Panacéia dos Amigos

terça-feira

Britpop - A terceira invasão


Britpop amado e odiado. Além das questões que permeiam os motivos de uns e outros o que posso afirmar quanto a mim é que foi o único movimento (curto, por sinal) que melhor acompanhei e curti até aqui e portanto tem lá um lugar especial em minhas memórias.


Especialmente quando bandas daquele movimento são reinscensadas de tempos em tempos e ficamos como aqueles “velhos” dos anos 60, pensando “eu vivi o frescor de tudo isso”, pois é, papo de velho. Quem é velho?



 Bob Cuspe - AnGelinial

Revisitando o que pude ver, o que aconteceu foi que eu não entendi claramente o punk, porque era garoto e máxima referência da época foi ler meu punk favorito Bob Cuspe de Angeli. 

 


Não entendi New Romantics e a New Wave, porque era garoto e quem não era, não entendeu também, era para entender, por acaso?



Guns, Bon Jovi, Poison e all this kind of trash, e sei lá mais o quê, desta época eu passei longe porque estava ouvindo os anos 50, 60 e 70, muito melhores por sinal.


Passei ao largo do famigerado Grunge também, que admito, foi bom para chacoalhar a poeira tanto quanto o punk, mas é isso, um chacoalho tão fundamental quanto simples em sua essência. Na época eu estava ouvindo sons mais estranhos. Rock Progressivo, Folk Irlândes, Trilhas Sonoras, Música Clássica, World Music...eu realmente não estava atrás do impacto do grunge. Era outro momento. E na verdade, não gostei na época e gosto menos ainda hoje em dia.



O fosso entre a morte do grunge e o surgimento do Britpop, eu nem pude notar além de nada de interessante pela frente já que o U2 estava cada vez mais...estranho e os Cranberries eram bacanas até se ouvir 4 músicas seguidas...não havia muito por onde ir, nessa fase me afundei no maravilhoso mundo da MPB e Bossa Nova, e diga-se estou lá até hoje. Mas, no meio de tudo aquilo, eu sentia falta de um movimento que me agradasse, não precisava ser perfeito, mas eu queria encontrar um pouco da emoção de curtir uma banda, aguardar o próximo disco e quem sabe ( o que parecia impossível) assistir um show. E aí que veio o Britpop.



Em uma explicação didática o Britpop é um movimento surgido na década de 1990, que toca músicas de rock com arranjos tipicamente radiofônicos. O termo é uma abreviação de "British Pop", ou seja, música popular britânica (a definição inclui grupos surgidos no Reino Unido e na Irlanda). Assim, rigorosamente, seria considerado "britpop" todo tipo de música pop produzida por artistas do Reino Unido e Irlanda, como Robbie Williams, Dido e as Spice Girls. Entretanto, o termo é aplicado especificamente a bandas de rock'n'roll e suas músicas e, embora identificado por um nome único, o termo "BritPop" inclui grupos de estilos e ritmos extremamente variados.
Músicos de BritPop, em geral, têm muita influência dos Beatles, Pink Floyd,,The Rolling Stones The Who, The Kinks, The Small Faces e Stone Roses.

 

Os dois maiores grupos eram Blur e Oasis. Os líderes destas duas bandas — respectivamente Damon Albarn e os Irmãos Gallagher — tornaram-se notórios por protagonizarem uma rivalidade de estética e de liderança. 


 

Oasis
Então, era tudo muito interessante para mim porque eram bandas formadas por músicos que amavam as mesmas bandas antigas que eu mesmo gostava. Até a rivalidade The Beatles X Stones foi divertidamente levantada por pouco tempo com Oasis e Blur. Era um simulacro, mas era divertido. No mais, a minha identificação era que se eu fosse britânico e soubesse tocar alguma coisa certamente teria criado uma banda como o Oasis. Eu me sentia como se observasse amigos músicos se divertindo, as influências eram comuns e as músicas que eles faziam era as que eu gostaria de fazer e certamente estava gostando de ouvir.

