Panacéia dos Amigos

terça-feira

Lendas Americanas - O Rio das Almas Perdidas


Nos dias em que a Espanha dominava a costa oeste um regimento de infantaria foi ordenado a partir de Santa Fé para abrir um caminho de comunicação com a Flórida e levar um baú de ouro para o pagamento dos soldados em St. Augustine.

Durante o inverno, eles ficaram confortavelmente instalados no acampamento de Trinidad, junto com suas esposas e famílias. Mas quando chegou a primavera, as mulheres e outros ficaram, enquanto que as tropas marcharam ao longo do canion de Purgatoire – mas nem chegaram ao seu destino, nem voltaram.

Será que eles tentaram descer as corredeiras de barcos e naufragaram nas águas? Eles foram arrastados para a eternidade por uma inundação? Será que eles perdem as suas provisões e morreram de fome no deserto? Será que os índios se vingaram da brutalidade e egoísmo, matando-os durante a noite ou em uma emboscada? Eles foram mortos por bandidos? Será que eles afundam na areias movediças que transformam o rio em canais subterrâneos?

Talvez ninguém nunca descubra, mas muitos anos depois, um nativo disse a um padre em Santa Fé que o regimento tinha sido cercado por índios, como o regimento de Custer foi em Montana, e os homens foram mortos um po um. Vendo que a fuga era impossível, o coronel – disse então o narrador – mandou enterrar o ouro que ele transportava. Se acredita que milhares de dobrões estão escondidos no cânion, e milhares de dólares foram gastos na procura por eles.

Após semanas se tranformarem em meses e meses em anos, nenhuma palavra se ouviu do regimento desaparecido, e os sacerdotes o charam de “El Rio de Las Animas Perdidas” – o Rio das Almas Perdidas. O eco das águas que caem através do canion é o lamento das tropas. Caçadores franceses suavizaram a sugestão do título espanhol, quando renomearam para Purgatoire, e os “bullwhackers”(1) conduzindo suas caravanas através das planícies mudaram o título francês para o inexpressivo “Picketwire” (2). Mas os latinos mantêm a tradição viva e muitos faziam preces e ainda fazem por todos aqueles que desapareceram misteriosamente no vale de Las Animas.

Notas:

(1) Bullwhacker
A pessoa que conduz caravanas era chamada de bullwhacker. Alguns eram mulheres. Bullwhackers foram assim chamados porque chicoteavam (whack) os touros para que eles andassem. As carroças traziam suprimentos para milhares de mineiros e eram puxados por bois.

(2) Picketwire é uma palavra meio sem sentido, wire é fio, e picket pode significar sentinela ou um poste de uma cerca. O site http://teamvelveeta.tom-purvis.com/2009_04_01_archive.html traz imagens muito boas do cânion Picketwire e dá uma idéia de como o local é solitário e misterioso..

Fonte: Charles M. Skinner. Myths and Legends of Our Own Land, 1896./http://www.legendsofamerica.com/ah-lostsouls.html

segunda-feira

Hong Kong Fú! IÁÁÁÁÁÁÁHHH!!!!



"Quem é o super-herói? O Sargento?...Não. Rosemary a telefonista?...Não. Penry o humilde faxineiro?...Pode ser..."

Imediatamente, ouvimos a música tema de Hong Kong Fú (Phooey)! A introdução já é uma piada, é evidente que o herói é o “humilde faxineiro”, só falta uma máscara! Este desenho me divertia muito. E, como para muitos foi um primeiro contato, totalmente atrapalhado com a mítica oriental e de artes marciais já que o desenho em si era mesmo uma sátira a este tipo de filme. Então, digamos assim, Hong Kong Fú foi o nosso “Jackie Chan Canino”, já que seguia a linha de humor que foi consagrada pelo grande mestre Chan.

 Abertura clássica do desenho!

E como os personagens de Jackie Chan, Hong Kong Fú e seu alter ego Penry eram muito carismáticos. Aliás, todos os coadjuvantes também o eram. Vejam só:


  • Penry: O faxineiro da delegacia, sempre calmo, desastrado e um pouco "desligado" (porém muito cativante!), tenta fazer um ótimo trabalho na limpeza da delegacia, ao mesmo tempo em que oculta sua identidade de Hong Kong Fu. Em um dos episódios trabalha com pintura.

  • Hong Kong Fu: O Poderoso defensor da justiça da cidade, alter ego de Penry, tem muita boa vontade, e é bem atrapalhado em seus salvamentos. Se transforma em Hong Kong Fu, quando entra na gaveta de baixo de um arquivo, e sai na de cima (que por sinal, sempre emperra). Ele anda no seu Fu Móvel (Phooey Mobile), um carro que parece uma quitanda chinesa, e toma a forma de qualquer veículo ao ser tocado um gongo, de bicicleta a helicóptero

  • China (Spot): é o fiel companheiro de Hong Kong Fu, é um gato listrado, que sempre acaba por tirar o herói de suas enrascadas contra os vilões, enquanto ele está a procura do golpe certo no seu livro de Hong Kong Fu (livro que o herói consulta sobre seus golpes), sem ele mesmo ver, dando a ele a sensação de ter sido o herói. China não é uma gata é sim um gato macho

  • Sargento Flint (Sergeant Flint): É o sargento da delegacia de polícia onde Penry trabalha sempre tenta cumprir seus deveres como policial a tempo, mas quando chega aos locais, Hong Kong Fu, já fez o serviço. Ironicamente o Sargento Flint tem certo menosprezo por Penry, mas um grande respeito por Hong Kong Fu.

  • Rosemary: É a telefonista da delegacia de polícia que nutre um "amor" por Hong Kong Fu, é atenciosa com todos, e uma vez ou outra ajuda o Sargento Flint em suas missões.

O desenho, em si, retrata um jovem faxineiro que trabalha na delegacia de polícia, Penry, que sempre ao ouvir os relatos de Rosemary ao Sargento Flint sobre os vários pedidos de socorro na cidade, discretamente, sai de vista e se transforma no "super-magnífico lutador contra o crime", Hong Kong Fu, um especialista de artes marciais, usando um Kimono vermelho e uma máscara sobre os olhos para manter sua identidade secreta, sai a procura dos bandidos e "super-vilões" da cidade, derrotando-os nas mais variadas trapalhadas possíveis.


O que eu nem desconfiava é que a série só teve 16 episódios, mas, como atingiu em cheio o coração do público é constantemente reprisado a décadas o que faz com que muitos, inclusive eu, acreditassem que o seriado possui mais episódios.

Mais uma curiosa informação: Em 2001, foi produzido para o site do Cartoon Network, mais um episódio de Hong Kong Fu (em Flash), Penry estava do mesmo jeito, porém ao se tranformar em Hong Kong Fu, ganhava poderes especiais, e era muito forte, o episódio se chamou "Hong Kong Phooey 2001".


Hong Kong Fú foi um seriado despretensioso e divertido, uma sátira sem ofensa agregando mais fãs ao universo de aventuras com artes marciais. Vale a pena conhecer ou rever..

Fonte de pesquisa: Wikipédia

sexta-feira

Noções Básicas sobre os Chakras!


 

CHAKRAS e NÁDIS - Chakra é a denominação sânscrita dada aos centros de força existentes nos corpos espirituais do homem; também são chamados lótus ou rodas. Quando eles estão inativos assemelham-se a rodas; quando despertam, eles tomam a aparência de uma flor (lótus) aberta, irradiante, colorida pela freqüência da energia das pétalas.


No Mundaka Upanishad define-se o chakra como o local "onde os nádis se encontram como os raios no cubo de uma roda de carruagem". Os centros são formados pelo encontro destas linhas de força (nádis), do mesmo modo que os plexos, no corpo físico, são formados pelo encontro de nervos. 


