Panacéia dos Amigos

quinta-feira

Astro B...OPS! O Menino Biônico!


Como as coisas são curiosas! Eu estava decidido a escrever sobre o Astro Boy, anime, que assisti durante os anos 80 e até hoje povoa meu imaginário. Mas, era estranho porque quando relançaram o desenho nos últimos anos eu senti uma estranheza...uma não afinidade que eu considerava fruto da maturidade ou pelos anos em que eu não assisti.
 
Ledo engano. Pesquisando algumas informações técnicas sobre o anime é que vim descobrir que eu nunca  assisti Astro Boy! Está explicado! Eu me confundi, como muitos se confundem! O desenho que fez parte da minha infância foi O MENINO BIÔNICO!
 

A confusão é justificável já que o Menino Biônico foi inspirado em Astro Boy! Eu não sabia! O projeto foi uma co-produção do estúdio de Tezuka com a Toei Animation. Pesquisando sobre o desenho finalmente revi o personagem que me ofereceu muitas aventuras repletas de dinanismo e ao mesmo tempo uma rara sensibilidade.
 
A história é a seguinte: Construído em 2015 (um futuro distante na época em que o desenho foi produzido) por um severo cientista chamado Prof. Yama (Yamanoue) a fim de proteger o Japão e o mundo contra qualquer tipo de ameaça, Jet Marte é um garoto-robô capaz de voar. Dotado de grande força, resistência, coragem, tem um espírito curioso e emotivo. Sua melhor amiga é Milly, uma andróide com um profundo senso de justiça que lhe ensina muito sobre os valores sociais e humanos. 


Agindo também como um conselheiro, temos o criador de Milly, o professor Kawashita, que auxilia na educação do poderoso e ingênuo herói. Kawashita é um feroz antagonista do militarismo de Yamanoue e os dois vivem às farpas, principalmente no tocante à educação de Marte.
 
Atendendo aos pedidos de seu pai, Marte enfrenta de criminosos comuns a supervilões que ameacem a segurança do país. Mesmo com sua força descomunal, ele é incentivado a freqüentar a escola normalmente, o que gera muitas situações divertidas, graças à sua extrema ingenuidade e impulsividade.
 
A vida do pequeno guerreiro, porém, sofre uma reviravolta quando seu pai morre em um acidente. Em seu lugar, entra um ainda mais severo e por vezes insensível diretor no instituto de ciências onde Marte vive. Antes de morrer, porém, o Professor Yama deixara pronto um irmãozinho para Marte: o travesso bebê-robô Mélki (Melch), que só sabe dizer bakaruti (sem tradução). Forte e obviamente desastrado, Mélki é uma atração à parte, engatinhando e causando estragos por onde passa.


Nos anos 80, foi na TV Record que os da minha geração acompanharam as aventuras do garoto cibernético chamado JET MARTE com a série chamada "O MENINO BIÔNICO".  Uma obra de Osamu Tezuka, o pai do moderno mangá e pioneiro dos seriados de animê para a televisão. O animê contava com todo o encantamento, drama e aventura infanto-juvenil típico dos anos 70.  Devo dizer que era uma época em que os roteiros eram levados à sério. Vejam exemplos como a Patrulha Estelar (Yamato)! E o Menino Biônico também misturava o humor e drama com aventuras muito bem escritas considerando o seu público infanto-juvenil. Até hoje, me recordo da aventura em que a cidade enfrentava um vampiro e um combate dramático  aconteceu em que o menino biônico se transforma numa cruz improvisada para com toda uma atmosfera grandiosa vencer o inimigo. A questão não é o fim em si, mas a grandiosidade com que foi retratada a cena, alimentando mitos, histórias e sabor por aventuras em cada um de nós, além de transmitir valores como o bem e o mal, honra, amizade e coragem.


Pesquisando encontrei outras histórias que não me lembrava, por exemplo: A aventura em que uma garota-robô espiã chamada Agnes aproxima-se de Marte a pedido de seu diabólico mestre. Ela, no entanto, apaixona-se pelo herói e trai seu criador, sendo destruída por ele. A cena da morte é de causar pesadelos: para libertar Marte, que estava cativo, ela caminha em chamas rumo ao controle que o libertaria. Morre puxando a alavanca que salva o herói. Tudo em câmera lenta e com um canto gregoriano ao fundo. No final do episódio, Marte olha para o céu, vê o rosto da menina e grita seu nome.
 
Eu não me lembrava, mas depois de ler sobre o episódio tudo retornou a minha mente e, de fato, esta cena final é emocionante. Na verdade, na obra de Osamu existe sempre momentos de profunda força poética e solenidade.


