Panacéia dos Amigos

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quarta-feira

Alexandre, o Grande








Alexandre III da Macedônia, dito o Grande ou Magno foi um príncipe e rei da Macedônia, e um dos três filhos do rei Filipe II e de Olímpia do Épiro – uma fiel e ardente mística do deus grego Dioniso. Alexandre foi o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em sua juventude, teve como preceptor o filósofo Aristóteles. Tornou-se o rei aos vinte anos, na seqüência do assassinato do seu pai.
A sua carreira é sobejamente conhecida: conquistou um império que ia dos Balcãs à Índia, incluindo também o Egito e a Báctria (aproximadamente o atual Afeganistão). Este império era o maior e mais rico que já tinha existido. Existem várias razões para esses grandes êxitos militares, um deles é que Alexandre era um general de extraordinária habilidade e sagacidade, talvez o melhor de todos os tempos, pois ele nunca perdeu nenhuma batalha e a expansão territorial que ele proporcionou é uma das maiores da história, a maior expansão territorial em um período bem curto de tempo. Além disso era um homem de muita coragem pessoal e de reconhecida sorte.

Ele herdou um reino que fora organizado com punho de ferro pelo pai, que tivera de lutar contra uma nobreza turbulenta que freqüentemente reclamava por mais privilégios, as ligas lideradas por Atenas, e Tebas (a batalha de Queronéia representa o fim da democracia ateniense e por arrastamento das outras cidades gregas e de uma certa concepção de liberdade), revolucionando a arte da guerra. A sua personalidade é considerada de formas diferentes segundo a percepção de quem o examina: por um lado, homem de visão, extremamente inteligente, tentando criar uma síntese entre o oriente e ocidente (encorajou o casamento entre oficiais seus e mulheres persas, além de utilizar persas ao seu serviço), respeitador dos derrotados (acolheu bem a família de Dario III e permitiu às cidades dominadas a manutenção de governantes, religião, língua e costumes) e admirador das ciências e das artes (fundou, entre algumas dezenas de cidades homônimas, Alexandria, que viria a se tornar o maior centro cultural, científico e econômico da Antiguidade por mais de trezentos anos, até ser substituída por Roma); por outro lado, profundamente instável e sanguinário (as destruições das cidades de Tebas e Persepólis, os assassinatos de Clito e de Parménio, dois de seus melhores generais, a sua ligação com um eunuco), limitando-se a usar o pessoal de valor que tinha à sua volta em proveito próprio.

 

De qualquer modo, fez o que pôde para expandir o helenismo: criou cidades com o seu nome com os seus veteranos feridos por todo o território e deu nome para cidade homenageando seu inseparável e famoso cavalo Bucéfalo. Abafou uma rebelião de cidades gregas sob o domínio macedônio e preparou-se para conquistar a Pérsia. Em 334 a.C. empreendeu sua primeira campanha contra os persas na Batalha de Granico que deu-lhe o controle da Ásia Menor (atual Turquia). No ano seguinte, derrotou o rei Dario III da Pérsia na Batalha de Issus. Mais um ano depois, conquistou o Egipto e Tiro, em 331 a.C. Completou a conquista da Pérsia na Batalha de Gaugamela, onde derrotou definitivamente Dario III, o que lhe conferiu o estatuto de Imperador Persa.

A tendência de fusão da cultura dos macedônios com a grega provocou nestes temor quanto a um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca. Todavia, nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao oriente. Durante cerca de dois anos Alexandre manteve-se ocupado em várias campanhas de curta duração para a consolidação do seu império. Mas, em 327 a.C., conduzindo as suas tropas por cima das montanhas Hindu Kush para o vale do rio Indo, para conquistar a Índia, país mítico para os gregos, foi forçado a regressar à Babilônia devido ao cansaço das suas tropas, e instalaria aí a capital do seu império. Deixou atrás de si novas colônias, como Nicéia e Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, às margens do rio Hidaspes. Ele tinha a intenção de fazer ainda mais conquistas. Sabe-se que planejava invadir a Arábia e, provavelmente, as regiões ao norte do Império Persa. Poderia também ter planejado outra invasão da Índia ou a conquista de Roma, Cartago e do Mediterrâneo ocidental. Infelizmente nenhuma das fontes contemporâneas sobreviveu (Calístenes e Ptolomeu), nem sequer das gerações posteriores: apenas possuímos textos do século I que usaram fontes que copiaram os textos originais, de modo que muitos dos pormenores da sua vida são bastante discutíveis.

