Panacéia dos Amigos

Mostrando postagens com marcador PANACÉIA MUSICAL. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PANACÉIA MUSICAL. Mostrar todas as postagens

quarta-feira

METRÔ: ENTUSIASMO, ALEGRIA E JUVENTUDE EM UM "BEAT ACELERADO"..




No início dos anos 80, o regime militar afrouxava mas não abandonava posição (o que aconteceria, em termos, em 1985). Havia uma inquietude, um “quando será"? . Era a ansiedade democrática espargindo entre todos. E, quando toda uma sociedade está em expectativa, os sinais tem uma expressão mais adequada  em ardor e temperança, coragem e medo,  assobio e grito através das idéias, atitudes e pensamentos dos mais jovens. Neste período a juventude brasileira tinha as linguagem escolhidas: o Rock, o Pop e a New Wave.



Diversos meninos e meninas talentosos, informados e claro, jovens, estavam fervilhando em angústia criativa querendo explodir em alto e bom som todas as suas histórias, seus dramas e seu humor. Haviam as linguagens, mas os meios eram difíceis. Finalzinho dos anos 70 e início dos anos 80 não havia um mercado do Rock. Raul era rock, Rita era rock e pop e havia outros, mas não tantos assim que motivassem empresas e gravadoras a mudarem, em termos de linguagem, estrutura e equipamentos, de acordo com as necessidades de roqueiros e suas bandas.



Naquele tempo, o mercado teve que ser construído com a coragem e a inocência que somente a juventude pode oferecer. Era preciso ser louco demais para seguir em frente e talentoso demais para atingir o sucesso desbravando o incerto mercado não roqueiro e de humores econômicos absurdos (crianças, se vocês acham que estamos em crise, não queiram nem saber o que é mudar de moeda como se muda de camiseta, ou uma inflação de quase 50% ao mês!).



Uma das bandas que fez parte desse cenário enlouquecedor e empolgante ao mesmo tempo foi o grupo "Metrô"!  O grupo foi formado em 1978 sob o nome "A Gota Suspensa" (Psicodélico, não?). O que poucos sabem  é que, nestes primeiros passos,  eles eram uma banda de rock progressivo (alternativa de quem toca muita música, diga-se!). Mas, inquietos e abertos as influências resolveram “metamorfomusicar” o seu som.  Interessados na linha de bandas como Blondie, Rita Lee, B-52's, Devo, e Kraftwerk, “descomplicaram” o seu som e a linguagem e resolveram mudar o nome do grupo para o "Metrô" em 1984. E, a partir de então, se tornariam referência na cena brasileira de música jovem.





Como Metrô lançaram o primeiro single “Beat Acelerado” que fez sucesso imediato em todo o Brasil, anyway, "Vim, vi e venci” ! O resto, como dizem, é história! Com esse disco o Metrô se tornou um dos grupos mais famosos e bem-sucedidos do Brasil, ao lado de Blitz, Legião Urbana, Titãs, RPM, Rádio Táxi, Ultraje a Rigor e Kid Abelha. Chegavam a fazer sete shows em uma semana, aparecendo constantemente em numerosos programas de auditório da época : "Cassino do Chacrinha", "Clube do Bolinha", "Programa Raul Gil","Globo de Ouro", "Fantástico" e "Perdidos na Noite" do Faustão. Também contribuíram com uma canção para o álbum da popular série televisiva infantil Balão Mágico, "Não Dá pra Parar a Música", também lançado em 1985.


            
Mas o sucesso é um paradoxo. Através dele a glória e a queda caminham juntas. E o que acontece com muitas bandas também aconteceu com o Metrô: Viagens, turnês, exposição e uma massacrante convivência prejudicaram o grupo que passou a não se entender sobre os rumos musicais da banda e outros tantos rumos, o que é crítico e fatal para qualquer grupo.


               

Desfeita a banda em 1988, Virginie prosseguiu formando a “Virginie & Fruto Proibido". O álbum “Crime Perfeito” foi lançado. "Más Companhias", parceria de Virginie com Don Beto, entrou na trilha sonora da novela global "Fera Radical" e o restante dos integrantes do Metrô também se envolveram em outros tantos projetos. Haviam muitas feridas  musicais e emocionais para serem curadas ao sabor do tempo..