Existem centros maiores, aqueles que resultam do encontro de um número maior de nádis (21 vezes, segundo Coquet, Les Çakra  L’anatomie occulte de L’homme, Paris, 1982), e os centros menores em que a confluência dos nádis é menor. Entre estes últimos existem 21 formados pelo encontro de 14  nádis e outros bem menores formados pelo cruzamento de sete nádis.



NÁDIS e MERIDIANOS - Os nádis são, portanto, linhas de força que não devem ser confundidas com os nervos do corpo físico, embora estejam em relação com eles, como os chakras estão em relação com os plexos e órgãos do corpo físico. São condutores de energia. Os estudos de Motoyama (Teoria dos Chacras, Ed.Pensamento), indicam que eles podem ser comparados aos meridianos sobre os quais trabalha a acupuntura. Esta é também a opinião de Coquet.


No corpo etérico, denominado também pelos teosofistas de corpo físico invisível, porque nasce com o corpo físico e com ele desaparece, os nádis se apresentam como se fossem milhares de finos filamentos de gás néon, entrecruzando-o em toda sua extensão. 


O número deles difere na literatura hindu, pelo que se atribui um caráter esotérico às quantidades apontadas: 72.000, 550.000, 720.000, etc. Os mais importantes são Sushumna, Ida, Pingala, Gandhara, Hastajihva, Kuku, Sarasvati, Pusha, Sankhini, Payaswini, Varuni, Alambhusha, Vishvodhara, Yasasvíni. Os três primeiros são os mais importantes, sendo que o Sushumna domina a todos os demais.

quinta-feira

Astro B...OPS! O Menino Biônico!


Como as coisas são curiosas! Eu estava decidido a escrever sobre o Astro Boy, anime, que assisti durante os anos 80 e até hoje povoa meu imaginário. Mas, era estranho porque quando relançaram o desenho nos últimos anos eu senti uma estranheza...uma não afinidade que eu considerava fruto da maturidade ou pelos anos em que eu não assisti.
 
Ledo engano. Pesquisando algumas informações técnicas sobre o anime é que vim descobrir que eu nunca  assisti Astro Boy! Está explicado! Eu me confundi, como muitos se confundem! O desenho que fez parte da minha infância foi O MENINO BIÔNICO!
 

A confusão é justificável já que o Menino Biônico foi inspirado em Astro Boy! Eu não sabia! O projeto foi uma co-produção do estúdio de Tezuka com a Toei Animation. Pesquisando sobre o desenho finalmente revi o personagem que me ofereceu muitas aventuras repletas de dinanismo e ao mesmo tempo uma rara sensibilidade.
 
A história é a seguinte: Construído em 2015 (um futuro distante na época em que o desenho foi produzido) por um severo cientista chamado Prof. Yama (Yamanoue) a fim de proteger o Japão e o mundo contra qualquer tipo de ameaça, Jet Marte é um garoto-robô capaz de voar. Dotado de grande força, resistência, coragem, tem um espírito curioso e emotivo. Sua melhor amiga é Milly, uma andróide com um profundo senso de justiça que lhe ensina muito sobre os valores sociais e humanos. 


Agindo também como um conselheiro, temos o criador de Milly, o professor Kawashita, que auxilia na educação do poderoso e ingênuo herói. Kawashita é um feroz antagonista do militarismo de Yamanoue e os dois vivem às farpas, principalmente no tocante à educação de Marte.
 
Atendendo aos pedidos de seu pai, Marte enfrenta de criminosos comuns a supervilões que ameacem a segurança do país. Mesmo com sua força descomunal, ele é incentivado a freqüentar a escola normalmente, o que gera muitas situações divertidas, graças à sua extrema ingenuidade e impulsividade.
 
A vida do pequeno guerreiro, porém, sofre uma reviravolta quando seu pai morre em um acidente. Em seu lugar, entra um ainda mais severo e por vezes insensível diretor no instituto de ciências onde Marte vive. Antes de morrer, porém, o Professor Yama deixara pronto um irmãozinho para Marte: o travesso bebê-robô Mélki (Melch), que só sabe dizer bakaruti (sem tradução). Forte e obviamente desastrado, Mélki é uma atração à parte, engatinhando e causando estragos por onde passa.