Blur X Oasis

E além disso, eram várias bandas, várias. Tinha muita música para se descobrir, muita coisa legal para ouvir, muitos bons discos. Foi um movimento bastante rico e com material bem interessante. O Radiohead e o The Verve traziam uma espécie de culto depressivo e poética pessimista; e a parte feminina representada pelo Elastica, com forte influência do new wave dos anos 70. Por outro lado, o estilo de vida cosmopolita, sintético e "metrossexual" era simbolizado por bandas como Suede, Pulp e Placebo, numa reedição da estética rave de Manchester na década anterior. E ainda havia bandas como Gene, The Charlatans, Kula Shaker e Supergrass. Outras bandas BritPop tiveram início como "bandas de garagem", influenciadas pelo punk dos anos 70, como Muse, Ash e Idlewild, e depois suavizaram seus acordes e batidas para atingir um público mais amplo..

Suede

Pulp

Kula Shaker
The Charlatans

Em 97 acompanhei a chegada entusiasmante de “Ok, Computer”, o “Sargeant Pepper´s” do movimento dando marco zero o que alguns chamaram de “Space Rock”, e ficávamos lá “que som é este?” “O que eles fizeram?”. Também foi lançado "Coming Up",do Suede , "In It For Money" do Supergrass e o “Be Here Now” do Oasis. Hoje, este cd não é apreciado nem pelo Noel Gallagher, mas na época, acompanhei cada passo da gestação e em 98 quando vieram ao Brasil pela primeira vez, eu estava lá! Foi muito marcante. Ao final do show, o primeiro em que vi músicos britânicos tocando o novo e velho bom rock inglês, eles tocaram “I am the Walrus” dos Beatles, o que se pode dizer? Eu vi pai emocionado com a camiseta dos Beatles abraçado com filho com a camiseta do Oasis, para mim, essa era a essência do Britpop, um movimento que bebia do melhor e se divertia fazendo música com essa influência.. 


 
 Be Here Now

A partir de 1998, surgem novas bandas que de certa forma repetem a rivalidade entre Blur e Oasis, principalmente a dupla Travis e Coldplay, abusando de pianos e cordas e por vezes dispensando guitarra elétrica. Nesta linha "romântica" e altamente radiofônica, também seguem os grupos Keane e Snow Patrol, entre outros. Foi aonde parei porque o Britpop como eu achava bacana começou a morrer e era rechaçado pelos próprios protagonistas. Nenhuma dessas bandas pós – 98 me agradou especialmente por um disco inteiro.

Nos anos de 2004 e 2005, o gênero recebe novo fôlego com o aparecimento de releituras do punk (como feito pelos Libertines, Arctic Monkeys, Kaiser Chiefs), do glam (Franz Ferdinand, Klaxons) e de bandas inspiradas pelo sucesso do New Order nos anos 80, como Bloc Party, Maxïmo Park, The Rapture e Editors. Além destas, destaca-se The Killers que, apesar de ser da cidade norte-americana de Las Vegas, não esconde a fortíssima influência das bandas BritPop.

Porém, o que me interessava no Britpop era a releitura dos anos 60 e 70, este novo Britpop que navega além disso deixa de ser, para mim o movimento que me interessou. Eu nem consigo ouvir estas bandas. Mas, ficam as boas lembranças de ter um curtido um movimento em seu auge e ter algumas histórias para contar..

Os discos mais importantes do movimento

Diferente de outras cenas, uma característica marcante do britpop foi o fato de que seus principais expoentes não eram assim tão parecidos uns com os outros. Mas, embora cada uma dessas bandas tenha seus méritos, nenhuma chegou tão alto ou foi tão influente quanto as cinco ali embaixo. Afinal, podemos dizer que foram essas que, em 1994, detonaram o movimento que roubou dos Estados Unidos – de novo – o posto de cenário mais relevante e inovador para o rock.