Uma década depois,  em 1998, aconteceu um súbito movimento de revalorização do rock Brasil 80, e uma edição especial da Showbizz (especificamente a edição de dezembro)trouxe à baila o cenário daquele momento e pequenas notas das bandas oitentistas como o Metrô, mas não eram notícias boas para os fãs, o distanciamento e o desinteresse em retomar a banda permaneciam.





Em 2001, uma tentativa de retomada do trabalho da banda foi evocada por alguns de seus membros, e teve um relativo sucesso porque apesar da reaproximação a formação ficava inconstante, sempre havendo projetos outros que separavam a formação original de sucesso. Ainda assim, em 2004 fizeram uma série de shows no Brasil, na França, Inglaterra, Moçambique e em Portugal.


 


Finalmente, em maio de 2015, o grupo Metrô anunciou uma terceira e definitiva reunião, mais uma vez com sua formação original. Em 2016 a banda se apresentou na Virada Cultural, marcando definitivamente seu retorno. A banda marcou presença também em programas de TV, como no "Domingão do Faustão", participando do quadro "Ding Dong", onde cantaram "Tudo Pode Mudar" e um trecho de "Beat Acelerado”,  anunciaram novos projetos e a continuidade da trajetória da banda com energia renovada.




Os hits do Metrô marcaram os anos 80 e mesmo sabendo que "tudo pode mudar" permanecem como registro de entusiasmo e juventude que nos invadem nos primeiros acordes seja de qual geração você pertença..



 SAIBA MAIS:  

@metrobr  

www.facebook.com/metrobr



segunda-feira

LARKIN POE - IRMÃS, PAIXÃO E ROCK'N ROLL


A necessidade de expressão é recorrente da alma humana e o desenho criativo embora concordante não possui sempre a mesma forma. Tal como o oceano que em si é uma unidade, mas que não repete suas ondas nossa angústia criativa é latente. Latente, intuitiva e passional. E com essas características precisas se fez surgir no cenário musical o rock’n roll.


A necessidade de ser emocional e potente como o blues, criativo como o jazz, popular como o country, mas com a urgência e paixão ardentes dos jovens. E não necessariamente na velocidade da canção, mas sim, na sua ousadia passional, nos temas e no desespero de viver antes que a vida acabe.

Após o surgimento inicial, a premissa de nascimento se alterou em uma miríade de alternativas e novos desenhos criativos foram criados com o passar dos anos nas mentes de artistas que  se tornaram lendas. Mas na mais estranha forma que seja permanece a essência: paixão, urgência e criatividade. Que cativam ainda, em suas diversas formas. Mas quanto mais próxima da naturalidade e paixão melhor. O rock soa mais profundamente, feliz em sua identidade, e poucos conseguem realizar esse “feeling”.

Das mais notáveis bandas que tenho escutado se destaca a LARKIN POE , formada pelas irmãs Rebecca e Megan Lovell .  Sejam em reinterpretações reverenciais de grandes clássicos do rock ou do blues ou com suas próprias canções, as irmãs trazem na voz e nos instrumentos tudo o que fez do rock o que é , e que, não deve deixar de ser.

Rebecca e Megan Lovell começaram suas carreiras musicais em 2005 ainda adolescentes formando o grupo “ Lovell Sisters”, neste grupo contavam com a participação de sua irmã mais velha, Jessica Lovell. Gravaram dois álbuns independentes e se lançaram na estrada durante quatro anos com participações em eventos como em A Prairie Home Companion de Garrison Keillor, o Grand Ole Opry e e Bonnaroo Music Festival . Porém, após esse período as Lovell Sisters resolveram e anunciaram a dissolução do grupo em 2009.  No ano seguinte , Rebecca e Megan se retomaram as atividades como Larkin Poe.  "Larkin Poe" era o nome do bisavô das irmãs.

Nos três anos seguintes a Larkin Poe lançou 5 EP independentes, colaboraram em dois álbuns  e na gravação de um DVD de performance ao vivo.  Os trabalhos foram: Spring EP (2010), Summer EP (2010), Fall EP (2010), Winter EP (2010), Thick As Thieves EP (2011), The Sound of the Ocean Sound, uma colaboração com Thom Hell (2013), Killing Time EP uma colaboração com Blair Dunlop (2013).



