Panacéia dos Amigos

segunda-feira

Lendas Históricas - O mouro cristão - Portugal

"Segundo consta, em Castro Marim existia um milagre do Cristão. Ele vivia em terras de Espanha, era um grande escravo. De noite, a cama que tinha era uma arca em género de caixão, a alimentação que tinha durante o dia era pão e água, vivia como escravo.

De noite, já referi, isolavam-nos dentro nessa arca, e em cima dessa arca ficava um guarda-costas.

Era um escravo, durante a noite não bebia água nem fazia necessidades. Um belo dia, houve uma grande enchente, chuvas. Aquela cidade espanhola, não me recorda agora, inundou-se, e aquela água toda veio a dar ao rio Guadiana. Entrou pelo rio Guadiana e entrou numa travessal de Castro Marim. Deu aqui à seca, entrou um dia e uma noite, subiu o mar, e depois quando chegou a Castro Marim era de madrugada. Ora de madrugada os galos cantam, os cães ladram, e então o guarda que estava em cima dessa arca dizia então:

- Que terra é esta com alta senhoria, cantam os galos e tocam os sinos à poesia?

Os sinos tocavam a rebate, os galos a cantar, os cães, não é verdade, porque pressentiam, sentiam aquele caso. As autoridades, juntou-se muito povo, e o homem foi solto da arca. Levaram-no então para a capela da Nossa Senhora da Fontinha, perto, ali a 10 metros desviado da igreja matriz. Na dita ermida havia uma grande fonte de correr agua, ainda hoje existe lá um poço. Essa fonte com os anos desapareceu. Existe lá um poço, e estava um grande freixo. O freixo era muito grande, fazia uma muita grande sombra e ali se juntaram e baptizaram o dito homem. Soltaram-no, não é verdade, foi cristão..e foi assim.

Na dita igreja de Nossa Senhora dos Mártires, esta terra teve sempre a fama e foi verdade, vinham para aqui pessoas que praticavam certos crimes, vinham para aqui ‘desterrados’, chamavam-lhe a terra dos ‘degradados’. Viviam no castelo, comiam duas vezes por dia, não é verdade, e um deles era muito inteligente em pinturas, e soube desta história, e fez um grande quadro, uma tela grande que tinha a data de 1550. Uma tela grande, com uma grande moldura larga, aí com 1,5 metro por 70/80 de largura, enfim, e estava na igreja.

No outro lado estavam as autoridades que chegaram nessa altura, a presenciarem o coiso. Duas telas, com umas grandes molduras muito largas na referida igreja.

Depois disso, aqueles quadros prolongaram muito tempo e estiveram ali expostos na igreja Nossa Senhora dos Mártires juntamente com a tal corrente de ferro que esteve ali pendurada. Cuja corrente encontra-se na sacristia.

Eu tenho perguntado o que é feito dessa corrente, mas depois do incêndio de 23 de Fevereiro de 1961 esses quadros arderam e essa corrente foi tirada da parede, e hoje se encontra na sacristia. É pena que essa corrente não esteja pendurada na igreja. Ali num recanto que coiso assim, mas entenderam retirar essa corrente de lá. Essa corrente era a tal que amarravam o tal escravo, o tal cidadão."

sexta-feira

Lendas Históricas - A lenda dos jovens seminus – Portugal

“ O monstro e o ermitão é uma lenda popular que deve ter surgido para explicar um curioso ritual que durou séculos: Todos os anos a população de Castelo Mendo enviava um grupo de rapazes seminus da cintura para cima à festa da Senhora de Sacaparte, que se realiza numa aldeia vizinha chamada Alfaiates.(…) (1)” Há muito tempo atrás, no início da Primavera, havia sempre um jovem desaparecido na terra. A população angustiada nada sabia do paradeiro desses jovens e muito se especulava sobre o mistério que vitimava a todos. Para evitar o pior em suas vidas, as mães evitavam mandar seus filhos sozinhos pelo campo.

No entanto, todas as medidas eram em vão: invariavelmente todo ano, um jovem desaparecia.

Então, um dia, três aldeões: um viúvo, um casado e um solteiro foram buscar os conselho de um velho ermitão, com fama de sábio, que vivia a léguas da aldeia, numa dobra da serra. Demoraram vários dias buscando sua toca. Enfim, o encontraram vestido de farrapos, com uma longa e comprida barba branca, recolhendo mel das abelhas.

O ermitão recebeu-os oferecendo-lhes a comida que tinha: mel, frutos silvestres, e leite de cabra. Ouviu-os atentamente e prometeu que lhes daria a resposta certa, de madrugada. Ansiosos, ficaram acordados a noite toda à espera da resposta.

