Panacéia dos Amigos

quinta-feira

A Liga Extraordinária

(Clique na imagem para vê-la ampliada) Por Paulo Moraes A Liga Extraordinária

Arte e RPG 6

(Clique na imagem para vê-la ampliada) Por Paulo Moraes O bardo Lawrence e o ladrão Bkórdy Aventuras diversas

Arte e RPG 5

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Por Paulo Moraes/2010 Guerreiro humano Coadjuvante

Arte e RPG 4

(Clique na imagem para vê-la ampliada) Por Paulo Moraes Campanha "Rise of Absolute" - 93/06 Afastado do outros Lordes de Ylraphon, o jester Sarllacky enfrenta uma horda de vampiros à caminho de Waterdeep.

quarta-feira

Olga - Fernando Morais

Entre as várias opções literárias os livros de biografias sempre estiveram entre os meus favoritos. Na verdade, entre os primeiros livros que li estavam as biografias da série “Grandes Líderes”, eu tinha por volta de nove anos e não perdi o gosto por este tipo de trabalho.

A história de Olga me chamou a atenção quando estudando sobre a II guerra mundial no ginásio havia um destaque no livro de história falando sobre a mulher entregue pelo governo brasileiro aos nazistas.

Conhecia naquele momento, mais uma história de interesse neste vasto e complexo tema que sempre me atraiu que é a II grande guerra mundial.

Portanto, quando tive afinal a oportunidade de ler a biografia de Olga escrita pelo jornalista Fernando Morais me entreguei a leitura imediatamente. Muito mais do que o drama que tinha conhecimento conheci uma história de vida repleta de desafio, aventura e coragem. Olga não era apenas a “mulher de Luís Carlos Prestes”, uma vítima da crueldade do governo Getúlio Vargas, mas sim, uma revolucionária treinada, respeitada e até temida em alguns círculos.

Este livro foi publicado em 1985 pela Editora Ômega e relançado em 1994 pela Companhia das Letras.

A obra fala sobre a vida de Olga Benário, jovem militante comunista alemã, de origem judaica, que após participar de uma ação paramilitar audaciosa, na qual libertou seu companheiro de militância e namorado Otto Braun da prisão de Moabit, Alemanha, resultando na fuga de ambos para a União Soviética, envolveu-se com o militar e político comunista brasileiro Luís Carlos Prestes.

Como agente de destaque emergente na Comitern foi enviada ao Brasil ao lado de Prestes, para promover a revolução comunista neste país, unindo-se ao recém constituído movimento Aliança Nacional Libertadora (ANL). Na viagem de ida ao Brasil, com falsas identidades, a fachada de casal obrigava Olga e Prestes a intimidades imprevistas e eles acabam se envolvendo emocionalmente.

Na chegada, Olga deslumbra-se com o Brasil e prossegue ao lado de Prestes na luta pelos ideais comunistas e contra o governo brasileiro do presidente Getúlio Vargas. Após uma tentativa fracassada de golpe político e mititar, posteriormente denominado Intentona Comunista, ambos acabam presos. Olga descobre que está grávida de Prestes na prisão, enquanto Prestes perde a patente de capitão e inicia um período de prisão política que durará nove anos.

Olga é deportada grávida pelo governo brasileiro do presidente Getúlio Vargas para a Alemanha, que se encontava então sob regime do nazismo. A criança fruto da união de Olga e Prestes, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão na Alemanha, tendo sido posteriormente resgatada pela mãe de Prestes, Leocádia, após uma intensa campanha internacional. Olga morreu em uma câmara de gás do campo de concentração nazista de Bernburg, em fevereiro de 1942, sem saber que Anita estava desde então sã e salva com sua avó Leocádia.

Esta história real e emociante é contada com detalhes jornalísticos, mas com a forma de uma leitura agradável e instigante como um romance. No mesmo livro encontramos parte do trabalho de pesquisa em fotos e documentos.

Para os que, como eu, apreciam as biografias que permitem conhecer melhor os detalhes que formam a trajetória dos grandes homens e mulheres da história mundial, este livro é mais do que recomendado..

E lembrem-se: Quem lê um livro comunga com a alma deste e desta comunhão renova a sua própria!

terça-feira

O Nome da Rosa - Umberto Eco

Quando, anos atrás, tive a oportunidade de assistir ao filme(um assunto para a panacéia do cinema), não sabia da existência do livro e se não me engano foi numa daquelas crises de insônias de muito tempo atrás. Em geral, nessas crises na maioria das vezes ligamos a TV no exato momento em que o filme já começou dez minutos atrás... portanto , somente nos créditos é que soube que o filme era “baseado num romance de Umberto Eco”.

