Panacéia dos Amigos

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sexta-feira

Antoine de Lavoisier

"Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"

Esta frase constantemente associada a Einstein na verdade tem relação com a Química e foi dita pelo químico francês Antoine Laurent de Lavoisier.

Antoine era o filho primogênito de Jean-Marie Lavoisier, um advogado da Suprema Corte do antigo regime francês. Nascido em Paris, sua família era rica o suficiente para garantir-lhe uma boa educação. Em 1753 começou a freqüentar o mesmo colégio em que seu pai estudara , o Collége Mazarin. Nos planos de sua família, Antoine deveria seguir a carreira do pai, mas logo de início ele dava sinais de que tenderia mais para as ciências que para o direito. Em 1760 ficou em segundo lugar em um concurso com um ensaio intitulado “Se a retidão de coração é tão necessária como a precisão da inteligência na busca da verdade”.

Mesmo assim, em 1761, Lavoisier, atendendo aos desejos de seu pai, matriculou-se na Faculdade de Direito de Paris. Sem deixar de lado seu gosto pelas ciências, enquanto estudava para se tornar advogado, estudava botânica, mineralogia e freqüentava cursos de química.

Formou-se em 1764 e foi prontamente admitido na Suprema Corte, mas seu objativo verdadeiro era a Academia de Ciências. Neste mesmo ano participou de uma competição com um projeto de iluminação das ruas de Paris. Seu projeto nunca foi implantado, mas recebeu uma medalha de ouro da Academia. No ano seguinte escreveu um trabalho sobre o endurecimento do gesso. Em 1768 apresentou os trabalhos sobre “técnicas para determinar os pesos específicos dos líquidos” e “o caráter das águas”, que lhe valeram uma indicação como assessor da sessão de química da Academia.

O dinheiro que receberia neste cargo era insuficiente para manter o estilo de vida confortável da classe média francesa. Ele aproveitou uma parte da riqueza de sua família para comprar uma participação na Fazenda Geral da França. Isto sim lhe daria dinheiro suficiente para dedicar-se mais às ciências. Começou como inspetor regional da Comissão do Tabaco da Fazenda Geral, fato que o obrigou a viajar bastante. Lavoisier aproveitou as inspeções para fazer explorações e pesquisas para compor um Atlas de Mineralogia, entre 1769 e 1770.

Casou-se em 1771 com Marie-Anne, que se tornaria, devido a sua habilidade com desenhos, ilustradora dos livros de Lavoisier. Ainda como inspetor geral, ele desenvolveu um teste químico para verificar a pureza do tabaco vendido na França. Suas habilidades com os números geraram resultados e em 1788 foi nomeado diretor do recém criado Banco de Descontos além da indicação para um cargo no Tesouro Nacional em 1790.

Antes disso, em 1775 passou a inspecionar a produção de sal. O sal era subproduto do refino de salitre, do qual se produzia a pólvora. Lavoisier foi a figura responsável pela melhoria técnica na produção da pólvora francesa, que se tornaria uma das melhores do mundo. Lavoisier tornou-se responsável pela Administração da Pólvora, mudando-se para o Arsenal de Paris, onde acabou construindo um magnífico laboratório para experiências em química e física.

Em 1783 foi nomeado para o Comitê Administrativo Central da Fazenda Nacional. No ano seguinte participou de um comitê que desmascararia o “magnetismo animal” de Anton Mesmer. Lavoisier adorava desmascarar charlatães, seja nas ciências, na venda de tabaco, na produção de pólvora ou na coleta de impostos.

As maiores contribuições de Lavoisier, no entanto, seriam na reformulação da química, que ficaria conhecida como "Nova Química Francesa". Em 1777 batizou o “ar deflogisticado” de Joseph Priestley como “Le Principe Oxygine” – oxigênio. Lavoisier era bom com as palavras e em 1779 batizou o flogístico com o nome de “calórico”. Nos dois casos, não foi só uma mudança de nome, mas uma mudança no conceito de cada “substância”. Em 1782 com a ajuda de Pierre Simon Laplace e baseando-se no “calor latente” de Joseph Black, construiu o “calorímetro de gelo” e com as experiências realizadas nele, chegou à conclusão que a queima de carvão, a respiração e a calcinação eram formas diferentes de combustão – um processo químico que consumia oxigênio. Em 1785, com a ajuda de Meusnier, elaborou equipamentos que permitiram a síntese de água a partir de dois gases: oxigênio e “ar inflamável” (hidrogênio). Estas pesquisas o conduziram a afirmar que “na natureza nada se cria”, era a lei da conservação da massa. Em 1787 publicou uma Tabela de Nomenclatura Química que listava 55 elementos químicos – um protótipo da tabela periódica.

Em 1789 estourou a Revolução Francesa, movimento que se revelaria especialmente violento contra a monarquia e a burguesia. Convenhamos que os cargos relacionados com as coletas de impostos não tornaram Lavoisier uma pessoa muito popular junto aos revoltosos. Apesar de toda sua contribuição para o progresso da ciência, Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794..

Fonte: http://fisica.saibamais.pro.br

segunda-feira

Rafael

Rafael (1483-1520), pintor renascentista italiano, considerado um dos maiores e mais importantes artistas de todos os tempos. Entre suas primeiras obras, realizadas em Perúgia, destacam-se duas grandes composições: O casamento da Virgem (1504) e a folha do retábulo de Cittá de Castello, que representa a Crucificação com dois anjos, a Virgem e os santos Jerônimo, Madalena e João Evangelista (1503). PERÍODO FLORENTINO Em 1504, transferiu-se para Florença. Nessa época, efetuou uma mudança estilística que abrange da composição geométrica (ver Geometria) e a ênfase na perspectiva até uma maneira mais natural e suave de pintar. As obras destacadas desse período são Madona do grão-duque(1504-1505), A bela jardineira (1507-1508), a Virgem do pintassilgo (1505) e a Madona do baldaquino (1508). Entre suas primeiras obras, realizadas em Perúgia, destacam-se duas grandes composições: O casamento da Virgem (1504) e a folha do retábulo de Cittá de Castello, que representa a Crucificação com dois anjos, a Virgem e os santos Jerônimo, Madalena e João Evangelista (1503). PERÍODO ROMANO Em 1508, a chamado do papa Julio II, foi para Roma, onde se encarregou da decoração mural de quatro pequenos aposentos do Palácio do Vaticano. Entre as pinturas de cavalete desse período romano destacam-se o retrato de Julio II (1511-1512), a Madonna Sistina (1514?) e a Transfiguração (1517-1520). Em 1508, a chamado do papa Julio II, foi para Roma, onde se encarregou da decoração mural de quatro pequenos aposentos do Palácio do Vaticano. Entre as pinturas de cavalete desse período romano destacam-se o retrato de Julio II (1511-1512), a Madonna Sistina (1514?) e a Transfiguração (1517-1520).

