Panacéia dos Amigos

sábado

Mistério iniciático dos 7 Santos fundadores da Bretanha

Os 7 Santos fundadores da Bretanha (cristã) parecem ser uma cópia fiel dos originais 7 druidas que assistiam à cabeça da religião celta na mesma Bretanha. As suas vidas quase improváveis deram-se nos séculos V e VI na época da emigração bretã na Armórica, e a sua história é aquela da passagem da Gália Armórica à Bretanha. Supondo-se que esses religiosos tenham pertencido à aristocracia britto-romana, por serem portadores de nomes latinos gentílicos, como por exemplo Paulus Aurelianus (Saint Pol Aurélien), vieram a instalar-se em sete lugares distintos que já eram espaços de peregrinação e culto celta, tendo aí fundado as suas dioceses, e depois de mortos esses religiosos foram proclamados “santos” pelo povo devido aos milagres que ocorriam junto às suas sepulturas.

Tendo os sete santos fundado sete cidades episcopais, o itinerário de peregrinação a todos eles corresponde ao que a Tradição Iniciática das Idades apelida de Caminho da Iniciação, demarcado por sete etapas distintas onde em cada uma se adquire novo e mais amplo estado de consciência, correspondendo a determinado elemento da Natureza, rumo à Perfeição Divina assinalada pelo Centro Primordial, tanto no Homem como na Terra (o supremo estado interior simbolizado tradicionalmente pelo “túmulo milagroso” de algum santo falecido, ou então pela gruta ou a cripta simbólica do ônfalo, literalmente “umbigo”, indicativo do mesmo Centro Primordial).

Sendo o itinerário da peregrinação católica aos túmulos dos sete santos possível adaptação de igual roteiro sagrado pelos celtas, para todos os efeitos modalidade dinâmica ou móvel de encontro entre as duas tradições, as ditas cidades episcopais bretãs podem assim ser transpostas para os sete estados que demarcam o Caminho da Verdadeira Iniciação, que é sempre, seja sob que modalidade for, o da transformação da Vida Energia em Vida Consciência, tanto na Natureza como na sua partícula individualizada, o Homem.

1.ª Etapa – Quimper, fundada por Saint Corentin

Atributo: Peixe

Significado: Firmação da Fé

Estado e Elemento: Físico e Terra

2.ª Etapa – Vannes, fundada por Saint Patern

Atributo: Igreja

Significado: Afirmação da Fé

Estado e Elemento: Vital e Água

3.ª Etapa – Dol, fundada por Saint Samson

Atributo: Serpente

Significado: Vencer a heresia

Estado e Elemento: Emocional e Fogo

4.ª Etapa – Saint-Malo, fundada por Saint Malo (Melaine)

Atributo: Barca

Significado: Evangelização

Estado e Elemento: Mental Concreto e Ar

5.ª Etapa – Saint-Brieuc, fundada por Saint Brieuc

Atributo: Lobo

Significado: Dons dos sacramentos

Estado e Elemento: Mental Superior e Éter

6.ª Etapa – Tréguier, fundada por Saint Tugdual

Atributo: Pomba e pergaminho

Significado: Sabedoria da Palavra

Estado e Elemento: Intuicional e Subatômico

7.ª Etapa – Saint-Pol-de-Léon, fundada por Saint Pol Aurélien

Atributo: Dragão

Significado: Posse da Sabedoria

Estado e Elemento: Espiritual e Atômico

A fama dos sete santos originou a criação do Tro-Breizh, a “peregrinação aos Sete Santos”, devido aos numerosos milagres produzidos em torno dos seus túmulos, o que veio a popularizar este primitivo itinerário iniciático contribuindo fortemente para a identidade religiosa bretã.

Esta tradição dos “Sete Santos fundadores da Bretanha” tem origem nessas outras bizantina e muçulmana referentes aos “Sete Adormecidos de Éfeso” e aos “Sete Adormecidos da Caverna”. Na versão cristã, os “sete Adormecidos” eram sete nobres cristãos (Maximiano, Malchus, Marciano, Dinis, João, Serapião e Constantino) que escapando às perseguições de Décio, o imperador romano, refugiaram-se numa caverna da montanha próxima da cidade de Éfeso, e aí Deus adormeceu-os por tempo indeterminado. Na versão muçulmana, esses mesmos “Sete Adormecidos de Éfeso” são chamados Ahl-a-Kahf ou Ashâb-al-Kahf, literalmente, “as gentes da caverna ou a gruta”, citadas na 18.ª surata do Al Corão.

Será na tradição transhimalaia referente aos Sete Rishis ou “Reis Divinos” que desde o Mundo Subterrâneo de Agharta dirigem os destinos da Humanidade, que os cristãos e árabes terão recolhido e adaptado às suas doutrina o conceito dos “Sete Sábios e Santos Adormecidos na Caverna”, ideia também explanada por Platão, tendo a gruta secreta o significado de “oculta e inviolável”. O sentido de “adormecer” equivale ao estado de “inactivo”, o que, pegando ainda na tradição transhimalaia, significa que está “acordado” ou “activo” um determinado Rei Divino durante determinado ciclo, enquanto os outros “dormem”. No Final dos Tempos ou do Ciclo de Manifestação Universal, todos os Sete Reis estarão despertos e implantarão a Concórdia Universal sobre a Terra, tal é a mensagem derradeira desta mesma tradição espiritual comum às religiões cristã e islâmica. Nesta, é ainda um cão, chamado Qitmir, quem guia os peregrinos até à entrada da Caverna de acesso ao Paraíso Perdido onde estão os “Sete Adormecidos”. Posto assim e vendo que Saint Brieuc tem por atributo um lobo ou um cão, assim como Saint Malo a barca alusiva da mesma Agharta, ou até mesmo Saint Samson e Saint Pol tendo por atributos a serpente cuja expressão superior é o dragão, mas ambos expressivos do Fogo da Sabedoria oculta no seio da Terra, acaso não é tudo isto por demais significativo?

Fonte: http://lusophia.wordpress.com

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