Um bom tempo depois é que tive a oportunidade de ler o livro. Como reza a lenda “O livro é sempre melhor que o filme”(não há verdade absoluta nisto, mas funciona na maioria quando o livro é bom), mas o filme não era nada mau...então, o que esperar do livro?

Meus caros e caras, caso não tenham lido este livro convido a esta “experiência”. Eco que possui uma cultura formidável (sendo escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional. É titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade de Bolonha, além de colaborador em diversos periódicos acadêmicos, colunista da revista semanal italiana L'Espresso e professor honoris causa em diversas universidades ao redor do mundo.) nos traz um enredo rico e não obstante fluido. Ou seja, a leitura é instrutiva, é instigante, é por demais prazerosa.

Capturados de início por uma trama de investigação digna de Doyle e seu Sherlock Holmes (Não à toa, o personagem principal é William de Baskerville, numa clara homenagem), conduzidas por um frade franciscano conheceremos as aventuras e descobertas do jovem pupilo de Baskerville, Adso de Melk, além das loucuras dos fanáticos da inquisição sendo como leitores levados pela idade das trevas ao recôndito de seus mistérios, miséria, sacrifícios, sofrimentos, controle e desafios.

Mas, atentem para o fato de que Eco é um filosófo e profundo estudioso em Semiótica. Portanto, em diversos momentos sua hábil manipulação dos signos nos transmite subliminarmente sensações e informações. Em diversos trechos é possível ter uma sensação palpável dos sentimentos do personagem. Basta abrir as portas do intuitivo e adentrar pelos caminhos sutis ou expressos do livro. Além disso, com mais profundidade, estudiosos podem perceber diversas questões filosóficas levantadas no romance.

No romance, Umberto Eco relembra a problemática suscitada pelo nominalismo entre o que é essencial, que parece ser o nome da rosa como nome, em si um conceito, portanto um universal, dessa forma, eterno, imutável, imortal e de sua contraposição a rosa particular, individual no mundo, flor de existência única na realidade, que por acontecer, também é passageira, mortal e transitória.

O próprio nome do livro suscita uma questão que relembra a questão dos universais e dos particulares, que se refere a saber se o nome da rosa é universal ou particular. O quadro da questão pode ser representado de forma tradicional pelo quadrilátero de proposições lógicas. A questão se refere ao juízo que fazemos do nome da rosa: se ele é universal, por exemplo: O nome da rosa é imortal; particular: O nome da rosa é passageiro (mortal) e ainda: Nenhum nome da rosa é imortal ou: Algum nome de rosa é passageiro. Os vértices do quadrilátero seriam formados por esses quatro juízos. Seria algum desses juízos verdadeiro ou falso? Se sim ou não, nisso há alguma contradição? Haveria outras possibilidades, outras incertezas?

Eco sugere no O Nome da Rosa, um ambiente no qual as contradições, oposições, querelas e inquisições, no início do século XIV, justificam ações humanas, as virtudes e os crimes dos personagens, monges copistas de uma abadia cuja maior riqueza é o conhecimento de sua biblioteca. Para os personagens, a discussão do essencial e do particular, do espiritual e da realidade material, do poder secular e da insurreição, dos conceitos e das palavras entranham pelo mundo uma teia de inter-relações das mais conflituosas. A representação, a palavra e o texto escrito passam a ter uma importância vital na organização da abadia beneditina, gestando o microcosmo do narrador.

Sobre o romance em si, sinteticamente “O Nome da Rosa” gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos, cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano William de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai a fundo em suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local, até que desvenda que as causas do crime estavam ligadas a manutenção de uma biblioteca que mantém em segredo obras apócrifas,obras que não seriam aceitas em consenso pela igreja cristã da Idade Média.

Como disse, mais do que um romance trata-se de uma experiência consciente e subsconciente pelas variabilidades da interpretações de diversos signos.

Não deixem de ler: “O nome da Rosa” é pura panacéia essencial!

E lembrem-se: Quem lê um livro comunga com a alma deste e desta comunhão renova a sua própria!

Fonte de pesquisa: Wikipédia

segunda-feira

Abacate em defesa da vida

Rico em gorduras e proteínas, o abacate é excelente para pessoas fracas e desnutridas porque facilita o processo de digestão, elimina dores e acaba com a prisão de ventre.

Na cozinha, o abacate mostra-se muito versátil. Dá uma salada de excelente aparência quando cortado em cubos e misturado a rodelas de ovos cozidos, cebola, temperado com sal, vinagre e pimenta do reino. Pode ainda se transformar em sorvete, bastando para isso batê-lo no liquidificador com suco de limão, açúcar e leite e levá-lo ao congelador em forminhas. Cem gramas de abacate fornecem 162 calorias.

Apesar de rico em gordura vegetal, ele não ataca o fígado, eliminando a sensação de peso no estômago.

O abacate contém muito Fósforo, que ajuda na formação dos ossos e dentes e evita a fadiga mental. O abacate é rico em vitamina E, gorduras monoinsaturadas (a mesma o azeite de Oliva), vitaminas, sais minerais e glutationa, um poderoso antioxidante. Seu acentuado valor energético é relacionado ao seu conteúdo em gorduras, responsável pelo aumento do colesterol HDL (considerado o bom colesterol, pois protege as artérias ao invés de destruí-las). Cento e dez gramas, ou seja, aproximadamente a metade de um abacate médio, fornecem 500mg de potássio e mais de um terço da necessidade diária recomendada de folato; fornece, também, 10% ou mais das necessidades diárias recomendadas de ferro, magnésio e vitaminas A, C, E e B6.

Como remédio, o abacate tem grande utilidade. O caroço moído e queimado, e misturado ao leite, resolve problemas renais, disenterias e doenças do aparelho reprodutor feminino (corrimentos). Beneficia as artérias, reduz o mau colesterol e dilata os vasos sangüíneos. Sua gordura age como antioxidante, bloqueando a toxidade do colesterol LDL, que destrói as artérias. Além disso, é um poderoso bloqueador de trinta agentes cancerígenos diferentes.

Suas folhas, tomadas sob a forma de chá, são altamente digestivas, estimulantes e normalizam irregularidades, como a menstruação. O chá combate também infecções da garganta, elimina a rouquidão e a tosse. Bom também é mastigar as folhas de abacate frescas para curar afecções da boca, estomatites, ânsias, além de fortificar as gengivas e os dentes.

Importante é saber que ele se conserva na geladeira por 2 a 4 semanas, quando de boa qualidade.

Medicina Popular:

* Dor: Do abacate se extrai um azeite muito bom para combater localmente a dor reumática e dor da gota.

* Diurético: O chá da folha do abacateiro tem fama de ser diurético e carminativo. É usado para eliminar cálculos renais e gases intestinais.

* Ação intestinal: o caroço tostado e moído bem fino combate a diarréia e a disenteria.

Curiosidades:

- O abacate é nativo da América Central. O México é o maior produtor.

- O abacate tem mais proteína do que qualquer outra fruta – cerca de 2g para cada porção de 110g.

-O abacate deve ser servido cru – pois ele se torna amargo quando cozido. É possível, entretanto, acrescentá-lo a pratos quentes que já tenham sido cozidos, misturando-o com um molho de massa condimentado ou em fatias sobre um peito de frango grelhado.

-O uso regular do abacate na alimentação beneficia as artérias, reduz o colesterol e a pressão arterial e dilata os vasos sanguíneos. O ácido oléico, seu principal componente de gordura monoinsaturada, bloqueia a toxidade do mau colesterol, conhecido como o destruidor das artérias. O abacate também age contra a prisão de ventre, perturbações digestivas. Melhora o funcionamento da vesícula biliar, é balsâmico e ajuda a normalizar distúrbios na menstruação.

-Especialistas em doenças cardíacas desaconselham os ácidos graxos (gorduras saturadas) de origem animal, pois elevam os níveis de colesterol no sangue, acumulando-o nas artérias e obstruindo-as. A degeneração das veias circulatórias acaba provocando acidentes vasculares. Por isso os especialistas recomendam a ingestão de gorduras monoinsaturadas, como a do abacate.

-O abacate é antiinflamatório, auxilia na desintoxicação do fígado. Suas substâncias ativas, testerol e lecitina, ó tornam eficaz no tratamento das artroses, reumatismo e gota. O chá de suas folhas ou o pó do seu caroço torrado e moído acabam rapidamente com diarréia. O uso do caroço triturado e tostado, em forma de chá, elimina a tênia e outros vermes intestinais. Externamente, elimina a caspa, fortalecendo os cabelos e combatendo a calvície.

Curiosamente muitas pessoas acham que o abacate aumenta o colesterol, o que é um erro. Em primeiro lugar, o colesterol é uma gordura animal, então não existe no abacate. Em segundo lugar, as gorduras monoinsaturadas presentes no abacate ajudam a reduzir o colesterol e os triglicerídeos.

sábado

Calímaco

Foi um poeta, bibliotecário, gramático e mitógrafo grego, que viveu entre 310 a.C. e 240 a.C.

Nascido em Cirene (atual Shahhat, Líbia), Calímaco foi educado em Atenas. Após um período em que ensinou gramática, em Elêusis, transferiu-se para o Egito onde, ao longo de seus últimos vinte anos de vida, esteve a serviço dos reis Ptolomeu Filadelfo e Ptolomeu Evérgeta.

Tendo se tornado chefe da Biblioteca de Alexandria, criou um catálogo das obras existentes naquela biblioteca - os Pinakes - com autores por ordem alfabética e com breve biografia de cada um deles.

Alguns dos mais importantes poetas e gramáticos gregos foram seus alunos. Seus epigramas estão entre as grandes criações do gênero, e seus poemas elegíacos foram, mais tarde, elogiados e utilizados como fonte de inspiração por gregos e pelos poetas romanos, Caio Valério Catulo, Públio Ovídio Nasão (43 a.C. - 18 a.C.) e Sextus Aurelius Propertius (43 a.C. - 17 a.C.).

Calímaco tinha uma visão muito especial da Literatura, o que o tornou um dos máximos expoentes do Helenismo. Sustentava, também, uma particular concepção de epopéia, sobre a qual polemizou com seu discípulo, Apolônio de Rodes. Por outro lado, era antiaristotélico, contestando a unidade, a perfeição e a extensão defendidas pelo filósofo.

De suas mais de 800 obras, apenas 6 hinos, 64 epigramas e fragmentos (de papiros) de outros livros chegaram até nós, dentre elas:

* Sobre a cabeleira de Berenice [2] (poema dedicado à rainha Berenice)

* O banho de Palas (hino)

* Epigramas (conhecidos 63 intactos)

* As origens (poema em quatro livros)

* Hecale (curta obra épica)

* Epopéia sobre Teseu

* Aetia (coleção de lendas gregas em versos elegíacos)

sexta-feira

Xintoísmo

O Torii é o símbolo do Xintoísmo. É uma espécie de portal composto por duas barras verticais com uma barra horizontal no topo (chamada de kasagi), geralmente mais larga que a distância entre as duas barras. Sob o kasagi está o nuki, outra trave horizonta que liga os postes. Sua presença anuncia que há um santuário xintoísta nas proximidades. Atualmente, o Torii é considerado um dos mais importantes símbolos da tradição japonesa e simboliza a separação entre o mundo dos homens e o dos kami.

Religião mais antiga existente no Japão. Originalmente, o xintoísmo não tinha nome, doutrinas ou dogmas. Era um conjunto de ritos e mitos que explicavam a origem do mundo, do Japão e da família imperial. Os protagonistas desses mitos eram os Kamis, segundo ensinam, eram deuses ou energias divinas que habitam todas as coisas e sucedem-se por gerações, desde a criação do mundo. Receberam o nome de Xintoísmo (caminho dos deuses) para distinguir-se do Budismo e do Confucionismo, religiões originárias da China.

quinta-feira

Outras versões e Curiosidades sobre a Morte de João Paulo I

O jornalista britânico David Yallop publicou em 1984, após longa pesquisa, a obra Em nome de Deus (In God's Name), na qual oferece pistas sobre uma possível conspiração para matar João Paulo I . A dar-se crédito às fontes de Yallop (que incluem inúmeros clérigos e habitantes da cidade do Vaticano), João Paulo I esboçara, no início de seu breve pontificado, uma investigação sobre supostos esquemas de corrupção no IOR (Istituto di Opere Religiose, vulgo Banco do Vaticano). Logo após eleger-se papa, ele ficara a par de inúmeras irregularidades no Banco Ambrosiano, então comandado por Roberto Calvi, conhecido pela alcunha de "Banqueiro de Deus" por suas íntimas relações com o IOR (o corpo de Calvi apareceu enforcado numa ponte em Londres, quatro anos depois, por envolvimento com a Máfia).

