Panacéia dos Amigos

sábado

Lendas Gregas - Hermes





Filho de Zeus e da ninfa Maia, chamada também de Mãe Noite. Hermes é filho da luz espiritual com as trevas primordiais. Sua aparência nos é muito familiar, devido a uma estátua famosa. Gracioso, extremamente rápido, usa sandálias e chapéu alados e possui um bastão mágico o Caduceu.


O mais esperto e astuto dentre os deuses. Deus do Comércio e do Mercado, protetor dos comerciantes. Quando era muito pequeno ainda, Hermes saiu do berço e roubou o rebanho de gado de seu irmão Apolo, deus-sol. Para enganá-lo, calçou as sandálias ao contrário para que o irmão seguisse a trilha falsa. Apolo encontrou seu irmão e lhe perguntou quem havia roubado seu rebanho, Hermes deu-lhe um presente: uma lira feita de casco de tartaruga. Para bajular o irmão, Hermes lhe disse que o presente era dado para homenagear suas habilidades musicais.


Apolo ficou encantado, acabou esquecendo do gado, e em retribuição, concedeu-lhe um de seus dons: o da divinação. A partir de então Hermes tornou-se o mestre do quatro elementos e ensinou os homens as artes da geomancia (adivinhação pela terra), piromancia (adivinhação pelo fogo), aeromancia (adivinhação pelo ar) e a hidromancia (adivinhação pela água). 


Hermes também é mensageiro de Zeus, e solene guia dos mortos, o Mensageiro Divino, conduzia as almas a sua última morada. Deus civilizador, patrono das ciências, imagem exemplar das gnoses ocultistas, sábio, judicioso, muito inteligente, o próprio Logos. Companheiro dos homens, possuidor de fórmulas mágicas para se tornar invulnerável a toda e qualquer obscuridade, guia dos magos. 


"Hermes conhece profundamente a magia da Tessália e conta-se que seu caduceu conduzia as almas dos mortos para as alturas da luz (...), mas que condenava outras à morte e as recipitava nas profundezas do abismo entreaberto. Ele é perito em executar ambas as operações” 


Hermes sabe tudo, pode tudo. Aquele que é iniciado pelo luminoso deus é capaz de resistir a todas as atrações das trevas, porque se tornou igualmente um perito..

sexta-feira

Lendas Gregas - Afrodite





Nascida da espuma do mar (aphros). Cronos castrou o pai e atirou seus órgãos genitais no mar. deusa da Beleza e das Paixões Sexuais, que a todos seduz,humanos ou mortais; deusa que ama a alegria, que ri docemente ou em tom de zombaria de todos que se deixam conquistar por seus artifícios; a deusa irresistível, que priva até os mais sábios de toda sua perspicácia.

Por vezes, costuma ser mostrada como traiçoeira e má, exercendo sobre os homens um poder destrutivo e mortal. Zeus exige que Afrodite case e arruma um marido, Hefesto, deus-ferreiro, o mais feio dos imortais. Afrodite pode ser considerada a deusa dos infiéis: teve vários casos. Com Ares, o deus da guerra, teve Harmonia e Eros. Com Dionísio, teve: Hermes, Hermafrodito e Príapo. Até os mortais não escaparam, com Anquises, teve: Enéias, e Adônis,um belo semi-deus..

Foi uma das causadoras da Guerra de Tróia. Cada uma das três deusas ofereceu algo em troca para conseguir a vitória no concurso de beleza. Afrodite oferece à Páris a mulher humana mais linda do mundo. Páris declarou Afrodite como a mais bela e escolheu como prêmio, Helena, a esposa do rei grego Menelau. O rapto de Helena por Páris foi à causa da Guerra de Tróia.

- Planta: murta, anêmona, benjoim, candelária, crocos, margarida, jacinto,mandrágora, manjerona, salsa, raiz de íris, pervinca, rosa, violeta.
- Animal: pomba, pardal e o cisne.