quarta-feira

Albert Einstein

Nos anos que se seguiram à unificação da Alemanha, a cidadezinha de Ulm oferecia uma visão típica dos pequenos centros do sul do pás. Possuía, algumas fundições e uma indústria têxtil, mas a maior partedas atividades girava em tomo do pequeno comércio. Seus habitantes, de espírito largo e tolerante, liam poetas e dramaturgos como Schiller, Heine e Lessing, num contraste evidente com o iutoritarismo dos funcionários e oficiais prussianos, preocupados em consolidar o Império. Nessa cidade nasceu Albert Einstein, a 14 de março de 1879. Sua infância, porém, seria passada em Munique, para onde seu pai, Hermann Einstein, transferira sua loja de artigos elétricos. Ali Albert realizou seus primeiros estudos. Durante o curso secundário, não se adaptando aos métodos rígidos e mecânicos que caracterizavam o ensino da época, desenvolveu um desinteresse crescente pelas atividades escolares. Para muitos professores, o jovem não passava de um estudante medíocre. Cedo, porém, o "estudante medíocre" tivera sua curiosidade despertada pela ciência: aos cinco anos, presenteado com uma bússola, Einstein sentira a excitação da descoberta, ,maravilhando-se com o instrumento. E ele mesmoquem analisa essa emoção, que "parece nascer quando uma experiência vem desmentir um mundo de concepções já suficientemente arraigadas em nós.Sempre que uma tal contradição é sentida com força e intensidade, experimentamos uma reação decisivana maneira de interpretar o mundo. O desenvolvimento dessa interpretação é, em certo sentido, como um vôo contínuo a partir da surpresa". E Albert não parou mais de se maravilhar. Seu tio Jacob, competente engenheiro, despertou-lhe o interesse pela Matemática. Dizia ao sobrinho: "A álgebra é uma ciência muito interessante.Nela se vai à caça de um animal de que não se sabe o nome e que se designa por X; quando o caçador o agarra, dá-lhe o..verdaeiro nome". Daí para a escolha de um caminho independente foi apenas um passo e, antes de completar quinze anos, Einstein já se decidira - estudaria, sim, mas fora do horário das aulas, e o que lhe interessasse. De qualquer maneira, quando deixou Munique (expulso da escola sob a alegação de que "sua presença minava o respeito dos demais alunos pela instituição"), todos ficaram contentes: ele próprio, por abandonar uma disciplina sufocante; os professores, por se livrarem de um aluno rebelde. Mudou-se com a família para Milão, onde, atendendo aos insistentes apelos do pai -- que se achava à beira da falência e pedia que terminasse logo os estudos para arranjar trabalho - acabou por ingressar na Escola Politécnica de Zurique, na Suíça alemã, formando-se em 1900. Aí conheceu uma estudante húngara, Milena Maritsch, sua primeira mulher, com a qual teria dois filhos. Durante esse período, dedicou grande parte do seu tempo à leitura de trabalhos dos mestres do século XIX; adquirindo uma visão mais profunda da Física e seus problemas. Preferiu sempre organizar livremente seus trabalhos, sem se preocupar com os exames. Em sua autobiogralia, confessa: "Esta obrigação desviava-me de tal forma do meu trabalho que, depois dos últimos exames, só a idéia de abordar um problema científico me aborrecia durante todo o ano... Efetivamente, é quase milagre que os modernos métodos de ensino não tenham estrangulado completamente a curiosidade de investigação, porque esta delicada plantinha, mais do que estímulo, necessita de liberdade, e, se a privam dela, estiola e morre". Essa incompatibilidade com os meios acadêmicos lhe traria, contudo, dificuldades. Não conseguindo um lugar de assistente na Escola Politécnica, Albert passou os dois anos seguintes dando aulas particulares ou substituindo ocasionalmente algum professor de escola secundária, até obter, em 1902, um emprego na Repartição de Patentes de Berna. Sua insegurança financeira terminava, abriam-se novas perspectivas. A respeito desse emprego, escrevia: "A formulação de atas e patentes era uma benção para mim, pois permitia- me pensar na Física. Além disso, uma profissão prática é salutar para um homem como eu: a carreira universitária condena um jovem pesquisador a certa produção científica, e somente os caracteres bem temperados podem resistir à tentação das análises superficiais". Com o pouco trabalho e à atmosfera razoavelmente serena da repartição, Einstein pôde produzir a maior parte da obra científica que o imortalizaria: três trabalhos publicados em 1905. O primeiro versava sobre o efeito fótoelétrico e valeu-lhe o Prêmio Nobel de Física em1921. O sêgundo, sobre o movimento browniano, não só provou de maneira irrefutável a teoria cinética do calor, como forneceu a melhor prova "direta" da existência das moléculas. Comenta Einstein em sua autobiogralia: "Meu maior objetivo nisto foi encontrar fatos que pudessem garantir, tanto quanto possível, a existência de átomos de tamanhos definidos. No meio disto eu descobri que, em concordância com a teoria atômica, deveria haver um movimento de partículas microscópicas suspensas, abertas à observação . . . ". A comprovação de sua lei sobre o movimento browniano, através da experiência feita por Jean Perrin ". . . convenceu os céticos, que eram mais ou menos numerosos nessa época (entre eles, Ostwald e Mach), da realidade dos átomos. A antipatia desses sábios.pela teoria atômica prende-se indubitavelmente à sua atitude filosófica positivista. Este é um interessante exemplo do fato de que mesmo sábios de espírito cuidadoso e fino instinto podem ser obstruídos, na interpretação dos fatos, por preconceitos filosóficos".. No seu terceiro trabalho de.1905, intitulado Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento, eram lançadas as bases da Teoria da Relatividade Restrita, que abriria novos caminhos para o desenvolvimento teórico da Física.
Página Original em http://www.geocities.com/Athens/Atlantis/2121/index1.html

sexta-feira

Dion Fortune

Psiquiatra respeitada, ocultista e autora que abordou conceitos mágicos e herméticos do ponto de vista das perspectivas de Jung e Freud. Foi uma prolixa escritora ocultista de histórias e livros de não ficção, uma adepta de magia cerimonial e psiquiatra pioneira em pensamento religioso no ocultismo.

Chamou-se ao nascer Violet Mary Firth, em Bryn-i-Bia, Llandudno, Gales do Norte, a 6 de Dezembro de 1890, filha dum advogado. Mostrou capacidades mediúnicas numa idade muito tenra, dizendo-se que tinha visões e sonhos sobre a Atlântida, com a pouca idade de quatro anos. Mais tarde alegava ter sido sacerdotisa aí numa vida passada. Ela foi uma criança brilhante e inteligente e escreveu o seu primeiro livro, com 13 anos recentes, um livro de poemas intitulado 'Violets' (Violetas) em 1904. O seu interesse pelo ocultismo foi despertado quando estava a trabalhar como psicanalista freudiana leiga por alturas da Primeira Guerra Mundial. Ela foi treinada por um médico chamado Moriarty, especializado em patologias psicológicas astro-etéricas (e que, mais tarde, lhe forneceu a inspiração para os seus pequenos contos 'The Secrets of Doctor Taverner' - Os Segredos do Dr. Taverner). Tendo encontrado o seu 'caminho' na Tradição de Mistérios Ocidental, juntou-se à Hermetic Order of the Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada) em 1919.

Mudando-se para Londres, juntou-se a um ramo da Golden Dawn dirigido por Moina Mathers, viúva de MacGregor Mathers, um dos fundadores da Golden Dawn. Começou a escrever artigos sob o nome de Dion Fortune (retirado do motto da sua família, Deo, Non Fortuna, 'Deus, não Sorte'), que foram publicados mais tarde em forma de livro como 'The Esoteric Philosophy of Love and Marriage' (A Filosofia Esotérica do Amor e do Casamento), 'Sane Occultism and Psychic Self-Defence' (Ocultismo São e Auto-Defesa Psíquica), o primeiro das suas muitas obras ocultistas. Estes artigos enfureceram Moina Mathers, que sentiu que Dion Fortune estava a trair os segredos da Ordem.

