“O
melhor modo de encontrar a si mesmo é se perder servindo aos outros.”
( Mahatma
Gandhi)
Conversava com um amigo
sobre as mazelas sociais e os enganos que o ser humano comete contra o mundo e
claro, contra si mesmo. Como é possível que nós, seres humanos, possamos
cometer tantas atrocidades? Acabou se tornando uma questão crucial da conversa.
Foi neste ponto que coloquei um pequeno “porém” em nosso dialógo. Afinal, que
somos espécimes biológicos avançados e complexos não resta dúvida... mas
humanos? Eis algo para se pensar.
Retrocedamos e reflitamos. O
homem primitivo não muito diferente de seus ancestrais que estavam ainda mais
imersos no mundo animal passou a desenvolver habilidades que promoveram sua
distinção e dominação do ambiente. Habilidades admiráveis diga-se: Locomoção
ereta, Obtenção de fogo, Comunicação, Criação da Agricultura e não parou mais. No
entanto, habilidades são diferentes de humanidade. O ser humano aprendeu uma
série de habilidades, na verdade, as mais eficientes. Suas habilidades
superaram a do pássaros em voar, e a dos peixes em nadar, podemos viver em
qualquer ambiente porque a nossa habilidade principal, a inteligência, nos
permite superar qualquer habilidade de outros seres do mundo animal no que se
refere a superar desafios.
No entanto, isto não nos
torna humanos. Torna-nos “seres” capacitados. Observem que pelos menos segundo
acredito “humanidade” corresponde a um estado de racionalidade e sabedoria que
nos coloque distantes da lei do mais forte ou como também é conhecida “A lei da
Selva”, “A lei do mais forte” e não é precisamente tal lei que domina nossos
dias? Não estamos sempre prontos para brigar ferozmente para garantir o que
desejamos? Observe que as grandes cidades e mesmo as menores, por vezes,
parecem grandes selvas repletas de muita violência pela sobrevivência. Nosso
sistema de econômico também é baseado na lei do mais forte. Graças ao nosso
raciocínio não somos tão primitivos como nossos irmão animais, mas no que se
refere aos nossos sentimentos somos apenas um pouco melhores. Estamos ainda impregnados
do instinto da lei da selva que manda matar para não morrer.
Nem sempre o matar é físico,
afinal, nos tornamos mais civilizados, mas existe uma constante batalha entre
nós. Uma constante agressividade. E se estamos pouco melhores é porque não
faltaram instrutores que tentaram nos indicar os caminhos que de fato nos
tornam humanos: Amor, compreensão, humildade, tolerância, não-violência,
caridade. Muitos dirão que tais sentimentos são impossíveis, bem, voar era
impossível. Tantos objetivos eram impossíveis e você vive em meio deles. Pense
nisso!
Imagino que estamos a cada
época avançando um pouco mais neste tortuoso caminho para nos tornarmos verdadeiramente
humanos. Penso que somos “seres”, mas “humanos”?. Talvez, mas na verdade, como
espécie nos assemelhamos mais a crianças repletas de ansiedade, competividade,
talvez até certa inocência sobre o quão grande, complexa e maravilhosa é a
dimensão da existência. Somos o “ser
criança” crescendo para sermos um dia “humanos”. Felizmente, também somos uma
espécie curiosa e que aprende mesmo lenta e amargamente. Inevitavelmente
deixaremos de lado nossos instintos e atingiremos um elevado aprendizado moral
que nos conduzirá a uma verdadeira humanização da suposta “humanidade” atual. Para
concluir, vale repetir: Ser...humano? Quem sabe um dia..
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