Entre os envolvidos no esquema, estaria o então secretário de Estado do Vaticano e Camerlengo, cardeal Jean Villot, o mafioso siciliano Michele Sindona, o cardeal norte-americano John Cody, na época chefe da arquidiocese de Chicago e o bispo Paul Marcinkus, então presidente do Banco do Vaticano. As nebulosas movimentações financeiras destes não passaram despercebidas pelo Papa Sorriso. Sem falar em supostos membros da loja maçônica P2, como Licio Gelli (vale lembrar que pertencer a essa comunidade secreta sempre foi e ainda é considerado motivo de excomunhão pela Igreja Católica).

A Cúria Romana como um todo teria rechaçado o perfil humilde e reformista de João Paulo I. Diversos episódios no livro corroborariam essa tendência: o Papa Sorriso sempre repudiou dogmas, ostentação, luxo e formalidades; para ficar num exemplo, ele detestava a sedia gestatória, a liteira papal (argumentando que, por mais que fosse o chefe espiritual de quase mil milhões de católicos, não se sentia importante a ponto de ser carregado nos ombros de pessoas). Após muita insistência curial, ele passou a usá-la.

Segundo Yallop, em 29 de setembro de 1978, João Paulo I anunciaria a remoção de Marcinkus, Cody, Villot e alguns de seus asseclas – o que poderia deixá-los à mercê de processos criminais. Mas Sua Santidade não acordou para levar a cabo as excomunhões: diz-se que teria sido encontrado pela freira Vincenza, que o servia havia 18 anos e que sempre lhe deixava o café todas as manhãs. Naquele fatídico dia, no entanto, ela ficara espantada com o fato de o Papa não ter respondido ao seu Buongiorno, Santo Padre (Bom-dia, Santo Padre); desde os tempos de padre em Veneza, ele nunca dormira além do horário. Notando uma luz acesa por trás da porta, ela entrou nos aposentos do Papa e encontrou-o de pijama, morto, com expressão agonizante, na cama. Seus pertences pessoais foram de imediato removido por Villot. Entre eles, as sandálias do papa; no livro, é defendida a hipótese de que estariam manchadas com vômito – um suposto sintoma de envenenamento.

Yallop cita a digitalina (veneno extraído da planta com o mesmo nome) como a droga usada para pôr fim ao pontificado de João Paulo I. Essa toxina demora algumas horas para fazer efeito; Yallop defende que uma dose mínima de digitalina, acrescentada à comida ou à bebida do papa, passaria despercebida e seria suficiente para levar ao óbito. E para o autor de Em nome de Deus, teria sido muito fácil, para alguém que conhecesse os acessos à cidade do Vaticano, penetrar nos aposentos papais e cometer um crime dessa natureza.

Sem se deter na morte de João Paulo I, Yallop ainda insinuou que João Paulo II seria conivente com todas as irregularidades detectadas no pontificado de seu breve antecessor. Outra acusação grave feita no livro era a de que João Paulo II autorizara o financiamento secreto das atividades do sindicato Solidarnosc (Solidariedade) em sua terra natal.

A previsão de Nostradamus

Em sua obra Centúrias, o profeta francês do século XVI Nostradamus teria previsto a morte de um papa em circunstâncias muito semelhantes às de um suposto assassinato de João Paulo I (profecia relatada na Centúria 10, Quadrante 12), embora não estejam específicas outras circunstâncias, como nome e época:

O papa eleito será traído por seus eleitores,

Esta pessoa prudente será reduzida ao silêncio.

Eles o matarão porque ele era muito bondoso,

Atacados pelo medo, eles conduzirão sua morte à noite.

Uma interpretação simplista da profecia seria a de que "atacados pelo medo" seriam aqueles cujas irregularidades o Papa Sorriso estaria supostamente investigando, entre eles o Bispo Paul Marcinkus, presidente do Banco do Vaticano, John Cody, cardeal-arcebispo de Chicago e Licio Gelli, suposto maçom.

Encontro com a Irmã Lúcia

A revista italiana 30 Giorni revela, com base em declarações de um dos quatro irmãos de João Paulo I, que a Irmã Lúcia, durante a visita que o então Patriarca de Veneza lhe fez no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, sempre o tratou por "Santo Padre". O Cardeal Luciani fica impressionado e pergunta: "Porquê?", ao que a Irmã responde: "Vossa Eminência um dia será eleito Papa". E ele disse: "Sabe-se lá, irmã…", e a Irmã retorquiu: "Será sim, mas o seu pontificado será muito breve".