Dion Fortune desiludiu-se cada vez mais com a Golden Dawn e, depois da morte do Dr. Moriarty em 1921, ela decidiu-se a fundar a sua própria ordem esotérica com alguns dos estudantes do Dr. Moriarty e alguns membros da Theosophical Society em Londres. Em 1924, o seu pequeno grupo comprou uma antiga tenda de Oficial ao Exército e ergueu-a aos pés de Glastonbury Tor, no Somerset. Este local, que eles chamaram Chalice Orchard (o Pomar do Cálice), foi a primeira sede da Fraternity of the Inner Light (mais tarde rebaptizada com o nome de Society of the Inner Light - Sociedade da Luz Interior). Pouco tempo depois, também adquiriram uma casa antiga grande – 3 Queensborough Terrace, Londres - que era suficientemente grande para que certos membros lá vivessem, bem como para ser uma loja mágica estabelecida. Entre os que lá viviam estava Dion Fortune e o seu marido, Dr. Penry Evans, embora dividissem o seu tempo entre Glastonbury e Londres e acabassem por se divorciar. A sociedade em breve se tornou uma escola iniciática de alto calibre. Trabalhando em mediunidade de transe, Dion Fortune fez contactos com certos Adeptos dos planos internos, ou Mestres, cuja influência na Tradição Esotérica Ocidental ainda hoje é vital.

Durante os anos 1930, Dion Fortune escreveu vários romances esotéricos que contêm muitos detalhes práticos que eram considerados muito 'secretos' nessa altura para serem publicados nos seus artigos ou livros de texto. Também foi pioneira na noção de que a Cabala é a chave para a Tradição de Mistérios Ocidental e o seu livro 'The Mystical Qaballah' ainda é um dos melhores textos disponíveis sobre a matéria. O outro seu trabalho principal foi 'The Cosmic Doctrine' que foi recebido mediunicamente e originalmente reservado só para iniciados. O seu texto é abstracto e difícil de seguir

e é destinado à meditação, mais do que ser um simples livro de texto.

Durante a II Guerra Mundial ela organizou a sua própria contribuição para o esforço de guerra ao nível mágico - este projeto está agora publicado como 'The Magical Battle for Britain' (A Batalha Mágica pela Grã-Bretanha). A Society of the Inner Light continuou a operar na sua loja em 3 Queensborough Terrace no meio do Blitz e mesmo quando a casa foi danificada por bombas, a ruptura foi mínima.

No início de 1946, Dion Fortune voltou de Glastonbury sentindo-se cansada e mal e deu entrada no Middlesex Hospital em Londres. A doença era leucemia e ela morreu poucos dias depois com a idade de 55 anos. Está sepultada em Glastonbury. O seu último romance, 'Moon Magic' (A Magia da Lua), ficou inacabado à data da sua morte. Alegadamente, o último capítulo foi canalizado por ela através de um dos mediums da sociedade..

A Society of the Inner Light continuou em grande medida sem alterações durante muitos anos depois da morte de Dion Fortune . Em 1960, a sede mudou-se para 38 Steele's Road, London NW3 4RG. Continua hoje como uma escola iniciática e loja mágica com muito dos princípios como aqueles em que foi fundada originalmente.

Fonte: http://www.resistenciabr.org/dion_fortune.htm

segunda-feira

Platão

Platão (348/347 a.C.) foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento.

A sofisticação de Platão como escritor é especialmente evidente em seus diálogos socráticos; trinta e cinco diálogos e treze cartas são creditadas tradicionalmente a ele, embora os estudiosos modernos tenham colocado em dúvida a autenticidade de pelo menos algumas destas obras.Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e referências dos textos.

Embora não exista qualquer dúvida de que Platão lecionou na Academia fundada por ele, a função pedagógica de seus diálogos - se é que alguma existia - não é conhecida com certeza. Os diálogos, desde a época do próprio Platão, eram usados como ferramenta de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica, matemática, entre outros.

Inicialmente, Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo, um seguidor de Heraclito. No entanto, por volta dos 20 anos, encontrou o filósofo Sócrates e tornou-se seu discípulo até a morte deste. Pouco depois de 399 a.C., Platão esteve em Mégara com alguns outros discípulos de Sócrates, hospedando-se na casa de Euclides. Em 388 a.C., quando já contava quarenta anos, Platão viajou para a Magna Grécia com o intuito de conhecer mais de perto comunidades pitagóricas. Nesta ocasião, veio a conhecer Arquitas de Tarento. Ainda durante essa viagem, Dionísio I convidou Platão para ir à Siracusa, na Sicília. No início, Dionísio deu liberdade para Platão se expressar, porém quando se sentiu ofendido por algumas declarações de Platão, Dionísio vendeu Platão no mercado de escravos por vinte minas; alguns filósofos, porém, juntaram o dinheiro, compraram Platão e o mandaram de volta para a Grécia, aconselhando-o que os sábios deve se associar o menos possível aos tiranos, ou com o maior cuidado possível.

Em seu retorno, fundou a Academia. A instituição logo adquiriu prestígio e a ela acorriam inúmeros jovens em busca de instrução e até mesmo homens ilustres a fim de debater ideias. Em 367 a.C., Dionísio I morreu, e Platão retornou a Siracusa a fim de mais uma vez tentar implementar suas ideias políticas na corte de Dionísio II. No entanto, o desejo do filósofo foi novamente frustrado. Em 361 a.C. voltou pela última vez à Siracusa com o mesmo objetivo e pela terceira vez fracassa. De volta para Atenas em 360 a.C., Platão permaneceu na direção da Academia até sua morte, em 347 a.C.

O Pensamento de Platão

Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível.

Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das Idéias ou Teoria das Formas. Foi desenvolvida como hipótese no diálogo Fédon e constitui uma maneira de garantir a possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos fenômenos.

Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias. Cada objeto concreto que existe participa, junto com todos os outros objetos de sua categoria de uma Idéia perfeita. Uma determinada caneta, por exemplo, terá determinados atributos (cor, formato, tamanho etc). Outra caneta terá outros atributos, sendo ela também uma caneta, tanto quanto a outra. Aquilo que faz com que as duas sejam canetas é, para Platão, a Idéia de Caneta, perfeita, que esgota todas as possibilidades de ser caneta. A ontologia de Platão diz, então, que algo é na medida em que participa da Ideia desse objeto. No caso da caneta é irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o ser humano, o bem ou a justiça, por exemplo.

O problema que Platão propõe-se a resolver é a tensão entre Heráclito e Parmênides: para o primeiro, o ser é a mudança, tudo está em constante movimento e é uma ilusão a estaticidade, ou a permanência de qualquer coisa; para o segundo, o movimento é que é uma ilusão, pois algo que é não pode deixar de ser e algo que não é, não pode passar a ser; assim, não há mudança.

Por exemplo, o que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e sua mudança é uma ilusão.

Platão resolve esse problema com sua Teoria das Idéias. O que há de permanente em um objeto é a Idéia; mais precisamente, a participação desse objeto na sua Idéia correspondente. E a mudança ocorre porque esse objeto não é uma Idéia, mas uma incompleta representação da Idéia desse objeto. No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a despeito de sua diferença daquilo que era quando mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e mesmo das árvores da mesma espécie) é a sua participação na Idéia de Árvore; e sua mudança deve-se ao fato de ser uma pálida representação da Idéia de Árvore.