Nos anos 80, foi na TV Record que os da minha geração acompanharam as aventuras do garoto cibernético chamado JET MARTE com a série chamada "O MENINO BIÔNICO".  Uma obra de Osamu Tezuka, o pai do moderno mangá e pioneiro dos seriados de animê para a televisão. O animê contava com todo o encantamento, drama e aventura infanto-juvenil típico dos anos 70.  Devo dizer que era uma época em que os roteiros eram levados à sério. Vejam exemplos como a Patrulha Estelar (Yamato)! E o Menino Biônico também misturava o humor e drama com aventuras muito bem escritas considerando o seu público infanto-juvenil. Até hoje, me recordo da aventura em que a cidade enfrentava um vampiro e um combate dramático  aconteceu em que o menino biônico se transforma numa cruz improvisada para com toda uma atmosfera grandiosa vencer o inimigo. A questão não é o fim em si, mas a grandiosidade com que foi retratada a cena, alimentando mitos, histórias e sabor por aventuras em cada um de nós, além de transmitir valores como o bem e o mal, honra, amizade e coragem.


Pesquisando encontrei outras histórias que não me lembrava, por exemplo: A aventura em que uma garota-robô espiã chamada Agnes aproxima-se de Marte a pedido de seu diabólico mestre. Ela, no entanto, apaixona-se pelo herói e trai seu criador, sendo destruída por ele. A cena da morte é de causar pesadelos: para libertar Marte, que estava cativo, ela caminha em chamas rumo ao controle que o libertaria. Morre puxando a alavanca que salva o herói. Tudo em câmera lenta e com um canto gregoriano ao fundo. No final do episódio, Marte olha para o céu, vê o rosto da menina e grita seu nome.
 
Eu não me lembrava, mas depois de ler sobre o episódio tudo retornou a minha mente e, de fato, esta cena final é emocionante. Na verdade, na obra de Osamu existe sempre momentos de profunda força poética e solenidade.


Em outra aventura especial, assistimos quando Marte conhece o agente ciborgue Jam Bond, que o hostiliza quando ambos agem em conjunto. Tudo porque Bond, um humano com partes mecânicas, considerava-se superior a um robô como Marte. Quando foi duramente ferido em ação e sua parte humana foi destruída, o antigo ciborgue tornou-se 100% máquina e aprendeu uma dura lição de humildade.
 
Este animê foi marcante pela força de seus roteiros. Repletos de boas histórias com humor que nos faziam felizes, com aventuras que nos deixavam vidrados, com ternura, emoção e drama que aguçavam nossa sensibilidade nos dando até hoje uma base crítica que utilizamos de diversas maneiras em nosso arcabouço criativo.
 
Quem tiver a oportunidade e encontrar por aí, vale a pena conhecer respeitando sua época e compreendendo sua importância..

Fonte de pesquisa: www.omelete.com.br

quarta-feira

Arma X


Esta HQ é uma das mais relevantes do universo mutante pois trata de parte da origem de Wolverine, o mais amado de todos os X-Men. Ao menos, a parte melhor escrita e desenhada. Tudo obra do mestre britânico Barry Windsor-Smith (roteiro e arte).

Eu sempre me impressiono quando leio esta obra. Trata-se de uma obra prima de narrativa, desenho e roteiro. A fusão destes elementos é perfeita. A narrativa é dinâmica, cada história cessa impactante dando o gancho perfeito de expectativa para a história seguinte. Sendo que cada história tinha sempre 8 páginas, não mais. Isto aconteceu em TODAS elas, demonstrando um perfeito controle de roteiro que, diga-se,  é brilhante. Científico, cruel e emocional. 


A arte de Windsor-Smith é impressionante. Seu estilo fortemente autoral, único, faz com que cada obra se destaque e seja aguardada com ansiedade. 

