Panacéia dos Amigos

segunda-feira

A História do Cristo Redentor do Rio de Janeiro


O Cristo Redentor é um monumento de Jesus Cristo localizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Está localizado no topo do Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar. Foi inaugurado às 19h 15min do dia 12 de outubro de 1931, depois de cerca de cinco anos de obras. Um símbolo do Cristianismo, o monumento tornou-se um dos ícones mais reconhecidos internacionalmente do Rio e do Brasil. No dia 7 de julho de 2007, em Lisboa, no estádio da Luz, foi eleito uma das novas sete maravilhas do mundo. Dos seus 38 metros, oito estão no pedestal e 30 na estátua, a qual é a segunda maior escultura de Cristo no mundo, atrás apenas da Estátua de Cristo Rei.

A construção de um monumento religioso no local foi sugerida pela primeira vez em 1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss, à Princesa Isabel. No entanto, apenas retomou-se efetivamente a ideia em 1921, quando se iniciavam os preparativos para as comemorações do centenário da Independência.

A estrada de rodagem que dá acesso ao local onde hoje se situa o Cristo Redentor foi construída em 1824, no Silvestre. Já a estrada de ferro teve o primeiro trecho (Cosme Velho-Paineiras) inaugurado em 1884. No ano seguinte, 1885, o segundo trecho foi concluído, completando a ligação com o cume. A ferrovia, que tem 3 800 metros de extensão, foi a primeira a ser eletrificada no Brasil, em 1906. A construção do Cristo Redentor, ainda, é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira. Foi erguida em concreto armado e revestida de um mosaico de triângulos de pedra-sabão originária da região de Carandaí, no estado brasileiro de Minas Gerais.

A pedra fundamental do monumento foi lançada em 4 de abril de 1922, mas as obras somente foram iniciadas em 1926. Dentre as pessoas que colaboraram para a realização, podem ser citados o engenheiro Heitor da Silva Costa (autor do projeto escolhido em 1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do desenho final do monumento) e o escultor francês de origem polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da escultura).

Ainda hoje, algumas pessoas dizem, erroneamente, que o monumento foi um presente da França para o Brasil quando, na verdade, a obra foi erigida a partir de doações de fiéis de arquidioceses e paróquias por todo o país, com o projeto de autoria e chefia do engenheiro Heitor da Silva Costa. Da França, vieram, apenas uma réplica de quatro metros feita de pequenos moldes, assim como modelos das mãos feitos pelo colaborador Landowski. Todos estes fatos foram atestados com rigor no programa televisivo Detetives da História produzido pelo The History Channel.

Em 22 de março de 1923, seguidores da igreja Batista declararam, em nota publicada em O Jornal Batista, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, seu desgosto quanto à construção do Cristo Redentor. A nota afirmava que a construção será, a um tempo, um atestado eloquente de idolatria da igreja de Roma.

Entretanto, a igreja Católica sempre manteve-se firme em sua posição, argumentando jamais ter adotado a idolatria em sua doutrina, esclarecendo sempre que as imagens de santos em suas igrejas são vistos por seus fiéis como exemplos de fé a serem seguidos.
Na cerimônia de inauguração, no dia 12 de outubro de 1931, estava previsto que a iluminação do monumento seria acionada a partir da cidade de Nápoles, de onde o cientista italiano Guglielmo Marconi emitiria um sinal elétrico que seria retransmitido para uma antena situada no bairro carioca de Jacarepaguá, via uma estação receptora localizada em Dorchester, Inglaterra, tudo a convite de Assis Chateaubriand. No entanto, o mau tempo impossibilitou a façanha e a iluminação foi acionada diretamente do local. O sistema de iluminação original foi substituído duas vezes: em 1932 e no ano 2000.

Tombado definitivamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2009, o monumento ao Cristo Redentor passou por obras de recuperação em 1980, quando da visita do Papa João Paulo II. Em 1990, sofreu ampla restauração através de um convênio entre a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, a Rede Globo, a Shell do Brasil, o IBAMA, o SPHAN e a prefeitura do Rio de Janeiro.

Em 2003, foi inaugurado um sistema de escadas rolantes, passarelas e elevadores para facilitar o acesso à plataforma de onde se eleva o monumento. A restauração de 2010, realizada pela Vale em parceria com a arquidiocese do Rio de Janeiro, concentrou-se na estátua. Além da recuperação da estrutura interna, foi restaurado o mosaico de pedra-sabão que reveste a estátua, com a retirada da pátina biológica (camada de fungos e outros microorganismos) e a recomposição de danos devido a pequenas rachaduras. Também foram consertados os para-raios localizados na cabeça e nos braços da estátua. O desgaste do monumento é causado pelas condições climáticas extremas a que ele está submetido, como rajadas de ventos e fortes chuvas, de modo que obras de manutenção devem ser realizadas periodicamente.


No dia 7 de julho de 2007, em uma festa realizada em Portugal, o Cristo Redentor foi incluído entre as novas sete maravilhas do mundo moderno. A decisão, após um concurso informal, foi baseada em votos populares (internet e telefone), votação que ultrapassou a casa dos cem milhões de votos.

Todavia, o concurso não possui o apoio da UNESCO, que apontou a falta de critérios científicos para a escolha das maravilhas.

Antes mesmo de ser construído, o Cristo Redentor era motivo de acaloradas discussões que dividiam o país entre católicos, protestantes e cidadãos sem religião. Apesar de, atualmente, protestantes de todo o mundo visitarem o Cristo, inicialmente os líderes da igreja Batista eram contrários à construção dele, chegando a propor que o dinheiro arrecadado fosse usado na construção de uma obra beneficente.

