Panacéia dos Amigos

quinta-feira

Os Mutantes

Mutantes! Meus caros, agora estamos falando dos Mutantes! A mais incrível e vanguardista de todas as bandas brasileiras de todos os tempos!

Influenciados fundamentalmente pelos Beatles os quais amavam(Certa vez, Sean Lennon perguntou a Sérgio Dias como eles conseguiram fazer um som tão incrível e a resposta foi: “Simples! Bastou ouvir os discos do seu pai!), a banda Mutantes formada por jovens músicos talentosos, no ano de 1966, em São Paulo, com Arnaldo Baptista (baixo, teclado, vocais), Rita Lee (vocais) e Sérgio Dias (guitarra, baixo, vocal). Também participaram do grupo Liminha (baixista) e Dinho Leme (bateria), pegou a deixa da criatividade e renovação dos quatro de Liverpool adicionou o tempero brasileiro e se uniu ao maestro Rogério Duprat (O George Martin deles) para criar uma das melhores discografias do mundo!

A banda é considerada um dos principais grupos do rock brasileiro. Além do inovador uso de feedback, distorção e truques de estúdio de todos os tipos, os Mutantes foram os pioneiros na mescla do rock com elementos musicais e temáticos brasileiros. Outra característica do grupo era a irreverência. Se antes dos Mutantes, o gênero no Brasil era basicamente imitativo, a partir do pioneirismo de Arnaldo, Sérgio e Rita, abriu-se o caminho do hibridismo.

Em 1966, os Mutantes fizeram participações em programas de TV, tais com “Astros do Disco”, “Jovem Guarda”, “O Pequeno Mundo de Ronnie Von”(Ele, inclusive, batizou a banda). Isso permitiu que o som deles chegasse aos ouvidos do maestro Rogério Duprat, este em suas palavras registrou que “caiu de amores imediatamente pela maior banda de rock que o Brasil havia produzido até então”.

Consequentemente os chamou para contribuírem no arranjo de “Domingo no parque”, canção de Gilberto Gil (E, de outro lado, convenceu Gil a avaliá-los o que levou ao primeiro encontro e futura parceria) para o III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record de São Paulo (1967). Não satisfeitos com isso, eles ainda acompanharam o próprio Gil em sua apresentação no mesmo festival. Esse evento abriu as portas para um primeiro compacto – O RELÓGIO (1967) – e a participação no “disco - manifesto” TROPICÁLIA OU PANIS ET CIRCENSIS (1968), que deflagrou o Movimento Tropicalista liderados por Caetano Veloso e Gilberto Gil contando com artistas como Nara Leão, Torquato Neto, Tom Zé, Rogério Duprat, Gal Costa e claro, os Mutantes.

Inicialmente como um trio, quando se apresentaram em um programa da TV Record, até terminar em 1978 com apenas Sérgio Dias como integrante original, durante estes doze anos, foram gravados nove álbuns - sendo que dois deles, O A e o Z e Tecnicolor, foram lançados apenas na década de 1990. Navegaram livremente pelo rock, rock progressivo, hibridismo psicodélico à brasileira, sempre em constante mutação. Após o lançamento de Tecnicolor que foi reconhecida no cenário do rock nacional e internacional a importância dos Mutantes como um dos grupos mais criativos, dinâmicos, radicais e talentosos da era psicodélica e da história da música brasileira e mundial.

Recentemente, em 2006, Sérgio Dias e Arnaldo voltaram a se reunir com Dinho Leme e adicionaram a ótima cantora Zélia Duncan para o retorno dos mutantes para uma turnê. Logo depois, Zélia e Arnaldo se desligaram.

Este ano, Arnaldo e Dinho agregaram novos músicos, estabeleceram uma parceria profícua com Tom Zé e lançaram um novo álbum que teve boa repercussão perante a crítica internacional.

E a mutação continua num eterno devenir...

Longa vida aos Mutantes!

quarta-feira

Teorias Conspiratórias..