 
Em 2013, Larkin Poe assinou um contrato de gravação com a RH Music. Após essa assinatura, a banda começou a trabalhar em seu primeiro álbum completo KIN

Em março de 2014, o produtor T. Bone Burnett chamou as irmãs para gravar harmonias e instrumentação no álbum The New Basement Tapes Lost on the River: The New Basement Tapes contava com Marcus Mumford de Mumford & Sons, Elvis Costello, Jim James de My Morning Jacket, Taylor Goldsmith of Dawes (banda) e Rhiannon Giddens. Rebecca e Megan também aparecem no documentário Showtime de 2014 Lost Songs: The Basement Tapes Continued.

Larkin Poe com Elvis Costello


Em abril de 2016, as irmãs lançaram seu segundo álbum Reskinned. Eles também tocaram no álbum de Steven Tyler We're All Somebody from Somewhere, que foi lançado em julho do mesmo ano.



Em fevereiro de 2017, Larkin Poe atuou como parte da banda de apoio no tributo MusiCares a Tom Petty em Los Angeles, acompanhando artistas como Jackson Browne e Don Henley.E ainda em 2017 um novo trabalho chega aos fãs em 29 de setembro: “Peach”.



Canções de trabalhos anteriores como “Don´t” , “Trouble in mind”, “Mad as a hatter” e “When god closes a door” podem ser encontrados na rede e valem o esforço da busca. Além do trabalho próprio, elas compartilham na internet várias cover geniais que gravam com total espontaneidade despretensiosa, mas muito bem feita. 

Sendo irmãs já possuem uma sintonia musical e um entendimento de palco que se traduz em um olhar, basta isso, e tudo flui porque se conhecem e confiam uma na outra. É perceptível, interessante e também poderoso. Além disso, é possível ver o quanto as irmãs estão curtindo pelo som que fazem e por estarem juntas.

Se você gosta de música com energia, criatividade e muita paixão não precisa apenas buscar apenas nos antigos ícones. Larkin Poe é atual, poderoso, passional e merece ser conhecido e reconhecido. Venham para as guitarras das adoráveis garotas rockeiras do Larkin Poe!!!..



SLEEPER - O BRITPOP DE MAIS UMA GAROTA..


Quando aconteceu o britpop as atenções se voltaram fortemente para bandas como oasis, blur, pulp, suede, The charlatans, supergrass..todos com frontmens, mas bandas interessantes surgiram com frontwomens também, destas algumas se destacaram como o elastica, echobelly, e claro sleeper com a guitarra, composição e vocal de Louise Wener.


Porém, o fundador da banda foi Jon Stewart que conheceu Louise Wener na Universidade de Manchester em 1987 em uma classe de filosofia política (menina “cabeça”). Ambos músicos tocaram com várias bandas na universidade, formados mudaram para Londres procuraram um baixista e baterista com anúncios no Melody Maker e assim se formaram com Diid Osman e Andy Maclure.


A banda respondia pelo nome de Surrender Dorothy que abandonariam logo. Chegaram então ao nome 'Sleeper'  segundo eles por influência de Woody Allen, além do que subtende-se vários significados (um espião, um golpe inesperado, etc.). Começam a chamar atenção das gravadoras. Abrem shows para o Blur na turnê de “Parklife” e lançam o single “Inbetweener” gravando um vídeo com a participação com a celebridade de tv Dale Winton.


Com seu primeiro disco “Smart”  a banda consegue se tornar um dos primeiros àlbuns de destaque da emergente cena “britpop” com um disco de ouro. Na sequência “The It girl” alcança o disco de platina com o singles “Statuesque”, “What Do I Do Now”, “Sale of Century” e “Nice Guy Eddie”.  A canção “Atomic” entra para a trilha sonora do filme “Trainspotting” sendo uma regravação do Blondie.

A banda se desfez com o fim do movimento. Todos continuaram uma carreira musical. Louise se destacou produzindo documentários, produzindo e trabalhando com outros artistas. Também firmou uma respeitada carreira como escritora. 




