PARTE I
-ESCONDAM-SE CRIANÇAS! – Grita desesperadamente Elora para seus dois filhos, enquanto tenta barrar a porta de sua cabana com troncos estocados para o fogão. Os golpes contra a porta são fortes e contínuos.
Duas maças golpeiam impiedosamente a madeira. Elora sabe que não há muito que fazer. Arma-se com uma faca, e volta a segurar a porta. Os golpes e os gritos aumentam.
-Malditos Goblins! – lastima-se Elora, chorando desesperada. Ela não teme por sua vida, mas, pelos seus filhos. Se o seu destino é incerto, o de suas crianças não é. Goblins costumam aprisionar crianças para que cresçam seus escravos até quando consigam viver.O que será de Tûran e a pequena Elana?
-Malditos! Malditos! – Volta a repetir.
Um golpe mais forte a empurra, quebrando os troncos e rachando a porta. Pela fresta ela vê o sorriso confiante dos goblins que perseguiram suas crianças pela mata. Eles abrem a porta. Num golpe rápido, um deles avança a frente do outro e com sua maça a desarma de sua faca e prepara o golpe fatal.
-O deus Tyr! – Grita Elora desesperadamente – Sempre te fui fiel seguidora...aonde está a tua guerra contra meus inimigos?
Elora fecha os olhos e começa a orar. A aflição da fêmea humana diverte o feroz e cruel goblin que então, começa a desferir o golpe mortífero de sua maça de guerra...
Mas, então, ele se detém! Um golpe pesado o atinge pelas costas e ele sente algo úmido escorrer por sua armadura de couro e cair ao chão! Aterrorizado ele vê seu parceiro caído ao seu lado, morto.
Rapidamente ele se volta, mas um raio prateado vindo em descendente curva rasga sua face, e faz brotar o rubro líquido de suas veias que transformam rapidamente sua visão num mundo vermelho e enfim, profundamente escuro. O goblin cai, morto, sua face monstruosa destroçada por um machado de guerra.
Elora ao abrir os olhos mal pode crer que os goblins estão caídos ao chão, então olha para o umbral da entrada e vê...um anão! Traja um manto, armadura de couro, e botas de andante. Seus cabelos, ruivos, e barba longa estão trançados e um medalhão com a insígnia do deus TYR brilha em seu peito.
Não tema...vim ajuda-la! – Diz o anão pausadamente.
-Oh, louvado seja Tyr, o deus da guerra. –responde Elora, com indescritível alegria. – Louvado seja Tyr!
O anão, clérigo de Tyr, sorri. Apesar de sua aparência temível, seu sorriso é franco e contagiante. – Acalma-te, o grande deus jamais abandona aqueles que tem fé em sua mão vingadora - Diz pausadamente, mas com confiança e vitalidade.
-Eu acredito! – responde Elora, emocionada -Como devo chamar-te, tu que foste a mão salvadora do deus?
-Como Barthôuke, sou conhecido! Barthôuke Ironhead, clérigo-guerreiro de Tyr!
-Bem-vindo seja! Chamo-me Elora, por favor, acomode-se!Meu marido, um lenhador, está para chegar.
-Antes...devo levar estes demônios para longe de teu lar, a fim de que os chacais da mata dêem cabo deles.
Amarrando os dois corpos, com uma corda, Barthôuke os arrasta pela mata. O céus estão repletos de nuvens carregadas, e trovões ecoam distantes. Uma nova chuva se anuncia ao fim deste dia, chuvoso desde a aurora.
Ao retornar Barthôuke, encontra a senhora do lar, preparando um caldeirão de sopa, as crianças próximas a mãe observam ajudando quando solicitadas.
-Espero que Alaors, meu marido,não se demore. Estas nuvens carregadas prometem forte tempestade. E a noite, cairá em meros instantes.
-Um tempo assim é que encorajou os goblins a saírem de suas tocas.
-Mas, não há goblins nesta região.
A chuva cai . Repentina e furiosamente.
-Entendo, no entanto, isto significa que alguma tropa deles está por aqui . Goblins sempre andam em bandos.
-Tyr! Alaors, meu marido! Ele corre perigo.
-Me mostre a direção do campo de trabalho, vou ao encontro dele.
Um grito se faz ouvir, do lado de fora:
-ELORA!!!
Súbito, o lenhador Alaors adentra sua casa. Seu rosto parece transtornado, estarrecido. Corre em direção a sua esposa, sem notar o visitante de seu lar.
-Elora! Eu a vi!
-Do que falas, Alaors?
-A mulher-demônio!
-O-o que dizes?
- A mulher-demônio existe realmente! Eu a vi! Os poderes das sombras infernais estão sobre estas terras!
Um trovão explode retumbante e a tempestade acentua-se ainda mais...Barthôuke ouve o silvo dos ventos repentinamente entrando pela entrada da cabana. Buscando o medalhão de Tyr em seu peito, ele renova seus votos de entregar a vida dos inimigos tombados à honra de seu deus. Ele não foi enviado a este ermo lugar em vão! Novas batalhas se aproximam...
PARTE II
-Alaors, meu marido, o que faremos?
Antes de responder Alaors volta-se e afinal, percebe a presença de um estranho em seu lar, alarmado, empunha seu machado de lenhador.
-Não, Alaors! –Intervêm Elora - Ele é um clérigo-guerreiro de Tyr! Salvou tua família de um ataque de goblins!
A revelação faz com que o semblante de Alaors se tranqüilize, e então, ele diz:
-Sê bem vindo! Peço teu perdão.
Barthôuke assente com a cabeça, aceitando o pedido.
-O quê...você encontrou na mata? Revele-me.
-Sim, mas antes, senta conosco para a ceia e te revelarei tudo. Após selarem e barrearem a porta de entrada.Barthôuke e Alaors sentam-se à mesa. A família e seu convidado servem-se da ceia e a história da mulher-demônio finalmente começa a ser relatada...
-Há mais ou menos quinze dias atrás...- relata Alaors pensativamente –crianças de nossa vila, Arndach, brincando pela mata, juram ter visto uma forasteira de capuz e mantos negros vagando. A príncipio, julgávamos ter sido apenas uma invenção ou imaginação da parte delas. Mas, então, o velho Derrick, um dos mais antigos e corajosos dentre nós, afirmou tê-la visto também. Ele a viu vagando pela matas sem o capuz que, normalmente, oculta seu rosto. E isto foi o que o aterrorizou. Ele afirma ter visto um rosto desfigurado, um rosto de demônio!
-O pobre homem, ainda está abalado, tem medo de ter sido amaldiçoado pela mulher-demônio por ter visto o seu rosto.-Conclui Elora.
-Ele não pode estar mais aterrorizado do que eu mesmo me encontro! - Barthôuke e Elora passam a ouvir atentamente - Já havia terminado a cota do dia no campo de trabalho. Resolvi adentrar a mata para estabelecer novo campo, foi quando percebi que alguém me observava. Eu me voltei e lá estava ela. Eu vi o rosto demoníaco! Completamente desfigurado do seu lado direito. Horrível! Horrível! Não sei descrever, a pele é machucada, os olhos não fecham, os dentes estão à mostra...não sei., fiquei com muito medo, e corri quando ela estendeu sua mão na minha direção na certa pretendia me enfeitiçar.
-Hmmm...ela carregava algo?
-Bem, estava apoiada num cajado, tinha ervas numa das mãos e na outra um livro.
-Hmmm...-rumina Barthôuke enquanto acaricia sua barba pensativamente – Ela não procurou persegui-lo?
-Não. Bem, não sei direito! Corri sem me voltar para trás!
-Oh, meu querido, ainda bem que escapou...este demônio pode ter trazido os goblins aqui! Queria nos destruir, eles devem estar a serviço dela – comenta Elora olhando para Barthôuke em expectativa.
-É possível...mas, só há uma maneira segura de averiguar isto! – Diz,levantando-se e recolhendo seu saco de viagem e ajustando seu machado às costas.
-O que vai fazer?-Pergunta Elora.
-Agradeço a acolhida de vocês...devo partir agora. O destino traçado para mim, pelo deus Tyr é...bastante claro. Devo caçar e destruir a mulher-demônio! Alors! Indique a direção do campo de trabalho.
-Mas, é noite e a tempestade continua...
-A escuridão nada significa para os anões! Admito que a chuva é um incômodo, mas estou decidido a partir agora, tenho meus motivos.
-E os goblins?
Barthôuke observa as crianças que se assustam com a menção das criaturas e sorri tranqüilizador para todos.
-Não temam! Esses dois deviam ser desgarrados sem importância. Se assim não fosse, o ataque a esta casa teria sido por um número muito maior deles. Estarão seguros. Fiquem sob a proteção do deus guerreiro TYR!
-Sua proteção esteja sobre nós - responde Elora, acrescentando –E sobre ti, clérigo-guerreiro!
A chuva é torrencial e pesada. Caminhar por florestas nunca foi das maiores alegrias para Barthôuke e as lendas sobre a floresta de Llewjandhe também não são confortadoras, mas, o clérigo anão está intrigado demais para esperar em sua demanda. Logo, ele se encontra no local aonde o lenhador havia visto a mulher demônio e resolve investigar além, seguindo a orientação de seu deus. Tyr sempre o leva até seus inimigos, não seria diferente agora.
E não é.
Poucos metros a sua frente, ele observa um rústico abrigo de couros amarrados ente árvores, em seu interior, um fogo débil e a sua frente esta a mulher-demônio perdida em pensamentos. Seu rosto é de fato, horroroso. Como uma cicatriz que desfigura desde o topo do crânio até o queixo no lado direito. Uma cicatriz grande, aberta em carne viva que desfez seus cabelos, retirou as pálpebras de seu olhos deixando-os a mostra, bem como os dentes de cima e baixo.
Barthôuke medita profundamente. Tomando seu medalhão e livro sagrado professa uma oração a seu deus e então, resolve se aproximar sem ocultamentos ou silêncio.
-Quem está aí? –Diz a mulher recebendo atônita a tranqüila chegada do anão.-O que quer comigo?Um clérigo-guerreiro! Veio me caçar a pedido da vila?
Barthôuke não responde, apenas observa.
-Estou preparada para morrer, anão! Mas, saiba que você e outros estão enganados!
Barthôuke empunha seu machado de guerra e retesa os músculos convocando a fúria de seu deus. A mulher-demônio abre um livro e direciona sua mão esquerda de encontro a um pequeno bolso em sua cintura. Então, o anão fala feroz e entre dentes para ela.
-Não vim lutar contra você, mulher! Vim lutar COM você!
-O quê...?
-Estamos cercados por toda uma tropa de goblins! Prepare-se, pois a deusa morte está a nossa volta sorrindo triunfante!...
PARTE III
Eles surgem de todas as direções! Urrando seus gritos de guerra ferozmente! Eles são dezenas contra apenas dois, o triunfo chega a ser palpável no ar. Com desprezo eles se aproximam de suas vítimas formando um cerco. Alguns, sim, assustam-se com o rosto da mulher, outros apenas se divertem. Todos espreitam esperando a ordem de seu líder para que eles sejam trucidados por todos. Especialmente o anão.
RRRRAAAAARRRRRGGGGGGGHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas, a ordem não chega! Um urro de fúria descomunal explode vindo de Barthôuke! Estarrecidos os goblins vêem seu inimigo transformar-se aumentando seu tamanho, seu rosto se contorce e desfigura enquanto veias saltam forçando a pele. Seu machado começa a tremeluzir com um bruxuleante tom vermelho-sangue. Alguns dos goblins reconhecem estes sinais.
-A fúria de TYR!
Um novo urro selvagem e ele salta sobre eles como um animal ferido e furioso!
RRRRAAAAARRRRRGGGGGGGHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um único golpe e um corpo estende-se ao chão, veloz , um novo golpe encerra outra vida! Os olhos estão parados, a fúria está consumindo o anão.
Assustados eles se voltam ao seu líder apenas para vê-lo ser atingido por um dardo místico que explodem contra seu peito. Urrando de dor, o líder goblin cai pesadamente, morto. A mulher se volta contra os outros e começa a recitar um novo feitiço.
-Feiticeira! A maldita é uma feiticeira! – Compreendem, os goblins.
Um novo dardo místico liberta-se de sua mão direita, ferindo outro goblin que não mais consegue se levantar.
RRRRRRRRRRAAAAAAAAAARRRRRRRGGGGGGGGHHHHHHHHH!
Barthôuke está ferido, mas, nada parece capaz de detê-lo! A loucura tomou conta do clérigo-guerreiro. Seu machado gira velozmente como um círculo prateado e rubro de fúria e morte. A chuva torrencial dificulta os movimentos dos goblins, mas nada significam para o assassino de Tyr que urra a cada inimigo tombado!
RRRRRARRRRRRRRRRRRRRRRRGHHHHHHHHHHHHHHHHH!
A mulher retira um vidro e lança seu conteúdo no chão sob os pés do goblins mais afastados de Barthôuke, em instantes, um inferno de chamas explode entre eles.
-Fogo do inferno, o demônio trouxe o fogo do inferno! Fujam!
RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRAAARRRRRRRRRRGHHHHHHHHH!
Assustados, outros goblins tornam-se vítimas fáceis do anão enlouquecido, novos inimigos são trucidados pela fúria de Tyr!
O fogo alastra-se! Um dos goblins resolve assumir a liderança.
-Eles são insanos! Nem a tempestade consegue apagar este fogo infernal! Esta batalha não vale a pena, vamos embora! Vamos embora!
Os goblins fogem rapidamente. Mas, o anão continua a persegui-los furiosamente. A mulher resolve segui-los, porém, de repente, todos parecem se esconder nas matas e desaparecer. O anão urra de ódio e decepção! A mulher resolve se esconder. Barthôuke urra novamente, busca inimigos a seu redor, avança alguns passos. Para. Então, após um último e mais fraco urro cai pesadamente no chão.
Seus olhos demoram a se acostumar com a luz do sol. Barthôuke sabe que despertou vivo novamente da fúria de Tyr. Sua missão ainda não acabou.
-Saudações, clérigo-guerreiro.
Ele se volta, e vê lhe ser entregue uma cuia com sopa vinda de um caldeirão fervente.
-Um clérigo-guerreiro...tomando sopa feita pelo demônio? HAHAHAHAHAH!–Gargalha o anão, confiante e despreocupado.
-Não sou um demônio!
-Sei disso. –Diz Barthôuke, gravemente. – Acredito que não é uma criatura abissal.
A mulher observa surpresa.
-Você é uma feiticeira que foi AMALDIÇOADA por um demônio!
-S-sim, foi isto que me ocorreu.