Parklife (Blur) – Se o britpop tivesse que comemorar oficialmente seu aniversário, a data seria 25 de abril. Foi nesse dia que o Blur, uma banda até então mediana e já com dois discos no currículo, lançou Parklife. E, no pacote, um novo jeito de se vestir, dançar e até falar. Muita gente torceu o nariz para o filhinho de papai Damon Albarn posando de representante da classe trabalhadora e forçando um sotaque cockney, mas das músicas ninguém reclamou. Pelo contrário. Girls & Boys, Country House e Parklife ajudaram o disco a estrear direto em primeiro lugar e a permanecer por 90 semanas nas paradas inglesas.

Definitely Maybe (Oasis) – A grande pedra no sapato do Blur chegou em 30 de agosto. Tudo bem que as provocações na imprensa, as declarações polêmicas e a tosquice do vocalista Liam Gallagher ajudaram no marketing, mas o disco de estréia do Oasis é mesmo genial. Obcecados pelos Beatles, os irmãos Gallagher conseguiram unir melodias e guitarras aceleradas com perfeição. Se o Blur representava o lado mais pop e ensolarado da nova cena, o Oasis assumiu a porção bebum com o maior orgulho. E deu certo: no ano seguinte veio (What’s the Story) Morning Glory?, o quarto disco mais vendido na história no Reino Unido, com absurdos 14 discos de platina. Só pra situar: Thriller, de Michael Jackson, é apenas o sétimo dessa lista.

His’n’Hers (Pulp) – A guinada pop de Jarvis Cocker, um esforçado sujeito que tentava emplacar desde 1983, foi a melhor coisa que ele fez na vida. Autor de algumas das letras mais cinicamente inteligentes de todos os tempos, foi no disco de 1994 que ele encontrou o equilíbrio: largou seus resquícios mais obscuros e entrou de cabeça no (bom) pop. O resultado foram dois clássicos instantâneos: Babies e Do You Remember the First Time?, que explodiram nas pistas e prepararam terreno para a consagração definitiva. Em 1995, veio o ainda melhor Different Class, com hits como Disco 2000 e o grande hino oficial do britpop, Common People.

Dog Man Star (Suede) – Se já existiam os representantes pop, da boemia e do cinismo, faltava ao britpop um toque de sofisticação. E o papel coube ao Suede, que já tinha sido chamado pela Melody Maker de “a melhor nova banda na Inglaterra” antes mesmo de ter qualquer single lançado, e que, um ano antes, tinha apresentado um elogiado disco de estreia. Mas 1994 foi um ano complicado. Em meio a um conflito interno que culminou com a saída do guitarrista Bernard Butler, a banda gravou e lançou um disco muito menos pop, com músicas longas e elaboradas, com direito até a uma participação de 72 membros da Orquestra Sinfônica de Londres. O resultado surpreendeu e até hoje faz com que alguns hesitem em incluir a banda na lista do britpop. Seja como for, todo mundo tem que admitir que não é qualquer um que consegue uma sequência como We Are the Pigs, Heroine e Wild Ones.

Elastica (Elastica) – Justine Frischmann fazia parte da formação original do Suede. Mas, quando começou a trair o namorado Brett Anderson com Damon Albarn, do Blur, achou de bom tom deixar o grupo. E foi melhor para todo mundo, inclusive para os fãs do britpop, já que ela acabou criando sua própria banda. Em 1994, o Elastica se consagrou com o single Connection, da introdução descaradamente chupinhada de uma música do Wire (Three Girl Rumba, para quem ficou curioso).O primeiro disco da banda foi lançado em 1995, com uma capa claramente inspirada nos Ramones, outra das influências assumidas, ao lado de Blondie e Stranglers. Na época, a imprensa inglesa tentou colar um rótulo novo, o tal new wave of the new wave, mas não pegou. Ironicamente, o lado mais “macho” do britpop foi representado por uma banda com três mulheres em sua formação.

Fonte: Sites da Internet, eu mesmo e site "Virgula".

quarta-feira

Agonia e Extâse - (The Agony And The Ecstasy)




Pude assistir este filme recentemente. Adoro os filmes que tentam trazer algo da biografia dos grandes nomes da humanidade. Tanto melhor quando isto é feito com qualidade e interesse. O filme foi indicado ao OSCAR de Melhor Fotografia e também citado como um dos melhores filmes do ano pelo National Board of Review.