Platão também elaborou uma teoria gnosiológica, ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Idéia daquele objeto que viu no mundo das Idéias. Para explicar como se dá isso, Platão recorre a um mito (ou uma metáfora) segundo a qual, antes de nascer, a alma de cada pessoa vivia em uma estrela, onde se localizam as Idéias. Quando uma pessoa nasce, sua alma é "jogada" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes árvores que se pode ver), a alma se recorda da Idéia daquele objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em Platão, chama-se anamnesis.

Uma das condições para a indagação ou investigação acerca das Idéias é que não estamos em estado de completa ignorância sobre elas. Do contrário, não teríamos nem o desejo nem o poder de procurá-las. Em vista disso, é uma condição necessária, para tal investigação, que tenhamos em nossa alma alguma espécie de conhecimento ou lembrança de nosso contato com as Idéias (contato esse ocorrido antes do nosso próprio nascimento) e nos recordemos das Idéias ao vê-las reproduzidas palidamente nas coisas.

Deste modo, toda a ciência platônica é uma reminiscência. A investigação das Idéias supõe que as almas preexistiram em uma região divina onde contemplavam as Idéias. Podemos tomar como exemplo o Mito da Parelha Alada, localizado no diálogo Fedro, de Platão. Neste diálogo, Platão compara a raça humana a carros alados. Tudo o que fazemos de bom, dá forças às nossas asas. Tudo o que fazemos de errado, tira força das nossas asas. Ao longo do tempo fizemos tantas coisas erradas que nossas asas perderam as forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos no Mundo Sensível, onde vivemos até hoje. A partir deste momento, fomos condenados a vermos apenas as sombras do Mundo das Idéias.

Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a verdade essencial das coisas. Platão não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Como o filósofo busca a verdade plena, deve buscá-la em algo estável, nas verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar e, se há uma verdade essencial para os homens, esta verdade deve valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior.

Como seu mestre Sócrates, Platão busca descobrir as verdades essenciais das coisas. As coisas devem ter outro fundamento, além do físico, e a forma de buscar estas realidades vem do conhecimento, não das coisas mas do além das coisas. Esta busca racional é contemplativa. Isto significa buscar a verdade no interior do próprio homem, não meramente como sujeito particular, mas como participante das verdades essenciais do ser.

O conhecimento era o conhecimento do próprio homem, mas sempre ressaltando o homem não enquanto corpo, mas enquanto alma. O conhecimento contido na alma era a essência daquilo que existia no mundo sensível. Portanto, em Platão, também a técnica e o mundo sensível eram secundários. A alma humana enquanto perfeita participa do mundo perfeito das ideias, porém este formalismo só é reconhecível na experiência sensível.

Também o conhecimento tinha fins morais, isto é, levar o homem à bondade e à felicidade. Assim a forma de conhecimento era um reconhecimento, que faria o homem dar-se conta das verdades que sempre possuíra e que o levavam a discernir melhor dentre as aparências de verdades e as verdades. A obtenção do autoconhecimento era um caminho árduo e metódico..

Fonte: Wikipédia

terça-feira

Andrés Segovia

Andrés Segovia (Linares, Espanha, 21 de fevereiro de 1893 — Madri, 3 de junho de 1987) foi um grande guitarrista espanhol. Considerado o pai do violão erudito moderno pela maioria dos estudiosos de música, Segovia dizia que ele "resgatou o violão das mãos dos ciganos flamencos" e construiu um repertório clássico para dar lugar ao instrumento em salas de concerto. Muitos compositores fizeram obras especificamente para ele como Turina, Villa-Lobos, Castelnuovo-Tedesco e Pedrell. Pablo Casals foi um grande admirador e apoiador de Segovia.

A introdução de Segovia à guitarra foi aos quatro anos de idade. Quando era pequenino, o seu tio entoava-lhe canções enquanto ele tocava uma guitarra imaginária. Isso incitou Segovia a elevar a guitarra para o status do piano e do violino. Em particular, ele queria que a guitarra fosse tocada e estudada em todos os países e universidades do mundo, e passar o seu amor por ela para as gerações futuras. A primeira apresentação de Segovia foi na Espanha, quando tinha 16 anos. Poucos anos depois, fez o seu primeiro concerto profissional em Madrid, tocando transcrições de Francisco Tárrega e algumas obras de Bach, que ele próprio transcreveu e arranjou. A sua primeira turnê foi pela América do Sul em 1916. Em 1924, apresentou-se em Paris e em Londres. Seguiu depois por várias outras cidades na Europa e na Rússia.

Embora não fosse aprovado pela família, ele prosseguiu os estudos em guitarra. A sua técnica diferencia-se das técnicas de Tárrega e dos seus sucessores, como Emilio Pujol. Como Miguel Llobet (que pode ter sido seu professor por um curto período), Segovia atacava as cordas com uma combinação da unha com a carne da ponta dos dedos, produzindo um som mais preciso do que os seus contemporâneos. Com esta técnica, foi possível criar uma paleta de timbres maior, em comparação com o uso da carne ou das unhas sozinhas. Muitos músicos proeminentes acreditaram que a guitarra de Segovia não seria aceite pela comunidade da música erudita, porque nas suas mentes, a guitarra não poderia ser usada para música erudita. Apesar disso, a excelente técnica de Segovia e o seu toque único atordoaram plateias. Consequentemente, a guitarra não foi mais vista estritamente como um instrumento popular, mas sim como um instrumento apto para tocar música erudita.

Como progredia na sua carreira e tocava para audiências cada vez maiores, Segovia constatou que as guitarras existentes não eram suficientes para tocar em grandes salas de concerto, porque não conseguiam produzir volume de som suficiente. Isso estimulou-o a procurar inovações tecnológicas que poderiam melhorar a amplificação natural da guitarra. Trabalhando a par com o luthier Hermann Hauser, ajudou na construção da que hoje é conhecida como guitarra clássica, de melhores madeiras e cordas de nylon. O formato da guitarra também foi mudado para melhorar a acústica. A nova guitarra podia produzir notas com maior volume sonoro do que os modelos anteriores, usados em Espanha e noutras partes do mundo, embora fosse ainda baseado no modelo básico desenvolvido por Antonio Torres quase 50 anos antes de Segovia nascer. Depois de uma viagem de Segovia pelos Estados Unidos em 1928, Heitor Villa-Lobos compôs e dedicou-lhe os "12 Estudos". Segovia também transcreveu muitas peças eruditas e reescreveu obras transcritas por outros (como Tárrega). Muitos guitarristas nas Américas, entretanto, já tinham tocado as mesmas obras antes de Segovia chegar.

Em 1935, fez a estreia da "Chaconne" de J. S. Bach, uma peça difícil para qualquer instrumento (original para violino solo). Mudou-se para Montevideo, fazendo muitos concertos na América do Sul nas décadas de 30 e 40. Depois da II Guerra, Segovia começou a gravar mais frequentemente e a fazer digressões regulares pela Europa e EUA, uma agenda que ele manteria pelos 30 anos seguintes da sua vida. Segovia ganhou o prémio Grammy pelo Melhor Trabalho Erudito - Instrumental em 1958, pela sua gravação Segovia Golden Jubilee. Em reconhecimento à sua enorme contribuição cultural, foi elevado para a nobreza espanhola em 1981, com o título de Marquês de Salobreña. Andrés Segovia continuou a apresentar-se já idoso e viveu uma semi-reforma durante os anos 70 e 80 na Costa del Sol. Dois filmes foram feitos sobre a sua vida e obra - um quando tinha 75 anos e outro 9 anos depois. Estão disponíveis no DVD Andres Segovia - in Portrait.

Segovia teve muitos alunos durante a sua carreira, incluindo alguns guitarristas hoje famosos como Steve Hackett, John Williams, Rouland Solarese, Eliot Fisk, Oscar Ghiglia, Charlie Byrd, Christopher Parkening, Michael Lorimer, Michael Chapdelaine, Virginia Luque e Alirio Diaz. Muitos outros guitarristas, como Lily Afshar, foram também influenciados pelas históricas master-classes. Estes alunos, entre muitos outros, carregam a tradição de Segovia de expandir a presença, o repertório e o reconhecimento da guitarra.

Morreu em Madrid, vítima de ataque cardíaco, aos 94 anos, tendo completado o desejo de transformar a guitarra (outrora um instrumento de dança cigana) num instrumento de concerto..

Fonte: Wikipédia

quinta-feira

Agustín Barrios

Agustín Pío Barrios, também conhecido como Agustín Barrios Mangoré (San Juan Bautista de las Missiones, 5 de Maio de 1885 - 7 de Agosto de 1944) foi um violonista paraguaio e compositor.

Quando criança, Barrios começou a desenvolver gosto pela música e pela literatura, duas áreas importantes para sua família. Barrios-Mangoré aprendeu a falar duas línguas: (espanhol e guarani), e a ler mais três: (inglês, francês e alemão).

Antes de alcançar a adolescência, Barrios começou a demonstrar interesse em instrumentos musicais, particularmente o violão. Ele foi para Assunção em 1901, aos treze anos de idade, para freqüentar a universidade (Colégio Nacional de Assunção) com bolsa em música, tornando-se assim um dos mais jovens estudantes universitários na história do Paraguai. Além de tornar-se um músico no departamento de música, Barrios-Mangoré foi também bem estimado pelos membros dos departamentos de matemática, jornalismo e literatura.

Depois de deixar o colégio, Barrios dedicou sua vida a escrever poemas e a praticar sua música. Ele fez arranjos para mais de 300 canções as quais ele as escrevia em poemas e depois tocava em seu violão. Barrios-Mangoré fez muitos amigos durante suas múltiplas viagens pela América do Sul; ele era conhecido por dar aos seus amigos e fãs cópias autografadas dos seus poemas. Por causa disto, uma grande quantidade de diferentes versões de sua obra foi espalhada pelo continente e por esta razão muitos dos seus fãs atuais advertem potenciais compradores de cópias a serem cautelosos ao comprar um poema com rumor de ter sido escrito por Barrios-Mangoré.

Barrios ficou famoso pelas suas fenomenais apresentações ao vivo e em gravações para gramofone — a primeira música clássica para violão a ser gravada em disco. Por alguns anos foi costume seu tocar em concertos com roupas paraguaias tradicionais (ele era parcialmente de origem guarani).

De forma geral sua obra era de caráter romântica, apesar de suas músicas terem sobrevivido bem no século vinte. Muitas delas são também adaptações ou são influências da música popular da América do Sul ou da América Central, e muitas das quais são de natureza virtuosa.

Inspirada em Bach, La Catedral (1921) é freqüentemente considerada a sua obra mais impressionante, até mesmo ganhando a aprovação de Andrés Segovia, que em outra época parecia ter pouca consideração por suas composições. A ascensão póstuma das críticas ao trabalho de Barrios, tanto como compositor como violonista, é visto por alguns como vindo às custas de Segovia, originalmente um ícone intocável deste instrumento.

Barrios morreu e foi enterrado em São Salvador, El Salvador em 7 de agosto de 1944.

Barrios-Mangoré ainda é reverenciado no Paraguai, onde ele ainda é visto por muitos como um dos maiores músicos de todos os tempos. Sua obra foi advogada por John Williams, entre outros, como uma das maiores no repertório de violão clássico. Williams disse sobre Barrios: "Como um violonista/compositor, Barrios é o melhor de todos, independente do ouvido. Sua música é melhor estruturada, é mais poética, é mais tudo! E é mais de todas as coisas em um modo atemporal. Assim penso eu que ele é um compositor mais significativo que Sor ou Giuliani, e um compositor mais significativo — para o violão — que Villa-Lobos."

Muitos outros violonistas gravaram a música de Barrios, incluindo Laurindo Almeida, Manuel Barrueco, Antigoni Goni, Iakovos Kolanian, Wulfin Lieske, Angel Romero,Berta Rojas,Turíbio Santos, David Russell, João Rabello e Enno Voorhorst.

A música popular do Paraguai (incluindo a polca paraguaia e valsa) forneceu ao jovem Barrios o seu primeiro contato com a música. Em 1898, Barrios foi formalmente apresentado ao repertório de violão clássico de Gustavo Sosa Escalada. Naquele tempo, Barrios já havia composto obras para violão e também apresentou peças estritas pelo seu primeiro professor, aliás, como La Chinita e La Perezosa. Sob influência do seu novo professor, Barrios prosseguiu apresentando e estudando as obras de Tárrega, Vinas, Sor e Aguado. Sosa Escalada ficou tão impressionado com seu novo aluno que ele convenceu os pais de Barrios a deixá-lo se mudar para Assunção para dar continuidade à sua educação. Já tendo superado a habilidade técnica e de apresentação da maioria dos violonistas, Barrios começou a compor seriamente por volta de 1905.

As composições de Barrios podem ser divididas em três categorias básicas: folclórica, imitativa e religiosa. Barrios homenageou a música e o povo de sua terra natal compondo peças modeladas a partir de canções populares da América do Sul e da América Central. Imitar o estilo de composição e as técnicas dos períodos barroco e romântico era outro lado another side to his craftsmanship. La Catedral pode ser visto como a imitação de Bach. Acredita-se que La Catedral foi inspirada em uma experiência religiosa por Barrios; por isso esta peça também pode ser categorizada como religiosa. As crenças e experiências religiosas tiveram um papel importante no processo de composição de Barrios. Una Limosna por el Amor de Dios (Uma Esmola pelo Amor de Deus) é outro exemplo de trabalho inspirado pela religião. Dividir o trabalho de Barrios nestas três categorias ajuda o entusiasta de violão a entender a intenção musical de Barrios.

Vários registros, que podem facilmente ser encontrados na internet, indicam que sua belíssima obra "una limosna por el amor de Dios" recebeu este título após sua morte, por sugestão de um aluno que estava justamente ouvindo o mestre mostrar-lhe a música, ainda em fase de conclusão, quando uma anciã bateu à porta, pedindo uma esmola. Após dar-lhe algumas moedas, o mestre afirmou que iria acrescentar aqueles toques na porta à música. Ao morrer, cerca de um mes depois do encontro com a esmoler, o aluno sugeriu o título. Por isto, uma outra corrente de opinião acha pouco provável que a música tenha sido criada por influência religiosa. Perguntado de onde havia vindo a inspiração para compor aquela emocionante poesia musical, ele afirmou que "não foi deste mundo".

