As causas finais poderiam ser consideradas
como uma infinidade de pequenas inclinações e disposições da alma, presentes e
passadas, que conduzem o agir presente. Há, como em Nietzsche, uma infinidade
imensurável de motivos para explicar um desejo singular. Nesse sentido, todas
as escolhas feitas tornam-se determinantes da ação. Cai por terra a noção de
arbitrariedade ou de ação isolada do contexto. Parece também cair por terra a
noção de ação livre, mas não é o que ocorre. Leibniz acredita na ação livre, se
ela for ao mesmo tempo "contingente, espontânea e refletida".
A contingência: a contingência opõe-se à noção de necessidade, não à de determinação. A ação é sempre contingente, porque seu oposto é sempre possível.
A espontaneidade: e ação é
espontânea, quando o princípio de determinação está no agente, não no exterior
deste. Toda ação é espontânea e tudo o que o indivíduo faz depende, em última
instância, dele próprio.
A reflexão: qualquer animal pode agir de forma contingente e espontânea. O que diferencia o animal humano dos demais é a capacidade de reflexão que, quando operada, caracteriza uma ação como livre. Os homens têm a capacidade de pensar a ação e saber por que agem.
As mônadas: a contribuição mais importante de Leibniz para a metafísica é a sua teoria sobre as mônadas, expostas em sua obra Monadologia. As mônadas equivalem para a realidade metafísica, o que os átomos equivalem para os fenômenos físicos. As mônadas são os elementos máximos do universo. As mônadas são "formas substanciais do ser com as seguintes propriedades: elas são eternas, incompostas, individuais, sujeita às suas próprias leis, sem interação mútua, e cada uma refletindo o próprio universo dentro de uma harmonia preestabelecida (historicamente um exemplo importante de pampsiquismo). Mônadas são centros de forças; substância é força, enquanto o espaço, extensão e movimento são meros fenômenos.
A essência ontológica das
mônadas é sua simplicidade irredutível. Assim como os átomos, as mônadas não
possuem nenhuma matéria ou caráter espacial. Elas ainda se diferenciam dos
átomos por sua completa mútua independência, assim as interações entre as
mônadas são só aparentes. Em vez disso por força do principio da harmonia
preestabelecida, cada mônada, segue uma instrução pré-programada, peculiar para
si, assim uma mônada sabe o que fazer em cada situação. Essas
"instruções" podem ser análogas às leis científicas que governam as
partículas subatômicas. Pelo princípio dessas instruções intrínsecas, cada
mônada é como um pequeno espelho do universo. Mônadas não são necessariamente
"diminutas": o ser humano, por exemplo, é constituído por uma mônada,
na qual o tema do livre-arbítrio é problematizado. Deus, também, é uma mônada,
e a existência de Deus pode ser inferida através da harmonia que se prevalece
diante de todas as mônadas; Deus através de sua razão e vontade se afigura o
universo através da harmonia preestabelecida.
Fonte: Wikipédia
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