Panacéia dos Amigos

sexta-feira

Lendas Brasileiras - Vitória Régia


 


Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.

 

E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.


A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas..

Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia.

quinta-feira

Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe



Tudo começou com uma revelação que me surpreendeu na época: Contaram-me que havia um personagem predecessor para o personagem Sherlock Holmes. Na verdade, Sherlock teria sido inspirado nele! Quis ler o livro, claro. E eis que li “Histórias Extraordinárias” de Edgar Allan Poe. E dentre outras a primeira era a história “Os Assassinatos da Rua Morgue”.


“Os Assassinatos da Rua Morgue” conta a história de dois brutais assassinatos de mulheres na Rua Morgue, em Paris, casos que parecem insolúveis até que o detetive Dupin assume o caso e, usando sua estupenda inteligência, desvenda esse grande mistério. E de fato, lá estava o personagem Auguste Dupin, morador de paris, com o título de Chevalier, ou seja, ele é um Cavaleiro na Légion d'honneur e conta inclusive com um parceiro, com um amigo próximo, um narrador anônimo de suas aventuras, tal e qual Sherlock e seu inseparável Dr. Watson.


Também vemos semelhanças no método de investigação. Ambos se valem de uma prodigiosa inteligência dedutiva para desvendar casos que a principio parecem misteriosos. No entanto, Dupin é uma inteligência a favor dos casos, e não um detetive realmente como é o caso de Sherlock. Suas motivações mudam ao longo das histórias. 


Ele investiga Os Assassinatos na Rua Morgue por diversão e para provar a inocência de um homem acusado injustamente, não aceitando recompensas. Em A Carta Roubada Dupin sai propositalmente em busca de recompensa. Um jogo de xadrez entre os dois, Holmes e Dupin, seria insuportavelmente longo. Aliás, talvez nem acontecesse já que Dupin defende ardorosamente o jogo de damas como superior ao xadrez. C. Auguste Dupin apareceu pela primeira vez na história “Os Assassinatos da Rua Morgue(1841)” e depois nas histórias “O Mistério de Marie Roget (1842)”,  “A Carta Roubada (1844)”. Dupin é de fato considerado o primeiro detetive da ficção, já que Dupin antes de todos os detetives da literatura, incluindo Sherlock Holmes. Claro que, sem favor nenhum, Holmes é o mais famoso de todos.


O livro que li, como coloquei era na verdade uma coletânea de contos de mestre Edgar Alan Poe, cujo título era “Histórias Extraordinárias” e que comprei entre livros usados de uma antiga coleção, mas aonde encontravam-se também outras obras referenciais como “O Corvo”,“O Gato Preto”,“Manuscrito Encontrado numa Garrafa”,“A Máscara da Morte Escarlate”,“O Poço e o Pêndulo”,“A Queda da Casa de Usher”


A obra de Mestre Poe é escassa em razão da sua morte precoce, ao 40 anos. É escassa, porém genial e merecer ser lida.


E lembrem-se: Quem lê um livro comunga com a alma deste, e desta comunhão renova sua própria.



quarta-feira

A revolução dos bichos – George Orwell


 

 

“Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.”
A revolução dos bichos - George Orwell


“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.”
Friedrich Nietzsche

"O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente."
(John Emerich Edward Dalberg-Acton)

“A revolução dos bichos” é uma fábula, na verdade muito mais uma metáfora sobre a relação corruptora do poder.

Especificamente, Orwell está falando sobre a queda e corrupção da revolução socialista idealizada por Marx e Engels, realizada por Lênin e adulterada por Stalin. Mas, não se trata de uma história de dimensão restrita, já que a o desmoronamento de um ideal não é propriedade exclusiva do socialismo, mas quase uma regra geral de todos os sistemas sociais que pregam uma descentralização do poder.

Notoriamente, muitas filosofias religiosas foram adulteradas para conter ou mesmo destruir sua visão expansiva e solidária em relação ao gênero humano e toda a vida e entregar o poder nas mãos de poucos homens para que estes dominassem o sistema ao seu bel prazer. O sistema capitalista em sua gênese já se formou elitista e o sistema socialista se corrompeu também em poucos anos.

Antes deles, tiranias, monarquias, religiões e impérios também se formavam através de corruptas elites.

No entanto, em seus anos iniciais quase todos os sistemas são aureados com uma centelha de esperança sincera dos sonhadores. E o sistema socialista não foi diferente. Nos anos iniciais, muitos seguiram com fervor quase religioso o sonho de um sistema sem elites, sem governo, dominado pelos trabalhadores. Demorou até perceberem o surgimento de uma elite que os dominava e oprimia tanto quanto qualquer sistema anterior.