Em outra aventura especial, assistimos quando Marte conhece o agente ciborgue Jam Bond, que o hostiliza quando ambos agem em conjunto. Tudo porque Bond, um humano com partes mecânicas, considerava-se superior a um robô como Marte. Quando foi duramente ferido em ação e sua parte humana foi destruída, o antigo ciborgue tornou-se 100% máquina e aprendeu uma dura lição de humildade.
 
Este animê foi marcante pela força de seus roteiros. Repletos de boas histórias com humor que nos faziam felizes, com aventuras que nos deixavam vidrados, com ternura, emoção e drama que aguçavam nossa sensibilidade nos dando até hoje uma base crítica que utilizamos de diversas maneiras em nosso arcabouço criativo.
 
Quem tiver a oportunidade e encontrar por aí, vale a pena conhecer respeitando sua época e compreendendo sua importância..

Fonte de pesquisa: www.omelete.com.br

quarta-feira

Arma X


Esta HQ é uma das mais relevantes do universo mutante pois trata de parte da origem de Wolverine, o mais amado de todos os X-Men. Ao menos, a parte melhor escrita e desenhada. Tudo obra do mestre britânico Barry Windsor-Smith (roteiro e arte).

Eu sempre me impressiono quando leio esta obra. Trata-se de uma obra prima de narrativa, desenho e roteiro. A fusão destes elementos é perfeita. A narrativa é dinâmica, cada história cessa impactante dando o gancho perfeito de expectativa para a história seguinte. Sendo que cada história tinha sempre 8 páginas, não mais. Isto aconteceu em TODAS elas, demonstrando um perfeito controle de roteiro que, diga-se,  é brilhante. Científico, cruel e emocional. 


A arte de Windsor-Smith é impressionante. Seu estilo fortemente autoral, único, faz com que cada obra se destaque e seja aguardada com ansiedade. 

Seu traço parece rebuscado, confuso (especialmente quando colorido) mas é na verdade particular, sofisticado e na medida que nos acostumamos a ele percebemos a riqueza do estilo e a sua capacidade de detalhes.Interessado desde garoto em belas artes teve contato tanto com as tradições clássicas quanto com as novas tendências que floresciam no meio cultural e artístico dos anos 60. Vale destacar ainda que Barry trazia da infância o interesse pelo trabalho de quadrinhistas americanos como Gil Kane, Carmine Infantino e, especialmente, Jack Kirby. Estes artistas deram a ele uma forte noção de ação e dinamismo nos desenhos, muito mais do que os quadrinhos ingleses da época, que em geral tinham um estilo cartunesco e humorístico.


Na obra Arma X, somos mergulhados na história de Wolverine enquanto esteve ligado à Arma X, um departamento governamental especializado em dominar e doutrinar mutantes. Logan é barbarizado por uma equipe de cientistas cujo temperamento varia de cruel, insensíveis ou simplesmente passivos. Mas, enfim, conhecemos o processo e sofrimento que culminou no esqueleto de adamantium e as garras.


Em momento algum, você verá supervilões ou Wolverine em seu uniforme de X-Men, ou mesmo a presença de qualquer um deles. A história é simples e complexa ao mesmo tempo. Trata-se da crueldade quase nazista de cientistas humanos contra uma cobaia mutante. Simples e cruel.


Ricamente ilustrada, brilhantemente escrita. Este clássico dos quadrinhos é leitura obrigatória..

terça-feira

Lendas Brasileiras - Boi Tatá

Arte de Dean Palma Ivatchkovitch
É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.
Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.
Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios. A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.
Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata. Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.
É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.
Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes..
Fonte: http://www.arteducacao.pro.br

segunda-feira

Lendas Históricas - A Condessa Sangrenta



Erzsébet Báthory ou Elizabeth Bathory foi a condessa que torturou e assassinou várias jovens e, por causa disso ficou conhecida como um dos "verdadeiros" vampiros da história. Embora citada freqüentemente como húngara, devido em grade parte ao deslocamento da fronteira do Império Húngaro, ela era na realidade mais intimamente associada com o que é hoje a República Eslovaca. A maior parte de sua vida adulta foi passada no Castelo Cachtice, perto da cidade de Vishine, a nordeste do que é hoje Bratislava, onde a Áustria, Hungria e a Eslováquia se juntam. (O Castelo foi erroneamente citado por Raymond T.McNally como situado na Transilvânia). Bathory cresceu numa era em que a maior parte da Hungria tinha sido conquistados pelas forças turcas do Império Otomano, sendo campo de batalha entre exércitos da Turquia e Áustria(Habsburgo). A área também ficou dividida por diferenças religiosas. A família de Bathory se juntou à nova onda de protestantismo que fazia oposição ao catolicismo romano tradicional. Foi criada na propriedade da família Bathory, em Ecsed, na Transilvânia. Quando criança era sujeita a doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável. Em 1571, seu primo Stephen tornou-se príncipe da Transilvânia e mais tarde, na mesma década ascendeu ao trono da Polônia. Foi um dos regentes mais competentes da sua época, embora seus planos para a unificação da Europa contra os turcos fossem frustrados em virtude dos esforços necessários para combater Ivan, o Terrível, que cobiçava o território de Stephen. Em 1574, Elizabeth engravidou como resultado de um breve affair com um camponês. Quando sua condição se tornou visível, foi escondida até a chegada do bebê, porque estava noiva do Conde Ferenc Nadasdy. O casamento ocorreu em maio de 1575. O Conde Nadasdy era soldado e ficava fora de casa, freqüentemente, por longos períodos. Nesse meio tempo, Elizabeth assumia seus deveres de cuidar dos assuntos do Castelo Sarvar, de propriedade da família Nadasdy. Foi aí que sua carreira maligna realmente começou - com o disciplinamento de um grande contingente de empregados, principalmente mulheres jovens. Num período em que o comportamento cruel e arbitrário dos que mantinham o poder para com os criados era uma coisa comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. 

