O passista ou candidato ao emprego de forças radiantes em favor dos enfermos deve procurar equilibrar o campo das emoções. As energias construtivas não podem ser fornecidas se houver sistemático desperdício das forças vitais. (Missionários da luz, pag. 323) Não pode haver doação, por exemplo, com sistema nervoso esgotado, em frangalhos. E de que maneira pode-se esgotá-lo? Aquele que cultiva mágoa excessiva, paixão desvairada, inquietação permanente, não transmite, nem faz circular, as energias radiantes, porque seu próprio sistema nervoso está comprometido, desgastado.
Vemos, assim, que o doador tem uma excelente oportunidade de auto-aprimoramento. Ele sabe que a suas crises de cólera e revolta, maledicência e leviandade, desespero e intemperança são verdadeiras tempestades magnéticas sobre o seus próprios envoltórios, o perispírito e o corpo físico, por isso procura evitá-las ao máximo, para não se desgastar.
Do mesmo modo, quando estão em curso moléstias do sangue ou degenerativas, como a anemia e o câncer, não é recomendável a doação fluídica, porque o próprio médium está necessitado de repor suas energias desgastadas. É preciso lembrar o que já vimos: o duplo etérico circula no sangue e o fluido magnético está diretamente implicado no sistema de defesa do corpo físico.
O excesso de alimentação também constitui impeditivo ao desenvolvimento da capacidade de doação fluídica, porque a pessoa passa a produzir odores fétidos, detectados, espiritualmente, pelos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando a circulação das faculdades radiantes.
Do mesmo modo, o fumo, o álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares. São notórios e bastante divulgados os malefícios do cigarro. Sabemos que a resistência orgânica decresce muito com o hábito de fumar, favorecendo o aparecimento de doenças, muitas vezes fatais, e que poderiam ser claramente evitáveis.
Sobre os malefícios do tabaco e das drogas, recomendamos a leitura do livro Lições de Sabedoria cap. 13 que contém ensinamentos de Emmanuel através de Chico Xavier A esse respeito, o mentor esclarece sobre o perispírito do fumante no além:
O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.
Como vemos, é de todo recomendável que nos esforcemos para vencer o hábito nocivo, enquanto estamos na vida física, a fim de favorecer as nossas tarefas nesta e na outra dimensão. Toda vigilância, portanto, é pouca, por parte dos médiuns. Os que são guiados tão somente pela vaidade ou pela ambição inferior, acabam vampirizados, porque, fatalmente, encontram entidades que com eles se afinam, precipitando-se em difíceis situações obsessivas.
Infelizmente, temos tido alguns exemplos de irmãos nossos dedicados à cura e que se desviaram do objetivo construtivo do "dai de graça o que de graça recebestes", aceitando dinheiro no exercício de suas faculdades curativas. Muitos voltam do além, em estado lastimável, para contar, arrependidos, o desvio e a perda da existência pelo mau uso da mediunidade, lamentando o engano cruel que os precipitou no arrependimento. E só terão um meio de se recompor: recomeçando uma nova existência.
É inegável que o desenvolvimento das forças radiantes está intimamente ligado ao auto-aperfeiçoamento, ao cultivo das boas qualidades (Missionários da luz, pag. 324) Há, no entanto, algo que devemos sempre lembrar, onde houver merecimento por parte dos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, os mentores estarão sempre dispostos a conceder o benefício espiritual.
Eles sempre lembram que, se a prática do bem estivesse circunscrita aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana. Eles só podem mesmo contar conosco, espíritos imperfeitos em vias de evolução.
A ninguém, pois, devemos desencorajar. Os benfeitores espirituais, ao referirem-se às qualidades necessárias aos servidores desse campo de auxílio, não o fazem para desencorajá-los, mas para orientar as aspirações do trabalhador, com vistas ao crescimento da sua tarefa em valores positivos e eternos.
Marlene Nobre - livro O Passe como Cura Magnética
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