Armas de controle psicotrônico contra cidadãos

Militares norte-americanos estão desenvolvendo tecnologias de controle mental remoto, para utilização contra milícias e manifestações públicas. Estas novas tecnologias armamentistas, desenvolvidas inicialmente pelos agentes da KGB soviética, baseam-se na utilização de ondas eletromagnéticas e acústicas de baixíssima freqüência (20 a 35 Hz), causando desorientação, dores e em casos extremos a morte. O governo americano possui dispositivos capazes até mesmo de simular seqüestros por UFOs, projetando imagens holográficas de modo a implantar pequenos "chips" nas supostas vítimas, com a finalidade de seu monitoramento contínuo.

Cerco de Montana apenas esconde invasão inglesa

Existem fortes indícios de que o cerco ao grupo fundamentalista conhecido como Freemen, no estado de Montana, EUA, na verdade escondia uma tentativa de invasão de forças inglesas e da Nova Ordem Mundial. Armamento pesado, artilharia e um esquadrão de helicópteros foram mobilizados para o local, e os comandantes das unidades estão orientados a manter estrita disciplina e apenas ordenarem fogo quando atacados.

3.a Guerra Mundial completa 42 anos

A 3.a Guerra Mundial, também denominada Guerra Silenciosa, completou 42 anos de existência neste mês de maio. Com a finalidade de garantir o poder da classe dominante, as novas tecnologias eletrônicas passaram a ser utilizadas a partir de 1954 para promover o controle social sobre grupos indisciplinados e de classes sociais inferiores. Desde então, a família passou a ser progressivamente atacada e desintegrada, facilitando a reeducação dos mais jovens. A mídia vem desde então bombardeando seu público com produtos de entretenimento de baixo nível, e a escola vem sofrendo um processo de desmantelamento, para impedir a ascensão social das camadas mais baixas. O objetivo final da Guerra Silenciosa é basicamente manter a Economia mundial sob controle, de modo a assegurar a paz, a ordem social e a tranqüilidade da elite dominante.

Elomar Figueira

O Sr. Ernesto Santos Mello, filho de tradicional família de fazendeiros da Zona da Mata do Itambé e da região do Mata - de - Cipó de Vitória da Conquista, casou-se com D. Eurides Gusmão Figueira Mello, de ascendência hebraica (cristão novo da linhagem Figueira e Azeitum). Por dificuldades econômicas ou mesmo por costume da época, quiçá, habitaram nos primeiros tempos a velha casa da Fazenda Boa Vista, propriedade de seus avós Virgílio Figueira e D. Maricota Gusmão Figueira. Ali, naquela velha casa, onde pousaram levas e levas de retirantes flagelados das grandes secas cíclicas do sertão nordestino, aos 21 de dezembro de 1937, nasceu Elomar Figueira Mello, primogênito do jovem casal .

Aos três anos de idade, em face da fragilidade da saúde do menino, seus pais alugaram, na cidade de Vitória da Conquista, uma pequena casa numa rua chamada Nova. Enquanto seu pai se ausentava por longos períodos na lida de tanger boiadas, D. Eurides, ao som da velha máquina de costura, ganhava o pão, ao tempo em que embalava o frágil menino. Aos sete anos de idade, seus pais deixaram definitivamente a vida urbana, transferindo-se para o campo, onde Elomar com seus irmãos Dima e Neide, perpassou toda infância pelo São Joaquim, Brejo, Coatis de Tio Vivaldo e Palmeira de Tio Kelé. No São Joaquim, berço da 2" infância, cursou parte do primário escolar, completando este e o ginasial na cidade no ano de 1953.

