Panacéia dos Amigos

segunda-feira

SKATING POLLY: O NOVO SEMPRE VEM..





Uma das vantagens da internet é que todo dia, se buscar direito, oferece uma descoberta. Então, aleatoriamente sigo por ela revisitando o que gosto e buscando coisas novas. Por acaso, encontrei essa banda que, na verdade, não é nova exatamente. Está por aí desde 2009 e nos dias atuais 10 anos já é uma era.


Escutei “Little Girl Blue and The Battle Envy” e o baixo me conquistou imediatamente.  A voz áspera das meninas, a angústia, o rocker na explosão. Tudo forte e interessante me deu ecos de Smashing Pumpkins.  “Hail Mary” é uma canção ainda mais densa, mas o clipe é ótimo e ecoou fortemente como Nirvana no seu melhor.


Eram meninas roqueiras, sem dúvida, e apesar de novas, são compositoras com canções que caem bem. Normalmente uma música ruim não dura nem a introdução nos meus ouvidos. Mas Skating Polly trabalha bem suas aparentes influências porque produzem material próprio bem feito. Influência como ponto de partida e não âncora.

Novos ecos: Pixies, Sonic Youth, Breeders. Rock alternativo. Rrriot Girls, por aí. Mas, claro, permanece um som inerente a banda marcado pelas vozes das cantoras e pelas canções autorais. Elas navegam bem por várias abordagens da canção mais punk, grunge, acústica, hard rock e até mesmo indie pop.


Skating Polly é uma banda dos E.U.A formada na cidade de Oklahoma em 2009. Todos os  integrantes são multi-instrumentistas. E com  frequência  trocam de instrumentos alternando bateria, guitarra e baixo. Suas vocalistas principais são Kelli Mayo (Março 29, de 2000) e Peyton Bighorse (11 de julho de 1995). Kelli e Peyton se conheceram quando o pai de Kelli começou a namorar a mãe de Peyton. Os pais se mudaram para a mesma casa, onde as duas tocavam os vários instrumentos musicais que os pais tinham. Identificação estabelecida, as meninas fizeram seu primeiro show em uma festa de Halloween da família em 2009.





Escolheram o nome por ser "ironicamente juvenil." Kelli aprendeu piano e bateria sozinha enquanto Peyton aprendeu guitarra. Eles começaram a escrever músicas em um ritmo mais furioso, alternando instrumentos e vocais. Chris Harris, dono do selo independente Nice People Records, descobriu a banda e auxiliou o pai de Kelli a fazer gravações caseiras que culminaram no primeiro álbum, Taking Over The World.

Além da boas canções deve-se destacar as boas letras, claro que, no início tinham um ponto feminista agressivo, mas não todas e, seja como for, são muito bem elaboradas tais como as recentes: “Little Girl Blue and The Battle Envy”, “Hail Mary”, "They´re cheap (I´m free)", "Camelot", "Louder in outer space" e outras..


Tempos depois, Skating Polly adicionou Kurtis Mayo, irmão das meninas, à banda para tocar bateria, enquanto Peyton poderia se concentrar na guitarra e Kelli no baixo. Ainda que eventuais trocas de instrumentos ocorram dependo da composição já que Kurtis também toca guitarra.



Álbuns:
1.       Taking Over The World (Nice People, 2011)
2.       Lost Wonderfuls (SQE Music, 2013)
3.       Fuzz Steilacoom (Chap Stereo, 2014)
4.       The Big Fit (Chap Stereo, 2016)
5.       The Make It All Show (El Camino, 2018)




Como cantou Elis Regina “o novo sempre vem”. Ainda que sejam muito novas, as meninas do Skating Polly (referência a canção “Polly” do Nirvana?) chamou minha atenção. Sempre fico feliz com novidades, não posso ouvir sempre os mesmos cds até a década de 90 para sempre. Mas, de 2010 para cá tenho visto uma série de coisas interessantes. Aos poucos  espero colocar por aqui:  The Horrors, Fazerdaze, Daughter, Kimbra, Lorde, Pales Waves, Sunflower Bean, FUR, Greta Van Fleet, The Struts tem me agradado em seus primeiros trabalhos. 