Fonte: Wikipédia

sexta-feira

Gene Vincent

Gene Vincent ou Eugene Vincent Craddock (11 de fevereiro de 1935 - 12 de outubro de 1971) foi um músico norte-americano de rockabilly, mais conhecido por seu sucesso "Be-Bop-A-Lula".

Começou sua carreira tocando em diversas bandas de música country em Norfolk, Virgínia, depois de deixar a Marinha norte-americana com uma lesão permanente na perna. Assinou contrato com a Capitol Records com sua banda de apoio, The Blue Caps. Depois que "Be-Bop-A-Lula" transformou-se num grande sucesso em 1956, Gene Vincent & os Blue Caps não conseguiram emplacar outros hits de tamanha repercusão, mas tiveram uma carreira pontilhada de sucessos como: "Bluejean Bop", "Race With the Devil", "Lotta Lovin'", "Crazy Legs" et "Baby Blue". Vincent inclusive foi um dos primeiros astros de rock a estrelar um filme, chamado The Girl Can't Help It.

Aliás, cabe um parênteses aqui. Gene Vincent era um dos maiores ídolos dos BEATLES e era uma das canções executadas pelos Quarrymen , banda que gerou os The Beatles liderada por John Lennon, quando Paul McCartney os ouviu pela primeira vez, no lendário encontro com aquele que seria seu maior parceiro musical.

Um fato marcante na carreira do cantor foi a morte de seu melhor amigo Eddie Cochran em um acidente automobilístico, durante uma turnê que ambos faziam pela Inglaterra no ano de 1960. Gene que também estava no veículo teve a antiga lesão de sua perna agravada e até o fim de sua vida não se recuperou psicologicamente do ocorrido. A carreira de Gene teve uma enorme perda de popularidade a partir da metade dos anos 60, com a chegada das "english bands", embora ele continuasse a fazer sucesso na Europa, principalmente na Inglaterra e França.

Passou os últimos anos de sua vida tentando reconquistar o antigo sucesso, mas acabou afundando-se cada vez mais no álcool e na depressão. Faleceu na Califórnia em 1971, de cirrose gástrica. Gene Vincent está sepultado no Eternal Valley Memorial Park em Newhall, Califórnia.

Forma junto com Buddy Holly e Eddie Cochran a quintessencia do rockabilly, sendo sem sombra de dúvidas, os maiores nomes do gênero.

Fonte: Wikipédia

Fats Domino

Fats Domino (26 de fevereiro de 1928 - Nova Orleans, Louisiana) é um dos mais importantes cantores, compositores e pianistas do rock e R&B em todos os tempos. Seu nome completo de batismo é Antoine Dominique Domino.

Domino atraiu a antenção do nacional com a música "The Fat Man" em 1949 gravada pela Imperial Records. Essa música é uma das primeiras gravações de rock and roll, apresentando piano ritimado e Domino cantando "wah-wah" acompanhado de uma batida forte. A gravação vendeu mais de um milhão de cópias, e é tida como a primeira gravação de rock´n roll a fazer isso.

Fats Domino lançou uma série de hits com o produtor e co-compositor Dave Bartholomew, os saxofonistas Herbert Hardesty e Alvin "Red" Tyler e o baterista Earl Palmer. Outros músicos notáveis e companheiros de longa data na banda de Fats foram os saxofonistas Reggie Houston, Lee Allen, e Fred Kemp. Fats finalmente passou para o mainstream da música pop om "Ain't That a Shame" (1955), que alcançou o top 10, mais tarde Pat Boone alcançou a primeira posição com uma versão cover da música que obteve um alcance maior de audiência tocando em rádios na época da segregação racial. Domino teve 37 singles no Top 40.

O primeiro álbum de Fats Domino, "Carry on Rockin", foi lançado em novembro de 1955 e subsequentemente relançado como Rock and Rollin' with Fats Domino in 1956. Combinando uma quantidade de hits e algumas faixas que ainda não haviam sido lançadas como single o álbum alcançou com seu título alternativo o número 17 no Top 200 de álbums pop da Billboard. Sua versão para a música de 1940 de Vincent Rose, Al Lewis e Larry Stock, "Blueberry Hill" alcançou o segundo lugar no Top 40, foi primeiro lugar nas paradas R&B por 11 semanas, e foi seu maior hit. "Blueberry Hill" vendeu mais de 5 milhões de copias no mundo entre 1956 e 1957. A música havia sido gravada anteriormente por Gene Autry e Louis Armstrong entre outros. Ainda teve outros singles que viraram hits entre 1956 e 1959, incluindo "When My Dreamboat Comes Home" (#14 Pop), "I'm Walkin'" (#4 Pop), "Valley of Tears" (#8 Pop), "It's You I Love" (#6 Pop), "Whole Lotta Loving" (#6 Pop), "I Want to Walk You Home" (#8 Pop), e "Be My Guest" (#8 Pop).

Em 2 janeiro de 1956 um tumulto acabou com um show de Fats Domino em Fayetteville, NC, a polícia teve que utilizar bombas de gás para controlar a multidão. Fats pulou de uma janela para evitar a briga; ele e outros dois componentes da banda tiveram ferimentos superficiais.

Até o começo de 1962 Fats continuou lançando uma série de sucessos pela Imperial Records, incluindo "Walkin' to New Orleans" (1960) (#6 Pop), co-escrita por Bobby Charles, e "My Girl Josephine" (#14 Pop) no mesmo ano. Depois que a gravadora foi vendida no começo de 1963, Fats abandonou o selo. "Fiquei preso a eles até eles serem vendidos" foi o que declarou em 1979. Ao todo, Domino gravou mais de 60 singles pelo selo, colocando 40 músicas no top 10 das paradas R&B, e 11 singles no top 10 das paradas Pop. Vinte e dois dos singles por Fats na Imperial Records foram hits double-side.

Fats se mudou para a gravadora ABC-Paramount Records em 1963. A empresa fez com que ele fizesse gravações em Nashville ao invés de New Orleans. Também assinou com um novo produtor (Felton Jarvis); A colaboração de longa data de Domino com o produtor/arranjador/frequente co-escritor Dave Bartholomew, que participou de todos seus hits no tempo da Imperial, parecia ter acabado.

Felton Jarvis mudaram o som de Fats de alguma maneira, notavelmente adicionando corais de vozes no estilo countrypolitan na maioria de suas novas gravações. Talvez como resultado dessas mudanças a carreira de sucessos de Fats Domino foi drasticamente cortada. Ele lançou 11 singles pela ABC-Paramount, mas teve somente um hit no Top 40 que foi "Red Sails In The Sunset" em 1963. No final de 1964 a invasão inglesa mudou o gosto musical do público da indústria fonográfica e os sucessos de Fats Domino acabaram.

Apesar da falta de sucesso ele continuou gravando regularmente até meados de 1970, deixando a ABC-Paramount no meior de 1965 fazendo gravações para vários outros selos: Mercury, a pequena gravadora de Dave Bartholomew "Broadmoor", e Reprise. A última música de Fats que alcançou as paradas foi uma gravação feita pela Reprise, de uma cover música cover dos Beatles "Lady Madonna" que chegou ao número 100 em 1968. Ele também continuou se apresentando em shows durante a década.

