Entre as várias opções literárias os livros de biografias sempre estiveram entre os meus favoritos. Na verdade, entre os primeiros livros que li estavam as biografias da série “Grandes Líderes”, eu tinha por volta de nove anos e não perdi o gosto por este tipo de trabalho.
A história de Olga me chamou a atenção quando estudando sobre a II guerra mundial no ginásio havia um destaque no livro de história falando sobre a mulher entregue pelo governo brasileiro aos nazistas.
Conhecia naquele momento, mais uma história de interesse neste vasto e complexo tema que sempre me atraiu que é a II grande guerra mundial.
Portanto, quando tive afinal a oportunidade de ler a biografia de Olga escrita pelo jornalista Fernando Morais me entreguei a leitura imediatamente. Muito mais do que o drama que tinha conhecimento conheci uma história de vida repleta de desafio, aventura e coragem. Olga não era apenas a “mulher de Luís Carlos Prestes”, uma vítima da crueldade do governo Getúlio Vargas, mas sim, uma revolucionária treinada, respeitada e até temida em alguns círculos.
Este livro foi publicado em 1985 pela Editora Ômega e relançado em 1994 pela Companhia das Letras.
A obra fala sobre a vida de Olga Benário, jovem militante comunista alemã, de origem judaica, que após participar de uma ação paramilitar audaciosa, na qual libertou seu companheiro de militância e namorado Otto Braun da prisão de Moabit, Alemanha, resultando na fuga de ambos para a União Soviética, envolveu-se com o militar e político comunista brasileiro Luís Carlos Prestes.
Como agente de destaque emergente na Comitern foi enviada ao Brasil ao lado de Prestes, para promover a revolução comunista neste país, unindo-se ao recém constituído movimento Aliança Nacional Libertadora (ANL). Na viagem de ida ao Brasil, com falsas identidades, a fachada de casal obrigava Olga e Prestes a intimidades imprevistas e eles acabam se envolvendo emocionalmente.
Na chegada, Olga deslumbra-se com o Brasil e prossegue ao lado de Prestes na luta pelos ideais comunistas e contra o governo brasileiro do presidente Getúlio Vargas. Após uma tentativa fracassada de golpe político e mititar, posteriormente denominado Intentona Comunista, ambos acabam presos. Olga descobre que está grávida de Prestes na prisão, enquanto Prestes perde a patente de capitão e inicia um período de prisão política que durará nove anos.
Olga é deportada grávida pelo governo brasileiro do presidente Getúlio Vargas para a Alemanha, que se encontava então sob regime do nazismo. A criança fruto da união de Olga e Prestes, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão na Alemanha, tendo sido posteriormente resgatada pela mãe de Prestes, Leocádia, após uma intensa campanha internacional. Olga morreu em uma câmara de gás do campo de concentração nazista de Bernburg, em fevereiro de 1942, sem saber que Anita estava desde então sã e salva com sua avó Leocádia.
Esta história real e emociante é contada com detalhes jornalísticos, mas com a forma de uma leitura agradável e instigante como um romance. No mesmo livro encontramos parte do trabalho de pesquisa em fotos e documentos.
Para os que, como eu, apreciam as biografias que permitem conhecer melhor os detalhes que formam a trajetória dos grandes homens e mulheres da história mundial, este livro é mais do que recomendado..
E lembrem-se: Quem lê um livro comunga com a alma deste e desta comunhão renova a sua própria!
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