Orwell faz parte deste grupo de sonhadores que acordaram de um sonho e adentraram numa realidade aterrorizante. E o livro através desta fábula tenta demonstrar o passo a passo desta queda.

 

Tudo começa quando o dono da Granja do Solar, Sr. Jones, embriagado com o poder, tranca o galinheiro e vai para a cama cambaleando. Major, porco ancião e premiado, reúne todos os animais e conta seu sonho visionário de como será o mundo depois que o homem desaparecer. Declara em tom profético a necessidade dos bichos assumirem suas vidas, acabando com a tirania dos homens. Os animais são contagiados pelos versos revolucionários e entoam apaixonadamente a canção "Bichos da Inglaterra". Sr. Jones acorda alarmado com a possível presença de uma raposa e, com uma carga de chumbo disparada na escuridão, encerra a cantoria.

Major falece três noites após. A morte emoldura o mito e suas palavras ganham destaque nas falas dos animais mais inteligentes da granja. Os bichos mais conservadores insistem no dever de lealdade ou no medo do incerto: “Seu Jones nos alimenta. Se ele for embora, morreríamos de fome”. Os perfis dos animais são traçados: os porcos, as ovelhas, os cavalos, as vacas, as galinhas, o burro... Todos com traços marcantes de manipulação, alienação, rigidez, ignorância, dispersão, teimosia...A rebelião ocorre mais cedo do que esperavam. Com a expulsão do Sr. Jones da granja, surge o momento de reorganizar o funcionamento da propriedade. Os porcos assumem a liderança, dirigem e supervisionam o trabalho dos outros. Os demais dão continuidade à colheita. Alguns bichos se destacam pela obstinação, como o cavalo Sansão, cujo lema é “Trabalharei mais ainda.”

Os sete mandamentos declarados por Major são escritos na parede:

“Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
Nenhum animal usará roupa.
Nenhum animal dormirá em cama.
Nenhum animal beberá álcool.
Nenhum animal matará outro animal.
Todos os animais são iguais.”

Bola-de-neve e Napoleão se destacam na elaboração das resoluções. Sempre com posições contrárias. Os demais animais aprenderam a votar, mas não conseguem formular propostas. A pluralidade de pensamentos dá margem aos debates e às escolhas.
Os sete mandamentos elaborados na revolução são condensados no lema “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”. A síntese do “animalismo” é repetida pelas ovelhas no pasto por horas a fio. Sr. Jones tenta recuperar a propriedade, mas é vencido pelos bichos na “Batalha do Estábulo”. O porco Bola-de-neve e o cavalo Sansão são condecorados pela bravura demonstrada no conflito. Mimosa foge para uma propriedade vizinha seduzida pelos mimos oferecidos por um humano. Surge a idéia de construção de um moinho de vento... Os animais ficam divididos com a perspectiva do novo.


Bola-de-neve e Napoleão sobem ao palanque e montam suas campanhas políticas. A eloqüência de Bola-de-neve conquista os animais, mas a força dos cães de Napoleão expulsa Bola-de-neve da granja e “legitima” Napoleão no cargo de líder diante dos atemorizados bichos. Os bichos trabalham como escravos na construção do moinho de vento e gradativamente vão perdendo a memória de como era a vida na época do Sr. Jones. Animais trabalhadores, como Sansão, acordam mais cedo, trabalham nas horas de folga e assumem as máximas elaboradas pelos donos do poder: “trabalharei mais ainda” e “Napoleão tem sempre razão”.

Como a maioria dos animais não aprendeu a ler, os mandamentos vão sendo alterados na medida em que Napoleão e seus assessores vãos assumindo posições contrárias aos princípios que nortearam a revolução: os porcos começam a comerciar a produção da granja, passam a residir na casa do Sr. Jones, dormem em camas, usam roupas, bebem uísque, relacionam-se com homens... A maioria dos animais é facilmente convencida dos seus “equívocos de interpretação”. Os poucos que conseguem ler e interpretar as adulterações do poder se omitem...Alguns animais são executados sob a alegação de alta traição. Tudo o que ocorre de errado na granja é de “responsabilidade” de Bola-de-neve. Sua história é enterrada na lama de mentiras e manipulação imposta pelo novo regime. As reuniões de domingo são proibidas e a canção “Bichos da Inglaterra” é censurada. Os bichos trabalham mais e não são reconhecidos por seus esforços. Todas as condecorações são dadas ao líder.


