Panacéia dos Amigos

terça-feira

Death Note - Este anime é de morte..

Não. Eu não estava com a menor boa vontade de assistir este anime. Desconfiei do nome e da trama. São raros os animes que valham a pena. Mas, por forças de circunstâncias incoercíveis não pude evitar e coloquei-me resignado diante da TV.

Vamos aos fatos: Death Note é uma série de mangá escrita por Tsugumi Ōba e ilustrada por Takeshi Obata, e que cuja adaptação para anime foi dirigida por Tetsurō Araki. A história centra-se em Light Yagami, um estudante do ensino médio que descobre um caderno sobrenatural chamado "Death Note", no qual pode matar pessoas se os nomes forem escritos nele enquanto o portador visualizar mentalmente o rosto de alguém que quer assassinar. A partir daí Light tenta eliminar todos os criminosos e criar um mundo onde não exista o mal, mas seus planos são contrariados por L, um famoso detetive particular.A série é baseada em um one-shot que foi lançado pela Shueisha na revista Weekly Shōnen Jump, e se generalizou novamente no volume treze, "How to Read", que é um guia que contém dados sobre a franquia, incluindo o perfil de todos os personagens principais. No Brasil, a série de mangá foi publicada pela Editora JBC. O último dos doze volumes foi lançado em junho de 2008 e o especial How to Read foi lançado em agosto de 2008. O anime foi exibido no Brasil e em Portugal pela Animax local.

Claro, eu não sabia de nada disso, e não serviria a nada saber. Assim, sem esperar nada me lancei ao desconhecido, então vejamos: Tempos atrás, meu caro Alex Sunder disse na Panacéia das Entrevistas, que sua crítica é bastante visual, ou seja, se o desenho for bem feito ele vai em frente, mesmo a trama não ser estas coisas. Também gosto de desenhar, mas não havia percebido esta característica, e é verdade! Quando o desenho é bom, flui, quando é ruim, eu só continuo a leitura, ou o anime se tiver sido avisado previamente que o roteiro é muito bom. Não sei exatamente se esta característica é uma qualidade mas, ao menos, é um fato.

Então, menos mal. Em tempos de Naruto que tem um desenho...bláh! Pelo menos, os traços eram ok. Ok, mesmo, nada além. Mas, eu poderia continuar assistindo.

E eis que a trama começa. Então, o personagem principal é um vilão. Não importa o que os fãs queiram dizer. O personagem teve o poder sobre a morte de pessoas e quis matar. Matar muito. Eliminar bandidos foi apenas um recurso para ele ter uma boa desculpa que permitisse um pouco de sanidade. Mas, ele tinha prazer em matar. E prazer em matar é característica de psicopata. Portanto, hipoteticamente falando ele pode seguir com isso, até que o conceito de bandidos e mocinhos se confundisse, ou seja, ele passa a matar quem ele julgasse ser bandido, simplesmente porque gosta de matar. Porque pensa que é um tipo de deus.

Eu estava achando tudo aquilo uma tremenda catarse adolescente por parte do autor que subconscientemente ou espertamente estava dando aos adolescentes um vilão que eles podiam se identificar: Adolescente, inteligente, entediado, e com o poder de matar todo mundo, o que é o sonho secreto, instinto primário, de qualquer um nessa faixa de idade, ainda mais nos dias atuais.

Quando aquilo tudo estava prestes a se tornar tão divertido quanto um tratamento bucal de canal, felizmente surgiu “L”, e a história mudou. “L” era o misterioso superdetetive que mantinha sua identidade secreta. Em algum momento revelada em um personagem excêntrico, por isso, mesmo interessante. Começa uma verdadeira guerra de gato e rato entre “kira” (o equivalente sonoro de killer em japonês) e “L”. Não havia novidade nenhuma ali, mas precisamente foi este recalque dos confrontos de Sherlock Holmes e o Prof. Moriarty dos escritos de Conan Doyle, que foram para mim a salvação da história. Sempre fã de histórias de investigação fiquei confortável neste cenário e acompanhei com interesse este confronto. Nestes capítulos, ao menos, valeu a pena estar sentado diante da tela.

Contar mais seria estragar a história. Eu não preciso fazer isto, porque os próprios autores fizeram o trabalho quando resolveram “revolucionar” a trama e me fizeram voltar ao tratamento de canal assistindo até o final em clima de suplício.

O anime é um sucesso. Sorte dos autores, que hoje em dia, qualquer coisa faz sucesso. Tem algumas qualidades, mas peca no ínicio e no fim. A ponto de você se perguntar se valeu a pena perder tempo de sua vida, para ver aquilo. Mas, entre mortos e feridos, até que existem momentos de entretenimento. Se você estiver com preguiça de ler Conan Doyle e estiver com a sua crítica bem humorada Death Note pode ser divertido até nos piores momentos.

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