Nos anos 80, Fats decidiu que não deixaria novamente Nova Orleans, pois recebia uma grande quantia com royalties e muito pouco com turnês, também alegou que não encontrava comida que gostasse em outros lugares. Sua indução ao Rock and Roll Hall of Fame e uma indicação para se apresentar na Casa Branca falharam em persuadir Fats a abrir exceções.

Fats foi convencido a se apresentar fora da cidade periodicamente durante os anos 80 e começo dos 90 para Dianna Chenevert, agente, fundadora e presidente da Omni Attractions com sede em Nova Orleans. A maioria dessas apresentações foram nas proximidades de Nova Orleans, mas também incluiram shows no Texas no "West End Market Place" no centro de Dallas em 24 de outubro de 1986.

Durante bastante tempo Fats morou em uma mansão na área de Lower Ninth Ward, que é predominantemente de classe operária, onde se tornou uma visão comum andando em seu cadillac cor de rosa. Fez apresentações anuais no "New Orleans Jazz and Heritage Festival" e outros eventos locais. Fats foi premiado com o Grammy Lifetime

Quando o Furacão Katrina estava se aproximando de Nova Orleans em agosto de 2005, Dianna Chevenert encorajou Fats a participar da evacuação da cidade, mas ele escolheu permanecer em sua casa com sua família, parcialmente por causa das condições fracas de saúde de sua esposa. Sua casa estava na área que foi gravemente afetada. Chevenert entrou em contato com escritores do jornal "Times Picayune" e com a guarda costeira sobre a localização da localização de Fats.

Alguém pensou que ele estava morto, e pichou a mensagem "RIP Fats. You will be missed" ("Descanse em paz Fats. Sentiremos sua falta.") na sua casa. Em 1 de setembro o agente de Fats, Al Embry, anunciou que ele não teve notícias do músico desde a passagem do furacão.

Mais tarde no mesmo dia, a CNN reportou que Fats Domino foi resgatado por um helicóptero da guarda costeira. Embry então confirmou que Fats e sua família foram resgatados. Ele foram levados para um abrigo em Baton Rouge, depois foram pegos por JaMarcus Russell, um jogador de futebol americano do time da Universidade do Estado da Louisiana e pelo namorado de sua neta. A família de Fats ficou morando em seu apartamento. O "Washington Post" publicou que em 2 de setembro que eles haviam deixado o apartamento depois de dormir 3 dias no sofá. Segundo o jornal, Fats declarou que haviam perdido tudo.

O presidente George W. Bush fez uma visita pessoal e substituiu a medalha com qual o Presidente Clinton premiou Fats e acabou perdida. Os discos de ouro foram substituídos pela "Recording Industry Association of America" (RIAA) e pela Capitol Records que é detentora do catálogo da Imperial Records.

Fats Domino foi o primeiro artista a agendar apresentações no Jazz & Heritage Festival de 2006. Mas, por estar muito doente na época do festival teve condições somente de subir ao palco e cumprimentar o público. No início do mesmo ano ele lançou o álbum "Alive and Kickin'" para beneficiar a fundação "Tipitina", que ajuda músicos indigentes locais. A música título do disco foi gravada depois do Katrina, mas a maioria das faixas eram de sessões não publicadas da década de 90.

Em 19 de maio de 2007, Fats retornou ao palco em Tipitina's em Nova Orleans, se apresentando para um espaço lotado. Uma fundação foi formada e um show foi planejado para a restauração da casa de Fats..

Fonte de pesquisa: Wikipédia

Bo Diddley

Bo Diddley (McComb, Mississippi, 30 de dezembro de 1928 — Archer, Flórida, 2 de junho de 2008), foi um influente cantor, compositor e guitarrista de blues norte-americano.

Batizado de Ellas Otha Bates, ele mais tarde mudaria seu nome para Ellas McDaniel devido à sua mãe adotiva, Gussie McDaniel. Entretanto ele usa o nome artístico Bo Diddley, provavelmente um jargão dos negros do sul dos Estados Unidos que significa "nada por enquanto". Outra fonte diz que este era seu apelido quando de sua carreira como boxeador.

Diddley ganhou a primeira guitarra de sua irmã ainda na juventude (na mesma época, frequentava aulas de violino). Sua principal influência para se tornar um artista de blues veio de John Lee Hooker.

Ele é mais conhecido pela "batida Bo Diddley", uma batida meio rumba feita usando-se a clave. Esta batida seria usada por vários outros artistas, incluindo Johnny Otis e sua "Willie and the Hand Jive" e Buddy Holly em "Not Fade Away", assim como canções mais obscuras como "In Love Again", de Gene Vincent e "Callin' All Cows" dos Blues Rockers.

O ritmo é tão importante na música de Bo Diddley que a harmonia é frequentemente reduzida a uma inclusão mínima. Suas canções (por exemplo, "Hey Bo Diddley" e "Who Do You Love?") na maioria não apresentam mudanças de acorde; isto é, elas não foram compostas com claves musicais, e o músico tem de cantar e tocar no mesmo acorde durante todo o tempo.

Vários artistas gravariam suas versões das canções de Diddley através dos anos. Os Animals gravaram "The Story of Bo Diddley", os Yardbirds "I'm a Man" e tanto os Woolies quanto George Thorogood alcançaram sucesso com "Who Do You Love", também a favorita dos The Doors.

Bo Diddley usa uma variedade de outros estilos entretanto, do back beat ao pop, frequentemente com o uso das maracas de Jerome Green. Ele foi também um influente guitarrista, com vários efeitos especiais e outras inovações no tom e no ataque. Ele também toca violino e violoncelo; este último é o destaque de sua triste instrumental "The Clock Strikes Twelve".

Embora Diddley tenha alcançado sucesso de público, ele raramente direcionava suas composições para o público adolescente. A exceção mais notável é provavelmente o álbum Bo Diddley's a Surfer, que apresentava a canção "Surfer's Love Call". Apesar de nunca ter subido numa prancha, Bo exerceu uma influência definitiva nos guitarristas de surf rock.

Em complemento às várias músicas lançadas por ele, Diddley escreveu o pioneiro sucesso pop "Love is Strange" para a dupla Mickey Baker e Sylvia Vanderpool (sob um pseudônimo, para aumentar seus royalties).

Em 17 de maio de 2007, foi anunciada a internação de Didley no Creighton University Medical Center em Omaha, Nebraska, depois de um derrame durante uma apresentação em Council Bluffs, Iowa, em 13 de maio. Ele já apresentava um histórico de hipertensão e diabetes, e exames indicaram que o derrame afetou o lado esquerdo de seu cérebro, compromentendo a fala e compreensão.

Em agosto de 2007, Diddley sofreu um incidente cardíaco enquanto se submetia a um check-up médico e foi internado em um hospital da Flórida.

Diddley veio a falecer em 2 de junho de 2008, aos 79 anos, em sua casa na Flórida, vítima de insuficiência cardíaca.

Fonte de pesquisa: Wikipédia

quinta-feira

Jerry Lee Lewis

Jerry Lee Lewis (29 de setembro de 1935) é um cantor, compositor e pianista norte-americano de rock and roll, considerado um dos pioneiros do gênero. Esteve no Hall of Fame do Rock And Roll em 1986 e em 2005. Em 2004, a revista Rolling Stone colocou-o em vigésimo quarto lugar no seu ranking dos 100 melhores artistas de todos os tempos.