“Da boca do ermitão saiu uma lengalenga que não só dava a chave do mistério, como apresentava a solução:

Nestas terras por azar/Anda um monstro traiçoeiro/Ai de quem ele avistar

Que o engole logo inteiro/Para este mal acabar

Ouçam bem esta rima/Dezoito moços hão-de-andar

Nus da cintura para cima/E assim mesmo hão-de andar

À Senhora de Sacaparte/Para o monstro ali vencer/Apenas com esta arte.(1)”

Depois de ouvir o conselho do sábio ermitão, os três homens agradeceram e partiram para a aldeia. Quando chegaram, o povo quis ouvir várias vezes as palavras ditas pelo ermitão. Tantas foram as vezes que ficou no ouvido esta rima:

“Mandar moços seminus/À Senhora de Sacaparte?

Se essa é a solução/Pois lá irão”

E assim se cumpriu esse ritual na romaria em honra de Nossa Senhora de Sacaparte em Alfaiates, uma aldeia vizinha. Durou até há cerca de cem anos atrás, quando um bispo pôs termo ao ritual. Atualmente não há memória desse ritual, apesar de continuar essa romaria.

É um prazer postar aqui na Panacéia, um pouco sobre as lendas portuguesas, e aproveito para enviar um afetuoso abraço a todos os portugueses que prestigiam a Panacéia com muitas visitas desde o ínicio deste blog! Muito obrigado!

quinta-feira

Lendas Históricas - Os três últimos desejos de Alexandre, o grande

Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:

1 - que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

2 - que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...);

3 - que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou:

1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;

2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos..

quarta-feira

Lendas Históricas - O nó Górdio e Alexandre, o grande

    
    Esta é uma das lendas que mais aprecio. Li à respeito pela primeira vez em Watchmen, de Alan Moore. É provável que a lenda do nó górdio venha do século VIII a.C.

    Conta-se que o rei da Frígia (Ásia Menor) morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus. E a amarrou com um nó a uma coluna, nó este impossível de desatar e que por isso ficou famoso.

    Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, porém, ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria toda a Ásia Menor. O único motivo de fama de Frigia se residia nesta carroça especial estacionada em um dos pátios. A carroça estava presa a uma canga pelo nó górdio. Durante mais de 100 anos, o nó górdio desafiara todos os esforços de inteligentes reis e guerreiros.



    Até que em 334 a.C Alexandre, o Grande, ouviu essa lenda ao passar pela Frígia. Intrigado com a questão foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio.No dia designado, o pátio encheu-se de curiosos. Todos haviam falhado, pensavam, e dessa forma, com que novo método poderia Alexandre ter êxito ?

    Após muito analisar, desembainhou sua espada e cortou o nó facilmente em dois, desatando-o. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor poucos anos depois.

    É daí também que deriva a expressão "cortar o nó górdio", que significa resolver um problema complexo de maneira simples e eficaz.

terça-feira

Lendas Urbanas - A Gangue do Palhaço

Estava em São Paulo em 1995, quando ouvi falar sobre esta lenda. Me apresentaram o NP (Notícias Populares, um folhetim sensacionalista sempre com histórias macabras ou de violência urbana que por um prazer mórbido das pessoas vendia e muito.) com uma matéria sobre a “terrível” gangue.

Esta história ficou muito famosa, e muita gente jura ser verdadeira. De acordo com o jornal Notícias Populares uma gangue de palhaços (que às vezes tinham também uma bailarina entre eles) rondava os grandes centros numa Kombi branca, parando nas praças onde apresentavam seu show; no meio da bagunça eles raptavam as crianças.

Seus fins eram dos mais diversos: seqüestro, tráfico de órgãos e prostituição são somente algumas das suposições. Uma outra versão ainda diz que não era uma gangue e sim um único palhaço que raptava as crianças com o intuito unicamente de matar, um serial killer.

A versão que mais ouvi foi a de tráfico de órgãos, mas sim, a cada semana havia um nova teoria. O que deixava as pessoas na dúvida é que, afinal, não era totalmente inverossímel, alguém tentar este tipo de abordagem para atrair crianças.

Verdade ou mentira? Até prova em contrário...uma lenda urbana..

segunda-feira

Lendas Urbanas - Canetas BIC

Devo admitir que este relato é dos mais bizarros que já li...mais uma lenda urbana..

"Acredito que sempre que pensamos em "caneta", temos uma imagem projetada em nossa mente, a qual diz respeito às famosas canetas BIC. Esta marca de canetas, que investe pouquíssimo em propaganda, fixou uma imagem muito forte diante a tantas outras marcas e modelos. Você já se perguntou como isso aconteceu? Certamente responderá que, por ser uma caneta barata, simples e de fácil acesso, tornou-se "convencional" o seu uso no dia-a-dia, desde a escola até a empresa onde trabalha. Pois bem, a resposta não é assim tão simples! Documentos secretos encontrados no final do ano de 2001 indicam um envolvimento direto da NASA com a BIC. Também foram encontrados documentos oficiais da NASA, onde estavam registrados estudos sobre uma possível invasão de sondas extraterrestres no Planeta Terra.