-Bem, feiticeira...Eu sou Barthôuke Ironhead, e, creio, mereço ouvir sua história - Diz o anão deixando a cuia de sopa ao lado, vazia.
Hesitante, a mulher começa.
"Sou conhecida como Chalice Moonstain, a amaldiçoada. Vivia num pequeno vilarejo em um reino distante, o qual agora não importa, fui criada pelos meus tios, John e Murna, já que meus pais morreram quando ainda era um bebê vítimas de uma peste que assolou a região".
"Vivi tranqüilamente até o dia em que completei dez anos e encontrei, num antigo baú de meu tio, livros e papiros antigos. Desde pequena me interessava pelas histórias de magia e aquilo era magia! Um dos papiros ensinava invocar um demônio para servir a quem o convocasse".
"Eu não tive dúvidas, convidei meus melhores amigos, Amalric,Mona,Melina,Bertrand e Jack, juntos, fugimos em direção a um vale afastado, foram horas de viagem, uma pirraça infantil, chegamos somente a tarde da noite.
As sombras estavam sobre nós. Naquela noite, estávamos ali , tão assustados quanto excitados com a audácia de nosso objetivo: Conjurar um demônio! ".
PARTE IV
"O ritual parecia muito simples. A maioria do material necessário estava no baú de meu tio. Apenas, um pouco de terra do local e o momento certo foi o que providenciamos: Meia-noite, numa noite de lua cheia!".
"Fizemos um círculo em volta da fogueira e desenhamos o símbolo descrito no pergaminho. Enfim, cortamos levemente nossos pulsos e lançamos um pano, compartilhado por todos, e repleto de nosso sangue no fogo místico que havíamos produzido".
"Uma dificuldade: Um de nós, Amalric, recusou-se participar do ritual".
-Isto é tudo uma tolice, Chalice! Fiquem aqui com seu demônio todos vocês! Eu e minha adaga vamos buscar alguma coisa para comer! Se o demônio aparecer vai estar com fome e para não comer vocês é melhor que eu traga alguma coisa! Ahahah...!
"Amalric era, certamente, o mais corajoso de todos nós! Seu gracejo era sincero, despreocupado e sem temor. No entanto, teve um péssimo efeito sobre nossa confiança, afinal, não éramos tão corajosos quanto ele!".
"Mona foi a mais afetada. Ela era a mais jovem de nós, apenas seis anos, eu não deveria tê-la trazido, mas, ela me adorava e eu queria impressiona-la ainda mais, como também queria o mesmo com todos os outros".
"De repente, Bertrand gritou, fiquei assustada, e quebrando o círculo, corri ao seu lado".
"Foi quando vi uma serpente adulta, que se esgueirava até nós, passou ao lado de Bertrand e de mim. Era grande, seu corpo envolveu a fogueira e sua cabeça se levantou como num bote. Se Amalric estivesse ali, há muito tempo teria se munido de qualquer coisa e tentado mata-la como já matara muitas serpentes antes, mas nós, demoramos a reagir quando, finalmente, os meninos, Bertrand e Jack começaram a reagir, a serpente emanou um estranho brilho em seus olhos e voltou-se para nós":
-Ora, ora, crianças que maneira de recepcionar um visitante....!.
"Era o demônio que havíamos convocado! Ficamos todos paralisados enquanto a serpente parecia nos observar por um instante, enfim, tive coragem de conversar com ela, exigi segundo os ditames do ritual que ela me obedecesse e o demônio aceitou dizendo que atenderia um pedido, conforme as regras da magia. Quando ele me perguntou o que desejava eu, tolamente, fiz meu pedido":
-Desejo...que nos traga comida!
"Repentinamente um fulgor surgiu ante a serpente e cobrimos os olhos quando pudemos ver de novo, um pano estava estendido sobre o chão e sob ele estavam queijo, pão, água, cordeiro fumegante, mel, e frutas secas... um banquete!".
"Sinceramente, nada melhor havia me ocorrido, estávamos com fome, Amalric não retornava e o que ele disse sobre um demônio faminto também não saía da minha cabeça assustada...!".
"Portanto, exigi que o demônio comesse conosco, o que o fez , à sua maneira caçando e devorando um rato, para o nosso pavor".
"Minha cabeça fervilhava – Que pedido idiota, fui fazer! Mas, não faz mal, pensarei algo melhor da próxima vez – pensei".
"Havíamos todos terminado, e li nos olhos dos outros que eles queriam que tudo aquilo acabasse logo, então me dirigi à serpente com autoridade:".
-Pois bem, demônio! Agora, vai -te daqui! Volta de onde veio! - Ele riu de mim, e então, disse:
-Sem dúvida, minha pequena criança, mas, não sem antes cobrar o meu preço!
-P-p-preço? Mas...
-Tola criança! Acaso, não lestes a lei? Devo cobrar o meu preço por ter te servido...
"O terror tomou conta de todos nós... Melina e Mona começaram a chorar...".