Os direitos de uso comercial da imagem de Cristo no Corcovado pertencem desde 1980 à Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, embora haja disputa por parte dos herdeiros dos envolvidos na concepção da obra. O monumento está em área cedida pela União à Arquidiocese do Rio na década de 1930, mas o acesso à estátua é realizado através do Parque Nacional da Tijuca, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Em 21 de novembro de 2007, o superintendente do IBAMA, Rogério Rocco, afirmou que, a partir daquela data, os católicos poderiam entrar gratuitamente no Cristo Redentor, mas apenas em datas agendadas pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. A decisão causou desgosto nos admiradores da imagem que seguem outras religiões e naqueles que advocam pelo secularismo do estado.


Outra decisão que causou desgosto aos protestantes admiradores da imagem do Cristo foi a de transformá-lo num santuário católico nas comemorações de seus 75 anos, em 12 de outubro de 2006.

Há também, na base do monumento, uma capela católica devotada a Nossa Senhora Aparecida, onde há celebrações católicas como casamentos e batizados.

O monumento aparece em diversas canções, como tema ou citada.

    * Alagados, dos Paralamas do Sucesso (E a cidade que tem braços abertos/No cartão postal)
    * Bananas, dos Titãs (… O arco de oxóssi nas mãos do Cristo Redentor…)
    * Corcovado, de Tom Jobim (Da janela vê-se o Corcovado/O Redentor, que lindo)
    * Expresso 2222, de Gilberto Gil (O Cristo é como quem foi visto subindo ao céu)
    * Las Muchachas de Copacabana, de Chico Buarque (Corcovado em Mar del Plata/Tem)
    * Os Passistas, de Caetano Veloso (O Corcovado e o Redentor daqui)
    * Paralelas, de Belchior (No Corcovado/Quem abre os braços sou eu)
    * Percorrendo o meu País, de Teixeirinha (Lá na Guanabara fiquei encantado/Fui no Corcovado, Cristo Redentor)
    * Samba do Avião, de Tom Jobim (Cristo Redentor/Braços abertos sobre a Guanabara)
    * Samba do Grande Amor, de Chico Buarque (Fiz promessa até/Pra Oxumaré/De subir a pé o Redentor)
    * Subúrbio, de Chico Buarque (Lá tem Jesus/E está de costas)
    * Um Trem para as Estrelas, de Cazuza (São 7 horas da manhã/Vejo Cristo da janela [...] Estranho o teu Cristo, Rio/Que olha tão longe, além/Com os braços sempre abertos/Mas sem proteger ninguém)
    * O País do Futuro, Camisa de Vênus (…mas muita fé em Jesus Cristo/Quem sabe ele se zanga, desce lá do Corcovado/Passa o cajado nessa corja, Deus também fica retado)
    * Realidade Virtual, Engenheiros do Hawaii (A neblina encobre o Cristo e a lagoa se ilumina)
    * Redentor, Zélia Duncan (Você sabia, meu amor, que da minha janela/ eu vejo o Cristo Redentor, ele tá sempre lá em cima)
    * Braços cruzados, Zélia Duncan (Cristo Redentor, eu vi seus braços cruzados)
    * Rio de Janeiro, Diante do Trono (Rio de Janeiro, que o Cristo vivo e verdadeiro estenda os braços sobre nós)

O Cristo Redentor também é referência em obras cinematográficas. A mais recente é o pôster do filme 2012. A cidade e o monumento carioca são os únicos a aparecerem nos cartazes fora dos Estados Unidos (as cidades estadunidenses representadas são Washington e Los Angeles).[14] Na série de TV Life After People, o episódio Wrath of God mostra o Cristo Redentor, após 250 anos sem pessoas para fazerem sua manutenção, desabando sobre o Corcovado.
Vista panorâmica do Cristo Redentor. É possível observar o Pão de Açúcar e a baía de Guanabara, com a enseada de Botafogo ao centro.

Portugal possui uma escultura similar junto à foz do rio Tejo, na sua margem sul, na cidade de Almada. O monumento, virado para Lisboa, foi inaugurado a 17 de maio de 1959 e constitui o melhor miradouro da capital portuguesa. Designado por Cristo-Rei, é uma das mais altas construções de Portugal, com 110 metros de altura, incluído o pedestal, sendo que a estátua possui 28 metros.

Fonte: Wikipédia 

quinta-feira

Significado dos nomes de bandas - Parte 4


Doppelganger - Inspirado em um disco do Curve. A palavra em alemão pode ser traduzido como "alter-ego".

Dorsal Atlântica - Procurando um nome, os integrantes abriram uma enciclopédia e entre outros acharam este. (Colaborou: Claudinei)

Dr. Dre - Inspirado no jogador de basquete Dr. Jay.

Drain STH - A banda se chamava Drain até descobrir outro Drain nos Estados Unidos. STH significa "Stockholm International Airport".

Dream Syndicate - Homenagem ao grupo avant garde do mesmo nome ao qual pertenciam Lamonte Young e John Cale.

Dream Theater - Originalmente chamados de Majesty, mudaram o nome para o de um teatro na vizinhança em Los Angles.

Duran Duran - Vilão do filme "Barbarella" estrelado por Jane Fonda.

Durutti Column - Brigada da Guerra Civil Espanhola liderados pelo anarquista libertador Buenaventura Durruti.