No ano seguinte, a contragosto seu, deixa o curral, o roçado e os folguedos da vida pastoril, para ir cursar o científico no Palácio do Conde dos Arcos em Salvador. Em 1956, interrompe o curso e volta à terra natal para servir ao exército, passando a morar com sua avó paterna na mesma fazenda, vizinho bem próximo da velha casa onde nasceu. A partir dos dezoito anos, a casa de mãe Neném, sua avó, será sua morada toda vez que voltar de férias da capital, embora visite constantemente sua avó Maricota na cidade e seus pais no São Joaquim. Esta preferência de habitação deve-se ao fato único de mãe Neném, em sendo católica apostólica, ter sido mais tolerante com o tipo de vida do moço poeta, de perfil boêmio. Em 1957, novamente em Salvador, conclui o científico. Em 1958, perde o .vestibular de geologia, face o já grande enredamento com a música nos meios intelectuais dali. Em 1959, faz o vestibular para arquitetura. Conclui o curso em 1964, após o que, incontinenti, regressa de modo decidido e definitivo ao Sertão para, tendo a arquitetura como suporte econômico mínimo, escrever sua obra.

A música e a poesia essencial, com a força de seus encantamentos, despertaram o compositor numa idade muito tenra, e o poeta, um pouco mais tarde. Aos sete anos, no São Joaquim, os primeiros contatos inevitáveis com a música profana de menestréis errantes, como Zé Krau, Zé Guelê e Zé Serradô, tem maior importância, destacando-se o primeiro pela forma esdrúxula de suas parcelas ou pelas narrativas épicas amargas que já despertavam profundos sentimentos na alma do embrionário compositor.

É bom assinalar que até então só tinha ouvido a música eclesiástica do hinário cristão, do culto batista evangélico, fé única de sua família da parte de sua mãe.

Assim que ouviu os primeiros acordes de viola, violão e sanfona e as primeiras estrofes das tiranas dos côcos e parcelas dos três Zés, têm início as primeiras fugidas de casa, pelas bocas-de-noite, não só para ouvir como também, por excelência, para aprender os primeiros tons no braço do violão, o qual será, a partir dali, seu instrumento definitivo. Note-se bem que estas proezas davam-se às voltas e muito às escondidas, pois que não só para seus pais e parentes, como também para toda sociedade de então, labutar com música era coisa para vagabundo. Tocador de violão, viola ou sanfona, era sinônimo de irresponsável. As primeiras composições datam dos onze anos. Já a partir dos sete , oito anos quando vinha à cidade, toda noite ia à casa do Tio Flávio ouvir no rádio uma música estranha executada com instrumentos estranhos diferentes do violão , viola , sanfona etc... Música esta que mal começava logo, terminava. Anos mais tarde ao chegar a capital descobre que aquela música era a protofonia de "O Guarani" e quando mortificado também descobre escrita musical, a partìtura e o que mais lhe causou espanto: a existência de milhares de músicas, escritas por milhares de compositores que viveram a partir de centenas de anos passados.

Aos 17 anos, já lê bem e mal escreve. Começa, então, nesta idade propriamente as composições literárias e musicais numa seqüência interminável, mas sem ainda ter uma linha definida. Destas Calendas são: Calundu e Kacorê, Prelúdio nº Sexto, Samba do Jurema, logo após, Mulher Imaginária, Canção da Catingueira e abertura de O Retirante. Em 1959-1960, começam a lhe chegar idéias de trabalhos maiores em envergadura e vai compondo aleatoriamente o ciclo das canções. Contudo, sempre preso à mesma temática, as vicissitudes do homem, seus sofrimentos, suas alegrias na terrível travessia que é a sua vida e, sobretudo, seu relacionamento com o Criador. Isto, é claro, a partir do seu elemento circunstancial, o Sertão, sua pátria. Verdadeiramente, onde vive.

Em 1966, já arquiteto e morando no sertão, casa-se com Adalmária, doutora em Direito, e filha da capital, contudo de orígem "sertaneza", da qual nascem Rosa Duprado, João Ernesto e João Omar. Enquanto muito trabalha à arquitetura menos vai compondo, sonhando com certa estabilidade econômica (que nunca chegou) para dedicar-se integralmente à música. João Omar, Maestro e Compositor, acompanha o pai desde os nove anos de idade.