Alexandre morreu depois de doze anos de constante campanha militar, sem completar os trinta e três anos, possivelmente como resultado de malária, envenenamento, febre tifóide, encefalite virótica ou em conseqüência de alcoolismo.Com a sua morte, os seus generais repartiram o seu império e a sua família acabou por ser exterminada. Os Epígonos iriam gastar gerações seguidas em conflitos. Apenas Seleuco esteve prestes a reunificar o império por um curto espaço de tempo. Os seus sucessores fizeram o que puderam para manter o helenismo vivo: gregos e macedônios foram encorajados a emigrar para as novas cidades. Alexandria no Egito teve um destino brilhante devido aos cuidados dos ptolomaicos (o Egito, apesar da sua monumentalidade, nunca possuíra grandes metrópoles): tornou-se um porto internacional, um centro financeiro e um foco de cultura graças à biblioteca; mas outras cidades como Antioquia, Selêucida do Tigre e Éfeso também brilharam. Reinos no oriente, como os greco-bactrianos (Afeganistão) e greco-indianos, expandiram o helenismo geograficamente mais do que Alexandre o fizera. Quando os partas (um povo indo-europeu aparentado com os citas) ocuparam a Pérsia, esses reinos subsistiram até ao século I a.C., com as ligações cortadas ao ocidente..



Nó Górdio
Conta-se que o rei da Frígia (Ásia Menor) morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não se esquecer de seu passado humilde ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus. E a amarrou com um nó a uma coluna, nó este impossível de desatar e que por isso ficou famoso..

Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, porém, ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria toda a Ásia Menor. O único motivo de fama de Frigia se residia nesta carroça especial estacionada em um dos pátios. A carroça estava presa a uma canga pelo nó górdio. Durante mais de 100 anos, o nó górdio desafiara todos os esforços de inteligentes reis e guerreiros.

Até que em 334 a.C Alexandre, o Grande, ouviu essa lenda ao passar pela Frígia. Intrigado com a questão foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. No dia designado, o pátio encheu-se de curiosos. Todos haviam falhado, pensavam, e dessa forma, com que novo método poderia Alexandre ter êxito ?

Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó facilmente em dois, desatando-o. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos depois..

segunda-feira

Estudos da Biblioteca de Alexandria




Matemática
A matemática Alexandrina se preocupava a maior parte com geometria, mas sabemos de alguma pesquisa especifica em teoria numérica. Números primos eram uma fonte de fascinação no tempo dos Pitagoreanos.

Eudoxis de Cnidus, pupilo de Euclides, provavelmente trabalhou fora de Alexandria e é conhecido por desenvolver um método de integração, estudou o uso de proporções para resolver problemas e contribuiu com varias formulas para medir figuras em três dimensões. Pappus foi um dos últimos matemáticos gregos, se concentrou em números grandes e semicírculos, e também foi um importante transmissor para a cultura européia da astrologia descoberta de fontes orientais. Theon e sua filha Apatia também continuaram o trabalho em astronomia, geometria e matemática, construindo o trabalho de seus predecessores, mas infelizmente nenhum de seus trabalhos sobreviveu.

Astronomia
Astronomia não era meramente uma projeção de uma terceira dimensão numa Quarta, mesmo sendo assim que muitos cientistas gregos a classificaram. O movimento das estrelas e do sol eram essenciais para determinar posições terrestres, já que eles proviam pontos universais de referencia. No Egito, isso era particularmente vital para os direitos de propriedade, porque a indução anual do Nilo com freqüência alterava as marcas físicas no terreno e os limites entre os campos. Para Alexandria, da qual sobrevivia de exportar grãos e papiro para o resto do mediterrâneo, o desenvolvimento em astronomia possibilitou uma grande ajuda aos navegadores. Astrônomos gregos antigos concentraram-se em modelos teóricos do universo; Alexandrinos pegaram o trabalho de detalhar as observações e analisar a matemática envolvida em todas essas idéias.

Mapas do Céu
Erastóstenes, o versátil terceiro bibliotecário, juntou um catalogo completo de 44 constelações junto com seus devidos mitos, assim como uma lista de 475 estrelas fixas. Hipparchus ganhou o credito de inventar a longitude e latitude, importando o sistema circular de 360 graus da Babilônia, calculando o comprimento do ano dentro de uma precisão de 6 minutos, juntando um mapa estelar de constelações e estrelas e especulando que elas, as estrelas, tinham tanto nascimento como morte.

Esquemas do Universo
Aristarco aplicou trigonometria Alexandrina para estimar as distancias e tamanhos do céu e da lua, e também postulou um universo heliocêntrico, com o sol no centro do universo. Um colega sábio do Museu, Stoico Clinatos, acusou-o de blasfemador. Hipparchus de Bithynia, durante o reino de Ptolomeu VII, descobriu e mediu o procedimento de equinócios, e a trajetória do sol e da lua. 300 anos depois, Ptolomeu (sem relação nenhuma com a realeza egípcia) criou matematicamente seu elegante sistema de epicirculos para dar razão a geocentricidade da visão Aristoteliana, e escreveu um tratado de astrologia, ambos que depois se tornariam no paradigma medieval.

Geometria
Os alexandrinos juntaram muitos princípios geométricos de antigos matemáticos gregos, e também tinha acesso a conhecimentos egípcios e babilônicos no assunto. Esta é uma das áreas nas quais o museu se excedia, produzindo sua porção de grandes geomatros, desde sua criação. É dito que Demetrius convidou Euclides para Alexandria, e sua obra “Elementos” é conhecida como os fundamentos da geometria. Seus sucessores, notavelmente Apolônio, continuaram a pesquisa em formas cônicas, assim como Hipparchus.

Erastotenes e a Geometria Esférica: Calculando a Circunferência da Terra
O terceiro bibliotecário de Alexandria, Erastóstenes (275-194 AC), calculou a circunferência da terra com uma diferença de apenas 1%, baseado na medida da distancia entre Aswan ate Alexandria e a fração de todo o arco determinado pela diferença do comprimento da sombra ao meio dia nesses dois locais. Ele ainda sugeriu que os mares estariam conectados, que a África poderia ser circum-navegada e que a “Índia poderia ser alcançada navegando oeste da Espanha”. Finalmente, provavelmente sobre desenhos do Egito e do Oriente Médio, ele deduziu o comprimento do ano em 365 e ¼ dias e foi o primeiro a sugerir a idéia de adicionar um “dia a mais” a cada quatro anos.

Mecânica: Ciencia Aplicada
Arquimedes, o descobridor do numero pi, foi um dos primeiro sábios Alexandrinos a aplicar as teorias de movimento de geomatros e astrônomos em aparatos mecânicos. Entre as suas descobertas estão a alavanca e, como uma extensão do mesmo principio, o “parafuso de Arquimedes”, uma ferramenta para levantar água. Ele também é a figura da lenda do cientista levantando de sua banheira com o grito de “Eureka” depois de descobrir que a água é tirada de seu local com a imersão de objetos nela.

A hidráulica foi uma ciência que nasceu em Alexandria, da qual era o principio atrás do “Herói Pneumático”, um longo trabalho descrevendo muitas maquinas e “robôs” simulando ações humanas. A distinção entre a pratica e a teoria provavelmente não ocorreu a ele durante seus experimentos, que incluíam estatuas que misturavam drinques, bebiam e cantavam (através de ar comprimido). Ele também inventou o órgão de cano que mais tarde seriam usados nos “Banhos Romanos”, uma lâmpada que se auto-ajustava.

Medicina
O estudo de anatomia, que tem sua origem em Aristóteles foi conduzido extensivamente por muitos Alexandrinos, que provavelmente tinham a vantagem dos belos jardins e espécies de animais da biblioteca, alem da pratica Egípcia de mumificação. Um dos primeiros estudiosos dessa ciência, Herophilus, coletou e juntou o “Hippocratic corpus”, e embarcou em estudos próprios. Ele foi um dos primeiros a distinguir o cérebro e o sistema nervoso como uma unidade, assim como a função do coração, da circulação do sangue e provavelmente de vários outros órgãos e suas funções. Seu sucessor, Eristratos, se concentrou no sistema digestivo e os efeitos da nutrição, e postulou que os alimentos assim como os nervos e o cérebro influenciam em doenças mentais. Finalmente, no segundo século AC, Galen fez em Alexandria vastas e inúmeras pesquisas e junto com suas próprias pesquisas compilou quinze livros anatomia e a arte da medicina.

Conclusão
O Museu de Alexandria foi fundado num lugar e tempo únicos que possibilitaram seus sábios a criar sobre as técnicas dedutivas de Aristóteles e do conhecimento grego em ordem de aplicar esses métodos no conhecimento da Grécia, Egito, Macedônia, Babilônia e alem. A localização de Alexandria como um centro comercial, e como o maior exportador de material para escrever, ofereceu vastas oportunidades para o contato entre diferentes culturas e formas de pensamento. O esforço deliberado de seus sábios para juntar e analisar criticamente o conhecimento de sua época possibilitaram a primeira pesquisa sistemática de conhecimento por especialistas em novas áreas de conhecimento. Completas novas disciplinas, como gramática, preservação de manuscritos e trigonometria surgiram. Ainda, a grande coleção de documentos numa cidade Egípcia possibilitaram a transmissão de textos clássicos em árabe e hebreu, onde foram preservados por muito tempo depois que suas copias foram perdidas durante a Idade Media na Europa. Alexandria e seus primos, o Lyceum, a Academia, e a jovem biblioteca de Pergamon, foram provavelmente os protótipos de monastérios e universidades medievais. Enquanto muitos sábios modernos com freqüência se lamentam da quantidade de informações perdidas desde a queda da biblioteca, uma grande quantidade de descobertas e teorias Alexandrinas, especialmente em matemática e geometria, ainda provem um chão de trabalho para pesquisa moderna nestes campos. E Finalmente, os métodos de pesquisa, estudo, de armazenamento e organização da informação desenvolvida na Biblioteca são muitos os mesmos usados hoje em dia, apenas os pergaminhos lineares deram espaços para livros em estantes, e agora estamos vendo a transformação de livros em documentos numa mídia eletrônica..

Bibliografia
CASSON, Lionel. O Antigo Egito. Rio de Janeiro: José Olympio. 1972
CANFORA, Luciano. The Vanished Library. trans. Martin Ryle. University of California Press. Berkely: 1989.
JOHNSON, Emer D. History of Libraries in the Western World. Scarecrow Press, Inc. Metuchen: 1970.
http://www.unesco.org/webworld/alexandria_new/index.html

Fonte:
SitedeCuriosidades.com: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade
http://ekso.tripod.com/hist1/1-bib.htm

sexta-feira

A Lenda da Biblioteca de Alexandria e sua História





A biblioteca de Alexandria é uma lenda. Não um mito, mas uma lenda. A destruição da biblioteca do mundo antigo foi recontada muitas vezes. Muita tinta foi derramada, antiga e moderna, sobre os 40.000 volumes abrigados nos depósitos perto do porto, que foram supostamente queimados quando Julius Caesar incinerou a frota do irmão de Cleopatra. A figura de Hypatia, uma matemática, sendo arrastada de sua carruagem por uma multidão de monges pagões e queimada viva em cima dos restos da biblioteca encontram seu lugar na lenda também. Contudo quando nós soubermos de muitos boatos da destruição "da biblioteca" (na verdade, havia ao menos três bibliotecas diferentes que coexistiam na cidade), e se sabe hoje de escolas inteiras em Alexandria e o scholarship, existem poucos dados sobre as localizações, disposições, terras arrendadas, organização, administração, e estrutura física do lugar.

A primeira menção que existe da biblioteca está na letra de Aristeas (180-145 AC), um estudioso judeu abrigado na biblioteca que documentou a tradução do Septuaginto para o grego por setenta e dois rabinos. Esta maciça produção foi comissionada por Demetrius de Phaleron sob seu patrono, Ptolomeu I. O próprio Demetrius era uma ex-tirano de Atenas, e um sábio da primeira geração de Peripaticos. Isto é, era um dos estudantes de Aristóteles junto com Theophrastus e Alexandre, O grande. Demetrius, que foi posto no poder de Atenas com a ajuda de Alexandre, deu suporte para que Theophrastus findasse um Lyceum para os estudos de seu mestre, feito nos moldes da academia de Platão. Depois que Ptolomeu I ganhou o reinado sobre o Egito conquistado devido às vitórias de Alexandre, Theophrastus recusou o convite do Faraó em 297 AC de ensinar o filho de Ptolomeu do tutor, recomendando Demetrius, que tinha sido dirigido recentemente para fora de Atenas em conseqüência do conflitos político entre os sucessores de Alexandre.

De acordo com Aristeas, Demetrius recomendou a Ptolomeu o recolhimento de uma coleção dos livros sobre reinos e governos, do estilo de filósofo-reis de Platão, e além disso recolher livros dos povos de todo o mundo sobre comercio e sociedade. Demetrius deve também ter ajudado a fundar um museu no capital de Ptolomeu, Alexandria, um templo dedicado a Musas. Este não era o primeiro templo dedicado aos patronos divinos das artes e das ciências. Entretanto, como vinha fazendo a meio-século após o estabelecimento do academia de Platão, o Lyceum de Aristóteles, e a escola de Epicurus, e localizado em um centro rico do comércio internacional e de troca cultural, do lugar e do tempo eram maduro para que tal instituição florescesse. Os sábios foram convidados a realizar lá as atividades Peripaticas da observação e da dedução na matemática, na medicina, na astronomia, e na geometria; e a maioria das descobertas do mundo ocidental foram gravadas e debatidas lá pelos 500 anos seguintes.

Os arqueólogos não descobriram as fundações do museu, embora escavaram parcelas da "da biblioteca filha" no templo próximo de Serapis. Das fontes preliminares dispersadas estas parecem muito relativamente desobstruídas: estava no setor de Brucchium (nordeste) da cidade, ou provavelmente junto às terras do palácio. Foi cercado por cortes, por jardins, e por um parque zoological que continha animais exóticos das partes longínquas do império Alexandrino. De acordo com Strabo, em seu coração existia um Salão grande e um salão com uma abobada circular (talvez romano?) com um observatório em seu terraço superior; as salas de aula cercavam-no. Isto é muito similar à disposição do Serapeum, que foi começado por Ptolomeu II e terminado por seu filho. Os 30-50 sábios estimados provavelmente foram abrigados permanentemente lá, alimentados e financiados provavelmente pela família real primeiramente e, mais tarde, de acordo com um papiro romano adiantado, pelo dinheiro público.

As prateleiras físicas da biblioteca podem ter estado em um dos salões circulares de aulas ou no jardim, ou pode ter sido abrigado no Grande Salão central. Consistiam de buracos onde eram enfiados os pergaminhos, onde os melhores eram revestidos de linho ou de couro. As peles de pergaminhos vieram a moda depois que Alexandria parou de exportar papiro em uma tentativa de estrangular sua biblioteca rival mais nova, criada por Seleucidio em Pergamon. Nas épocas romanas, os manuscritos começaram ser escritos no formulário do codex (livro), e começaram a ser armazenados nas caixas de madeira chamadas armaria.

Aristeas, escrevendo 100 anos após a criação da biblioteca, escreve que Ptolomeu deu a Demetrius a tarefa de recolher livros e pergaminhos, assim como supervisionar o esforço maciço de traduzir trabalhos de outras culturas para o grego. Este processo começou com a tradução do Septuaginto, o Velho Testamento, para o grego, projeto para o qual Ptolomeu empregou 72 rabinos devido a sugestão de Demetrius.

No tempo de Demetrius, as bibliotecas gregas eram geralmente coleções dos manuscritos particulares, tais como a biblioteca de Aristóteles que continha os seus próprios e outros trabalhos. Os templos de Egito tiveram freqüentemente prateleiras que continham uma variedade de textos religiosos e oficiais, como determinados museus no mundo grego. Foi a grande ambição de Ptolomeu I de possuir toda a literatura sabida do mundo que fez possível a realização dessa coleção idiosincriatica de livros criando assim uma verdadeira biblioteca. John Tzetzes escreve diversos séculos mais tarde que Callimachus catalogou 400.000 pergaminhos mistos (provavelmente aqueles que continham mais de um capítulo) e outros 90.000 não-mistos. Os métodos dos sucessores de Ptolomeu para conseguir seu objetivo eram certamente originais. Ptolomeu III escreveu uma letra "aos lideres de todo o mundo" pedindo seus livros emprestados. Quando Atenas emprestou os textos de Eurípides, Aeschylus, e Sófocles, ele teve-os copiados, retornados as cópias, e mantidos os originais. Supostamente, todos os navios que pararam na porta de Alexandria foram procurarados por livros, os quais tiveram o mesmo tratamento. Assim o termo "biblioteca de navio" para algumas peças da coleção abrigada no museu. Este procedimento não ortodoxo inspirou ao menos o primeiro trabalho sistemático de arquivação dos textos clássicos, sem o qual nenhum dos autores teria sobrevivido.

Quando Demetrius era um converso de Serapis e assim provavelmente de um oficial do novo culto Grego-Egipcio inventado por Ptolomeu, o Serapeum não havia sido construído quando se deu a sua morte e não é recordado nem como o bibliotecário dessa instituição nem no museu. O primeiro o bibliotecário de que se tem registro era Zenodotus de Ephesus, que teve esse trabalho desde o fim do reino de Ptolomeu I até 245 A.C. Seu sucessor foi Callimachus de Cyrene era talvez o bibliotecário mais famoso de Alexandria, pois criou um catalogo de 120,000 pergaminhos chamado de “tabela de Pinakes”. Não era de forma alguma compreensivo, mas funcionava mais como um índice. Apolônio de Rhodes, seu rival mais jovem e escritor do notório épico, Argonautica, foi o sucessor de Callimachus. Erastóstenes de Cyrene, famoso geógrafo e matemático, sucedeu Apolônio em 235, e compilou seu "tetagmenos epi teis megaleis bibliothekeis", o “esquema das grandes estandes”. Em 195, Aristófanes ganhou a posição e atualizou os Pinakes de Callimachus

O ultimo registro de um bibliotecário foi Aristarchus de Samothrace, o astrônomo, que ganhou a posição em 180 AC e foi tirado durante lutas dinásticas entre os Ptolomeus. Enquanto a biblioteca e o museu continuaram existindo vários séculos depois, os sábios ficaram sendo chamados de “Alexandrinos” e nenhum bibliotecário foi mencionado pelo nome.

Enquanto é duvidoso que a biblioteca tenha tido uma organização sistemática, e sim de que tenham sido armazenados novos baús e prateleiras de papiros em grupos a medida que eles foram sendo adquiridos. Os Alexandrinos, a partir de Callimachus, tentaram manter registro dos pertences da biblioteca através de um catalogo de assuntos. Nisso eles seguiram a divisão do conhecimento como sugeria Aristóteles, ou ao menos seu estilo de organização que tenha caído dentro da categoria de “filosofia” em subdivisões de observações e ciências dedutivas.


Bibliografia
CASSON, Lionel. O Antigo Egito. Rio de Janeiro: José Olympio. 1972
CANFORA, Luciano. The Vanished Library. trans. Martin Ryle. University of California Press. Berkely: 1989.
JOHNSON, Emer D. History of Libraries in the Western World. Scarecrow Press, Inc. Metuchen: 1970.
http://www.unesco.org/webworld/alexandria_new/index.html

Fonte:
SitedeCuriosidades.com: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade
http://ekso.tripod.com/hist1/1-bib.htm
 

terça-feira

Renascimento

O pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação fiel da realidade. Esse período corresponde à Baixa Idade Média e início da Idade Moderna (do século XIII ao XVI) e pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).

Duocento e Trecento – No século XIII, o gótico começa a dar lugar para uma arte que resgata a escala humana. São as primeiras manifestações do que, mais tarde, se chamaria Renascimento. A principal característica dessa mudança é o surgimento da ilusão de profundidade nas obras. Em Siena, Duccio da Buoninsegna e, em Florença, Cimabue e sobretudo seu aluno Giotto são os pioneiros desse novo mundo. Nos afrescos de Giotto, na igreja de Santa Croce, em Florença, por exemplo, pode-se ver figuras mais sólidas do que as góticas, situadas em ambientes arquitetonicamente precisos, dando impressão de existência concreta: é o nascimento do naturalismo. No século XIV, escultores como Donatello (o "Michelangelo" do Trecento) aprimoram a técnica.

Giotto da Bondone (1266?-1337?), pintor e arquiteto italiano. Nasce em Florença, estuda com o pintor Cimabue, com quem trabalha também em Roma, e se torna um dos principais artistas de sua época. Os afrescos de Santa Croce e a torre do Duomo são suas principais obras em sua cidade natal. Revoluciona a arte ao conseguir dar expressão e profundidade às figuras humanas.

Quattrocento – No século XV, Piero della Francesca (afrescos na catedral de Arezzo) desenvolve uma pintura impessoal e solene, misturando figuras geométricas e cores intensas. O arquiteto e escultor Filippo Brunelleschi, criador da cúpula do Duomo de Florença, concebe a perspectiva, artifício geométrico que cria a ilusão de tridimensionalidade numa superfície plana. Defende a técnica e seus princípios matemáticos em tratados. A ela aderem artistas como Paolo Uccello (Batalha de São Romano), Sandro Botticelli (Nascimento de Vênus), Leonardo da Vinci (Mona Lisa), Rafael Sanzio (Madona com menino) e Michelangelo (Davi, Moisés e Pietá; teto e parede da Capela Sistina, no Vaticano; cúpula da Basílica de São Pedro). Michelangelo chega a um grau de sofisticação representativa que prenuncia o barroco em suas figuras. Na Bélgica e Holanda, nesse período, surgem os representantes do renascimento flamengo como Jan van Eyck, Hans Memling e Rogier van der Weyden, que desenvolvem a pintura a óleo.

Donatello (1386?-1466), escultor italiano. Donatto di Bardi nasce em Florença, começa como ourives e aos 17 anos aprende a esculpir em mármore. Inicia-se, como assistente, nas portas do batistério de Florença e realiza uma obra imensa. Esculturas como Davi, Madalena e São Jorge estão entre as mais marcantes, por seu poder de produzir tensão emocional.

Leonardo da Vinci (1452-1519), artista, arquiteto, inventor e escritor italiano. Nasce em Florença, se torna aprendiz de Andrea Verrocchio e recebe a proteção de Lorenzo de Medici. Entre 1482 e 1499 vive em Milão, onde pinta o afresco da Última ceia. Em Florença, entre 1503 e 1506, pinta a Mona Lisa. Vive em Roma, entre 1513 e 1517, onde se envolve em intrigas do Vaticano, e decide ir se juntar à corte do rei francês Francisco I. Nos estudos científicos, prenuncia a invenção de peças modernas como o escafandro, o helicóptero e o pára-quedas. Seu Tratado sobre a pintura é um dos livros mais influentes da história da arte. O maior representante do Renascimento, Da Vinci inaugura o antropomorfismo em sua arte e pensamento: "O homem é a medida de todas as coisas".

Michelangelo Buonarroti (1475-1564) escultor, pintor, poeta e arquiteto italiano. Nasce em Caprese, estuda em Florença e ganha a proteção de Lorenzo Medici. Em Roma, aos 23 anos, inicia a Pietá. De volta a Florença, esculpe Davi e pinta A Sagrada Família. Em 1508 começa a pintar sozinho os afrescos do teto da Capela Sistina, trabalho que dura quatro anos. Em 1538 pinta a parede do Juízo Final, na mesma capela. Oito anos depois, projeta a cúpula da Basílica de São Pedro. Ao mesmo tempo, retoma a Pietá e esculpe também a Pietá Palestrina e a Pietá Rondanini.

Cinquecento – Em Veneza, no século XVI, com pintores como Tintoretto, com sua grandiosidade, Ticiano, com seu uso de cores, Veronèse, com seu senso espacial, e Giorgione, com sua expressividade, começa a última fase do Renascimento. Abandonam a primazia da forma sobre a cor e a perspectiva rigorosa. Na Espanha, influenciado por Tintoretto, El Greco (pseudônimo de Domenico Theotokopoulos) alonga as figuras, usa cores mais expressivas e contrastes dramáticos de luz e sombra (O enterro do conde de Orgaz). Na França, além do maneirismo (o naturalismo levado ao máximo de detalhes e efeitos) da Escola de Fontainebleau, destacam-se os retratos alegóricos de François Clouet (Diana). Na Holanda, Pieter Bruegel cria uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época (Caçadores na neve), e Hieronymus Bosch pinta figuras oníricas, em cenários fantásticos, repletos de simbolismo (O jardim das delícias terrenas). Na Alemanha, surge uma pintura mais clássica, próxima do renascimento romano-florentino. O grande mestre é Albrecht Dürer, que influencia Lucas Cranach, Albrecht Altdorfer, Matthias Grünewald e os dois Hans Holbein, pai e filho.

Jacopo Robusti Tintoretto (1515-1594), pintor italiano. Nasce em Veneza. Pouco se sabe de sua vida. Em 1564, pinta cenas do Velho Testamento no teto da irmandade de San Rocco, da qual é membro. Influenciado por Michelangelo e Ticiano, experimenta composições grandiosas e efeitos de luz que influenciam a arte posterior. Revoluciona a forma narrativa, modificando a hierarquia clássica das histórias religiosas..

Referências bibliográficas

· ANDRADE, Mário de. Aspectos das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Martins, 1965.

· SOUZA, Alcídio Mafra de. Artes plásticas na escola. 5.ed. Rio de Janeiro: Bloch, 1974.

· SANTOS, João Carlos Lopes dos. O manual do mercado de arte: uma visão profissional das artes plásticas e seus fundamentos práticos. São Paulo: Julio Louzada, 1999

· PIJOAN, Jose. História da arte. (Rio de Janeiro): Salvat, c1978.

· CAVALCANTI, Carlos. História das artes: curso elementar. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

· BARRAL I ALTET, Xavier. História da arte. Campinas, SP: Papirus, 1990.

Fonte: http://www.conhecimentosgerais.com.br/artes-plasticas/renascimento.html