Devo confessar que a banda até me fez ouvir o Nirvana (que admito: nunca gostei tanto embora entendesse a importância do papel que tiveram) com mais apreço. Seja como for, a banda é jovem e quem sabe possam descobrir e desenvolver caminhos que irão além das influências. Por meu turno é bom que eu, velho ancião, ainda me empolgue pelo que virá!


quarta-feira

SOBRE STAN LEE E A MARVEL


A primeira vez que li realmente, e não apenas trechos de cartilha ou algo assim, foi uma revista do Hulk e, para minha sorte, uma edição especial com os vingadores e o quarteto fantástico. Fui imediatamente atraído para o universo Marvel.

Antes de ler, eu assisti aos desenhos do Hulk, Capitão América, Namor, Thor, Homem de ferro (aqueles que só mexiam a boca) e as séries live action do Homem Aranha e do Hulk.

Ou seja, se me apaixonei por leitura, aprendi o que não se ensina na escola, desenvolvi uma curiosidade sobre tudo, me interessei por artes e cultura o que sustentou e sustenta toda minha vida adulta e mais importante: se comecei a DESENHAR, com toda a certeza devo tudo isso a Stan Lee e seus personagens que deram o primeiro empurrão na linha do dominó.

Fico feliz por ter sido, de certa forma, seu contemporâneo. De poder esperar para vê-lo nos filmes da Marvel. Ver entrevistas, participações, documentários. Aos outros, só restará o passado. Para nós, por muito tempo, ele fez parte do presente em nossas vidas.

Embora entristecido, me alegra saber que teve uma vida longa e extraordinária! Criou personagens que moldaram o caráter de gerações. Pôde assistir filmes à altura de sua criatividade, presenciar o imenso sucesso que fizeram e participar de cenas com as lendas que criou, misturando a realidade com a fantasia, como sempre fez.

Enfim, um criador autêntico do qual as obras permanecerão, quantos podem dizer isso?

Excelsior!

O Hábito não faz o Monge - Nem cantar mantras! O que há por trás de uma ...



Canal do You Tube : Viveka - Alaya Dullius

sexta-feira

The Kinks - Waterloo Sunset (Legendado)

SOBRE NOSSA BURRICE “SUI GENERIS”



Atualmente, vivemos o caos e nada parece fazer sentido. Na verdade, creio que a questão é diametralmente oposta: tudo parece forçosamente fazer sentido! Mas em grupos compartimentados. Faz sentido ter ódio,  faz sentido  a liberdade sem limites, faz sentido controlar e proibir,  faz sentido a inconsequência...faz sentido...faz sentido... e assim por diante.

Nada está errado quando e se existe uma discussão aberta, respeitosa e de bom senso entre as diferenças buscando um meio termo. Um local comum. Mas o que vemos é a incapacidade do diálogo. As pessoas não expressam ideias, não há argumento algum, nenhuma linha de raciocínio seja na defesa ou no ataque sobre alguma opinião ou postura. 

Não há pensamento algum. Filosofia alguma. São arroubos passionais disfarçados de ideologia. E a paixão, como sabemos, é sempre ardente e notoriamente tola. Queremos ter direitos, mas não dar direitos aos outros, não queremos obrigações e sim, que os outros cumpram as suas. 

E todos têm direitos? É óbvio. Inalienáveis, como cidadãos. Que não deve haver limites? Tolice! Para se viver em sociedade é preciso um acordo, um meio termo de convivência para todos. Você não pode querer direitos, sem assumir deveres. E nosso maior dever é lembrar que nosso espaço acaba aonde o do outro começa. Porém, todos devem ter o seu espaço.

No entanto, o cenário parece mais daqueles filmes futuristas em que todos discordam e não querem dar espaço para ninguém.  Nossos grupos sociais agem como gangues. O espaço de cada um não vem do bom senso, é disputado, desafiado, brigado. Somos sempre truculentos e estúpidos.

Não somos uma sociedade. Somos selvagens demais para isso! Não aceitamos que todas as ideias são imperfeitas, todas as posturas  estão repletas de prós e contras, todos os gostos causam desgostos. Se ninguém é obrigado a aceitar nada, não deve obrigar alguém a aceitar algo também.

