A energia vital básica reside no centro fundamental
(muladhara). Os hindus a chamam de Kundalini - o fogo serpentino. Lá
está a concentração energética que supre o corpo humano através dos
nádis - Ida e Pingala. Esta energia não é mais que a transformação do
que Kardec denominou de fluido universal, é o princÍpio vital.
Confere
plenamente com isto a observação de Coquet: “É unicamente graças a esta
energia que o mundo pode existir, e, em último lugar, é ela a força
primitiva que está subjacente a toda a matéria orgânica e inorgânica.”
Isto
concorda plenamente com o que ensina o espírito Galileu a respeito do
fluido cósmico: “Esse fluido penetra os corpos, como um oceano imenso. É
nele que reside o princípio vital que dá origem à vida dos seres e a
perpetua em cada globo, conforme a condição deste, princípio que, em
estado latente, se encontra adormecido onde a voz de um ser não o chama.
Toda criatura, mineral, vegetal, animal ou qualquer outra - porquanto
há muitos outros reinos naturais, de cuja existência nem sequer
suspeitais - sabe, em virtude desse princípio vital universal, apropriar
as condições de sua existência e de sua duração.
”As moléculas
do mineral têm uma certa soma dessa vida, do mesmo modo que a semente do
embrião, a se agruparem, como no organismo, em figuras simétricas que
constituem os indivíduos.” (Allan Kardec, A Gênese, FEB, cap. VI, nº
18).
Na ciência ocidental, geralmente a Kundalini é desconhecida
como tal, pois ela reside no corpo invisível. Entretanto, seus reflexos
são identificados na psicologia. Freud estudou-a como uma energia
sexual- a libido – que diminuiria a própria vida.
Com
mais correção, Jung chamou a atenção de que a energia psíquica não é
originariamente sexual - a libido para ele é neutra, sujeita a
transformações de acordo com a orientação que lhe é dada. O próprio
Freud, ainda que preso à energia sexual - admitiu estas transformações a
que chamou de sublimação do instinto sexual.
Em
realidade, a energia psíquica em seu desdobrar vai sendo dirigida para
cada um dos vários centros de força podendo cristalizar-se em um deles. A
exaltação da libido sexual teria como fator a concentração da energia
psíquica no centro genésico, dando àquele que estuda paralelamente o
fenômeno a idéia de que toda energia é de origem sexual. Por outro lado,
é de observar-se que o despertar de Kundalini provocou uma geração
anômala de sêmen, que vai sendo consumido na medida em que a energia
sobe em busca dos centros superiores. Uma visão parcial da questão pode
dar a idéia de que a energia em si é de ordem sexual.
Obstruída
que se encontra sua passagem no Sushumna pelo nó (granthi) de Brahma, a
Kundalini não tem acesso aos demais centros em linha reta. A ruptura
deste nó de Vishnu e do frontal, nó de Rudra, com a subida da Kundalini
também pelo canal central unindo assim os três nádis, torna-se
extremamente perigosa, podendo resultar na loucura e na morte, quando
mãos inexperientes tentam realizá-la. A projeção de Kundalini através
dos centros inverte o processo natural - é que a ascensão natural se
realiza depois que os centros estão desabrochados e os canais ao longo
da coluna vertebral se encontram livres.
A triangulação
das energias resulta numa queima extravagante se o indivíduo não se
encontra devidamente preparado física, mental e moralmente, determinando
sua destruição. Daí a necessidade de um guia para a realização de tal
ascensão. O próprio circuito de ascensão de Kundalíni é distinto
de indivíduo para indivíduo e vai depender do despertamento de seus
centros..
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