Uma vez li uma frase
interessante: “O brasileiro não é hospitaleiro, é colonizado” foi expressa pelo
vocalista da banda Ultraje a rigor, Roger Moreira, referindo-se a como tratamos
os estrangeiros. Concordei ,em parte,
porque se é fato que temos automatismos de subserviência, não coloco como
determinante nossa afeição pelas pessoas como um mero “clic” automático, ao
menos isso, nos permitam ter como qualidade.
Mas,
destarte essa questão acredito, sim, que sofremos em nossa personalidade cívica
um sério distúrbio que, na verdade, até hoje impede nossa formação integral como
cidadãos do país Brasil e participante da comunidade Mundo, que é o que apontou
Roger: Temos a mentalidade de colonos. Somos uma eterna vítima de um destino
atrelado a um poder que simplesmente nos educaram como superior. Como sempre uma análise histórica explica muita coisa.
Quando
tivemos a independência de Portugal, não houve sequer uma batalha, houve um
acordo. E não haveremos de nos colocar contra acordos que impedem perda de
vidas, porém, a questão é mais profunda. A independência nos apartou de
Portugal e não da Monarquia, e isto foi um grande mal. À rigor, o povo não
sentiu independência alguma, seu espirito não foi revitalizado com uma
alternativa. A mente coletiva colonial subserviente a um monarca pôde permanecer
em cada um, e arraigar-se em nossa cultura.
A
República que veio muito depois chegou poluída pela mentalidade colonial de
forma que o povo não entendeu seu papel, sua liberdade e seu poder. E não
entende até hoje. Os políticos imediatamente assumiram seu lugar como nossos
monarcas e principalmente colonizadores exploradores.
Dessa
forma, eles nos exploram, roubam e se riem. Recolhem nossos impostos com
voracidade e não distribuem em benefícios sociais. Alteram as leis a seu bel
prazer para que possam fugir de investigações, compram favores, e quando não se
aguentam sobre o próprio peso, é claro, aumentam os impostos.
Tudo
pode ser feito porque não existe um povo livre para questioná-los e sim um povo colonizado. O povo brasileiro reclama
mas ama seus políticos como antigamente amava seus principes e monarcas. Não
importa o que um ou outro faça, nós os defendemos, atacamos um ao outro e
votamos neles outra vez. Não há eleição democrática que possa mudar a
mentalidade de um povo, subserviente em uma cultura de colônia esculpida há
centenas de anos.
Isto
é um processo lento. Depende de educação, educação de qualidade. Não à toa, professores
são perseguidos como se fossem conspiradores de uma hipotética inconfidência
intelectual, é preferível enforca-los socialmente do que motivá-los. Acredito
em pessoas que pensem,! Apenas issso. Um pouco de lógica e bom senso já dariam
a resposta. Não ouço gritos selvagens de revolução, porque são estúpidas e em
geral, trocam seis por meia dúzia. A questão não é o sistema e sim, as pessoas,
sua falta de educação e civilidade. Enquanto mal orientados seja esquerda,
centro, direita, extrema isso ou extrema aquilo, sempre, sempre haverão os
colonizadores e os colonizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário