Panacéia dos Amigos

quarta-feira

Albert Einstein

Nos anos que se seguiram à unificação da Alemanha, a cidadezinha de Ulm oferecia uma visão típica dos pequenos centros do sul do pás. Possuía, algumas fundições e uma indústria têxtil, mas a maior partedas atividades girava em tomo do pequeno comércio. Seus habitantes, de espírito largo e tolerante, liam poetas e dramaturgos como Schiller, Heine e Lessing, num contraste evidente com o iutoritarismo dos funcionários e oficiais prussianos, preocupados em consolidar o Império. Nessa cidade nasceu Albert Einstein, a 14 de março de 1879. Sua infância, porém, seria passada em Munique, para onde seu pai, Hermann Einstein, transferira sua loja de artigos elétricos. Ali Albert realizou seus primeiros estudos. Durante o curso secundário, não se adaptando aos métodos rígidos e mecânicos que caracterizavam o ensino da época, desenvolveu um desinteresse crescente pelas atividades escolares. Para muitos professores, o jovem não passava de um estudante medíocre. Cedo, porém, o "estudante medíocre" tivera sua curiosidade despertada pela ciência: aos cinco anos, presenteado com uma bússola, Einstein sentira a excitação da descoberta, ,maravilhando-se com o instrumento. E ele mesmoquem analisa essa emoção, que "parece nascer quando uma experiência vem desmentir um mundo de concepções já suficientemente arraigadas em nós.Sempre que uma tal contradição é sentida com força e intensidade, experimentamos uma reação decisivana maneira de interpretar o mundo. O desenvolvimento dessa interpretação é, em certo sentido, como um vôo contínuo a partir da surpresa". E Albert não parou mais de se maravilhar. Seu tio Jacob, competente engenheiro, despertou-lhe o interesse pela Matemática. Dizia ao sobrinho: "A álgebra é uma ciência muito interessante.Nela se vai à caça de um animal de que não se sabe o nome e que se designa por X; quando o caçador o agarra, dá-lhe o..verdaeiro nome". Daí para a escolha de um caminho independente foi apenas um passo e, antes de completar quinze anos, Einstein já se decidira - estudaria, sim, mas fora do horário das aulas, e o que lhe interessasse. De qualquer maneira, quando deixou Munique (expulso da escola sob a alegação de que "sua presença minava o respeito dos demais alunos pela instituição"), todos ficaram contentes: ele próprio, por abandonar uma disciplina sufocante; os professores, por se livrarem de um aluno rebelde. Mudou-se com a família para Milão, onde, atendendo aos insistentes apelos do pai -- que se achava à beira da falência e pedia que terminasse logo os estudos para arranjar trabalho - acabou por ingressar na Escola Politécnica de Zurique, na Suíça alemã, formando-se em 1900. Aí conheceu uma estudante húngara, Milena Maritsch, sua primeira mulher, com a qual teria dois filhos. Durante esse período, dedicou grande parte do seu tempo à leitura de trabalhos dos mestres do século XIX; adquirindo uma visão mais profunda da Física e seus problemas. Preferiu sempre organizar livremente seus trabalhos, sem se preocupar com os exames. Em sua autobiogralia, confessa: "Esta obrigação desviava-me de tal forma do meu trabalho que, depois dos últimos exames, só a idéia de abordar um problema científico me aborrecia durante todo o ano... Efetivamente, é quase milagre que os modernos métodos de ensino não tenham estrangulado completamente a curiosidade de investigação, porque esta delicada plantinha, mais do que estímulo, necessita de liberdade, e, se a privam dela, estiola e morre". Essa incompatibilidade com os meios acadêmicos lhe traria, contudo, dificuldades. Não conseguindo um lugar de assistente na Escola Politécnica, Albert passou os dois anos seguintes dando aulas particulares ou substituindo ocasionalmente algum professor de escola secundária, até obter, em 1902, um emprego na Repartição de Patentes de Berna. Sua insegurança financeira terminava, abriam-se novas perspectivas. A respeito desse emprego, escrevia: "A formulação de atas e patentes era uma benção para mim, pois permitia- me pensar na Física. Além disso, uma profissão prática é salutar para um homem como eu: a carreira universitária condena um jovem pesquisador a certa produção científica, e somente os caracteres bem temperados podem resistir à tentação das análises superficiais". Com o pouco trabalho e à atmosfera razoavelmente serena da repartição, Einstein pôde produzir a maior parte da obra científica que o imortalizaria: três trabalhos publicados em 1905. O primeiro versava sobre o efeito fótoelétrico e valeu-lhe o Prêmio Nobel de Física em1921. O sêgundo, sobre o movimento browniano, não só provou de maneira irrefutável a teoria cinética do calor, como forneceu a melhor prova "direta" da existência das moléculas. Comenta Einstein em sua autobiogralia: "Meu maior objetivo nisto foi encontrar fatos que pudessem garantir, tanto quanto possível, a existência de átomos de tamanhos definidos. No meio disto eu descobri que, em concordância com a teoria atômica, deveria haver um movimento de partículas microscópicas suspensas, abertas à observação . . . ". A comprovação de sua lei sobre o movimento browniano, através da experiência feita por Jean Perrin ". . . convenceu os céticos, que eram mais ou menos numerosos nessa época (entre eles, Ostwald e Mach), da realidade dos átomos. A antipatia desses sábios.pela teoria atômica prende-se indubitavelmente à sua atitude filosófica positivista. Este é um interessante exemplo do fato de que mesmo sábios de espírito cuidadoso e fino instinto podem ser obstruídos, na interpretação dos fatos, por preconceitos filosóficos".. No seu terceiro trabalho de.1905, intitulado Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento, eram lançadas as bases da Teoria da Relatividade Restrita, que abriria novos caminhos para o desenvolvimento teórico da Física.
Página Original em http://www.geocities.com/Athens/Atlantis/2121/index1.html

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