Já há algum tempo não coloco um post sobre literatura, é bom voltar a falar de um assunto que tanto prezo: os livros. A boa leitura é um dos mais simples e acessíveis prazeres da vida, uma pena que muito poucos o apreciem devidamente. Este livro foi uma leitura muito agradável o tema me chamou atenção imediatamente a versão romanceada da “lenda(?)” da Papisa Joana. Bem, até o momento eu não tinha o menor conhecimento sobre a Papisa, a mulher que se tornou o Papa. Desconfiei se a leitura não seria maçante, mas logo nas primeiras páginas estava envolvido. A autora Dona Woolfolk Cross além de uma boa pesquisa de época, soube escrever um romance agradável e nos envolver com a história da mulher papa.
Na sinopse temos o seguinte: “No ano de 814, Idade Média, que ficou conhecida como a Idade das Trevas, as mulheres eram impedidas de estudar, podiam ser estupradas e até mortas pelos maridos. O conhecimento estava sufocado, os países hoje conhecidos na Europa não existiam, nem os idiomas modernos. Cada região tinha o seu dialeto e a lingua culta era o latim, herdada do Império Romano, que já havia sido derrubado pelas invasões bárbaras.Foi neste período que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou medicina, foi médica do papa e tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos".
Pois bem, Joana era uma camponesa que se tornou a única religiosa a exercer o mais alto cargo da Igreja Católica tendo nascido
Contra todas as proibições da época e com muitos sacrifícios, contando com uma excepcional inteligência Joana aprenderia o latim e o grego antes dos 10 anos de idade e aos 16 anos, em meio a situações extraordinárias teve de adotar a identidade do irmão morto numa batalha para assumir funções eclesiásticas num monastério beneditino. Então ela se torna João Ânglico. Com esse nome que se tornou conhecida por seus supostos dons de evitar a transmissão da hanseníase: uma de suas providências, verdadeiro sacrilégio na época, foi fazer com que cada pessoa na missa molhasse na taça de vinho a hóstia com a qual comungaria, abolindo assim o hábito secular em que todos os fiéis bebiam um gole do vinho no mesmo recipiente. A história correu as aldeias, ela passou a ser conhecida em diversas regiões da Europa e em alguns anos tornou-se a médica do próprio papa Leão IV. Esta trajetória a levaria a Papa enfrentando adversários ardilosos como cardeal Anastácio e dividida entre o dever e o amor pelo nobre franco Gerold.
Curiosidade: Esta fascinante história foi levada às telas na década de 1970 em um filme protagonizado pela atriz Liv Ullman. E retornará em uma produção alemã dirigida pelo cineasta Sonke Wortmann, baseada neste livro. Realmente, o romance parece um roteiro de filme, sempre com surpresas e reviravoltas tornando uma leitura interessante e que nos prende da primeira a última página.
Mas a história de Papisa Joana é real? Segundo a autora, a história da papisa era considerada uma realidade até o século XVII, quando disputas religiosas teriam levado o Vaticano a ordenar a destruição das provas de sua existência. Um dos registros é um julgamento ocorrido em 1413
Esta história merece ser conhecida, por isto recomendo na Panacéia este romance.
E lembrem-se: Quem lê um livro comunga com a alma deste e desta comunhão renova a sua própria!
Trailer do filme
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