Seu traço parece rebuscado, confuso (especialmente quando colorido) mas é na verdade particular, sofisticado e na medida que nos acostumamos a ele percebemos a riqueza do estilo e a sua capacidade de detalhes.Interessado desde garoto em belas artes teve contato tanto com as tradições clássicas quanto com as novas tendências que floresciam no meio cultural e artístico dos anos 60. Vale destacar ainda que Barry trazia da infância o interesse pelo trabalho de quadrinhistas americanos como Gil Kane, Carmine Infantino e, especialmente, Jack Kirby. Estes artistas deram a ele uma forte noção de ação e dinamismo nos desenhos, muito mais do que os quadrinhos ingleses da época, que em geral tinham um estilo cartunesco e humorístico.


Na obra Arma X, somos mergulhados na história de Wolverine enquanto esteve ligado à Arma X, um departamento governamental especializado em dominar e doutrinar mutantes. Logan é barbarizado por uma equipe de cientistas cujo temperamento varia de cruel, insensíveis ou simplesmente passivos. Mas, enfim, conhecemos o processo e sofrimento que culminou no esqueleto de adamantium e as garras.


Em momento algum, você verá supervilões ou Wolverine em seu uniforme de X-Men, ou mesmo a presença de qualquer um deles. A história é simples e complexa ao mesmo tempo. Trata-se da crueldade quase nazista de cientistas humanos contra uma cobaia mutante. Simples e cruel.


Ricamente ilustrada, brilhantemente escrita. Este clássico dos quadrinhos é leitura obrigatória..

terça-feira

Lendas Brasileiras - Boi Tatá

Arte de Dean Palma Ivatchkovitch
É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.
Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.
Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios. A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.
Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata. Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.
É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.
Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes..
Fonte: http://www.arteducacao.pro.br

segunda-feira

Lendas Históricas - A Condessa Sangrenta



Erzsébet Báthory ou Elizabeth Bathory foi a condessa que torturou e assassinou várias jovens e, por causa disso ficou conhecida como um dos "verdadeiros" vampiros da história. Embora citada freqüentemente como húngara, devido em grade parte ao deslocamento da fronteira do Império Húngaro, ela era na realidade mais intimamente associada com o que é hoje a República Eslovaca. A maior parte de sua vida adulta foi passada no Castelo Cachtice, perto da cidade de Vishine, a nordeste do que é hoje Bratislava, onde a Áustria, Hungria e a Eslováquia se juntam. (O Castelo foi erroneamente citado por Raymond T.McNally como situado na Transilvânia). Bathory cresceu numa era em que a maior parte da Hungria tinha sido conquistados pelas forças turcas do Império Otomano, sendo campo de batalha entre exércitos da Turquia e Áustria(Habsburgo). A área também ficou dividida por diferenças religiosas. A família de Bathory se juntou à nova onda de protestantismo que fazia oposição ao catolicismo romano tradicional. Foi criada na propriedade da família Bathory, em Ecsed, na Transilvânia. Quando criança era sujeita a doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável. Em 1571, seu primo Stephen tornou-se príncipe da Transilvânia e mais tarde, na mesma década ascendeu ao trono da Polônia. Foi um dos regentes mais competentes da sua época, embora seus planos para a unificação da Europa contra os turcos fossem frustrados em virtude dos esforços necessários para combater Ivan, o Terrível, que cobiçava o território de Stephen. Em 1574, Elizabeth engravidou como resultado de um breve affair com um camponês. Quando sua condição se tornou visível, foi escondida até a chegada do bebê, porque estava noiva do Conde Ferenc Nadasdy. O casamento ocorreu em maio de 1575. O Conde Nadasdy era soldado e ficava fora de casa, freqüentemente, por longos períodos. Nesse meio tempo, Elizabeth assumia seus deveres de cuidar dos assuntos do Castelo Sarvar, de propriedade da família Nadasdy. Foi aí que sua carreira maligna realmente começou - com o disciplinamento de um grande contingente de empregados, principalmente mulheres jovens. Num período em que o comportamento cruel e arbitrário dos que mantinham o poder para com os criados era uma coisa comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. 