Eagles - Influenciado pelos Byrds e querendo um nome bem americano, Bernie Leadon conta: "Bem, nós todos queríamos um nome que fosse curto e conciso, que invocasse uma imagem. Nós achávamos que o nome seria muito importante. Todos estavam lendo Castaneda naquela época e queríamos um nome que tivesse alguma conotação mitológica. Frey queria um nome que pudesse servir para uma gangue de rua de Detroit e Henley estava envolvido com coisas indígenas. Todo mundo queria um nome simples e forte."

Echo And The Bunnymen - Echo é a marca da bateria eletrônica utilizada nas primeiras demos.

Ed Gein's Car - Ed Gein foi um serial killer/cannibal que foi pego nos anos 50. Seu carro foi exposto como curiosidade por alguns anos na Feira do Estado de Wisconsin, onde Gein tinha sua fazenda.

Einsturzende Neubauten - Pode ser traduzido como "Prédios Novos Desmoronando".

Electric Hellfire Club - "Hellfire Clubs" geralmente são clubes sociais decadentes cuja função dos seus membros é de se divertirem e escandalizarem os demais. Existiram vários pela historia afora.

Elton John - Tirado dos músicos Elton Dean and John Baldry. Seu nome verdadeiro é Reginald Dwight.

Elvis Costello - Sua bisavó realmente se chamava Costello e seu pai já usava o nome artístico Day Costello. A família na verdade se chamava MacManus.

Elvis Hitler - Mesmo princípio de Marilyn Manson, ou seja, combinar dois nomes famosos, com reputações distintas, para criar o choque.

Elvéz - Ele se auto intitula o Elvis mexicano. Ele rouba suas músicas, muda as letras para tópicos latinos, se veste como Elvis, etc. Dizem que ele é muito divertido ao vivo.

EMF - Acrônimo para "Epsom Mad Funkers". O boato de que significaria "Ectasy Mother Fuckers" é incorreto.

Engelbert Humperdinck - Ele tirou seu nome artístico do compositor de "Hansel and Gretel".

Engenheiros do Hawaii - Tudo começou em 1984 na Faculdade de Arquitetura em Porto Alegre, onde o grupo estudava. Existia uma rixa entre o pessoal de arquitetura e engenharia. Os estudantes se envolviam em rixas curriculares, filosóficas, estilos de vidas, etc. Enfim, o pessoal da arquitetura inventou um apelido para acabar com os inimigos. "Todo estudante de arquitetura é meio arrogante, acha que os engenheiros estão abaixo. Tinha um pessoal na engenharia que usava aquelas roupas de surfista, e, para irritá-los, nós fazíamos questão de chamá-los de 'engenheiros' e, mais do que isso, 'engenheiros do hawaii', que é um paraíso meio kitsch". Na época, havia uma explosão de bandas punk, todas com nomes heróicos entre elas: Cavaleiros do apocalipse, Virgens Nucleares, Titãs, etc. Disse Humberto: "Sempre me assustou essa coisa heróica da música pop, porque te leva a ser meio semideus. Engenheiros do Hawaii era um nome desmistificador, ninguém nos levaria muito a sério. É um nome que até hoje nos protege de nos encararem como sacerdotes".

EPMD - Acrônimo para "Eric and Parish Making Dollars" (Eric e os Criadores de Bonecas da Paroquia).

Epperley - Eles eram The Bugs até terem problemas com direitos autorais. Epperley é o nome da família de um amigo cujo pai é um compositor clássico.

Eppu Normaali - Banda Finlandesa cujo nome é tirado de uma cena do filme Jovem Frankenstein. No filme, Igor rouba um cérebro guardado em um vidro para a criatura de Frankenstein. O rótulo dizia "anormal" embora Igor tenha interpretado como Abbey Normal. "Eppu Normaali" é Abbey Normal em finlandês.

Ernie's Rubber Duckie - Inspirado no patinho de borracha do Enio, personagem do Vila Sésamo.

Eurythmics - Sistema de instruções musicais criadas em 1890 que dá ênfase a respostas físicas.

Eve 6 - Inspirado em episódio do programa X-Files em que apresentam 10 clones de uma garota chamada Eva. A sexta é uma louca psicopata, daí Eva-6.

Eve's Plumb - Inspirado em Eve Plumb, atriz que fazia o papel de Jan no seriado dos anos 70, "The Brady Bunch".

Everclear - Marca de álcool.

Everything But The Girl - Traduz-se como "Tudo Menos A Garota". Loja de roupa inglesa anuncia que tudo na loja está à venda menos a vendedora.

Exploited - Explorado.

Extreme - Inicialmente chamado de Dream até descobrir outra banda com esse nome. Enquanto imaginavam algo em torno de ex-Dream chegaram a Extreme. Segundo o baterista Paul Geary: "O nome do nosso grupo tem muito a ver com o nosso som. De Prince a Led Zeppelin, nós tínhamos uma ampla gama de influências".

Eyeless In Gaza - Nome de um romance de Aldous Huxley. Também existe a historia de Sansão que foi capturado e cegado em Gaza.

Faith No More - Fé Nunca Mais. O nome anterior era Sharp Young Men, que depois mudou para Faith No Man quando seu crooner era Mike "The Man" Morris. Quando Morris saiu em 1982, evoluíram para Faith No More.

Falco - Homenagem ao saltador de ski da antiga Alemanha-Oriental, Falko Weissflogg.

Fall - "A Queda", um romance de Albert Camus.

Fanny - Nome simpático para "bunda". As capas dos seus discos geralmente acentuam esta parte da anatomia feminina.

Fastball - Nome de filme pornô.

Faster Pussycat - Nome de um filme de Russ Meyer, "Faster Pussycat! Kill! Kill!"

Fat Tuesday - Terça-feira gorda, véspera de Quartas de Cinza e último dia de carnaval.