Nascido em Ferriday, Louisiana, Jerry Lee Lewis demonstrou talento natural para o piano desde cedo. Apesar da pobreza, seus pais conseguiram um empréstimo para comprar um piano hipotecando a própria casa, e com um ano Jerry já desenvolvera seu próprio estilo de tocar. Assim como Elvis Presley, ele cresceu cantando música gospel nas igrejas pentecostais sulistas. Em 1950, ele entrou para o Southwestern Bible Institute em Texas, mas foi expulso por má-conduta (como por exemplo tocar versões rock and roll dos cânticos da igreja).

Deixando a música religiosa para trás, ele tornou-se parte do recém-surgido movimento rock and roll, lançando sua primeira gravação em 1954.Lewis desenvolveu um som misto de rhythm and blues, boogie-woogie, gospel e country. Dois anos depois, no estúdio da Sun Records em Memphis, Tennessee, o produtor e engenheiro-de-som Jack Clement gravou com Lewis pelo selo enquanto seu dono, Sam Phillips, viajava para a Flórida. Como consequência, Lewis juntou-se a Elvis Presley, Roy Orbison, Carl Perkins e Johnny Cash na lista de astros que começaram sua carreira no Sun Studios na mesma época.

A primeira gravação de Lewis nos estúdios da Sun foi de sua distinta versão da balada country “Crazy Arms”. Em 1957, seu piano e o puro som rock de “Whole Lotta Shakin’ Goin’ On” renderam-no fama internacional. Logo viria “Great Balls Of Fire”, seu maior sucesso. Vendo e ouvindo Jerry Lee Lewis tocar, Elvis disse que, se conseguisse tocar piano daquele jeito, não cantava nunca mais.

As apresentações de Lewis eram dinâmicas. Ele chutava o banquinho do piano da sua frente para poder tocar de pé, deslizava e batia suas mãos pelas teclas, subia no piano, pisava nas teclas e até mesmo sentava em cima delas. Chegou a botar fogo em um piano, jogando fluido de isqueiro dentro da cauda do mesmo, somente por ter de deixar Chuck Berry encerrar o show; fato que ele não aceitava. Seu estilo frenético pode ser conferido em filmes como High School Confidential e The Girl Can't Help It.

A turbulenta vida pessoal de Lewis era mantida em segredo do público até que, durante uma turnê britânica em 1958, a imprensa descobriu que a esposa do astro (então com 13 anos) era Myra Gale Brown, sua prima de segundo grau. A situação provocou um escândalo público e a turnê foi cancelada depois de apenas três shows.

O escândalo seguiu Lewis para a casa na América e, como resultado, ele quase foi banido do cenário musical. Seu único sucesso durante a época foi uma versão de “What’d I Say”, de Ray Charles lançada em 1961. Sua popularidade ia se reerguendo aos poucos na Europa, especialmente no Reino Unido e na Alemanha. Um álbum ao vivo desta época, ‘’Live At The Star Club, Hamburg” (1964), gravado com o The Nashville Teens, é considerado como um dos melhores discos ao vivo de rock de todos os tempos. Entretanto, a fama se afastava dele cada vez mais nos Estados Unidos. Depois de mais de uma década tocando rock and roll, em 1968 Lewis começou a focar sua carreira na música country, obtendo sucesso considerável. Embora continuasse a tocar e viajar em turnê, ele nunca mais conseguiria alcançar o nível de sucesso que tinha antes do escândalo de 1958 (apesar do sucesso internacional do compacto “Chantilly Lace” em 1973).

Marcado por problemas com álcool e drogas depois de se separar de Myra em 1970, as tragédias continuariam quando seu filho Jerry Lee Lewis Jr., de 19 anos, morreu em um acidente automobilístico em 1973. No começo dos anos sessenta ele já havia perdido seu primeiro filho, Steve Allen Lewis, que afogou-se em uma piscina. O próprio comportamento irresponsável de Lewis no final dos anos 70 o levou a ser internado depois de quase morrer de úlcera. Depois disso, sua quarta esposa morreu afogada em uma piscina, sob circunstâncias suspeitas. Pouco mais de um ano depois, sua quinta esposa seria encontrada morta de overdose de metadona. Também viciado em drogas, Jerry Lee Lewis decidiu se recuperar na Betty Ford Clinic.

Enquanto celebrava seu quadragésimo-primeiro aniversário em 1976, Lewis baleou acidentalmente seu baixista Butch Owens na barriga. Pensando que a arma estava descarregada, ele a apontou para o colega de brincadeira e apertou o gatilho. Owens milagrosamente sobreviveu. Poucas semanas depois, em 23 de novembro, Lewis foi preso novamente por um incidente com armas, desta vez na mansão de Elvis Presley em Graceland. Lewis fora convidado por Presley, mas os seguranças não sabiam da visita. Quando questionado por eles o que fazia na frente do portão, Lewis mostrou uma arma e disse brincando que estava ali para matar Elvis.

Apesar de seus problemas pessoais, seu talento musical nunca foi questionado. Apelidado The Killer (O Matador) por sua voz poderosa e sua técnica ao piano, ele foi descrito por seu colega Roy Orbison como o melhor artista cru da história da música rock. Em 1986 Jerry Lee Lewis foi incluído na primeira leva de artistas a serem homenageados no Hall da Fama do Rock and Roll.

No mesmo ano ele voltou ao Sun Studios em Memphis para reunir-se com Orbison, Cash e Perkins e gravar o álbum Class of '55. Mas aquela não era a primeira vez que ele se juntava a Cash e Perkins no Sun Studios. Em 4 de dezembro de 1956 Elvis Presley apareceu para visitar Phillips. Na época Perkins estava no estúdio gravando algumas canções, com Lewis o cobrindo no piano. Os três então começaram uma jam sessiom, e Phillips deixou a fita gravando. Mais tarde ele telefonou para Cash e o trouxe para juntar-se aos outros. Essas gravações, a maioria de canções gospel, sobreviveriam e seriam lançadas anos depois em um CD sob o título de Million Dollar Quartet. Entre as faixas também estavam “Brow Eyed Handsome Man”, de Chuck Berry, “Don’t Forgive Me”, de Pat Boone e Elvis fazendo uma imitação de Jackie Wilson, que participava então do grupo Billy Ward and the Dominoes, cantando “Don’t Be Cruel”.

Em 1989 um longa metragem baseado no começo da carreira de Lewis, intitulado Great Balls of Fire!, trouxe Jerry de volta aos holofotes. O filme foi baseado em um livro escrito por sua ex-esposa Myra, e no papel principal estava Dennis Quaid, com participações de Winona Ryder e Alec Baldwin.

Lewis nunca deixou de fazer turnês, e os fãs que o viram se apresentar dizem que ele ainda consegue fazer um show único, sempre imprevisível, empolgante e pessoal. Depois de anos sem gravar nada, Lewis lançou um novo álbum em 2006 chamado "Last Man Standing" (último homem em pé). O álbum teve um grande sucesso de público e de crítica, sendo considerado por muitos como um dos melhores álbuns da carreira de Lewis. Em fevereiro de 2005, ele ganhou um “Prêmio Pelo Conjunto da Obra” da Record Academy, que também organiza o Grammy. Na premiação foi anunciado que seu novo álbum seria gravado com uma formação que inclui Eric Clapton, B. B. King, Bruce Springsteen, Mick Jagger e Keith Richards.
Fonte: Wikipédia