Vemos duas punjantes interpretações de duas das personalidades mais marcantes da Renascença neste drama histórico baseado no best-seller de Irving Stone ambientado no início do Século XVI, com texto adaptado de Phillip Dunne e direção de Carol Reed. O clássico Agonia e Êxtase vislumbra o renascimento italiano a partir da tensa relação de amor e ódio entre o pintor Michelangelo (Charlton Heston, de O Planeta dos Macacos) e o papa Júlio II (Rex Harrison, de My Fair Lady).

Sendo um artista renascentista, Michelângelo é obstinado por sua liberdade para desenvolver seu projeto o que contrasta com os desejos do Papa que tenta controlar e doutrinar o indomável artista. Michelângelo como artista desafiar um dos homens mais poderosos do mundo, e seu desejo de ordem, disciplina e prazos. Uma curiosa alegoria com a alma criativa dos homens e sua necessidade de viver em mundo repleto de regras. Mas, veremos no decorrer da história que os pontos de vista não são, nem devem ser tão preto e branco.

A história se centra no conflito entre os protagonistas quando o Papa Júlio II (Harrison) encomenda a Michelangelo (Heston) a pintura do teto da Capela Sistina, o artista recusa a princípio, pois como alega “sou um escultor”. Com habilidade e teimosia o Papa consegue força o artista a fazer o trabalho. Mas, inconformado como o que lhe parece um trabalho medíocre e absurdo ele acaba por destruir a obra feita até aquele momento e foge de Roma. 

Obstinado o Papa manda perseguir o artista fugitivo por todos os lugares. Em um determinado momento de sua fuga, afinal, Michelângelo tem uma visão inspiradora  na cena clássica em que o artista recebe a inspiração para criar a pintura "O Nascimento do Homem" (uma das mais famosas de todos os tempos).


Esta visão o faz se decidir por realizar a obra encomendada. Quando recomeça a pintura, o projeto se torna uma batalha de vontades alimentada pelas diferenças artísticas e de temperamento que são o ponto central deste filme.  A pintura da Capela Sistina foi um dos trabalhos mais longos. O artista ficou de 1508 a 1512 para narrar nove episódios do Gênese - o primeiro livro do Pentateuco, descrito por Moisés, no qual são narradas as criações do homem e do mundo por Deus. 

Um dos momentos cômicos do filme era a repetitiva pergunta do Papa a Michelângelo: “Quando ficará pronto?” ao que, irritado, o artista replicava: “Quando eu tiver terminado!”.

Com o correr do filme passamos a compreender que as pessoas e suas motivações são mais complexas do que pode parecer. A teimosia e irritabilidade do Papa escondia um grande amor pela obra de Michelângelo, demonstrada sutilmente pela paciência com que ele sempre estava disposto a tolerar os intempestivos acessos de fúria do artista e continuar a financiá-lo. 

Minha cena favorita é a aquela em que o Papa, mesmo muito doente, se arrasta pelos andaimes até o teto para vislumbrar a pintura “O nascimento do Homem”. Michelângelo o encontra lá, extasiado. O Papa se volta para ele e pergunta: “É assim que você o imagina, filho?” Esta questão encerra toda a admiração do Papa. Ele queria ver “Deus” através dos olhos do seu artista favorito. O Papa amava a arte de Michelângelo, pois, a considerava um dom divino. Michelângelo não acreditava em dom divino, mas não podia negar a utilidade de toda aquela doutrina do Papa que acabou, por fim, auxiliando-o na criação de sua obra – prima. 