Os animais passam privações. Suas rações são diminuídas em prol do bem comum. Os porcos são agraciados com os privilégios do poder. Uma segunda batalha com os humanos surpreende os animais enfraquecidos, mas, apesar das muitas perdas, eles vencem e permanecem sob a ditadura imposta por Napoleão. Infelizmente perderam os parâmetros para avaliação, perderam a memória da história antes do governo de Napoleão.Só restava um único mandamento e mesmo assim adulterado: “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que outros”. Depois disto nada mais se estranhava. 


O autor George Orwell, escritor, jornalista e militante político, participou da Guerra Civil Espanhola na milícia marxista/trotskista e foi perseguido junto aos anarquistas e outros comunistas pelos stalinistas. Desencantado com o governo de Stalin, escreveu “A Revolução dos Bichos” em 1944. Nenhum editor aceitou publicar a sátira política, pois, na época, Stalin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Só após o término da guerra, em 1945, é que o livro foi publicado e se tornou um sucesso editorial.

Este livro fabuloso deve ser lido, através dele é possível compreender profundamente os perigos do poder e como tantos sistemas ruíram mesmo tendo sido forjados nos mais poderosos sonhos de igualdade.

E lembrem-se: “Quem lê um livro comunga com a alma deste, e desta comunhão renova a sua própria.”

terça-feira

Contos de Asgard - A Bandeira do Corvo.


 
 
Esta graphic novel traz um conto de Asgard. Os personagens mais conhecidos da mitologia nórdica nas HQs como Thor, Os Três Guerreiros, Sif, Heimdall, Karnilla, Encantor ou mesmo Loki são meros coadjuvantes na saga de Greyval Grimson e a bandeira do corvo.

A maior honra para um guerreiro em batalha é carregar a Bandeira do Corvo, símbolo da vitória. E quando a morte atinge o portador da bandeira, esta deve ser entregue aos seus descendentes. A trama começa com a morte do portador, mas seu filho Greyval foi iludido pelos trolls e perde a bandeira.

Para recuperar este legado terá que ser feita uma jornada enfrentando ogros, gigantes, trolls e feitiçarias. A príncipio, ele conta com o apoio de Balder, mas logo este o abandona para auxiliar nos combates e invasões que afligem o reino dourado, o que torna mais necessária a recuperação do precioso artefato.

Além dos perigos habituais, Greyval Grimson enfrentará a competição de um parente invejoso de seu posto de herdeiro e do amor que uma Valquíria tem por ele.


Esta graphic novel foi criada por Alan Zelenetz (roteiro) e Charles Vess Vess. Charles possui um traço estilizado e propenso a ilustração de fábulas. Rico em detalhes e ao mesmo tempo de uma linguagem simples de compreensão, o desenho de Vess é uma referência para muitos ilustradores. Outros trabalhos de destaque foram edições de Sandman, de Neil Gaiman; a premiada edição 19 "Sonhos de uma Noite de Verão", a terceira parte da minissérie "Os Livros da Magia", e também o livro "Stardust" ambos também de Neil Gaiman.

Li esta graphic depois de Sandman, e novamente me impressionei com a arte de Vess, que era diferente de tudo o que conhecia até então. Não deixem de ler..

segunda-feira

Batman: A piada mortal


 

 Qual é a linha que separa a sanidade e a insanidade? Quão tênue ela é? Será que umas seqüências de eventos ruins acontecendo sistematicamente podem demolir nossa estrutura emocional e derrubar a casa? Será tão grande assim a distância que nos separa dos maiores insanos da humanidade?

É precisamente sobre este tema que a aclamada Batman: a piada mortal, escrita por Alan Moore e ilustrada por Brian Bolland (que criou talvez a mais icônica imagem do Coringa), com cores de John Higgins, trabalha. Vislumbrando a questão da loucura sob a ótica de um dos personagens mais insanos das histórias em quadrinhos: O Coringa.

O insano palhaço do crime que foi magistralmente escrito e dirigido por Nolan e brilhantemente interpretado por Ledger (Estou preparando um post sobre este filme) assombrou multidões pela sua crueldade insana e gerou questionamento dos que não lêem HQs se ele era mesmo daquela maneira retratada no filme. Sim, quando bem escrito ele é. Na verdade, como qualquer personagem de longa data, ele muda conforme as tendências, mas se buscarmos a essência do personagem sendo realistas, eu diria que o filme se aproxima do que ele realmente deve ser. E uma das HQs que deu os parâmetros para o personagem foi “A Piada Mortal”.


Como vimos antes, a obra de Moore parte da idéia de que para o Coringa um dia ruim é tudo o que é necessário para transformar a vida de uma pessoa. Não só isso, mas basta um dia desses para que uma pessoa completamente sã perca toda a sua sanidade e adentre os caminhos sem volta da loucura. Basta uma tragédia para que uma pessoa prefira o conforto da loucura ao tormento das lembranças daquele dia. Afinal, supostamente foi justamente um dia ruim que criou o insano assassino dos cabelos verdes.