Em 1969, sela o caderno da sua primeira ópera, o "Auto do Catingueira", mais tarde, parcialmente partiturada, face o caráter popular da obra. Durante a década de 70, projetou muito da arquitetura e um pouco mais na música. No começo dos anos 80 inicia a carreira de peregrino menestrel, de viola na mão, errante, de palco em palco pelos teatros do país, conquistando uma pequena platéia composta de poetas, músicos, compositores e de intelectuais de linhagem pura, sem modernosas e, por fim, de simples pessoas do povo, atraídas mais pela linguagem dialetal, a temática sertânica e as melodias fora de moda e (segundo Dr. Raimundo Cunha) indançáveis.

A partir daí, quando já abandonando a profissão liberal e em firmando-se mais fundamente na composição, compõe a Fantasia leiga para um Rio Seco, confiando a escrita orquestral a seu amigo e patrício de sertão Maestro Lindembergue Cardoso, por ainda ser ananota em escrita para orquestra. Em 1983, por ocasião da gravação do Auto da Caatingueira, na Casa dos Carneiros, fazenda onde mora desde 1980, faz sua primeira incursão no universo orquestral, quando partitura a abertura do Auto da Caatingueira para violão, flauta e violoncelo.

A partir de 1984, ainda na fase das canções, começa a esboçar a seqüência das óperas e das antífonas. É quando escreve as antífonas: I - Loas para o justo - para barítono e quarteto misto; II - Balada do Filho Pródigo - para tenor, coro e orquestra; a IV - Meditações a partir de Romanos VII - para coro e orquestra. Em 1993, a XI - Alfa - para violão e orquestra, ou seja, um concerto para violão e orquestra.

As antífonas de números VI, VII, VIII, IX, X, XI Beta e XI Delta estão praticamente compostas, faltando apenas irem para a partitura. Por outro lado e paralelamente às antífonas, a partir de 84, começa também mais propositadamente a fase das óperas, porquanto já estão em partitura. A Carta, ópera em quatro cenas, O Prólogo de O Retirante, ópera em dois atos. As outras óperas, Faviela, O Peão Mansador, A Casa das Bonecas, Os Poetas são Loucos, mas Conversam com Deus, De Nossas Vidas Vaporosas "ensaios", Os Lanceiros Negros e os Pobres, os Miseráveis e os Desvalidos, já estão quase todas compostas, faltando tão somente serem partituradas.

Ainda em paralelo vem a série dos Galopes Estradeiros, que trata de sinfonias compactas. Desta já se encontra em partitura o primeiro Galope Estradeiro. O segundo, o terceiro e o quarto já estão mais do que esboçados.

Quando deixou a fazenda, a vida na capital lhe foi muito severa. Tanto nos tempos de estudante interno como durante os anos de faculdade, onde nas casas-de-pensão que habitara mal conseguia lugar nos porões, junto a ratos e aranhas. O normal era ir dormir com fome. O pouquinho dinheiro que sua mãe lhe mandava gastava com aulas, cordas de violão, e compras de partituras e livros, o que era escasso e muito caro naquela época.

Numa certa feita, pelos idos dos anos de 1960, durante um rigoroso inverno, quase morre entrevado e à míngua num frio porão de uma casa-de-pensão na Avenida Sete, onde foi valido, abaixo de Deus, por uma estudante de enfermagem, mineira, que lhe dava o alimento de colher na boca, por impossibilidade de movimentar pernas, braços e pescoço gravemente atacados por inesperado reumatismo poli-articular agudo. Lurdinha era seu nome.

Nestas circunstâncias foi forjado o cantor dos "Retirantes", o poeta de "Os Pobres, os Miseráveis e os Desvalidos".

O ano que passou em sua terra natal, a serviço da pátria, foi de grande importância em sua formação musical, pois que na convivência de primos, de amigos, poetas e cantores, livre de maiores responsabilidades com os estudos, conheceu de perto a música nacional urbana, a seresta, o samba e o tango argentino. São seus contemporâneos deste gosto: Camilo de Jesus Lima, Euríclides Formiga, Chagas, o seu tão querido tio Valter, brilhante cantor, junto a mais de meia centena de primos e amigos mais ou menos da mesma idade, os quais durante o dia estudavam ou lidavam nas fazendas circunvizinhas. Nas noites, era o declamar Cecéu, recitar Kayan, Lamartine, Rabelo da Silva, Camões e violões e serestas nestas marés, muitas e tantas vezes tentava mostrar suas composições... - "Para, para, para" gritavam. É que sua música nova doía nos ouvidos d'antanho.

Durante o dia, passava roupa a ferro com os seus primos Mouvê e Lupen e o Seu irmão Dima, com o fim de ajudar sua vó "mãe" Neném fazer a feira. Era de extrema simplicidade a casa da vó, que, sempre rastreada pela pobreza, vivia unicamente de aluguéis do pequeno mangueiro onde morava. Durante a semana, e mais nas sextas e sábados, ali na Boa Vista, pousavam tropeìros e viajantes que vinham para as feiras ou passavam pela cidade. Não havia luz elétrica, nem água encanada. Elomar compunha à luz de fifó.

Estas lembranças, estas marcas vivas de todo um passado amargo e alegre, vão permear sua obra por todo o percurso; desde as parcelas e tiranas dos primeiros tempos até as óperas e galopes dos últimos dias.

Atualmente, Figueira Mello já um pouco mais adiantado na estrada, continua compondo intensamente, varando os dias e as noites sem descanso. No seu labutar, confessa que tem de escrever sem perda de tempo, pois que a obra é imensa e o tempo já declina pela tarde. Já deixou a Casa dos Carneiros, na Gameleira, onde demorou por um bom tempo de sua vida e donde saiu o grosso do ciclo das canções. Ali de volta, pretende concluir sua obra bem longe, bem distante dos mundos urbanos, pois que não só sua obra, como também sua própria pessoa, não é outra coisa senão antagônicos dissidentes irrecuperáveis de sua contemporaneidade tendo em vista sua formação estritamente clássica e regionalista. Daqui leu todos os poetas, escritores e profetas hebreus; leu os mélicos e os clássicos gregos; os latinos, incluindo Esopo e o Fedro; os italianos, franceses, ingleses, espanhóis, russos e, por último, os alemães, tendo, é claro, antes disto perpassado pelos essenciais patrícios.

A partir dos dezessete, já enveredava-se pelas novelas de cavalaria em leituras longas e sonhadoras. Bate-se frontalmente com a chamada arte contemporânea. Horror à dita cultura ( que segundo ele é um DX, salvo o bom cinema) estatudinese da América do Norte, o que lhe traz à lembrança palavras de antigas profecias "sertanezas", que sentenciaram: "que haverá de chegar um tempo de baixar os muros e levantar os munturos - vivemos o tempo do culto às nulidades. São os minimalismos que estão chegando....", clama o compositor.

Assim, para Figueira Mello o que importa é concluir suas óperas, antífonas e galopes, pôr tudo em partituras a nanquim e enfardados em campa antiga, guardar o monobloco passageiro do tempo até a estação futura, bem-vinda quadra remota, onde o aguarda uma geração que, por justiça, haverá por certo de ouvir e amar sua música tão fora de moda nestes dias. Ó Tempora! Ó Mores!

Contato: Produção Elomar Figueira/Região Sul-Sudeste Tel:(015) 9717- 5310

quinta-feira

Smile X Sgt. Pepper Lonely Hearts Club Band

Paul McCartney e Brian Wilson

The Beatles devolvem o impacto de “Pet Sounds” com “Revolver”. “Yellow Submarine” trazia novos efeitos e as temáticas psicodélicas, “Eleanor Rigby” trazia cordas e aprofundamento das letras, “Tomorrow Never Knows” extrapolava sobre todos os aspectos dando pistas do que estava por vir.

The Beach Boys contra-ataca com o single “Good Vibrations”, uma excelente canção que se torna um sucesso quase imediato em todo o mundo, reforçando para Brian que ele estava no caminho certo!