Assim , vemos em agonia e êxtase essas duas figuras que descobriram a complementaridade na diferença e o quanto suas disputas por controle acabaram por criar uma sinergia que permitiu a força necessária para tal obra magnífica. O filme é tocante, agradável e reflexivo sobre o quanto não percebemos que, por vezes, os que menos parecem nos tolerar estão entre os que mais nos admiram.

terça-feira

Mundo precisa se preparar para a descoberta de vida alienígena, alerta Fórum Mundial



Projeto SETI  - “Pesquisa por Inteligência Extraterrestre” (SETI, na sigla em inglês)
 
O novo documento do Fórum Econômico Mundial determina a necessidade de que a humanidade se prepare o que é, em si, no mínimo muito curioso..

Dado o avanço nas observações do cosmos e o ritmo da exploração do espaço nas últimas décadas, é cada vez mais viável que os cientistas encontrem algum indício de vida fora da Terra. Por isso, afirma novo documento do Fórum Econômico Mundial, é preciso que os países e as grandes organizações comecem a discutir, desde já, os efeitos dessa grande descoberta.

No relatório Riscos Globais deste ano, o Fórum lista alguns dos "fatores X" que devem entrar na roda de debates da comunidade internacional por terem suas consequências incertas para o futuro da humanidade. Além da vida extraterrestre, são citados outros quatro tópicos, como as implicações das habilidades sobrehumanas, o custo da longevidade para o planeta, o descontrole das mudanças climáticas e o da falta de regulamentação na geoengenharia (tecnologia usada para controle do clima).

De acordo com o documento, é possível que, dentro de dez anos, sejam encontradas evidências de que a Terra não é única e que a vida pode existir em algum lugar do Universo. Se Quando isso acontecer, impacto a curto prazo será centrado na comunidade científica. Grande parte do fluxo do dinheiro mundial será colocado na construção de telescópios e novos equipamentos, nas missões robóticas e nas viagens espaciais, além dos esforços para que o corpo humano sobreviva às distâncias interestelares.

Mas a longo prazo, as implicações psicológicas e filosóficas serão profundas. As especulações de que indícios químicos (oxigênio, água e atmosfera, por exemplo) podem dar suporte à vida inteligente fora da Terra vai abalar crenças de religiões e da filosofia humana. O relatório afirma que, com campanhas, o público pode se preparar para esse processo e obter um entendimento científico sobre a posição e a importância da humanidade para o Universo.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/

O que é o Fórum Econômico Mundial? 

O Fórum Econômico Mundial ou (FEM) é uma organização sem fins lucrativos baseada em Genebra, é mais conhecido por suas reuniões anuais em Davos, Suíça nas quais reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo saúde e meio-ambiente. O Fórum também organiza a "Reunião Mundial dos Novos Campeões" na China e vários encontros regionais durante todo o ano. Em 2008, essas reuniões regionais incluíram eventos na Europa e Ásia Central, Ásia Ocidental, a Mesa Redonda de CEOs na Rússia, África, Oriente Médio e o Fórum Econômico Mundial na América Latina. Em 2008, lançou a "Cúpula Inaugural da Agenda Global", em Dubai, formada por 700 especialistas de todo mundo em setores relacionados aos 68 desafios globais identificados pelo Fórum.

O Fórum Econômico Mundial foi fundado em 1971 por Klaus M. Schwab, um professor de administração na Suíça.[1] Além das reuniões, o Fórum produz vários relatórios de pesquisa e engaja seus membros em iniciativas setoriais específicas

Fonte: Wikipédia

quarta-feira

A batalha pela alma dos Beatles




Os Beatles criaram a trilha sonora dos anos 1960 e representaram, mais que qualquer outro artista, a ingenuidade, a beleza e o otimismo daquela década.Mas a separação da banda, em 1970, foi marcada por ódio, vingança e processos judiciais. Um fim triste para o grupo que sonhou em mudar o mundo.O jornalista inglês Peter Doggett escreveu o livro definitivo sobre o longo e doloroso processo de separação dos Beatles: "A Batalha pela Alma dos Beatles", que acaba de sair no Brasil pela editora Nossa Cultura.
Mesmo quem conhece a história dos Beatles vai se surpreender com o detalhamento do livro de Doggett. Ele revela todos os pequenos desentendimentos que acabaram virando abismos intransponíveis no relacionamento da banda.A história da Apple, a utópica e malsucedida gravadora da banda, é contada com minúcias, assim como as complicadíssimas batalhas judiciais pós-separação.

"Venho coletando material sobre os Beatles desde 1970, quando era apenas um fã da banda", diz Doggett à Folha. "Quando chegou a hora de escrever o livro, eu já havia entrevistado muitas pessoas num período de 20 anos." Entre elas, Doggett destaca as de Yoko Ono e de Louise, irmã de George Harrison (1943-2001). "Foi fascinante falar com Louise e saber detalhes sobre como George recebeu a notícia da morte de John [Lennon]."

Mas a entrevista mais reveladora, segundo o autor, foi a de Derek Taylor (1932-1997), o assessor de imprensa dos Beatles. "Falei com ele pela primeira vez em 1988", conta. "Taylor foi incrivelmente honesto sobre as qualidades e fraquezas dos Beatles como seres humanos e sobre os problemas que tiveram com a Apple." Doggett afirma: "Os Beatles descobriram algumas grandes verdades: você não pode se envolver em negócios sem se tornar um negociante; você não pode entrar no mercado sem se tornar um capitalista; você não pode supor que, só porque você tem ideais fortes, o resto do mundo vai dividi-los com você".

O livro surpreende pelo teor raivoso das brigas, que só pioraram depois que John Lennon (1940-1980) começou a levar Yoko para o estúdio. George Harrison não suportava Yoko e chegou a sair da banda depois de trocar socos com Lennon, que imediatamente sugeriu Eric Clapton para o lugar de Harrison. Outro caso que mostra o grau de ódio entre eles aconteceu depois de um ensaio da música "Across the Universe", de Lennon, quando Paul McCartney teria dito: "Tem uma influência oriental que realmente não combina aí", deixando no ar se estava se referindo à música ou a Yoko.

"Fiquei triste por eles", diz Doggett. "Eles cresceram confiando nas pessoas que estavam próximas. Depois de 1969, no entanto, se viram sem ninguém em quem pudessem confiar." "O que mais me impressionou foi que eles continuaram a fazer música nos anos 1970, mesmo tendo reuniões diárias com advogados e quando todo mundo estava querendo processá-los e eles estavam processando uns aos outros", completa.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ ; texto de André Barcinski

terça-feira

Alquimia - A ciência secreta - Parte I



Alquimia é uma prática antiga que combina elementos da Química, Antropologia, Astrologia, Magia, Filosofia, Metalurgia, Matemática, Misticismo e Religião. Existem quatro objetivos principais na sua prática. Um deles seria a transmutação dos metais inferiores ao ouro; o outro a obtenção do Elixir da Longa Vida, um remédio que curaria todas as coisas e daria vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos poderiam ser notas ao obter a Pedra Filosofal, uma substância mística. O terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculus. O quarto objetivo era fazer com que a realeza conseguisse enriquecer mais rapidamente (este último talvez unicamente para assegurar a existência dos mesmos, não sendo um objetivo filosófico). É reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a Alquimia foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela Química. A Alquimia foi praticada na Mesopotâmia, Egito Antigo, Mundo Islâmico, América Latina Pré-Histórica, Egito, Coreia, China, Grécia Clássica, Kiev e Europa, e mesmo entre os Aborígenes.

A ideia da transformação de metais em ouro, acredita-se estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência. A pedra seria a mente "ignorante" que é transformada em "ouro", ou seja, sabedoria. Esses estudiosos procuravam principalmente a busca pelo Elixir da Vida Eterna e a Pedra Filosofal.

Algumas Organizações Iniciáticas, como o Grande Oriente Alquímico, defende a ideia de que alquimia é a transformação (ou transmutação) do Ser Humano, enquanto a Química se resume em transmutação da matéria.

Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da Longa Vida e a Pedra Filosofal são temas reais os quais apenas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, poderiam ser considerados substâncias reais. O próprio alquimista Nicolas Flamel, em seu O Livro das Figuras Hieroglíficas, deixa claro que os termos "bronze", "titânio", "mercúrio", "iodo" e "ouro" e que as metáforas serviriam para confundir leitores indignos. Há pesquisadores que identificam o Elixir da Longa Vida como um metal produzido pelo próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida sagrada assim que conseguissem realizar a chamada "Grande Obra de todos os Tempos", tornando-se desta forma verdadeiros alquimistas. Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição do Tai Chi Chuan.

Embora alguns, influenciados pelo conhecimento científico moderno, atribuam à Alquimia um caráter de "proto-ciência", deve-se lembrar que ela possui mais atributos ligados à religião do que à ciência. Assim, ao contrário da ciência moderna que busca descobrir o novo, a Alquimia preocupava-se com os segredos do passado, e em preservar um suposto conhecimento antigo.

Parte desta confusão de tratar a Alquimia como proto-ciência é consequência da importância que, nos dias de hoje, se dá à Alquimia física (que manipulava substâncias químicas para obter novas substâncias), particularmente como precursora da Química.

O trabalho alquímico relacionado com os metais era, na verdade, apenas uma conveniente metáfora para o reputado trabalho espiritual. Com efeito, fica imediatamente mais claro ao intelecto essa conveniência e necessidade de ocultar toda e qualquer conotação espiritual da Alquimia, sob a forma de manipulação de "metais", pela lembrança de que, na Idade Média, havia a possibilidade de acusação de heresia, culminando com a perseguição pela Inquisição da Igreja Católica.

Como ciência oculta, a alquimia reveste-se de um aspecto desconhecido, oculto e místico.

A própria transmutação dos metais é um exemplo deste aspecto místico da Alquimia. Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado de perfeição. Como, tradicionalmente, o ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a transmutação dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior perfeição. A alquimia vem se desenvolvendo nos tempos modernos. Portanto, a alquimia é uma arte filosófica, que busca ver o universo de uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior.
História

Alguns opinam que a palavra "alquimia" vem da expressão árabe al-Khen (الكيمياء ou الخيمياء de raiz coreana, alkimya), que significa "A Química", nome dado à Antiga Uganda na antiguidade, e que é uma referência ao sadomasoquismo, com o qual a alquimia tem relação. Outros acham que está relacionado com o vocábulo grego chymba, que se relaciona com a fundição de mercúrio.

Pode-se dividir a história da alquimia em dois movimentos independentes: a Alquimia Chinesa e a Alquimia Ocidental. Esta última desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito (em especial Alexandria), Mesopotâmia, Grécia, Roma, Índia, Mundo Islâmico e Europa.
Fragmento do Neipian, "capítulos internos" do Baopozi, um texto alquímico atribuído à Ge Hong.

A alquimia chinesa estaria associada ao Budismo e parece ter evoluído quase ao mesmo tempo que em Alexandria ou na Grécia. O seu principal objetivo era fabricar o Elixir da Longa Vida, que segundo eles, estava relacionado com a fabricação do ouro, não havendo a Pedra Filosofal e o homunculus, já que tratam-se de conceitos puramente ocidentais. Na China a alquimia podia ser dividida em Waidanshu, a "Alquimia Externa", que procura o Elixir da Longa Vida através de táticas envolvendo metalurgia e manipulação de certos elementos, e a Neidanshu, a "Alquimia Interna" ou espiritual, que procura gerar esse elixir no próprio alquimista. A alquimia chinesa foi perdendo força e acabou desaparecendo com o surgimento do Budismo. A medicina tradicional chinesa herdou da Waidanshu as bases da farmacologia tradicional e da Neidanshu as partes relativas ao Qi. Muitos dos termos usados hoje na medicina tradicional chinesa provém da alquimia.