Pouco ou nada se sabia sobre o passado do personagem o que tornou a obra de Alan Moore um referencial por criar uma origem, e conseqüentemente, uma dimensionalidade maior ao personagem. A partir daquele momento, o Coringa deixa de ser simplesmente o vilão maniqueísta para se tornar alguém comum levado a loucura por circunstâncias cruéis e dramáticas.

A piada mortal começa com uma visita de Batman ao Asilo Arkham, o sanatório para criminosos insanos de Gotham. O vigilante vai ao Asilo para visitar o Coringa, tentar conversar com o Palhaço do Crime e colocar um ponto final na longa história de ódio que existe entre esses dois homens. Para a surpresa do Homem Morcego, no entanto, o Coringa fugiu do Arkham e colocou outra pessoa em seu lugar. Quando descobre o ocorrido, Batman sai atrás do vilão.

Enquanto isso, no entanto, o Coringa já está colocando seu plano à prova. Ele quer mostrar ao Batman que até mesmo a mais sã das pessoas pode enlouquecer. Assim, decide fazer uma visita ao comissário Gordon. Quando a filha adotiva do comissário, Bárbara (ex-Batgirl, atual Oráculo) atende a porta, recebe um tiro que parte sua coluna. 


Enquanto os comparsas do Coringa espancam o policial, o Palhaço do Crime despe Bárbara e tira diversas fotos dela naquela situação, com a coluna partida e, provavelmente, sofrendo algum outro tipo de abuso por parte do criminoso(Este é quase um consenso entre os que leram embora seja apenas uma especulação).

 
Então, o Coringa leva Jim para um parque de diversões, onde tortura o comissário psicologicamente, mostrando-o as fotos de Bárbara. Seu objetivo é enlouquecê-lo, provando a todos, especialmente ao Batman, que não é preciso muito - apenas uma grande tragédia pessoal - para que uma pessoa perca sua sanidade. E que é apenas isso que separa o vilão de todas as pessoas. 


Enquanto providencia o pior para Jim Gordon, o palhaço assassino relembra o dia em que se transformou. A questão é o que acontecera com Gordon?

A piada mortal é uma é uma obra que faz cair paradigams dentro dos quadrinhos. Desaparece a antiga relação herói-vilão em que o herói é a representação do Bem e, o vilão, a do Mal. Um processo que se iniciou com a revolução de Stan Lee, Jack Kirby e companhia que na década de 60, manteve o maniqueísmo e a relação Bem x Mal mas retirou a “perfeição” dos heróis passando a ter problemas e conflitos internos comuns à qualquer pessoa. O vilão passa a ser o lado negro do herói, aquilo que pode acontecer se ele perde a batalha em sua guerra interna.


Afinal, qual a distância entre Batman e Coringa? Ele também teve um dia ruim e virou um morcego! O Coringa acredita que Batman é tão insano quanto ele, mas quer que o próprio cavaleiro das trevas aceite esta verdade aterradora! Esta questão também aconteceu em Asilo Arkham de Grant Morrison.
Vale dizer que além  do texto a qualidade da obra deve muito a mestre Gibbons que domina perfeitamente a arte da HQ em todos os seus caminhos com talento e estilo. As cores de John Higgins criam atmosferas e ressaltam as transições de “flashback” em toda a história e outras seqüências fazendo pulsar as violentas e fluir as mais calmas.

Em 1989, A piada mortal foi agraciada com os mais importantes prêmios da Indústria de Quadrinhos, o Will Eisner Awards (melhor escritor, desenhista e álbum gráfico) e o Harvey Award (melhor história, álbum gráfico, desenhista e colorista).

Agora, vejam só,  não é interessante parar para pensar que toda a comovente história relembrada pelo coringa em “Piada Mortal” pode não passar de uma alucinação da cabeça dele?

Insano? Justamente...

Uma obra imperdível e referencial. Não deixem de ler..

quarta-feira

Lendas do Zodíaco - Áries


Constelação atravessada pelo Sol no período de 19 de abril a 13 de maio.
Tempo de permanência do Sol em Aries: 25 dias.

O rei Athamas da Beócia tinha por rainha a deusa Nephele com quem teve dois filhos: Phrixos e Helle. Tendo que retornar ao Olimpo, deixou as crianças aos cuidados do pai. Athamas uniu-se a Ino que planejava livrar-se das crianças. Decidiu espalhar doenças e secar as sementes dos cereais prejudicando as futuras colheitas. Prevendo que Athamas consultaria o oráculo para saber as causas das desgraças, subornou os sacerdotes, para que convencessem o rei que a única forma de aplacar a ira dos deuses era sacrificando os filhos que teve com Nephele.