Tudo é tão..óbvio! Mas...somos estúpidos demais! Medíocres demais! Arrogantes incontroláveis!  Uma vez li que a briga, o confronto, é a alternativa dos incompetentes. Verdade! Não saber conviver, dialogar e chegar a um acordo de convivência pacífica com o outro é nossa incompetência básica, que pertence a todos:  centro, direita, esquerda, fundamentalistas, liberais, etc. 

Pelo menos, nessa questão somos inquestionavelmente uma substância compacta: uma burrice sui generis. 

quinta-feira

APENAS CONTEMPLE...


“Nada é impossível a quem pratica a contemplação. Com ela, tornamo-nos senhores do mundo.”
Lao-Tsé

Vou começar felicitando você, por se permitir um momento para esta leitura. Os momentos em que se detém a maré dos acontecimentos para segundos de reflexão pura e simples tem sido cada vez mais raros por força das circunstâncias,sim, mas também por comodismo e com o tempo provavelmente assim será por falta de costume.

Notório e contraditório que na época da informação sejamos uma multidão de desinformados. Porque a informação está aí e até temos acesso mas, não interiorizamos a informação, não deglutimos sua totalidade e não devolvemos nada ao mundo. Acredite seu sistema “digestivo” mental está constipado.

Muito se deve a ato que na época dos excessos se torna cada vez mais miserável: a contemplação. Ou se preferirem o popular “parar para pensar”.

“Que bobagem, eu paro para pensar!”- você pode estar pensando e acredito em você, mas questiono não apenas se você pensa, mas em quê pensa.

A sobrevivência do dia a dia é inerente e a máquina mental humana está apta e pronta a responder as necessidades primárias de ocupação, descanso, alimentação.  E não há nada de errado.

Mas você e eu somos capazes de muito mais. Quando foi a última vez que você realmente respirou fundo, parou e pensou? Com paciência, com discernimento, com inteligência. Uma tentativa honesta de contemplação. Pensando e repensando as notícias e acontecimentos do dia, o que significam. Que há por trás delas? O que significa para minha vida, da minha família, da sociedade? Porque todos pensam a mesma coisa em grandes grupos como se fossem apenas enormes boiadas separadas por cercas de enormes fazendas diferentes? Diferentes? Não,todos aprisionados.

Não nos detemos para pensar porque o pensamento está cerceado por todas as formas de cercas já pré-montadas. Não há mal que você goste de uma fazenda, mas apenas para ser gado??? 

É isso o que acontece com quem não pensa. E quando se pensa existe uma análise, um questionamento, uma humildade, e enfim um entendimento e reposicionamento. Você não está mais certo ou errado do que os outros. Você está diferente. E na diferença colabora para o enriquecimento da virtude humana.

Diferenciamos aqui aquele que contempla e se enriquece de criatividade, compaixão e entendimento dos que apenas se revoltam. Esses não são pensadores, são bois bravios se agitam para morrer como todo mundo. A verdadeira contemplação faz compreender que não há cerca alguma para o pensador livre. A revolta só pode existir naqueles que não conseguem se libertar.

O que devemos é observar a realidade além da perspectiva ordinária, como se, de repente, você subisse em uma cadeira para ver a vida por outro ângulo. Como o prof. Keating no clássico “A sociedade dos Poetas Mortos”.

Estou propondo a contemplação por 10 minutos diários que sejam. “Quem sou eu?”, “Qual é o meu papel em toda esta intensa realidade?”, “Que legado quero deixar para o futuro”?

Contemple a si mesmo. Em silêncio. Contemple toda a realidade.

Em humildade. Contemple a virtude. Com vontade de obtê-la e espalhá-la. Contemple que não se trata de devaneio. Apenas..contemple!

Contemple a si mesmo. Em silêncio. Contemple toda a realidade. Em humildade. Contemple a virtude. Com vontade de obtê-la e espalha-lá. Contemple que não se trata de devaneio. Apenas..contemple!










The Beatles - A Day In The Life