-Assim sendo, tola criança - Disse a serpente saboreando cada palavra - O meu preço é ...a vida de todos os seus amigos...
-Nãããoooooo...!
"Ainda me recordo, claramente, de Mona gritando desesperada, enquanto lágrimas amargas de agonia e medo cortavam a minha face...".
- Não havia nada disso escrito! –"protestei, lutando contra meu próprio terror"-Eu li, se o ritual fosse feito corretamente, tu não terias nada a exigir!
-Oh, sem dúvida, pequena feiticeira, no entanto tu quebraste o círculo místico quando teu amigo se assustou com a minha chegada.
"Ele tinha razão. Eu havia quebrado o ritual, que deveria ser preciso e sem falhas. O desespero tomou conta de mim". Implorei para que deixasse ir meus amigos, que o preço deveria ser pago por mim mesma, mas , o demônio recusou a proposta Foi então que senti braços me segurando! Todos os meus amigos haviam sido dominados pela serpente. Seus olhos eram frios e sem vida."
-Me larguem! Não!-A serpente se aproximara de mim, sua língua de duas pontas roçavam meu rosto...
"Foi então que, a serpente demoníaca me "beijou" num bote rápido contra o lado direito de meu rosto. Senti seu veneno penetrando meu corpo. A saliva da besta era ácida e começou a queimar e destruir meu rosto, a dor era intolerável".
"Em meio a minha agonia, podia ouvir meus amigos tomados por demônios gargalhando, gracejando e se extasiando com meu sofrimento. Jamais me esquecerei... foi quando ouvi vozes diferentes me chamarem":
-CHALICE!
-NÃO! CHALICE!
"Eram meus tios, haviam nos encontrado". Mas, antes que pudessem fazer algo, meus amigos Bertrand e Jack os seguraram , fizeram dobrar seus joelhos e seguravam firmemente seus pescoços e mãos. A força deles era, agora, muito superior a de simples crianças!"
-Observe pequena Chalice! Observe bem...! - O demônio fez com que virassem meus rostos desfigurados, inchados e doloridos em direção aos meus tios...foi quando meu tio John gritou para mim, desesperado :
-Chalice!... coragem, minha filha, você não... –Arrrggggghhhh!
"Mas, meu tio não conseguiu concluir, e , ainda hoje, me pergunto o que ele queria me dizer...Seja como for, Bertrand e Jack com suas redobradas forças demoníacas em um movimento rápido mataram meus tios e jogaram seus corpos bem a minha frente".
-TIO JOHN! TIA MYRA!
Nããããããããããããããããããããããããooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...!
PARTE V
"Comecei , então, a perder a consciência, a dor em meu rosto e o terror minaram as minhas forças!
Minha vida havia acabado em meio à tragédia e risos demoníacos de todos a minha volta! Tudo se tornou confuso, como num sonho, estava a um passo de perder os sentidos quando vi uma luz que parecia a alvorada surgindo da mata, e então, ouvi o trotar dos cascos de cavalos cavalgando em nossa direção. Eram muitos. Para minha surpresa, de repente, o demônio não mais se divertia e começava a gritar:
-Nããããããããoooooo! Como se atrevem? Como se atrevem?
"Foram às últimas palavras que ouvi e então, afinal, desmaiara e adentrei em sombras que pareciam intermináveis... mas, não eram. Eu estava viva. Havia sobrevivido à noite infernal! O que primeiro senti em meu corpo foi a benção da luz solar aquecendo-me, era reconfortante sentir que despertava para um novo dia! E som dos pássaros, uma canção me saudava, até hoje, recordo-me da doce melodia. Foi então, que resolvi abrir os olhos..."
"E os vi ."
"Eram dois homens e duas mulheres e estavam sobre mim, me observando. Seus cabelos eram estranhamente brancos, como neve, assim como suas túnicas e sua pele. Entre seus olhos, havia um pingente, uma espécie de triangulo entrelaçado de marfim com uma lua crescente e uma estrela feitas de ouro em seu centro. O pingente estava preso por uma corrente também de ouro. Mas, eram seus olhos que me tomaram o coração. Profundos, tristes, inquisitivos e ... absolutamente VERMELHOS!"
-Não! Não! Não! Vocês...vocês...também são...
-Demônios...pequena Chalice? – "Disse um deles sorrindo divertido para si mesmo".
- Pequena Chalice...não somos demônios! Não precisa ter medo de nós! –"Disse suavemente uma das mulheres. "
"De repente, sem que pudesse entender, senti-me segura, por algum motivo aqueles estranhos em seus trajes brancos e olhos vermelhos transmitiam ao meu assustado coração um sentimento intenso de paz. Eles me levantaram com cuidado, e o homem e a mulher, de um lado e do outro, me pegaram pela mão para me guiar".
-Vamos para Moonstar!
-Moonstar?
-Sim, é nosso lar e daqui adiante, o seu lar também!
"Moonstar eram como chamavam uma pequena vila situada no centro do vale. As pessoas em Moonstar eram profundos e sábios e estavam profundamente ligados a magia. Não pareciam ter ligações com o exterior, ao menos EU nunca vi forasteiros lá.
Fui recebida como um deles e instruída desde o primeiro dia, para que pudesse canalizar as energias primárias do universo. Aprendi tudo sobre as escolas místicas, os grandes magos, os rituais, símbolos, palavras de poder, gestos rituais e material místico. História moderna e antiga e o uso das letras. No entanto, antes que todas estas maravilhas viessem a mim, eu tive que enfrentar outra dura provação.
Estava ali, há três semanas e brincava com outras crianças, eu não esquecera nada do que havia passado e acordava todas as noites em prantos ouvindo o sibilo da serpente. Todavia, por conselho dos meus amigos Mass´inas e sua mulher Ma´chy, eu deveria evitar pensar naqueles acontecimentos por enquanto... o destino os traria novamente até mim. No entanto, a mão do destino agiu mais rápido do que podíamos supor...".
"Repentinamente, meu rosto começou a queimar e doer enormemente naquela manhã, nunca me esquecerei do horror das outras crianças que ao me ver começaram a gritar e correr aterrorizadas!
"Mass´inas e Ma´chy vieram até mim imediatamente. Eles me abraçaram com muita ternura e Mass´inas me carregou até sua casa, aonde também eu vivia. Lá, eles conversaram comigo e me contaram que o demônio havia me amaldiçoado com seu beijo. A maldição da lua. Eu estava condenada, em todo o período de lua cheia, a ver o retorno das chagas em meu rosto!". Me recordo de cada uma de suas palavras:
-Acreditamos que havíamos curado você, pequena Chalice, mas não foi assim!-"Explicou Mass´inas."
-A cura para sua maldição está em seu destino, não em nossas mãos -"Completou Ma´chy "-Tu deves aprender, crescer e um dia combater o demônio que a amaldiçoou para que ela o liberte!
-Não posso viver aqui! Terão medo de mim! Vão se afastar de mim!
-Não tema, Chalice, nossos filhotes não mais fugirão de você. Irão respeitar seu sofrimento, você será feliz aqui,acredite!
"E assim foi, com o povo de Moonstar, vivi feliz todos estes anos e aprendi a arte da magia com Mass´inas, que era um poderoso feiticeiro e pelo que pude perceber, o líder de Moonstar".Um dia, durante um, dos muitos, passeios que tinha com Mass´inas e Ma´chy, meu mestre se deteve e falou-me muito seriamente:"
-O demônio que conjuraste, Chalice, ainda tem a posse da alma de teus amigos! Deves liberta-las e libertar a tua própria da maldição que te aflige! Tu deves partir. Não és uma Moonstar! Moonstain é mais apropriado. Parta agora, Chalice Moonstain., complete teu destino e então, retornarás como uma de nós!
"Estávamos afastados da vila. Após esta dura conversa, coloquei as mãos sobre meu rosto, para meditar uns instantes, quando me voltei, eles haviam desaparecido!". Corri até a vila, mas, para minha surpresa não havia nada lá! Nem a escola, biblioteca, campos de trabalho, os animais, as casas, nem nenhum daqueles a quem havia aprendido a amar"!
"Havia apenas uma mochila, com todos os meus pertences, provisões e posses que me permitiram começar a minha jornada". E esta é a minha história!".
-Uma triste história.
-Não posso permitir que as almas que condenei continuem a sofrer e a maldição que me atormenta...não imaginas o que é ser temida e rechaçada por todos.
-Ora, feiticeira, veja com quem fala! Sou um anão, não sou? Sei o que é sentes. A maldição de um anão é que somente um anão aceita outro! A amizade verdadeira é rara em nossa longa vida.
Chalice balança a cabeça afirmativamente.
-Porém, creio que um amaldiçoado deve ajudar outro quando o encontra.
-O que quer dizer?
-Anime-se! O deus Tyr, agora te auxiliará através de mim! Vou ajuda-la a se libertar de sua maldição! Encontraremos e destruiremos o demônio que te amaldiçoou! Pode acreditar que conheço um pouco sobre eles...mas, antes , temos trabalho à fazer!
-O quê...?
-Aquela tropa de goblins, só pode ter vindo até esta região com um objetivo sombrio: atacar e saquear a vila de Arndach! Nós os assustamos ontem à noite, mas, agora, se não chegarmos à vila antes do anoitecer, creio que ela estará CONDENADA!
PARTE VI
Vila de Arndach.
A lua está alta no céu. Todos os seus habitantes estão em suas casas,adormecidos. Esta pequena vila jamais sofreu, em sua história, grandes perigos, nem mesmo durante as grandes guerras. Miraculosamente, sempre se manteve à distância do soar metálico das armas e dos gritos ferozes
da guerra, da dor, sangue e morte.
Até agora.
Uma cansada, porém, satisfeita tropa de goblins caçadores de escravos chegou, afinal, ao seu objetivo. Dois deles se adiantam.
-Demorou chefe, mas, aqui estamos!