Recentemente, o sleeper voltou a seu reunir, mas não se sabe se um disco inédito poderá acontecer..











quinta-feira

KATE BUSH (Que se abram as janelas!)






Eu realmente adoro os visionários. Em qualquer arte ou engenhosidade são sempre aqueles que descobrem o "ovo de Colombo" antes dos demais que me comovem. Não sei como descrever, afinal, com que palavras, quais dentre elas são suficientes para descrever a genialidade? Como descrever, neste texto,um excepcional talento, daqueles que fazem David Gilmour (ele mesmo, o mestre, Pink Floyd) se emocionar e verter lágrimas ao escutar? Como traduzir uma expressão interior que enlaça e encanta um senhor das palavras como Neil Gaiman? Melodistas como Elton John e Peter Gabriel? Impressionar um performer como Brett Anderson do Suede? Neste caso específico a que me refiro, a pedra de roseta se encontra nas canções que decifram o enigma original de Kate Bush!


O que espanta os muitos músicos de sua geração é não ligação que se possa fazer do trabalho de Kate com qualquer coisa anterior. Não é perceptível a influência. Não é possível entender de onde vem o trabalho que se expressa através dela. Trata-se de um som original, mas não mas também uma performance, um texto, um teatro, uma voz agudíssima, estranha e ainda assim agradável, uma inspiração viva e sem pudor de se mostrar.



Mas Kate Bush viveu, sim, muitas influências. As primeiras através de seu irmão mais velho que se deleitava em mostrar a pequena irmã canções e instrumentos conforme os conhecia e tocava. Também esteve presente no último show do camaleão do rock, David Bowie, como Ziggy Stardust, e certamente ele foi uma influência em termos de liberdade artística e ousadia musical. Lindsay Kemp do lendário show “Flower” foi a inspiração corporal, o artista também estava presente nos shows de Bowie e Kate se encantou com sua performance e expressão em dança e movimento. Logo se tornaram professor e aluna. E meses depois quando lançou seu primeiro disco “The kick inside” a primeira faixa “Moving” foi dedicada a Kemp que até então ignorava que sua estudante queria ser uma cantora.


Mas, ainda mais jovem, Kate já se dedicava ao estudo de piano e violino, fitas de suas composições originais foram espalhadas e pararam nas mãos de ninguém menos que David Gilmour, do Pink Floyd. Ele visitou a casa dos Bush e se encantou ao ouvir 14 músicas em cassete que a menina apresentou. Gilmour financiou uma demo muito bem gravada e logo a jovem assina um contrato com a EMI aos 16 anos.  Mas, ao invés de jogar tudo para o ar e lançar o primeiro disco resolveu seu período na escola começando as aulas de dança, mímica com Kemp e aprofundar-se ainda mais em música. Concluiu os estudos com 100% de aproveitamento em todas as disciplinas. Foi revelado mais tarde que a  EMI à época de sua contratação não se importava em não lançar um disco até que Kate Bush se sentisse pronta, mas a manteria sob contrato a fim de que nenhuma outra gravadora pudesse fazê-lo.


 
Além disso, a EMI enviou-lhe um considerável adiantamento financeiro com os quais ela custeou um sintetizador e as aulas de interpretação com Kemp. Neste período de “incubação artística”, foram compostas e gravadas 200 canções que hoje encontram-se espalhadas por aí, reconhecidas mundialmente como as “canções fênix” de Kate Bush. 



Finalmente quando lanço seu primeiro álbum, The Kick Inside em 1978, Kate trouxe ao mundo o clássico "Wuthering Heights" baseada em um livro de mesmo nome da escritora Emily Brontë (conhecida em português como “O Morro dos Ventos Uivantes”). Esta canção sintetizava todo o talento e conhecimento que Bush havia adquirido. Uma canção magnífica com a letra inspirada em um clássico da literatura, com sua voz, melodia e performance extraordinárias. Se tornou um sucesso estrondoso no Reino Unido e Austrália, e depois pelo mundo. A canção marcou um feito histórico para Kate Bush, ao ser a primeira mulher cantora e com composição própria a atingir o 1º lugar das paradas de sucesso do Reino Unido.