Fields Of The Nephilim - Um inferno mitológico. (Não são todos?)

Fig Dish - Corruptela da frase alemã "fich dich", que basicamente quer dizer "vá se foder".

Fine Young Cannibals - Inspirado no filme "All The Fine Young Cannibals" de 1960, estrelado por Nathalie Wood e Robert Wagner.

Flaming Lips - Bala de peppermint (uma menta ligeiramente apimentada) que vêm em formato de lábios.

Fleetwood Mac - Junção ligeiramente alterada dos nomes de Mick Fleetwood e John McVie, membros originais da banda.

Flipper - Tirado do programa televisivo do mesmo nome, muito popular nos anos sessenta. Flipper é um golfinho.

Foo Fighters - Gíria originada durante a Segunda Guerra Mundial significando UFO's (OVNI's). A palavra Foo é uma corruptela do francês "feu" significando "fogo" ou "fou", significando "insano". Dizem que tudo começou quando um grupo de pilotos da aeronáutica tentaram atirar em possíveis UFO's.

quarta-feira

Prána, a energia vital

 
Prána é o nome genérico que se dá a qualquer forma de energia manifestada biologicamente. Logo, calor e eletricidade são formas de prána, desde que manifestadas por um ser vivo. Por isso, após os mantras e suas palmas, podemos aplicar as mãos sobre um chakra que queiramos desenvolver, sobre uma articulação que desejemos melhorar ou sobre um órgão que precise de algum reforço de vitalidade ou regeneração.

Prána, no sentido genérico, é uma síntese de energia de origem solar e que encontra-se em toda parte: no ar, na água, nos alimentos, nos organismos vivos. Assim, nossas fontes de reabastecimento pránico são o Sol, o ar que respiramos, o ar livre tocando nosso corpo, a água que bebemos, os alimentos que ingerimos. Podemos aumentar ou reduzir a quantidade de prána dos alimentos. O cozimento, por exemplo, reduz o prána.

O prána pode ser visto e fotografado. Para vê-lo a olho nu, basta dirigir o olhar para o céu azul num dia de sol. Divise o infinito azul do céu. Pouco a pouco, começará a perceber miríades de pontos luminosos, extremamente dinâmicos, que realizam trajetórias curvas e sinuosas, com grande velocidade e brilho. Não confunda isso com fenômenos óticos, os quais também ocorrem, mas não guardam semelhança alguma com a percepção do prána. Quanto a fotografá-lo, a kirliangrafia já vem sendo estudada há quase meio século e conta com um acervo bastante eloqüente.

Prána (genérico) divide-se em cinco pránas específicos:

    prána (localizado no peito)
    apána (localizado no ânus)
    samána (localizado na região gástrica)
    udána (localizado na garganta)
    vyána (localizado no corpo todo)

Os mais importantes são prána e apána, pelo fato de terem polaridades opostas. Prána é positivo e apána é negativo. Dessa forma, quando conseguimos fazer com que se encontrem, (por exemplo, levantando apána por meio do múla bandha) os dois pólos opostos resultam numa faísca que é o início do despertamento da kundaliní.

Além dos pránas, há também o conhecimento dos sub-pránas que exercem funções muito particulares, tais como o piscar dos olhos, o bocejo e outros. Esses sub-pránas denominam-se krikára, kúrma, etc.

Podemos influenciar a quantidade de prána que flui pelos respectivos canais, atuando sobre os chakras principais e sobre os secundários. Os principais, na verdade, controlam toda a malha de chakras secundários, regulando-os. No entanto, podemos proceder a uma sintonia fina, estimulando ou sedando os chakras secundários, que são mais ligados às funções dos órgãos físicos. Nisso, a acupuntura, o shiatsu, a mosha e o do-in são muito eficientes.

Extraído do livro Chakras, Kundaliní e poderes paranormais, do Mestre DeRose




PRANA - ESPÉCIES
Segundo Coquet (op. Cit.,p 43)“as cinco diferenciações do Prana no corpo humano são:

PRANA
Estende-se do nariz ao coração e influencia particularmente a garganta e a palavra, o coração e os pulmões.
SAMANA
Estende-se do coração ao plexo solar e age, sobretudo, sobre o poder de assimilação do alimento e da bebida. Está, deste modo, em estreita relação com o estômago.
APANA
É particularmente ativo desde o plexo solar até a planta dos pés e age sobre os órgãos de eliminação, de dejeção e da geração. Seu poder está, pois, fortemente unido aos órgãos geradores e eliminadores.
UDANA
Está situado entre o nariz e a parte superior do crânio. Está em relação com o cérebro, os olhos e o nariz.
VYANA
Corresponde à soma total das energias prânicas tal como é repartida
através de todo o corpo por intermédio de milhares de nádis e nervos, assim como dos canais sanguíneos, das veias e das artérias."

(In Spiritual Unfoldment I do espírito White Eagle pela médium Grace Cooke, iss, Inglaterra), The White Eagle Publishing Trust, 1972).

sexta-feira

Lendas Brasileiras - Vitória Régia


 


Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.

 

E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.


A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas..

Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia.

quinta-feira

Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe



Tudo começou com uma revelação que me surpreendeu na época: Contaram-me que havia um personagem predecessor para o personagem Sherlock Holmes. Na verdade, Sherlock teria sido inspirado nele! Quis ler o livro, claro. E eis que li “Histórias Extraordinárias” de Edgar Allan Poe. E dentre outras a primeira era a história “Os Assassinatos da Rua Morgue”.