“O sopro do vento oeste a transportou”.
Sobre as ondas fragorosas do mar,
Tirando-a da delicada espuma a levou
Para Chipre, sua ilha envolta em ondas.
E as Horas, com suas grinaldas de ouro,
Receberam-na cheias de júbilo.
Envolveram-na em uma indumentária imortal
E a conduziram à presença dos deuses.
Ao verem-na, todos se maravilharam.
Com Citérea coroada de violetas.”

quarta-feira

O Problema do Destino e do Imponderável por Pietro Ubaldi - Parte VI



     

     
      Para podermos fazer, portanto, a análise do imponderável, necessitaríamos saber penetrar a estrutura de nosso próprio destino, isto é, conhecer a fórmula de sua composição e a natureza e percentagem de suas várias forças componentes. Precisaríamos de conhecer, noutras palavras, o que preparamos em nosso longo passado. O homem atual não tem conhecimento de nada disso e está longe de imaginar que tudo isso se possa saber. E é bom que não o saiba, tão grande é sua tendência de fazer mau uso de tudo. A divina sabedoria não nos permite o conhecimento senão proporcionalmente ao que merecemos. Precisaríamos de poder pesar méritos e deméritos, medir e qualificar as forças adquiridas, os impulsos negativos e contrários das culpas, as falhas, os desvios, tanto quanto os esforços de ascensão, as retificações, registrar todo o débito e crédito diante dos equilíbrios da divina justiça. Necessitaríamos conhecer o homem em geral e seu caso particular. Trabalho de profunda penetração no próprio destino, que cada um pode fazer sozinho, estudando-se, reconstruindo-se, reconhecendo, pelo que é hoje, o que necessariamente deve ter sido no passado, observando analiticamente o que seus instintos, atualmente, resumem numa síntese, percorrendo de novo a estrada seguida até chegar a ser o que hoje é, decompondo o produto atual em seus vários elementos constitutivos. Determinado tudo isso, poderá ele dizer, então, que probabilidade terá hoje de vencer ou perder, de regozijar-se ou sofrer, de ser, como se diz, feliz ou desgraçado. Assim como para saber qual será nossa saúde durante a vida, devemos conhecer o estado orgânico de nossos pais e avós, assim, paralelamente à hereditariedade fisiológica, devemos, para conhecer nosso destino, interrogar o nosso passado espiritual, a fim de estabelecer o que dele nos provém, pela paralela lei de hereditariedade espiritual.
    É fundamental, para prevermos o êxito desta vida, conhecer seus precedentes, sua contabilidade no tempo, saber com que fardo de débito ou crédito nascemos. Não se trata absolutamente de sorte, nem de acaso, nem de habilidade apenas. Compreender, compreender, compreender - eis o grande problema. O homem atual, porém, se ocupa de outras coisas. E, por isso, a Lei o guia e o domina, sem que ele compreenda coisa alguma.
    Que imensa bagagem de impulsos trazemos conosco, como indivíduos e como coletividade! E isso em todos os campos: moral, econômico, intelectual, orgânico, social. Cada abuso, em qualquer parte, gera uma inversa carência, correspondente e proporcional. Por isso na Terra muitos sofrem, necessitando de coisas que, no entanto, existem em abundância.
    Cada desenvolvimento unilateral de uma qualidade gera a necessidade de completar-se com outro desenvolvimento no lado oposto, com experiências diametralmente contrárias. Por isso, neste mundo muitos se encontram deslocados, justamente porque aqui se encontram para experimentar e aprender o que ainda não sabem. Daí parecer, na Terra, estar tudo errado. Este mundo, porém, não é lugar de repouso, mas de exercício, não é campo para colher, e sim para semear.
     Nossas deficiências morais, o crime, o vício, a pobreza, a imbecilidade, como também as predisposições e vulnerabilidades orgânicas, são carências resultantes de abusos. O panorama do nosso mundo parece poder resumir-se em duas palavras: abuso e carência. Existe de tudo, porém, mal distribuído. O abuso, saciando- nos, consome-nos, enfraquece-nos, facilitando ataques patogênicos de toda espécie, em todos os campos, e contra os quais não mais estamos premunidos, por havermos destruído nossas defesas naturais. O mau uso inverte os impulsos da vida que, assim, não mais permanecem conosco, mas, se põem contra nós. Qual é nosso passado humano?
    A história nos diz que, muitas vezes, foi horrendo. Que poderemos esperar da vida, com semelhante fardo nos ombros? Além disso, o dinamismo íntimo da própria personalidade atrai as forças do ambiente, torna-se núcleo, formando-se-lhe em torno vestimenta material de formas, em que detemos nossa observação, e que dão solidez e resistência concreta ao imponderável. Se isso nos parece hostil e a Terra um lugar de sofrimento, também é verdade que este mundo pode ser um purgatório, lugar de redenção.
    Se na Terra os involuídos podem até gozar e os malvados se arruinam, entranhando-se sempre mais no mal, também é verdade que os evoluídos aqui vêm para purificar-se ainda mais, através da dor e do amor. Também é verdade que no purgatório terreno é oferecida a cada alma a possibilidade de reconstruir-se no bem e de preparar para si mesma um futuro de felicidade, corrigindo seu próprio destino através de uma vida santa.