Quando começou suas turnês, as apresentações surpreenderiam com música, arte circense, mímica e mágica, muitos músicos e dançarinos. Segundo Elton John lançaria várias influências. E de fato ele está correto. Quem assistir os shows de Kate, verá que Madonna e Lady Gaga tiveram uma genial predecessora.


Lionheart, foi o segundo álbum que gerou uma longa excursão e foi criando em Kate uma aversão ao showbusiness e o estilo de vida que para ela prejudicavam a arte e o fazer arte. Para realizar um próximo trabalho que a satisfaze-se mais do que Lionheart, ela se excluiu da vida pública. Toda a sorte de boatos, inclusive sobre uma possível esquizofrenia foram lançados,mas nada havia acontecido, Kate reapareceu com um novo disco “ Never for Ever”, onde está registrado o grande sucesso "Babooshka". O trabalho teve a grata presença de Peter Gabriel (ex-Gênesis). Marcados por longos momentos de afastamentos os anos seguintes trouxeram os álbuns “The dreaming”, “Hounds of Love”, este com o grande sucesso "Running up that hill". Com o Novo álbum com “ Red shoes” de 93 um longo período de reclusão maior do que os demais se fez. Novos boatos surgiram tornando-a quase uma Greta Garbo, no sentido de que se tornaram uma reclusa. Mas, não era nada disso, Kate havia engravidado e cuidava da infância de seu filho. Guardou o segredo por anos para se preservar, mas declarou que a maternidade a fez muito feliz.



Por sua extraordinária história e contribuição Kate Bush foi nomeada “Commander of Britain Empire” (CBE) . Novo disco foi lançado em 2005 e 2011: “Aerial” e “Director´s Cut” e uma agenda de shows chamados “Before the Dawn” a partir de 2014. O retorno foi saudado com um especial da BBC.

Kate Bush é uma artista daquelas geniais que vem muito a frente do seu tempo. Seu trabalho, suas conquistas e sua influência pavimentaram caminhos para que outras garotas pudessem também realizar música e performances artísticas extravagantes que hoje se tornaram visíveis em cantoras como Birdy, Florence+the machine e especialmente Lorde que além de guardar semelhanças físicas com Kate, também foi aclamada aos dezessete anos por suas músicas com letras interessantes, melodias diferentes e performances. 




Abram sempre suas janelas da imaginação para a entrada de Kate Bush!


quarta-feira

QUEEN (God save the Queen)

Tanto tempo com este blog e evitei falar sobre o Queen, afinal, o que poderia ser escrito que já não foi escrito? Ora, além das informações básicas que qualquer um pode alcançar na internet hoje em dia, a função do blog e passar a visão particular do blogueiro e isso eu posso oferecer. Mas o Queen..faz tão parte da minha história com música que não é das tarefas mais fáceis. Ainda pior acontece com os Beatles que até hoje não escrevi um texto que me contentasse, mas enfim, de tentativa em tentativa..


Não me lembro exatamente quando ouvi o Queen pela primeira vez, mas provavelmente foi por causa de uma matéria sobre a primeira apresentação da banda no Brasil no jornal nacional em 1983/4. Apesar de moleque que era eu não perdia uma edição porque gostava muito de saber as coisas, era uma janela de informação o que, para mim um garoto de sítio, era empolgante. Bem, não perdia nenhuma edição, então, pude assistir uma matéria sobre a comoção do público e banda durante a apresentação do “Love of my Life”. Então assisti Highlander, o filme que só deveria haver um (“Só pode haver um”)! E que, ainda não passei meu parecer nostálgico sobre este clássico que entra para a lista (Feitiço de Áquila, por exemplo e outros). Voltando ao Queen, outro clássico “Who wants to live forever”, claro que não identifiquei a banda, mas ouvindo rádio foi fácil (na época de o radialista se dava o trabalho de anunciar a música e o intérprete) saber. Passei a ouvir e saber que era o Queen:  “Radio Ga Ga”, “Under Pressure” “I Want to Break Free”, “Friends Will Be Friends”, genial. Não vi o Live Aid, quando pude assistir vi o Eurythimics e fiquei fã, até hoje. Mas, na época a única TV era disputada e o moleque de 09 anos querendo ver rock, não era exatamente o sócio-majoritário!