“Os Assassinatos da Rua Morgue” conta a história de dois brutais assassinatos de mulheres na Rua Morgue, em Paris, casos que parecem insolúveis até que o detetive Dupin assume o caso e, usando sua estupenda inteligência, desvenda esse grande mistério. E de fato, lá estava o personagem Auguste Dupin, morador de paris, com o título de Chevalier, ou seja, ele é um Cavaleiro na Légion d'honneur e conta inclusive com um parceiro, com um amigo próximo, um narrador anônimo de suas aventuras, tal e qual Sherlock e seu inseparável Dr. Watson.


Também vemos semelhanças no método de investigação. Ambos se valem de uma prodigiosa inteligência dedutiva para desvendar casos que a principio parecem misteriosos. No entanto, Dupin é uma inteligência a favor dos casos, e não um detetive realmente como é o caso de Sherlock. Suas motivações mudam ao longo das histórias. 


Ele investiga Os Assassinatos na Rua Morgue por diversão e para provar a inocência de um homem acusado injustamente, não aceitando recompensas. Em A Carta Roubada Dupin sai propositalmente em busca de recompensa. Um jogo de xadrez entre os dois, Holmes e Dupin, seria insuportavelmente longo. Aliás, talvez nem acontecesse já que Dupin defende ardorosamente o jogo de damas como superior ao xadrez. C. Auguste Dupin apareceu pela primeira vez na história “Os Assassinatos da Rua Morgue(1841)” e depois nas histórias “O Mistério de Marie Roget (1842)”,  “A Carta Roubada (1844)”. Dupin é de fato considerado o primeiro detetive da ficção, já que Dupin antes de todos os detetives da literatura, incluindo Sherlock Holmes. Claro que, sem favor nenhum, Holmes é o mais famoso de todos.


O livro que li, como coloquei era na verdade uma coletânea de contos de mestre Edgar Alan Poe, cujo título era “Histórias Extraordinárias” e que comprei entre livros usados de uma antiga coleção, mas aonde encontravam-se também outras obras referenciais como “O Corvo”,“O Gato Preto”,“Manuscrito Encontrado numa Garrafa”,“A Máscara da Morte Escarlate”,“O Poço e o Pêndulo”,“A Queda da Casa de Usher”


A obra de Mestre Poe é escassa em razão da sua morte precoce, ao 40 anos. É escassa, porém genial e merecer ser lida.


E lembrem-se: Quem lê um livro comunga com a alma deste, e desta comunhão renova sua própria.



quarta-feira

A revolução dos bichos – George Orwell


 

 

“Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.”
A revolução dos bichos - George Orwell


“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.”
Friedrich Nietzsche

"O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente."
(John Emerich Edward Dalberg-Acton)

“A revolução dos bichos” é uma fábula, na verdade muito mais uma metáfora sobre a relação corruptora do poder.

Especificamente, Orwell está falando sobre a queda e corrupção da revolução socialista idealizada por Marx e Engels, realizada por Lênin e adulterada por Stalin. Mas, não se trata de uma história de dimensão restrita, já que a o desmoronamento de um ideal não é propriedade exclusiva do socialismo, mas quase uma regra geral de todos os sistemas sociais que pregam uma descentralização do poder.

Notoriamente, muitas filosofias religiosas foram adulteradas para conter ou mesmo destruir sua visão expansiva e solidária em relação ao gênero humano e toda a vida e entregar o poder nas mãos de poucos homens para que estes dominassem o sistema ao seu bel prazer. O sistema capitalista em sua gênese já se formou elitista e o sistema socialista se corrompeu também em poucos anos.

Antes deles, tiranias, monarquias, religiões e impérios também se formavam através de corruptas elites.

No entanto, em seus anos iniciais quase todos os sistemas são aureados com uma centelha de esperança sincera dos sonhadores. E o sistema socialista não foi diferente. Nos anos iniciais, muitos seguiram com fervor quase religioso o sonho de um sistema sem elites, sem governo, dominado pelos trabalhadores. Demorou até perceberem o surgimento de uma elite que os dominava e oprimia tanto quanto qualquer sistema anterior.

Orwell faz parte deste grupo de sonhadores que acordaram de um sonho e adentraram numa realidade aterrorizante. E o livro através desta fábula tenta demonstrar o passo a passo desta queda.

 

Tudo começa quando o dono da Granja do Solar, Sr. Jones, embriagado com o poder, tranca o galinheiro e vai para a cama cambaleando. Major, porco ancião e premiado, reúne todos os animais e conta seu sonho visionário de como será o mundo depois que o homem desaparecer. Declara em tom profético a necessidade dos bichos assumirem suas vidas, acabando com a tirania dos homens. Os animais são contagiados pelos versos revolucionários e entoam apaixonadamente a canção "Bichos da Inglaterra". Sr. Jones acorda alarmado com a possível presença de uma raposa e, com uma carga de chumbo disparada na escuridão, encerra a cantoria.

Major falece três noites após. A morte emoldura o mito e suas palavras ganham destaque nas falas dos animais mais inteligentes da granja. Os bichos mais conservadores insistem no dever de lealdade ou no medo do incerto: “Seu Jones nos alimenta. Se ele for embora, morreríamos de fome”. Os perfis dos animais são traçados: os porcos, as ovelhas, os cavalos, as vacas, as galinhas, o burro... Todos com traços marcantes de manipulação, alienação, rigidez, ignorância, dispersão, teimosia...A rebelião ocorre mais cedo do que esperavam. Com a expulsão do Sr. Jones da granja, surge o momento de reorganizar o funcionamento da propriedade. Os porcos assumem a liderança, dirigem e supervisionam o trabalho dos outros. Os demais dão continuidade à colheita. Alguns bichos se destacam pela obstinação, como o cavalo Sansão, cujo lema é “Trabalharei mais ainda.”

Os sete mandamentos declarados por Major são escritos na parede:

“Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
Nenhum animal usará roupa.
Nenhum animal dormirá em cama.
Nenhum animal beberá álcool.
Nenhum animal matará outro animal.
Todos os animais são iguais.”

Bola-de-neve e Napoleão se destacam na elaboração das resoluções. Sempre com posições contrárias. Os demais animais aprenderam a votar, mas não conseguem formular propostas. A pluralidade de pensamentos dá margem aos debates e às escolhas.
Os sete mandamentos elaborados na revolução são condensados no lema “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”. A síntese do “animalismo” é repetida pelas ovelhas no pasto por horas a fio. Sr. Jones tenta recuperar a propriedade, mas é vencido pelos bichos na “Batalha do Estábulo”. O porco Bola-de-neve e o cavalo Sansão são condecorados pela bravura demonstrada no conflito. Mimosa foge para uma propriedade vizinha seduzida pelos mimos oferecidos por um humano. Surge a idéia de construção de um moinho de vento... Os animais ficam divididos com a perspectiva do novo.


Bola-de-neve e Napoleão sobem ao palanque e montam suas campanhas políticas. A eloqüência de Bola-de-neve conquista os animais, mas a força dos cães de Napoleão expulsa Bola-de-neve da granja e “legitima” Napoleão no cargo de líder diante dos atemorizados bichos. Os bichos trabalham como escravos na construção do moinho de vento e gradativamente vão perdendo a memória de como era a vida na época do Sr. Jones. Animais trabalhadores, como Sansão, acordam mais cedo, trabalham nas horas de folga e assumem as máximas elaboradas pelos donos do poder: “trabalharei mais ainda” e “Napoleão tem sempre razão”.

Como a maioria dos animais não aprendeu a ler, os mandamentos vão sendo alterados na medida em que Napoleão e seus assessores vãos assumindo posições contrárias aos princípios que nortearam a revolução: os porcos começam a comerciar a produção da granja, passam a residir na casa do Sr. Jones, dormem em camas, usam roupas, bebem uísque, relacionam-se com homens... A maioria dos animais é facilmente convencida dos seus “equívocos de interpretação”. Os poucos que conseguem ler e interpretar as adulterações do poder se omitem...Alguns animais são executados sob a alegação de alta traição. Tudo o que ocorre de errado na granja é de “responsabilidade” de Bola-de-neve. Sua história é enterrada na lama de mentiras e manipulação imposta pelo novo regime. As reuniões de domingo são proibidas e a canção “Bichos da Inglaterra” é censurada. Os bichos trabalham mais e não são reconhecidos por seus esforços. Todas as condecorações são dadas ao líder.


Os animais passam privações. Suas rações são diminuídas em prol do bem comum. Os porcos são agraciados com os privilégios do poder. Uma segunda batalha com os humanos surpreende os animais enfraquecidos, mas, apesar das muitas perdas, eles vencem e permanecem sob a ditadura imposta por Napoleão. Infelizmente perderam os parâmetros para avaliação, perderam a memória da história antes do governo de Napoleão.Só restava um único mandamento e mesmo assim adulterado: “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que outros”. Depois disto nada mais se estranhava. 


O autor George Orwell, escritor, jornalista e militante político, participou da Guerra Civil Espanhola na milícia marxista/trotskista e foi perseguido junto aos anarquistas e outros comunistas pelos stalinistas. Desencantado com o governo de Stalin, escreveu “A Revolução dos Bichos” em 1944. Nenhum editor aceitou publicar a sátira política, pois, na época, Stalin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Só após o término da guerra, em 1945, é que o livro foi publicado e se tornou um sucesso editorial.

Este livro fabuloso deve ser lido, através dele é possível compreender profundamente os perigos do poder e como tantos sistemas ruíram mesmo tendo sido forjados nos mais poderosos sonhos de igualdade.

E lembrem-se: “Quem lê um livro comunga com a alma deste, e desta comunhão renova a sua própria.”

terça-feira

Contos de Asgard - A Bandeira do Corvo.


 
 
Esta graphic novel traz um conto de Asgard. Os personagens mais conhecidos da mitologia nórdica nas HQs como Thor, Os Três Guerreiros, Sif, Heimdall, Karnilla, Encantor ou mesmo Loki são meros coadjuvantes na saga de Greyval Grimson e a bandeira do corvo.

A maior honra para um guerreiro em batalha é carregar a Bandeira do Corvo, símbolo da vitória. E quando a morte atinge o portador da bandeira, esta deve ser entregue aos seus descendentes. A trama começa com a morte do portador, mas seu filho Greyval foi iludido pelos trolls e perde a bandeira.

Para recuperar este legado terá que ser feita uma jornada enfrentando ogros, gigantes, trolls e feitiçarias. A príncipio, ele conta com o apoio de Balder, mas logo este o abandona para auxiliar nos combates e invasões que afligem o reino dourado, o que torna mais necessária a recuperação do precioso artefato.

Além dos perigos habituais, Greyval Grimson enfrentará a competição de um parente invejoso de seu posto de herdeiro e do amor que uma Valquíria tem por ele.


Esta graphic novel foi criada por Alan Zelenetz (roteiro) e Charles Vess Vess. Charles possui um traço estilizado e propenso a ilustração de fábulas. Rico em detalhes e ao mesmo tempo de uma linguagem simples de compreensão, o desenho de Vess é uma referência para muitos ilustradores. Outros trabalhos de destaque foram edições de Sandman, de Neil Gaiman; a premiada edição 19 "Sonhos de uma Noite de Verão", a terceira parte da minissérie "Os Livros da Magia", e também o livro "Stardust" ambos também de Neil Gaiman.