O Problema do Destino e do Imponderável por Pietro Ubaldi - Parte V


     
     Se misturamos 50 objetos brancos e 50 pretos, perfeitamente iguais, a probabilidade teórica de extração, para cada cor, é de 50%. Se misturarmos 25 objetos brancos, 25 pretos, 25 amarelos e 25 verdes, a probabilidade de extração para cada um dos quatro tipos é de 25%. Se misturarmos 100 tipos de 100 tipos diferentes, teremos a probabilidade de 1% para cada um deles.
    Uma outra observação. O cálculo de probabilidades nos faz crer que o desenvolvimento do fenômeno no passado nos autoriza a crer que no futuro ele continue na mesma direção. O fato, porém, de a vida basear-se no equilíbrio, faz com que suceda justamente o contrário. Quanto maior número de vezes se houver verificado um fato, menor é a probabilidade, em virtude da lei de equilíbrio, de ele realizar-se novamente no futuro. Segundo sua universal lei de dualidade, a vida avança, não por acumulação de fatos, mas pela compensação de contrários. É justamente esta a verdadeira lei que rege os acontecimentos humanos e, por isso, também, a lei do nosso destino. Lei que vai da maior afirmação de Cristo no Discurso da Montanha, ao caso em que a sorte mais vezes nos tem sorrido e que dificilmente continua a sorrir-nos. Quanto mais o jogador ganhou, menos provável é que continue ganhando. Eis as leis da fortuna, que absolutamente não é cega. O homem comum imagina justamente o contrário. Quanto mais é feliz, mais se torna confiante e seguro de si mesmo, mais é levado a ousadias; e assim se encaminha para a derrota. Isso é precisamente a conseqüência de uma lei que visa restabelecer o equilíbrio e a que ele, inconscientemente, obedece. E assim se explica a queda, que nos parece incompreensível, de tantos grandes triunfadores do mundo.
    Não queremos pesquisar se, num estado relativamente originário, o ser humano tenha gozado de 100% de felicidade e se desse estado caiu a uma percentagem de 100% de dor, nem se a evolução atual consiste em recuperar esses 100% de ventura perdida. Hoje, todavia, podemos considerar, como relativo ponto de partida atual um estado de equilíbrio, em que, dentro da justiça, o destino de cada homem contenha 50 unidades negras, ou probabilidades desfavoráveis de dor. Poderia ser esta, no atual estado evolutivo, uma posição mediana de equilíbrio a que atualmente a Lei tende a reconduzir tudo, não obstante certas mudanças de direção. Trata-se de uma ordem que, embora violada, tende automática e providencialmente a reconstituir-se. Não desejamos aqui indagar se a Lei queira mais do que isso nem se tende a forçar-nos uma reconstituição dos 100% de felicidade. Por enquanto, apenas interessa observar que a transformação dessa percentagem e as deslocações de equilíbrio podem ser produzidas pelo livre comportamento do homem. Indispensável era, para que o homem pudesse evoluir, através da experiência própria, que lhe fosse concedida a liberdade de violar a própria ordem, de modo que ele pudesse conhecer as conseqüências dolorosas do erro e aprender a abster-se dele. Em resumo, a evolução, objetiva produzir um ser consciente do bem e do mal, um homem que sabe, e não um autômato, embora perfeito. Desse modo, aconteceu que, pela liberdade concedida por Deus, de abusar e errar para aprender, embora pagando duramente, o homem distanciou-se, mais ou menos, do equilíbrio da justiça divina, alterando a proporção basilar de equilíbrio, através da cadeia de suas várias existências sucessivas.