O tempo passou e continuei curtindo o Queen, assistindo o que podia, infelizmente veio a notícia da morte de Freddie Mercury. Fiquei como qualquer fã, muito triste. Ainda mais que com praticamente zero de informações que eu tinha nem desconfiava que estivesse doente. E foi assim, soube que estava doente em um dia, e faleceu no outro. Vi a matéria no Jornal Nacional e tudo o mais. Triste. Um pouco adiante finalmente chegou o videocassete, uma certa liberdade de descobertas surgiu. Enfim, coloquei a mão no Greatest Flix ll e acreditem: finalmente ouvi canções ainda não escutadas.  
 
                                                                   
Virei fanático imediatamente. Depois assisti o tributo na mesma época da realização praticamente. E tudo foi muito fantástico, corri atrás de biografias e histórias, mais canções (oficiais, acústicas, carreira solo, versões), enfim tudo o que um grande fã tem que fazer. Tinha uns quinze anos na época, era uma época de descobertas musicais incríveis especialmente do Rock Inglês.


Partindo do principio que talvez você não conheça, um pequeno resumo: Queen foi uma banda britânica de rock, fundada em meados de 1970. O grupo, formado por Brian May (guitarra e vocais), Freddie Mercury (vocais e piano), John Deacon (baixo) e Roger Taylor (bateria e vocais) é frequentemente citado como um dos expoentes do seu estilo, também sendo um dos recordistas de vendas de discos a nível mundial. A música da banda também é conhecida por ser altamente eclética, passeando por várias vertentes do rock.


Originalmente, o Queen surgiu a partir da banda Smile, formada por Brian May, Roger Taylor e o baixista Tim Staffell. Com a dissolução desse conjunto, Freddie Mercury e John Deacon, juntamente com May e Roger fundaram um novo grupo em meados de 1970. Os seus dois primeiros álbuns alcançaram pouco sucesso, até que tornaram-se internacionalmente conhecidos através dos álbuns Sheer Heart Attack e principalmente por A Night at the Opera, cujos singles "Bohemian Rhapsody" e "You're My Best Friend" alcançaram bons desempenhos nas paradas. Mais tarde, a popularidade do quarteto estendeu-se com News of the World, em 1977, devido aos hits "We Will Rock You" e "We Are the Champions".
  
Bem como com "Crazy Little Thing Called Love" e "Another One Bites the Dust", do elogiado The Game, de 1980.
Durante a década de 1980, o Queen passou a adotar sintetizadores nas suas músicas, e apesar de alguns sucessos como "Under Pressure", a banda recebeu fortes críticas da mídia especializada, perdeu grande parte de sua popularidade em território norte-americano e passou por crises internas, mesmo mantendo a sua formação. Em contrapartida, The Works conteve os singles "Radio Ga Ga" e "I Want to Break Free", que alcançaram grande notoriedade no Reino Unido e em países da América do Sul, como o Brasil e Argentina. Em 1985, o conjunto realizou uma das suas performances mais memoráveis no evento Live Aid.


Anos depois, o vocalista Freddie Mercury contraiu o vírus da AIDS/SIDA, e após o lançamento de The Miracle e Innuendo, o artista morreu aos 45 anos de idade. Em 1995, foi lançado o último trabalho inédito do quarteto, Made in Heaven, e o baixista John Deacon aposentou-se do mundo musical.

Nos anos seguintes, Brian May e Roger Taylor seguiram com as suas carreiras solo, também tocando com vários músicos convidados. Dentre eles, destacam-se Paul Rodgers e Adam Lambert, com quem formaram, respectivamente, o Queen + Paul Rodgers e Queen + Adam Lambert. O Queen já vendeu mais de trezentos milhões de discos ao redor do mundo, tendo lançado quinze álbuns inéditos, várias coletâneas e trabalhos em vídeo. O grupo foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame em 2001 e ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2005.