Li esta graphic depois de Sandman, e novamente me impressionei com a arte de Vess, que era diferente de tudo o que conhecia até então. Não deixem de ler..

segunda-feira

Batman: A piada mortal


 

 Qual é a linha que separa a sanidade e a insanidade? Quão tênue ela é? Será que umas seqüências de eventos ruins acontecendo sistematicamente podem demolir nossa estrutura emocional e derrubar a casa? Será tão grande assim a distância que nos separa dos maiores insanos da humanidade?

É precisamente sobre este tema que a aclamada Batman: a piada mortal, escrita por Alan Moore e ilustrada por Brian Bolland (que criou talvez a mais icônica imagem do Coringa), com cores de John Higgins, trabalha. Vislumbrando a questão da loucura sob a ótica de um dos personagens mais insanos das histórias em quadrinhos: O Coringa.

O insano palhaço do crime que foi magistralmente escrito e dirigido por Nolan e brilhantemente interpretado por Ledger (Estou preparando um post sobre este filme) assombrou multidões pela sua crueldade insana e gerou questionamento dos que não lêem HQs se ele era mesmo daquela maneira retratada no filme. Sim, quando bem escrito ele é. Na verdade, como qualquer personagem de longa data, ele muda conforme as tendências, mas se buscarmos a essência do personagem sendo realistas, eu diria que o filme se aproxima do que ele realmente deve ser. E uma das HQs que deu os parâmetros para o personagem foi “A Piada Mortal”.


Como vimos antes, a obra de Moore parte da idéia de que para o Coringa um dia ruim é tudo o que é necessário para transformar a vida de uma pessoa. Não só isso, mas basta um dia desses para que uma pessoa completamente sã perca toda a sua sanidade e adentre os caminhos sem volta da loucura. Basta uma tragédia para que uma pessoa prefira o conforto da loucura ao tormento das lembranças daquele dia. Afinal, supostamente foi justamente um dia ruim que criou o insano assassino dos cabelos verdes.

Pouco ou nada se sabia sobre o passado do personagem o que tornou a obra de Alan Moore um referencial por criar uma origem, e conseqüentemente, uma dimensionalidade maior ao personagem. A partir daquele momento, o Coringa deixa de ser simplesmente o vilão maniqueísta para se tornar alguém comum levado a loucura por circunstâncias cruéis e dramáticas.

A piada mortal começa com uma visita de Batman ao Asilo Arkham, o sanatório para criminosos insanos de Gotham. O vigilante vai ao Asilo para visitar o Coringa, tentar conversar com o Palhaço do Crime e colocar um ponto final na longa história de ódio que existe entre esses dois homens. Para a surpresa do Homem Morcego, no entanto, o Coringa fugiu do Arkham e colocou outra pessoa em seu lugar. Quando descobre o ocorrido, Batman sai atrás do vilão.

Enquanto isso, no entanto, o Coringa já está colocando seu plano à prova. Ele quer mostrar ao Batman que até mesmo a mais sã das pessoas pode enlouquecer. Assim, decide fazer uma visita ao comissário Gordon. Quando a filha adotiva do comissário, Bárbara (ex-Batgirl, atual Oráculo) atende a porta, recebe um tiro que parte sua coluna. 


Enquanto os comparsas do Coringa espancam o policial, o Palhaço do Crime despe Bárbara e tira diversas fotos dela naquela situação, com a coluna partida e, provavelmente, sofrendo algum outro tipo de abuso por parte do criminoso(Este é quase um consenso entre os que leram embora seja apenas uma especulação).

 
Então, o Coringa leva Jim para um parque de diversões, onde tortura o comissário psicologicamente, mostrando-o as fotos de Bárbara. Seu objetivo é enlouquecê-lo, provando a todos, especialmente ao Batman, que não é preciso muito - apenas uma grande tragédia pessoal - para que uma pessoa perca sua sanidade. E que é apenas isso que separa o vilão de todas as pessoas. 


Enquanto providencia o pior para Jim Gordon, o palhaço assassino relembra o dia em que se transformou. A questão é o que acontecera com Gordon?

A piada mortal é uma é uma obra que faz cair paradigams dentro dos quadrinhos. Desaparece a antiga relação herói-vilão em que o herói é a representação do Bem e, o vilão, a do Mal. Um processo que se iniciou com a revolução de Stan Lee, Jack Kirby e companhia que na década de 60, manteve o maniqueísmo e a relação Bem x Mal mas retirou a “perfeição” dos heróis passando a ter problemas e conflitos internos comuns à qualquer pessoa. O vilão passa a ser o lado negro do herói, aquilo que pode acontecer se ele perde a batalha em sua guerra interna.


Afinal, qual a distância entre Batman e Coringa? Ele também teve um dia ruim e virou um morcego! O Coringa acredita que Batman é tão insano quanto ele, mas quer que o próprio cavaleiro das trevas aceite esta verdade aterradora! Esta questão também aconteceu em Asilo Arkham de Grant Morrison.
Vale dizer que além  do texto a qualidade da obra deve muito a mestre Gibbons que domina perfeitamente a arte da HQ em todos os seus caminhos com talento e estilo. As cores de John Higgins criam atmosferas e ressaltam as transições de “flashback” em toda a história e outras seqüências fazendo pulsar as violentas e fluir as mais calmas.

