Ying e Yang. Preto e branco. Positivo
e Negativo. A lua e o sol. Ordem e caos. Céu e chão. Conexões cósmicas. Opostos
complementares. Realidade conjunta. Maktub! Namastê!
Assim parece ser a união de Ana
Clara Caetano Costa e Vitória Fernandes Falcão: um todo maior que as partes.
Não à toa sempre surgem em contraste de cores. Ana vestindo branco e Vitória
preto. Elas se contrastam e complementam aos olhos.
Ana é objetiva e objetivo. Traz
as canções, compõe quase todas e dá a voz e o direcionamento. Suas letras,
porém, são subjetivas, emocionais e líricas sobre amor, solidão, conflitos e
assim, encontram ninho em Vitória, que é subjetiva, ilustrativa e ilustradora
das canções emprestando a elas emoção, sorrisos, olhares e também, claro, sua voz.
Quando opostos se complementam tudo
se movimenta. São como os pólos negativo e positivo. Separados, mantém em si o
que possuem e juntos transmitem corrente elétrica. Anavitória é eletricidade
sem ser cadeira elétrica assemelhando-se mais com um abajur suave ao lado da
cama, intimo necessário e insubstituível.
Em menos de 05 anos (iniciaram a
carreira em 2014 quando Felipe Simas, empresário de Tiago Iorc, as descobriu e
botou fé) elas gravaram Álbuns e Eps, um filme e um documentário sobre sua
trajetória. Foram reconhecidas com um grammy latino de “melhor canção em língua
portuguesa” e emplacaram várias músicas em novelas. Eletricidade. Seu ritmo
emula as bandas do início dos anos 60: sempre em movimento! Álbum, ep, filme,
documentário, regravação, música de carnaval, música de copa do mundo, Instagram,
You Tube, participação especial.. não se passam muitos meses sem que elas
apareçam com alguma novidade. Também, como essas bandas fizeram, marcam ponto firme
no carisma.
Pior cego é o que não quer
enxergar: Anavitória é especial. Existem outras bandas e cantores que estão em um
movimento similar também com boas canções, como o próprio produtor dos dois álbuns
e padrinho musical Tiago Iorc, mas a química de Anavitória está em outro nível e
a explicação foge da resposta objetiva, é abstrata e paradoxalmente é fato
manifestado no furor dos fãs e na diferença notável de exposição entre elas e
os outros. Eletricidade, reforço.
De minha parte, que sempre gostei
de boa música, fico feliz em ver um trabalho tão jovem já demarcar território
com tantas canções populares, pop sim, mas bem feitas, bem letradas e bem cantadas.
Isto é outro fato a favor: Até aqui o duo se mostra uma fábrica de hits
colecionando certificados de ouro, platina e diamante. Se você não percebe o
encanto e qualidade de canções como “Trevo”, “Singular”, “Barquinho de papel”, “Agora
eu quero ir”, “Cor de Marte”, “Cecília”, “Porque eu te amo”, “Calendário”, “Outrória”
e “Ai, amor”, para citar algumas, eu realmente lamento por você, ou talvez não.
Tão jovens, elas poderiam ter
oferecido todo esse potencial a estilos, para mim, bem menos interessantes, mas,
felizmente, não. Espero que assim permaneça e desenvolva. Eu vi um passo a
frente no segundo disco, e espero que esse crescente se mantenha. Vejamos até
onde as meninas podem alcançar e nos levar..
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