Um velho cruza a soleira/De botas longas, de barbas longas/De ouro o brilho do seu colar Na laje fria onde quardava/Sua camisa e seu alforje/De caçador...
Oh! Meu velho e Invisível/Avôhai! Oh! Meu velho e Indivisível/Avôhai!
Neblina turva e brilhante/Em meu cérebro coágulos de sol Amanita matutina/E que transparente cortina/Ao meu redor...
E se eu disser/Que é meio sabido/Você diz que é bem pior E pior do que planeta/Quando perde o girassol...
É o terço de brilhante/Nos dedos de minha avó E nunca mais eu tive medo/Da porteira Nem também da companheira/Que nunca dormia só...
Avôhai!/Avô e Pai Avôhai!
O brejo cruza a poeira/De fato existe/Um tom mais leve/Na palidez desse pessoal Pares de olhos tão profundos/Que amargam as pessoas/Que fitar...
Mas que devem sua vida/Sua alma na altura que mandar São os olhos, são as asas/Cabelos de Avôhai...
Na pedra de turmalina/E no terreiro da usina/Eu me criei Voava de madrugada/E na cratera condenada/Eu me calei Se eu calei foi de tristeza/Você cala por calar E calado vai ficando/Só fala quando eu mandar...
Rebuscando a consciência/Com medo de viajar Até o meio da cabeça do cometa/Girando na carrapeta/No jogo de improvisar Entrecortando/Eu sigo dentro a linha reta/Eu tenho a palavra certa/Prá doutor não reclamar...
Avôhai! Avôhai! Avôhai! Avôhai!
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