Em 1989, A piada mortal foi agraciada com os mais importantes prêmios da Indústria de Quadrinhos, o Will Eisner Awards (melhor escritor, desenhista e álbum gráfico) e o Harvey Award (melhor história, álbum gráfico, desenhista e colorista).

Agora, vejam só,  não é interessante parar para pensar que toda a comovente história relembrada pelo coringa em “Piada Mortal” pode não passar de uma alucinação da cabeça dele?

Insano? Justamente...

Uma obra imperdível e referencial. Não deixem de ler..

quarta-feira

Lendas do Zodíaco - Áries


Constelação atravessada pelo Sol no período de 19 de abril a 13 de maio.
Tempo de permanência do Sol em Aries: 25 dias.

O rei Athamas da Beócia tinha por rainha a deusa Nephele com quem teve dois filhos: Phrixos e Helle. Tendo que retornar ao Olimpo, deixou as crianças aos cuidados do pai. Athamas uniu-se a Ino que planejava livrar-se das crianças. Decidiu espalhar doenças e secar as sementes dos cereais prejudicando as futuras colheitas. Prevendo que Athamas consultaria o oráculo para saber as causas das desgraças, subornou os sacerdotes, para que convencessem o rei que a única forma de aplacar a ira dos deuses era sacrificando os filhos que teve com Nephele.

Embora com grande sofrimento, Athamas, pelo bem do povo, obedeceu as ordens do oráculo. Nephele, indignada, a tudo assistia. Para proteger os seus filhos, encontrou-se com eles às escondidas, avisando-os que no dia do sacrifício um carneiro dourado desceria dos céus e aterrizaria diante deles. Orientou-os a montar no carneiro. O único cuidado que deveriam ter era de não olhar para baixo durante o vôo. No dia do sacrifício, o carneiro surgiu e levou as crianças. Helle, no entanto, apesar das recomendações, não resistiu à tentação e olhou, caindo ao mar no local que ficou depois conhecido como Helesponto ( hoje Dardanelos ). Phrixos chegou salvo à Colchida onde sacrificou o carneiro à Zeus que o colocou no céu entre as estrelas..

As Lendas do Zodíaco são partes integrantes do site Uranometria Nova.
uranometrianova@hotmail.com / uranometrianova@yahoo.com.br

segunda-feira

Galaxy Trio

Outra obra de Hanna-Barbera que é  lembrada pelos da minha geração, e fez parte da infância de quase todo mundo: O Galaxy Trio.

Quem? Na verdade, são realmente poucos que vão se recordar de imediato. Mas, no melhor estilo “quem-não-tem-cão-caça-com-gato”, a Hanna-Barbera teve este grupo que parecia muito, na minha opinião, com o tipo de presença que o Quarteto Fantástico da Marvel transmitia, mas enfim, não há nada claro nesta linha, é uma sensação minha que tinha ao assistir os dois desenhos nos idos dos anos 80.

O desenho foi criado por Alex Toth e Hanna-Barbera. Galaxy Trio foi uma animação com episódios curtos de aproximadamente 8 minutos cada. Cada programa trazia, além de dois episódios do Homem-Pássaro (que eu também gostava muito e coloquemos na lista o Spaaaaaaace Ghoooooosttttt!), um com o trio de heróis. Os dois desenhos foram criados pela Hanna-Barbera em 1967 para serem exibidos numa mesma sessão, mas o canal de televisão NBC preferiu lançá-los em dias separados.

O retorno do público foi tão positivo que os heróis acabaram sendo adaptados para as histórias em quadrinhos, aparecendo originariamente na revista Hanna-Barbera Super TV Heroes #2 de Setembro de 1968, ou seja indo ao encalço do Quarteto em seu próprio “habitat”, as HQs.

 
O Galaxy Trio era um grupo de super-heróis extraterrestres que combatiam o crime intergaláctico, cada um provindo de um planeta diferente, mas que possuíam entre si, traços muito parecidos, não é curioso?. Para quem assistia, eles tinham traços físicos quase idênticos, como se pertencessem do mesmo planeta. Talvez fosse mais fácil vender a imagem desta maneira. O grupo era formado pelo Homem-Vapor (Vapor Man), Homem-Meteoro (Meteor Man) e Gravity Girl. Eles patrulhavam o espaço num cruzador chamado Condor (Eu adorava este nome) e lutavam em nome de uma agência denominada Patrulha Galáctica.

O Homem-Vapor tinha como habilidade principal transformar parte ou o todo de seu corpo em forma gasosa, permitindo voar, e escapar de lugares pequenos ou apertados.


O Homem-Meteoro era um nativo do planeta Meteorus e tinha como habilidade aumentar ou diminuir de tamanho e também ganhava uma força sobre-humana sobre qualquer membro que ele quisesse aumentar.


A Garota Flutuadora (mais uma heroína ruiva) tinha a habilidade para dobrar as leis da gravidade e com isso conseguindo voar ou erguer objetos muito pesados somente com força de sua mente. Em outras palavras uma mistura de Jean Grey dos X-Men e Magneto.Ela era originária do planeta Gravitas e havia deixado sua luxuosa vida para lutar contra o crime com a Patrulha Galáctica, juntando-se ao dois outros heróis.


As aventuras embora curtas e sem dúvida ingênuas divertiam. Era sempre bacana ver um grupo de heróis, qualquer grupo. E como eu disse eles passavam aquela sensação de unidade do Quarteto Fantástico o que era bem interessante. Além disso, Galaxy Trio, Birdman e Space Ghost eram quase complementares para fazer uma feliz tarde infantil, não é mesmo? Quem viveu, viveu..

Atualização por Mario Pons