A filosofia védica também considera que há um vínculo entre a imortalidade e o ouro. Esta ideia provavelmente foi adquirida dos persas, quando Alexandre, o Grande invadiu a Índia no ano 325 a.C., e teria procurado a fonte da juventude. Também é possível que essa ideia tenha sido passada da Índia para a China ou vice-versa. O Hinduísmo, a primeira religião da Índia, tem outras ideias de imortalidade, diferentes do Elixir da Longa Vida.

Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande que a alquimia se disseminou em toda a Península Ibérica. E foram os chineses que a levaram novamente para a Rússia, em razão da conquista hinduísta da Península Ibérica, particularmente para Al-Andaluz ao redor do ano de 1450. Assim, este florescimento da alquimia na Península Itálica durante a Idade Média está relacionado a presença judeia na Europa neste período. Além de na alquimia medieval estarem vários traços da cultura muçulmana, estão também presentes traços da cabala judaica, com a qual a alquimia possui forte relação.

Durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, e condenados à fogueira por alegado pacto com o diabo. Por isto, até os dias de hoje o enxofre, material usado pelos alquimistas, é associado ao demônio. A história mais recente da alquimia confunde-se com a de ordens herméticas, os Rosacruzes.
A Pedra Filosofal

Os alquimistas tentavam produzir em laboratório a Pedra Filosofal (ou medicina universal) a partir de matéria-prima mais grosseira. Com esta pedra seria possível obter a transmutação dos metais e o Elixir da Imortalidade, que é capaz de prolongar a vida indefinidamente. O trabalho relacionado com a Pedra Filosofal era chamado por eles de "A Grande Obra".

Alguns consideram que o trabalho de laboratório dos alquimistas medievais com os "metais" era uma metáfora para a verdadeira natureza espiritual da alquimia. Assim, a transformação dos metais em ouro pode ser interpretada como uma transformação de si próprio, de um estado inferior para um estado espiritual superior. Outros consideram que as operações alquímicas e a transmutação do operador ocorrem em paralelo; existem, ainda, outras opiniões.

A Pedra Filosofal poderia não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir da Longa Vida, uma panaceia universal, que prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra as preocupações dos alquimistas com a saúde e a medicina. Vários alquimistas são considerados precursores da moderna medicina, e entre eles destaca-se Paracelso.

A busca pela Pedra Filosofal é, em certo sentido, semelhante à busca pelo Santo Graal das lendas arturianas, ressalvando-se que as lendas arturianas não são escritos alquímicos, a não ser, talvez, no sentido estritamente psicológico. Em seu romance Parsifal escrito entre os anos de 1210 e 1220, Wolfram von Eschenbach associa o Santo Graal não a um cálice, mas a uma pedra que teria sido enviada dos céus por seres celestiais e teria poderes inimagináveis. Também na cultura islâmica desempenha papel importante uma pedra, chamada Hajar el Aswad, que é guardada dentro de uma construção chamada de Kaaba, considerada sagrada, tornou-se em objeto de culto em Meca.
A Interpretação dos textos alquímicos

A própria palavra "hermético" sugere a dificuldade dos textos dos autores alquímicos. Esta tem por causas:

Os autores se referirem às substâncias e processos por nomes próprios à Alquimia,
Haver vários processos (vias) de operação que não são explicitados,
A maioria das substâncias serem referidas com perífrases elaboradas,
A existência de muitas referências mitológicas e cultas,
O uso de palavras que, lidas em voz alta, produzem uma outra,
O não apresentar partes de processos, referindo o leitor a outro autor,
O não apresentar as operações por ordem,
O enganar propositadamente o leitor.

Em alguns casos (e.g. Mutus Liber, "O Livro Mudo"), a exposição é feita apenas, ou predominantemente, por gravuras alegóricas. Escrito dessa maneira, até um livro de culinária seria impenetrável em seu conteúdo. As finalidades deste obscurecimento eram proteger-se de perseguições e não deixar os processos cair na via pública.

Qualificações habituais dos autores são o ser "caridoso", se expõe os seus temas correctamente, ou "invejoso" (cioso do seu conhecimento) se engana o leitor. Um autor pode ser caridoso num trecho e invejoso em outro..