Agora, alguns adendos: Queen, meu amigo(a), é uma banda extraordinária por alguns motivos peculiares. Primeiro, teve um dos melhores (se não o melhor) vocalista e frontman de todos os tempos. Talvez, possamos ter dificuldade sobre a voz porque muitos bons vocalistas são adequados as propostas de suas bandas e foram  ou ainda são notáveis, mas indiscutivelmente Mercury tinha a voz mais potente e portanto mais versátil. Como frontman, não tenho dúvida que foi o melhor, ninguém dava um show como ele, e sem necessidade de pirotecnia excessiva porque palco mais simples que o Live Aid não houve e no entanto, assista a apresentação para testemunhar um frontman com a platéia nas mãos!
 

Segundo, todos os integrantes eram grandes músicos. Não tinha ninguém amador ali, eram profissionais dedicados aos seus instrumentos, viravam dias de ensaio, queriam entregar o melhor show. Sabiam o que faziam.

 

 
          
Terceiro, todos com alto grau de instrução. Freedie era especialista em design e moda o que criava o visual do Queen e os logotipos, Brian May é atualmente Doutor em Astrofísica e já foi reitor de universidade em Londres (e ainda toca aquela guitarra), John Deacon é formado em eletrônica e Roger Taylor é formado em ondontologia e nerd de carteirinha especialmente versado em ficção científica.
 
E artes! Todos curtiam artes em suas manifestações várias. Teatro, óperas, Rock, pinturas, moda, filmes, HQs, enfim, tudo isto acabou por influenciar na música do Queen.


Quarto, gostavam de apresentações ao vivo. Na verdade, todos sabemos que são poucos os que atingem sucesso musical que REALMENTE gostam de multidões e grandes shows. O Queen era uma exceção e voraz. Gostavam de grandes shows, amavam as enormes multidões, queriam sempre mais!  Muito pé na estrada. Muito profissionalismo, equipamento de primeira, instrumentos de primeira, músicos de primeira, e os maiores públicos que pudessem conseguir, e muito prazer em tocar! Isto faz a diferença!




            


Uma curiosidade: Li recentemente o livro “Freddie Mercury” de Leslie-Ann Jones e recomendo à todos. Uma parte engraçada e que eu não imaginava é que o grupo gostava de fazer grandes festas daquelas dignas das orgiásticas celebrações destinadas a divindade greco-romana de Baco. Duravam horas a fio, às vezes dias, e chegaram a deixar repórteres que participaram traumatizados por um bom tempo.



Queen + Paul Rodgers  


Com o passar do tempo  Roger e Brian queriam voltar, John não, mas liberou os dois a seguir em frente com o nome da banda e tudo o mais. A primeira tentativa foi com o vocalista Paul Rodgers. A idéia deste retorno não me agradou, mas ficou ainda pior quando ouvi o vocalista. Não é culpa dele, canta bem, mas não se encaixava com o Queen. Claro que não é tarefa das mais gratas você substituir o vocalista frontman quase mítico como Mercury, mas a verdade é que não tinha nada a ver, e por mais boa vontade que se tivesse..foi péssimo.



Queen + Adam Lambert

 
Deixaram esta parceria de lado, e achei que estavam satisfeitos, mas anos depois, retornaram com Queen + Adam Lambert. Pensei:  “ E agora? O que será?”, por sorte tudo atualmente é bem mais rápido, bastou correr no youtube e assistir. Meu primeiro pensamento foi “Ok, ele é gay o suficiente!”, ressalto isso não como pejorativo, mas a tradução de “gay” é alegre, solto, e claro estou levando tudo no ambíguo, mas o que realmente quis dizer é que ele era divertido, solto e algumas canções do Queen pedem isso, quer dizer, como você vai cantar “Killer Queen” com cara de Chuck Norris?

          
E como fã notei outras coisas importantes: Adam canta bem, canta bem mesmo, não, não é Freddie Mercury, aliás, ninguém será, mas ele manda bem. Ele respeita Freddie, dá para notar que é um fã, ele não quer superar ou igualar, ele quer cantar este repertório, apenas isto e tudo certo.

Queen + Adam Lambert
O mais importante: Notar a felicidade de Brian May e Roger Taylor com a performance do garoto que é evidente. Os caras estão felizes. Felizes com o garoto, felizes por estarem em palcos de novo, felizes pelas multidões, felizes por estarem vivos. Então, meus caros, que se dane! Posso ver Brian e Roger sorrindo no palco e tudo é lucro. LONGA VIDA AO QUEEN e valeu Adam!