-Sim. Se aquele maldito anão e a bruxa não houvessem nos dispersado teríamos chegado antes, mas, ainda é noite e podemos saquear a vila à vontade. Teremos muitos escravos, comidas e bebidas.
-Sim, e a bruxa e o anão não nos seguiram. Nós vigiamos a estrada e a trilha, eles não saíram da floresta!
-Pois bem. Vamos avançar! Dor e sofrimento para Arndach! Esta é a Ordem!
-Sim, chefe! Dor e Sofrimento! Dor e sofrimento!
Gronkorr, sempre foi o mais temível guerreiro desta tropa e o segundo - em -comando, agora o destino lhe sorriu transformando-o no líder quando o anterior foi morto pela bruxa demônio. Gronkorr não queria ataca-la naquele momento, nem o anão de Tyr. Não havia nada a ganhar! Ele aproveitou a queda do antigo líder, reagrupou a tropa e voltou ao objetivo inicial: O ataque a Arndach!
Dando um sinal aos seus comandados eles avançam velozmente, é uma vila de simples lenhadores, não há muralha, fosso e nem ao menos vigias. É apenas uma caça gorda e indefesa diante do caçador! Os goblins adentram a encruzilhada principal da vila urrando, gritando e golpeando com ferocidade a portas das casas. Gronkorr é o primeiro a invadir uma das casas. E rapidamente se dirige aos quartos. Ele se regojiza em imaginar o terror dos moradores quando o avistarem, e perceberem-se indefesos em sua própria casa, ele apreciará seus gritos e...
Gronkorr pára. E observa aturdido. Não há ninguém ali!
Ele busca rapidamente pela casa. Ninguém! Rapidamente ele retorna a encruzilhada para encontrar seus comandados tão confusos quanto ele.
-Chefe! Não tem ninguém! As casas estão vazias! - Adianta-se um deles.
-O que aconteceu, chefe? - Retruca outro.
–Eles foram avisados! Malditos vilões! Fugiram de nós!Malditos sejam!
-O que faremos, agora?
-Coloquem fogo em tudo! Arndach vai queimar esta noite!
-C-chefe! VEJA LÁ!
Gronkorr se volta para trás. No caminho norte da vila, ele pode ver duas figuras surgindo das sombras. Uma delas é uma mulher envolta em um manto cor de vinho, com um capuz cobrindo sua face e a outra um anão clérigo-guerreiro de Tyr que, ante os olhos atônitos dos goblins, leva sua mão até uma trombeta em seu cinto que, então, empunha e traz aos lábios fazendo-a soar trovejante:
DÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!
Em resposta ao leste e oeste surgem cavaleiros montados, usando o brasão do poderoso lorde destas terras e urrando gritos de guerra! Logo atrás deles, todos os homens moradores de Arndach surgem empunhando seus machados de trabalho, agora, armas de guerra!
Então, o anão brada em voz potente:
-AVANTE, HOMENS DE ARNDACH! EMPUNHEM SUAS ARMAS, ENFRENTEM O INIMIGO CRUEL E TRAIÇOEIRO QUE VEIO PARA ESCRAVIZAR SEUS FILHOS! TYR! OUÇA-ME GRANDE DEUS GUERREIRO! ESTEJA AO NOSSO LADO E QUE NOSSOS INIMIGOS CAIAM ANTE O TEU PODER...QUE AGORA...É NOSSO!!!!!!!!!! POR TYR!
Então de leste e oeste, os guerreiros investem contra os goblins invasores!
-Maldito seja, anão! – Grita Gronkorr correndo ao encontro de Barthôuke! – Eu te levarei ao inferno comigo esta noite!
-Enfrente-me goblin! Enfrente a fúria de Tyr! Tua vida acabou!
Os golpes são ferozes, brutais e violentos. Ódio incalculável dirige os movimentos dos antagonistas. Barthôuke e Gronkorr!
Então, um dos guerreiros goblins resolve ajudar seu líder tentando atacar traiçoeiramente Barthôuke, pelas costas. Chalice observa atenta e lança um providencial feitiço fazendo com que o atacante escorregue, pois, aos seus pés o chão parece repleto de uma gosma escorregadia! Isto faz com a atenção de outro guerreiro se volte para ela e corre em sua direção com machado em punho e gritando:
-Você matou nosso antigo chefe, mas ele era, na verdade, um fraco! Seus truques não adiantaram nada quando eu cravar meu machado em seu coração, bruxa!!!!
-Verdade. Mas, primeiro você deve me alcançar, goblin!
Chalice pronuncia, então, palavras mágicas e faz surgir um arco de fogo e, em seguida, uma rajada parte de suas mãos unidas atingindo em cheio o peito do agressor que, abalado pelo ataque, volta-se para trás tropeçando no companheiro que escorregava em sua direção. O fogo nas roupas acaba por incendiar a gosma escorregadia e os dois morrem vitimas das chamas multiplicadas e mortais!
