Abril de 1947, no
vale de Khirbet Qumran, junto às encostas do Mar Morto, Juma Muhamed, pastor
beduíno da região, recolhia seu rebanho quando ao seguir atrás de uma ovelha
desgarrada percebeu que havia uma extensa fenda entre duas rochas. Curioso,
atirou uma pedra e ouviu o ruído de um vaso se quebrando. No vaso, encontrou
pergaminhos. Este momento caracterizou-se como um marco para o mundo
arqueológico: A Descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.
Desde então, a tradução
e divulgação do seu conteúdo tem atraído atenção mundial, e uma grande
expectativa tem se instaurado quanto a possíveis segredos ainda não revelados.
Foram
encontrados em 11 cavernas, nas ruínas de Qumran, centenas de pergaminhos que
datam do terceiro século a.C até 68 d.C., segundo testes realizados com carbono
14. Os Manuscritos do Mar Morto foram escritos em três idiomas diferentes:
Hebreu, Aramaico e Grego, totalizando quase mil obras. Eles incluíam manuais de
disciplinas, hinários, comentários bíblicos, escritos apocalípticos, cópias do
livro de Isaías e quase todos os livros do Antigo Testamento. De acordo com os
estudiosos, os Manuscritos estão divididos em três grupos principais:
Sectários, Apócrifos e Bíblicos. Os Bíblicos reúnem todos os livros da Bíblia,
exceto Ester, no total 22 livros. Os Apócrifos são os livros sagrados excluídos
da Bíblia, e, finalmente os Sectários que são pergaminhos relacionado com a
seita, incluindo visões apocalípticas e trabalhos litúrgicos.
No livro "As
doutrinas secretas de Jesus", o autor H. Spencer Lewis, F.R.C., Ph.D.,
cita na pág. 28 a referência (chave 15): "Essa sociedade secreta
(sociedade secreta de Jesus) pode ou não ter sido afiliada aos essênios, outra
sociedade secreta com que Jesus estava bem familiarizado" (*).
A descoberta dos
Pergaminhos do Mar Morto confirmou a referência feita pelo autor aos essênios e
seus ensinamentos secretos, que precederam o cristianismo e que Jesus deve ter
conhecido bem. Um relatório parcial sobre essa descoberta, do arqueólogo inglês
G. Lankester Harding, Diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia, diz
o seguinte:"A mais espantosa revelação dos documentos essênios até agora
publicada é a de que os essênios possuíam, muitos anos antes de Cristo,
práticas e terminologias que sempre foram consideradas exclusivas dos cristãos.
Os essênios tinham a prática do batismo, e compartilhavam um repasto litúrgico
de pão e vinho presidido por um sacerdote. Acreditavam na redenção e na
imortalidade da alma. Seu líder principal era uma figura misteriosa chamada o
Instrutor da Retidão, um profeta-sacerdote messiânico abençoado com a revelação
divina, perseguido e provavelmente martirizado."
"Muitas
frases, símbolos e preceitos semelhantes aos da literatura essênia são usados
no Novo Testamento, particularmente no Evangelho de João e nas Epístolas de
Paulo. O uso do batismo por João Batista levou alguns eruditos a acreditar que
ele era essênio ou fortemente influenciado por essa seita. Os Pergaminhos deram
também novo ímpeto à teoria de que Jesus pode ter sido um estudante da
filosofia essênia. É de se notar que o Novo Testamento nunca menciona os
essênios, embora lance freqüentes calúnias sobre outras duas seitas
importantes, os saduceus e os fariseus."
Todos esses documentos foram
preservados por quase dois mil anos e são considerados o achado do século,
principalmente porque a Bíblia, até então conhecida, data de uma tradução
grega, feita pelo menos mil anos depois da de Qumran. Hoje, os Manuscritos do
Mar Morto encontram-se no Museu do Livro em Jerusalém. O nome Essênios deriva
da palavra egípcia Kashai, que significa "secreto". Na língua grega,
o termo utilizado é "therepeutes", originário da palavra síria
"asaya", que significa médico.
A organização
nasceu no Egito nos anos que precedem o Faraó Akhenathon, o grande fundador da
primeira religião monoteísta, sendo difundida em diferentes partes do mundo,
inclusive em Qumran. Nos escritos dos Rosacruzes, os Essênios são considerados
como uma ramificação da "Grande Fraternidade Branca". Segundo
estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre
seus 13 e 30 anos. Alguns estudiosos também acreditam que a Igreja Católica
procura manter silêncio acerca dos essênios, tentando ocultar que recebeu desta
seita muitas influências. Para medir o tempo, os Essênios utilizavam um
calendário diferenciado, baseado no Sol. Ao contrário do utilizado na época,
que consistia de 354 dias, seu calendário continha 364 dias que eram divididos
em 52 semanas permitindo que cada estação do ano fosse dividida em 13 semanas e
mais um dia, unindo cada uma delas.
Consideravam seu
calendário sintonizado com a "Lei da Grande Luz do Céu". Seu ritmo
contínuo significava ainda que o primeiro dia do ano e de cada estação sempre
caía no mesmo dia da semana, quarta-feira, já que de acordo com o Gênesis foi
no quarto dia que a Lua e o Sol foram criados. Segundo os Manuais de Disciplina
dos Essênios dos Manuscritos do Mar Morto, os essênios eram realmente
originários do Egito, e durante a dominação do Império Selêucida, em 170 a.C.,
formaram um pequeno grupo de judeus, que abandonou as cidades e rumou para o
deserto, passando a viver às margens do Mar Morto, e cujas colônias
estendiam-se até o vale do Nilo.
No meio da corrupção que imperava, os essênios
conservavam a tradição dos profetas e o segredo da Pura Doutrina. De costumes
irrepreensíveis, moralidade exemplar, pacíficos e de boa fé, dedicavam-se ao
estudo espiritualista, à contemplação e à caridade, longe do materialismo
avassalador. Os essênios suportavam com admirável estoicismo os maiores
sacrifícios para não violar o menor preceito religioso..
Fonte: http://www.misteriosantigos.com/essenios.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário