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Aconteceu numa segunda-feira de Carnaval, 4 de março de 1946, e até hoje o caso sobre essa luz estranha e mortal continua sendo um mistério para os moradores da pequena cidade de Araçariguama, interior de São Paulo.
Ninguém sabe explicar aquele evento que marcou para sempre a história da cidade. Apenas três lavradores, que na época eram adolescentes e presenciaram o fato, estão vivos para falar sobre as bolas avermelhadas que atacavam sem piedade.
"Era Carnaval e o João resolveu ir pescar logo cedo. Tudo aqui era mato, não havia energia elétrica ainda. Depois da pesca, ele voltou para o sítio onde tudo aconteceu", afirma Luis Prestes, 60 anos, sobrinho do falecido. Segundo ele, por volta das 9h daquela segunda-feira, João chegou ao sítio e, quando estava na sala, foi surpreendido pela presença de uma grande bola de fogo avermelhada. Ela se dividiu em duas e entrou uma luz na sala onde ele estava. "O corpo dele ficou completamente queimado, mas suas roupas estavam intactas", afirmou o sobrinho.
João teve queimaduras de 2º e 3º graus. Agonizou por nove horas antes de morrer. Mesmo assim, depois de ser socorrido, foi interrogado pelo delegado João Malaquias. Segundo Luiz, João apenas dizia que tinha sido atacado pela luz, que ela tinha invadido o sítio e o queimado.
"Não foi ninguém, foi a luz que veio do céu", repetia antes de morrer. A piora de Prestes acontecia rapidamente. Depois da queimadura, suas carnes começaram a se desprender do corpo, com se tivessem sido cozidas em água fervendo. Ele começou a sentir dores insuportáveis e a ter alucinações. Depois vieram as convulsões e a morte.
Muitos na cidade não acreditaram na história, acharam que ele tinha bebido muito durante a pescaria e se queimado com a lamparina de querosene que levava consigo. Porém, como?
Se realmente fosse um incêndio, móveis, cortinas e sofá também seriam queimados. Mas, nada queimou além do corpo de Prestes. Os lavradores Paulo de Matos, 68, e João Roque de Andrade, 72, que também presenciaram o caso na época, disseram que no caixão, o corpo de João ficou muito dilacerado, inchado, fora dos padrões normais.
O caso acabou sendo esquecido pela população e até virou lenda para assustar crianças. Mas, como numa promessa sinistra e macabra, a luz mortal voltaria a atacar. Quinze anos depois da morte misteriosa de João Prestes, mais um membro de sua família foi atacado, o também lavrador Ermeliano Prestes, primo de João.
Tudo aconteceu durante uma caçada. Ermeliano estava na antiga Estrada do Cotiano, indo para o meio do mato caçar javali quando percebeu que estava sendo "seguido" por uma bola de fogo. Como no ataque anterior, a bola se dividiu em duas e começou a radiar uma luz intensa e bem forte sobre Ermeliano.
Segundo o seu filho, ele se escorou em um barranco, tirou do bolso todas as rezas que conhecia e desafiou a luz. Por mais incrível que pareça a luz foi embora. Ermeliano chegou em casa com pequenas queimaduras (e roupas intactas) e contou a história para todos, revivendo a lenda da luz mortal.
Depois de muitos anos, Ermeliano morreu. Causa da morte: Câncer de pele devido a exposição a radiação. O que poderia ter acontecido nestes dois ataques? Será que a luz mortal , era obra de um OVNI fazendo experiências mortais com seres humanos? Segundo a família de João, a ossada dele encontra-se atualmente nos Estados Unidos para estudos.
Após a morte do lavrador, até hoje considerado um caso clássico na ufologia brasileira, as bolas de fogo foram batizadas de "Boitatá". Hoje, onde ficava a antiga Estrada do Cotiano, encontra-se um retiro espiritual evangélico conhecido como Vale da Benção. No local, os freqüentadores constantemente vêem luzes, mas nunca foram atacados. Por quê? O mistério continua...
Fonte: Revista 89 FM