A batalha segue feroz entre goblins e homens. Chalice prepara-se para ajudar Barthôuke contra Gronkorr quando algo lhe chama a atenção. Ela vê , um pouco distante , um goblin ferido entrando numa das casas e resolve segui-lo. Antes, ela busca em sua algibeira um pequeno frasco
e consome seu conteúdo ficando imediatamente e miraculosamente invisível! Em seguida, adentra o umbral da casa buscando o goblin invasor. E o encontra...morto. Ela já se preparava para voltar quando nota algo de estranho nas mãos da criatura: um pergaminho!
Curiosa, ela se inclina e toma o pergaminho. Erguendo-o à frente de seus olhos começa a recitar um pequeno cântico e o observa atentamente. Finalmente, satisfeita começa a desenrola-lo. De curiosidade sua fisionomia assume a expressão da surpresa!
-Como é possível? Estes escritos são...tão antigos...não pode ser! Se eu estiver certa...
Sem concluir o pensamento, Chalice resolve guardar o pergaminho para uma investigação mais cuidadosa no futuro. Saindo da casa observa que todos os goblins foram mortos ou capturados. Todos? Não. Gronkkor e Barthôuke continuam a lutar. E todos os demais se sentem incapazes de
intervir na feroz batalha.
Ambos encontram-se muito feridos. E cansados. São adversários equivalentes em fúria, mas, a habilidade guerreira de Gronkkor é superior. Seus golpes começam a superar os de Barthôuke que com o braço esquerdo ferido arruinado perde a possibilidade de oferecer resistência e então, o anão cai de joelhos e leva sua mão direita em direção ao símbolo de seu deus começando uma oração.
Compreendendo que seu inimigo já se despede da vida. Gronkkor saboreia o momento com uma gutural gargalhada triunfante. Sua vida acabou, mas ao menos, levará a vida do anão que não pode mais reagir. Satisfeito, ele prepara o golpe final quando é surpreendido por um forte fulgor
vindo do medalhão.
-POR TYR!!!!! - Grita o anão clérigo-guerreiro enquanto se desvencilha de Gronkkor e investe contra ele um poderoso golpe com seu braço esquerdo completamente curado! Atordoado pelo milagre , Gronkkor tenta reagir, mas, sofre diante dos poderosos golpes do machado de Barthôuke! Enfim, sua defesa falha e um golpe devastador investe contra seu pescoço. O fim é rápido. Gronkorr sente o sangue encharcando seu tórax e a visão tornando-se escurecida. Sua cabeça tomba quase separada do corpo que cai pesadamente no chão!
Barthôuke, exausto, deixa-se tombar. Com urros de vitória dos moradores da vila encerra-se a terrível batalha!
No dia seguinte, encontram-se o prefeito da vila, Barthôuke e Chalice conversando com Alberion, o líder dos cavaleiros do lorde:
-E assim, devo a vocês, meus amigos, a salvação da vila! Se não tivessem nos avisado a tempo estaríamos perdidos! E ainda teríamos sido injustos com a feiticeira sobre a qual alguns de nós haviam se...enganado!– Pondera o líder da vila.
- Sim! Mas, em verdade, a verdadeira benção de Tyr foi haver cavaleiros do lorde aqui em Arndach neste momento.-responde Barthôuke.
-Não foi sorte! Em verdade, dias atrás um guerreiro das florestas, Wolfarcher era seu nome, havia nos entregado um vil ladrão. Os soldados estavam aqui para leva-lo ao lorde - confessa o prefeito.
-É verdade. –Concorda o cavaleiro - No entanto, o lorde ficará satisfeito com este acaso que favoreceu Arndach! Você, Barthôuke e tu, Feiticeira, seríeis bem vindos a nos acompanhar. Creio que o lorde ficaria feliz em conhece-los e ouvir de vocês a narrativa de como conseguiram furtivamente escapar aos olhos dos goblins para nos avisar aqui na vila!
-Oh, bem. Segredos de magos, Alberion! Deves imaginar! AHAHAHAH! Mas, quanto a esta oportunidade creio que devo conversar com minha companheira, se nos permite.
-Certamente, anão!
Barthôuke e Chalice então, afastam-se.
-Não creio que seria tão bem vinda se estivéssemos na lua cheia.
-Bah! O que importa é que desde ontem estamos na lua crescente, assim, creio que devamos aproveitar a oportunidade de visitar o lorde destas terras.
-Por quê?
-Oh, existem algumas lendas sobre ruínas na região. Algumas falam de bibliotecas com conhecimentos que podem auxiliar teu caso. A visita ao lorde pode ser útil para que possamos buscar tua cura.
-Eu concordo, e não apenas por isto! Temos outras coisas a investigar...mas, tudo a seu tempo.
Assim sendo, logo toda a vila despede-se dos valorosos forasteiros que auxiliaram a salvar as vidas de todos nesta longa e temível noite que será para sempre lembrada como a grande BATALHA DE ARNDACH!
FIM
Não percam o próximo conto: A Estalagem do Nevoeiro
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