    Assumindo toda a responsabilidade e sujeito a perigos, o homem teve a liberdade de deslocar esses equilíbrios que tendem, no entanto, sempre, a reconstituir-se e aos quais a Lei tende sempre a reconduzi-lo. Sem atingirmos o caso limite da absorção completa, através da dor e da ascese, das 50 unidades negras, isto é, a felicidade absoluta em Deus ou, no caso contrário, o da absorção completa, através do abuso e da descida, das 50 unidades brancas; sem atingirmos, assim, a plenitude da vida voluntária e conscientemente conquistada ou, pelo contrário, a autodispersão no nada, atualmente na Terra encontramos deslocações parciais de equilíbrios que se fixam, embora transitoriamente, no campo de forças do próprio destino, e assim se transmitem, de vida em vida, à espera de correção. Formam-se, desse modo, os mais diferentes destinos, por nós mesmos construídos, com variados transtornos, no bem ou no mal, e que são o resultado último de todas as operações da vida, resultado que é levado, intacto, ao alto da página, ao iniciar-se um novo balanço, através de uma nova existência.
    Assim, ao nascer, cada um traz consigo o seu fardo, bem seu, porque feito por ele mesmo, e que será peso ou auxílio, conforme ele quis. O ponto final de uma vida é ponto de partida da que se lhe segue e as conclusões de uma se tornam premissas da outra. As convicções que possuímos, ao finalizar de uma existência, formam o instinto que nos impulsionará até os dias juvenis da existência seguinte, sem que tenhamos consciência disso. Assim, inconscientemente, mas de acordo com a justiça, estabelecemos cada nova vida sobre os fundamentos da existência anterior, colocados em plena consciência de maturidade. E seremos, assim, sempre o resultado de nós mesmos. Teremos, por isso, destinos felizes ou infelizes, de alegria ou de dor. Quem abusou, desrespeitando a Lei por excessos do prazer, pode achar-se, no futuro, com um destino de 25 probabilidades de alegria contra 75 de sofrimento e assim sucessivamente. Construímos nosso destino livre e vagarosamente, trazendo-o ao nosso lado com toda a nossa história nele escrita, à base de nossos créditos ou débitos. Ao mesmo tempo que, contínua e fatalmente o suportamos, podemos continuamente modificá-lo, como o desejarmos, no sentido do bem ou do mal, preparando o futuro.
    Eis como se pode analisar o imponderável e penetrar seu conteúdo desconhecido. Tudo isso é tão verdadeiro para o indivíduo como para as coletividades. O fenômeno, na realidade, não se nos apresenta tão reduzido, em sua mais simples expressão, facilitando observações. Na verdade, as forças componentes de um destino não têm só duas cores, mas muitas e diferentes. Não se trata apenas de alegria ou dor, embora esse seja o aspecto fundamental, mas, também, de variadíssimas qualidades adquiridas, das mais variadas especializações e disposições, conforme as atividades desenvolvidas e os trabalhos a cumprir.
    É um fato que os destinos, excetuando-se os tristes destinos das nulidades, se nos apresentam com direção própria, típicos, individuados por uma cor dominante, por uma tendência para determinado gênero de experiências. Por outras palavras, suas forças constitutivas são diferentemente coordenadas, formando um organismo com vontade própria, seguindo uma determinada direção. A realidade exterior, em que quase todos se baseiam, não é senão uma vestimenta, um cenário transitório, que só serve para corporificar o desenvolvimento dessas forças. É natural que quem tomar essa forma concreta por toda a realidade, há de reconhecer, mais tarde, achar-se em face de uma ilusão