Acredite ou não, estamos sendo vigiados há anos sem percepção alguma. De fato conclui-se que as canetas BIC são sem sombras de dúvida sondas extraterrestres que nos inspecionam diariamente, desde nossa infância até hoje, em casa, na escola, na universidade, nos hospitais, no trabalho, em tudo. Certamente você está exposto a uma caneta BIC neste exato momento; olhe ao seu lado, dificilmente num raio de 15 metros não haverá uma sonda. Agora pense comigo: Ao nascer você é registrado com uma caneta, ao entrar para a escola/universidade também, tudo o que você escreve, desde estudos até cartas de amor é escrito com uma caneta, ou seja, estes seres que nos observam sabem de absolutamente TUDO sobre TODOS.

O verdadeiro significado da marca BIC é: Big Inspekto Center (ou Centro de Grandes Inspeções). No logotipo da BIC notamos um alien tentando esconder atrás dele seu maior segredo: uma caneta que pode contar toda a história de todos os tempos (simbolizado pelo traço preto atrás do alien).

Vejamos agora algumas dicas que nos levam a propor esta idéia: -As canetas BIC são facilmente encontradas para serem vendidas,porém depois que você já a possui, ela sempre aparece em diferentes locais e você nunca se questiona se realmente havia deixado onde encontrou. -Mesmo que você compre apenas uma caneta BIC, certamente encontrará várias no local onde a deixar. Elas se multiplicam rapidamente, sem ser perceptível a nós dotados de uma visão banal para a visão alienígena. - Após poucos meses, a caneta que você havia comprado, simplesmente desaparece. Isso é facilmente decifrável se pensarmos da seguinte maneira: tudo necessita de energia para sobreviver (o homem, o carro, as plantas, sua TV), e ao acabar esta energia, ela precisa ser reposta. Assim, a sonda BIC tem um período de vida curto, visto que quando se encontram gastas, elas simplesmente se desintegram para uma possível recarga.

A mensagem que quero deixar é que você tenha muito cuidado ao se deparar com estas canetas-sondas, principalmente com as sondas mais avançadas, vulgarmente chamadas de BIC 4 Cores, BIC 2 CORES ou mesmo a tão temida e perigosa BIC VERDE! Esta última jamais deve ser colocada (presa) em cima da orelha, pois além de enviar dados e informações sobre você para os alienígenas consegue influenciar de maneira drástica sua forma de pensar, tornando-o um escravo a serviço alienígena.

Torno a repetir: CUIDADOS COM A MANIPULAÇÃO ALIEN! Já estamos todos envolvidos nisso. Tentar qualquer forma de fuga ou apatia não é aconselhável. Saiba lidar com elas! Desta forma acredito que não mais estaremos expostos a uma ideologia alien, e poderemos defender o que realmente pertence a nós: o Planeta Terra! Serviço Secreto União dos povos."

sábado

Lendas Urbanas - A Mulher da Estrada

Esta lenda surgiu nos anos 50/60 devido ao grande crescimento de rodovias que aconteceu neste período. A lenda conta sobre uma mulher loira que fica na beira da estrada pedindo carona para os motoristas que passam, quando um resolve parar ela conduz a pessoa até um cemitério mais próximo, chegando lá a bela mulher desaparece deixando o motorista sem entender nada, logo depois ele a reconhece na foto de uma das lápides.

Em outra versão ela repentinamente desaparece dentro do próprio veículo, depois o motorista descobre pelos moradores das redondezas que a moça havia sido atropelada há muitos anos naquela mesma estrada.

Em alguns e mais apavorante relatos a mulher revela ser um espírito e pede ao motorista que ele construa uma capela no lugar onde ele a encontrou para que assim ela possa finalmente descansar em paz.

Ouve-se ainda que algumas vezes, a mulher seduz e se deita com o motorista que quando acorda no dia seguinte descobre que ela simplesmente desapareceu sem deixar vestígios. Ou então, antes de desaparecer, seduz o motorista que quando tenta beijá-la, acaba perdendo a língua.

Uma conhecida versão dessa lenda se passa em cidades grandes e são protagonizadas por motoristas de táxi, nelas o taxista recebe uma passageira muito bela e jovem, ela pede uma corrida até um cemitério qualquer da região, chegando lá ela dá ao motorista o endereço de sua casa e diz que lá ele irá receber seu pagamento, no dia seguinte, quando o motorista vai receber o dinheiro, o pai da menina lhe diz que é impossível sua filha ter feito essa corrida, afinal, ela havia morrido há muitos anos. O taxista, sem entender nada, fica ainda mais confuso ao reconhecer numa foto a menina que ele conduziu no dia anterior.

O seriado “Sobrenatural” retratou esta lenda no primeiro capítulo do primeiro ano da série. Nele, os irmãos Winchester foram até em que o espírito estava enterrado, desenterraram o corpo, e atearam fogo nele para libertar a mulher da estrada.