Brian Wilson preparava “Smile”, Paul McCartney começava a rodar pelos círculos de arte underground, assimilando e elaborando os conceitos que formariam o “Sgt. Pepper”. Quem alcançaria primeiro o passo seguinte? A nova música que marcaria uma revolução para os anos 60? Agora, o tempo era o inimigo.

Brian trabalhava intensamente. Convocou orquestras, buscou novos efeitos e conceitos e um novo letrista Van Dyke Parks.

No entanto, novos adversários começaram a intervir no trabalho, eles estavam em sua mente. Brian tinha sérios problemas psiquiátricos e psicológicos, extremamente inseguro e autocrítico, sob a sombra de um pai dominador, encarregado de criar e produzir uma obra que apenas ele compreendia a importância, pressionado pelo tempo, por superar adversários musicais tão talentosos quanto ele, e recebendo a desconfiança e mesmo desaprovação de sua gravadora e dos próprios colegas da banda que ao ouvir os primeiros trechos de canções acharam que Brian estava exagerando em suas loucuras musicais.

Ironicamente, talvez aqueles que mais poderiam compreender o que ele estava fazendo fossem justamente seus maiores rivais: The Beatles!

Do outro lado do Atlântico, Paul convoca seus companheiros e explica o conceito que imagina para o novo disco. Todos concordam e se trancam com George Martin no estúdio Abbey Road para dar vida ao novo disco. Uma nova e definitiva revolução começa a surgir...

Para Brian a situação se tornara cada vez mais insuportável. Sem o apoio de sua banda, se sente inseguro, também sofreria a deserção de seu parceiro Van Dyke Parks. Mas, segundo o próprio, no documentário “Smile” o grande golpe ocorreria no ínicio de 67, enquanto trabalhava no cada vez mais complexo “Smile, e ouviu no rádio , o novo single dos Beatles: “Strawberry Fields Forever” . Ele então, para o seu carro, vira-se para a pessoa junto dele e diz:

-Eles JÁ fizeram (...) o que eu queria fazer em “Smile”...

A “guerra” contra os Beatles estava encerrada. Segundo a lenda, Brian com os nervos totalmente em frangalhos, abriu as portas de sua mente e perdeu sua batalha contra a insanidade. O esforço criativo e desgaste emocional haviam feito desmoronar todas as suas barreiras e defesas. Ele não conseguiria mais concluir o quebra-cabeças sonoro que “Smile” havia se tornado.

Logo depois, os Beatles lançam “Sgt. Pepper and the Lonely Hearts Club Band, proclamado o disco do século e revolucionam todo o cenário musical no mundo todo.

Brian já havia abandonado “Smile” e sua banda. Imerso em sua esquizofrenia que o atormentava desde jovem, se torna um recluso e se afunda em depressão e drogas. Sua lenta recuperação só aconteceria em 2004 quando afinal retoma a parceria com Parks, conclui “Smile”, e se lança em turnê mundial. Uma pena que seus problemas internos tenham derrotado Wilson o que impediu aos anos 60 ter outro grande disco em sua história. Certamente, “Smile” teria sido significativo de qualquer forma.

Apesar da rivalidade criativa, Paul McCartney sempre deixou clara sua admiração por Brian Wilson e retificou isto ao participar de uma das canções no novo disco de Wilson lançado após “Smile”.

De qualquer forma, “Pet Sounds” já figura entre estes. E como um eterno nático dos Beatles registro minha admiração e por que não gratidão ao genial Brian Wilson por ter desejado ser o grande adversário dos Beatles o que motivou e impulsionou ambas as bandas para saltos cada vez maiores!

segunda-feira

Brian Wilson, o gênio do The Beach Boys desafia os Beatles!

Brian Wilson, o líder mal amado e gênio incompreendido dos Beach Boys! Incompreendido especialmente pela própria banda que sob o seu comando criativo foi de fato a verdadeira rival dos Beatles pela supremacia do pop/rock psicodélico dos anos 60, uma história singular.