 

Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava desculpas para infligir punições e se deleitava na tortura e na morte de suas vítimas muito além do que seus contemporâneos poderiam aceitar. Enfiava pinos em vários pontos sensíveis do corpo, como, por exemplo, embaixo das unhas. No inverno executava suas vítimas fazendo-as se despir e andar na neve, despejando água gelada nelas até o congelamento do corpo. O marido de Elizabeth se juntava a ela nesse tipo de comportamento sádico e até ensinou-lhe algumas modalidades de punição. Mostrou-lhe, por exemplo, uma variação desses exercícios de congelamento para o verão: despia uma mulher e a cobria de mel, deixando-a a mercê dos insetos. Ele morreu em 1604 e Elizabeth mudou-se para Viena após o seu enterro. Passou também algum tempo em sua propriedade de Beckov e no solar de Cachtice, ambos localizados onde é hoje a Eslováquia. Esses foram os cenários de seus atos mais famosos e depravados. Nos anos que se seguiram após a morte do marido, a companheira de Elizabeth no crime foi uma mulher de nome Anna Darvulia, de quem pouco se sabe. Quando a saúde de Darvulia piorou em 1609, Elizabeth se voltou para Erzsi Majorova, viúva de fazendeiro local, seu inquilino. Majorova parece ter sido a responsável pelo declínio final de Elizabeth, ao encorajá-la a incluir algumas mulheres de estirpe nobre entre suas vítimas. Em virtude de estar tendo dificuldades para arregimentar mais jovens como servas à medida que os rumores sobre suas atividades se espalhavam pelas redondezas, Elizabeth seguiu os conselhos de Majorova. Em algum período de 1609, ela matou uma jovem nobre e encobriu o fato dizendo que fora suicídio. Já no início do verão de 1610, investigações iniciais em torno dos crimes cometidos por Elizabeth tinham começado. A base das investigações era política, a despeito do número crescente de vítimas. A coroa esperava confiscar o latifúndio de Elizabeth e deixar de pagar a alto empréstimo que seu marido tinha feito ao rei. Com isso em mente, Elizabeth foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. Elizabeth foi julgada alguns dias depois. O julgamento foi conduzido pelo Conde Thurzo, como agente do rei. Conforme registro, o julgamento (acertadamente caracterizada como uma farsa pelo biógrafo de Bathory, Raymond T.McNally) foi iniciado não apenas para se obter uma condenação, mas também para confiscar suas terras. Uma semana após o primeiro julgamento, foi realizada uma segunda sessão, em 7 de janeiro de 1611. Neste, uma agenda encontrada nos aposentos de Elizabeth foi apresentada como prova. Continha nomes de 650 vítimas, todos registrados com a letra de Elizabeth. Seus cúmplices foram condenados à morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas. Elizabeth foi condenada à prisão perpétua, em solitária. 


Foi colocada num aposento do castelo de Cachtice, sem portas ou janelas, apenas uma pequena abertura para a passagem de ar e de alimentos, lá permanecendo pelos três anos seguintes até sua morte em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras de Bathory, em Ecsed. Além de sua reputação como assassina sádica com mais de 600 vítimas, foi acusada de ser uma lobisomem (werewolf, no original, não tem gênero) e vampira. Durante seus julgamentos, testemunhas afirmaram que em várias ocasiões ela mordia o corpo das meninas durante suas torturas. Essas acusações se tornaram a base para suas conexões com o "lobisomenismo". As ligações entre Elizabeth e o vampirismo são um tanto mais tênues. Naturalmente, havia uma crença popular nas terras eslavas de que os lobisomens em vida se tornavam vampiros após a morte, mas essa não foi a acusação feita a Elizabeth. Ao contrário, ela foi acusada de drenar o sangue de suas vítimas e de banhar-se nesse sangue para reter sua juventude. Por todos os parâmetros, Elizabeth era uma mulher muito atraente..