Embora com grande sofrimento, Athamas, pelo bem do povo, obedeceu as ordens do oráculo. Nephele, indignada, a tudo assistia. Para proteger os seus filhos, encontrou-se com eles às escondidas, avisando-os que no dia do sacrifício um carneiro dourado desceria dos céus e aterrizaria diante deles. Orientou-os a montar no carneiro. O único cuidado que deveriam ter era de não olhar para baixo durante o vôo. No dia do sacrifício, o carneiro surgiu e levou as crianças. Helle, no entanto, apesar das recomendações, não resistiu à tentação e olhou, caindo ao mar no local que ficou depois conhecido como Helesponto ( hoje Dardanelos ). Phrixos chegou salvo à Colchida onde sacrificou o carneiro à Zeus que o colocou no céu entre as estrelas..

As Lendas do Zodíaco são partes integrantes do site Uranometria Nova.
uranometrianova@hotmail.com / uranometrianova@yahoo.com.br

segunda-feira

Galaxy Trio

Outra obra de Hanna-Barbera que é  lembrada pelos da minha geração, e fez parte da infância de quase todo mundo: O Galaxy Trio.

Quem? Na verdade, são realmente poucos que vão se recordar de imediato. Mas, no melhor estilo “quem-não-tem-cão-caça-com-gato”, a Hanna-Barbera teve este grupo que parecia muito, na minha opinião, com o tipo de presença que o Quarteto Fantástico da Marvel transmitia, mas enfim, não há nada claro nesta linha, é uma sensação minha que tinha ao assistir os dois desenhos nos idos dos anos 80.

O desenho foi criado por Alex Toth e Hanna-Barbera. Galaxy Trio foi uma animação com episódios curtos de aproximadamente 8 minutos cada. Cada programa trazia, além de dois episódios do Homem-Pássaro (que eu também gostava muito e coloquemos na lista o Spaaaaaaace Ghoooooosttttt!), um com o trio de heróis. Os dois desenhos foram criados pela Hanna-Barbera em 1967 para serem exibidos numa mesma sessão, mas o canal de televisão NBC preferiu lançá-los em dias separados.

O retorno do público foi tão positivo que os heróis acabaram sendo adaptados para as histórias em quadrinhos, aparecendo originariamente na revista Hanna-Barbera Super TV Heroes #2 de Setembro de 1968, ou seja indo ao encalço do Quarteto em seu próprio “habitat”, as HQs.

 
O Galaxy Trio era um grupo de super-heróis extraterrestres que combatiam o crime intergaláctico, cada um provindo de um planeta diferente, mas que possuíam entre si, traços muito parecidos, não é curioso?. Para quem assistia, eles tinham traços físicos quase idênticos, como se pertencessem do mesmo planeta. Talvez fosse mais fácil vender a imagem desta maneira. O grupo era formado pelo Homem-Vapor (Vapor Man), Homem-Meteoro (Meteor Man) e Gravity Girl. Eles patrulhavam o espaço num cruzador chamado Condor (Eu adorava este nome) e lutavam em nome de uma agência denominada Patrulha Galáctica.

O Homem-Vapor tinha como habilidade principal transformar parte ou o todo de seu corpo em forma gasosa, permitindo voar, e escapar de lugares pequenos ou apertados.


O Homem-Meteoro era um nativo do planeta Meteorus e tinha como habilidade aumentar ou diminuir de tamanho e também ganhava uma força sobre-humana sobre qualquer membro que ele quisesse aumentar.


A Garota Flutuadora (mais uma heroína ruiva) tinha a habilidade para dobrar as leis da gravidade e com isso conseguindo voar ou erguer objetos muito pesados somente com força de sua mente. Em outras palavras uma mistura de Jean Grey dos X-Men e Magneto.Ela era originária do planeta Gravitas e havia deixado sua luxuosa vida para lutar contra o crime com a Patrulha Galáctica, juntando-se ao dois outros heróis.


As aventuras embora curtas e sem dúvida ingênuas divertiam. Era sempre bacana ver um grupo de heróis, qualquer grupo. E como eu disse eles passavam aquela sensação de unidade do Quarteto Fantástico o que era bem interessante. Além disso, Galaxy Trio, Birdman e Space Ghost eram quase complementares para fazer uma feliz tarde infantil, não é mesmo? Quem viveu, viveu..

Atualização por Mario Pons