O gtum-mo, ou "suave e quente capote dos deuses", pertence aos ritos de iniciação dos alunos-lamas tibetanos e é praticado a grande altitude, no Himalaia, desde o nascer ao pôr-do-sol durante os exercícios de preparação.
Os alunos se apresentam completamente nus ou cobertos com um simples pano de algodão e ficam em êxtase segundo o seu grau de iniciação, quer sobre o solo ou sobre um rio congelado, quer sobre um tapete ou uma tábua. Devem estar em jejum e não podem beber durante o tempo de experiência qualquer tipo de bebida quente, seja qual for o rigor da temperatura, que pode atingir vários graus abaixo de zero.
Para o aluno, a experiência consiste em compreender a perda de calor resultante da nudez por meio da criação interna gtum-mo, quer dizer, pela produção de um número de calorias resultantes de uma misteriosa ação psíquica.
Os alunos-lamas e os iniciados lutam contra o frio, mas produzem, além disso, um calor suficiente para enxugar as toalhas molhadas que se colocam em cima deles. É o estado mais elevado da iniciação, que é praticado à noite, desde o pôr do sol até o amanhecer.
Os iogues, completamente nus, sentam-se no chão na posição de lótus. Os sacerdotes mergulham as toalhas na água gelada de um rio, retiram-nas rígidas pelo gelo e pousam-nas sobre os ombros dos homens em meditação.
As toalhas devem degelar, secar completamente, e então a experiência é recomeçada, até o nascer do dia.
É fácil imaginar que quantidades prodigiosas de calor desenvolvem os iogues assim treinados. Alguns chegam a secar quarenta toalhas numa noite (...)
(...) O ser humano é um maravilhoso complexo psíquico, com possibilidades insuspeitadas.
Fonte: História desconhecida dos homens- Robert Charroux
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