O grupo The Beach Boys foi formado em 1961, pelos irmãos Brian, Carl e Dennis Wilson, além do primo Mike Love e por Al Jardine, primeiramente com o nome de Pendletones e depois já como Beach Boys, a banda galgou diversos hits nas paradas e se sedimentou como um dos mais divertidos e geniais grupos que misturavam o rock and roll dos anos 50, o doo-wop, ajudando a criar a surf music.

Entre 1962 e 1965, o grupo colocou 16 músicas entre o Top 40 da América, era a banda americana de maior sucesso em seu país e no mundo todo.

No entanto, Brian Wilson não estava satisfeito, o sucesso comercial estupendo não bastava. Sua criatividade precisava se expandir, a música dos Beach Boys estava restrita demais, a surf music era um mundo muito pequeno para se explorar.

Segundo o próprio Brian afirma o ponto e vírgula desta história ocorreu quando ele ouviu "Rubber Soul" dos Beatles. Eles haviam dado o passo a mais que ele mesmo queria fazer com os Beach Boys. Considerou o disco magnífico do princípio ao fim. Não apenas uma música ou outra, mas o LP como um todo, afinal, todas as canções se complementavam numa qualidade superior. Com "Nowhere Man", "Norwegian Wood" e "In My Life", os Beatles abandonavam as letras mais simples e se aventuravam por temas mais complexos, o mesmo acontecendo com as gravações introduzindo a cítara indiana e outras inovações de efeito sonoro. Brian estava decidido a superar os Beatles, a superar "Rubber Soul" havia encontrado um desafio criativo à altura: Superar a banda The Beatles!

Abandonando o grupo para se dedicar integralmente a produção musical (Era curioso, não? Os Beach Boys saíam por aí em turnês, enquanto Brian ficava em seu estúdio criando canções) se entregou a criação de "Pet Sounds". Convocou o letrista Tony Asher para escrever todas as letras e cantou a maioria das canções, esta era a sua mensagem ao seu público, ele deixaria registrado quem era e quão longe poderia ir.

Os Beach Boys praticamente não tocaram nenhum instrumento. Brian convocou vários músicos para o seu grande projeto. Distante do som habitual da banda, os fãs tentariam digerir instrumentos de cordas, sopros, efeitos sonoros e arranjos complicados.

"Pet Sounds" se torna um disco elogiado e admirado pelos próprios Beatles. Grandes canções de fato, "Wouldn´t be nice", "Caroline no", "God Only Knows" entre outras. Porém, a reação se dividiu, o público não assimilou tão bem as novidades em príncipio, embora possa ser considerado um disco de sucesso, esteve abaixo das expectativas quando se tratava de um disco dos Beach Boys.

No entanto, o apoio entre colegas foi grande. Paul McCartney afirmou aos quatro ventos que "God Only Knows" era naquele momento sua canção preferida.E The Rolling Stones colocam anúncio no jornal pedindo aos fãs que comprassem o disco "Pet Sounds". Brian atingia seu objetivo: O mundo pop/rock era seu! Ao menos por enquanto...

sexta-feira

A morte de Glauco

Lamento informar aos leitores da Panacéia Essencial a morte do cartunista Glauco, vejam o link.
Glauco ao lado de seus amigos Angeli e Laerte, formaram as engraçadissímas e anárquicas tiras dos Los Três Amigos, aliás as tiras de Glauco sempre foram instigantes. O dedo na ferida escancarando os podres internos da alma. Mensagens subliminares no inconsciente.
Sem dúvida, oportunamente estaremos colocando um post sobre o trabalho de Glauco. Mas fica registrado nossa tristeza, por uma morte tão súbita quanto brutal.

quarta-feira

Ásatrú

O Valknut é o símbolo do Ásatrú, religião instituída na década de 1960.

O Valknut é formado por três triângulos entrelaçados entre si e representa o poder do deus Odin.

O Ásatrú tenta reviver a antiga mitologia nórdica. O Valknut já era usado pelos antigos Vikings como símbolo religioso, pois é visto em muitos documentos antigos.