 

Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava desculpas para infligir punições e se deleitava na tortura e na morte de suas vítimas muito além do que seus contemporâneos poderiam aceitar. Enfiava pinos em vários pontos sensíveis do corpo, como, por exemplo, embaixo das unhas. No inverno executava suas vítimas fazendo-as se despir e andar na neve, despejando água gelada nelas até o congelamento do corpo. O marido de Elizabeth se juntava a ela nesse tipo de comportamento sádico e até ensinou-lhe algumas modalidades de punição. Mostrou-lhe, por exemplo, uma variação desses exercícios de congelamento para o verão: despia uma mulher e a cobria de mel, deixando-a a mercê dos insetos. Ele morreu em 1604 e Elizabeth mudou-se para Viena após o seu enterro. Passou também algum tempo em sua propriedade de Beckov e no solar de Cachtice, ambos localizados onde é hoje a Eslováquia. Esses foram os cenários de seus atos mais famosos e depravados. Nos anos que se seguiram após a morte do marido, a companheira de Elizabeth no crime foi uma mulher de nome Anna Darvulia, de quem pouco se sabe. Quando a saúde de Darvulia piorou em 1609, Elizabeth se voltou para Erzsi Majorova, viúva de fazendeiro local, seu inquilino. Majorova parece ter sido a responsável pelo declínio final de Elizabeth, ao encorajá-la a incluir algumas mulheres de estirpe nobre entre suas vítimas. Em virtude de estar tendo dificuldades para arregimentar mais jovens como servas à medida que os rumores sobre suas atividades se espalhavam pelas redondezas, Elizabeth seguiu os conselhos de Majorova. Em algum período de 1609, ela matou uma jovem nobre e encobriu o fato dizendo que fora suicídio. Já no início do verão de 1610, investigações iniciais em torno dos crimes cometidos por Elizabeth tinham começado. A base das investigações era política, a despeito do número crescente de vítimas. A coroa esperava confiscar o latifúndio de Elizabeth e deixar de pagar a alto empréstimo que seu marido tinha feito ao rei. Com isso em mente, Elizabeth foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. Elizabeth foi julgada alguns dias depois. O julgamento foi conduzido pelo Conde Thurzo, como agente do rei. Conforme registro, o julgamento (acertadamente caracterizada como uma farsa pelo biógrafo de Bathory, Raymond T.McNally) foi iniciado não apenas para se obter uma condenação, mas também para confiscar suas terras. Uma semana após o primeiro julgamento, foi realizada uma segunda sessão, em 7 de janeiro de 1611. Neste, uma agenda encontrada nos aposentos de Elizabeth foi apresentada como prova. Continha nomes de 650 vítimas, todos registrados com a letra de Elizabeth. Seus cúmplices foram condenados à morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas. Elizabeth foi condenada à prisão perpétua, em solitária. 


Foi colocada num aposento do castelo de Cachtice, sem portas ou janelas, apenas uma pequena abertura para a passagem de ar e de alimentos, lá permanecendo pelos três anos seguintes até sua morte em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras de Bathory, em Ecsed. Além de sua reputação como assassina sádica com mais de 600 vítimas, foi acusada de ser uma lobisomem (werewolf, no original, não tem gênero) e vampira. Durante seus julgamentos, testemunhas afirmaram que em várias ocasiões ela mordia o corpo das meninas durante suas torturas. Essas acusações se tornaram a base para suas conexões com o "lobisomenismo". As ligações entre Elizabeth e o vampirismo são um tanto mais tênues. Naturalmente, havia uma crença popular nas terras eslavas de que os lobisomens em vida se tornavam vampiros após a morte, mas essa não foi a acusação feita a Elizabeth. Ao contrário, ela foi acusada de drenar o sangue de suas vítimas e de banhar-se nesse sangue para reter sua juventude. Por todos os parâmetros, Elizabeth era uma mulher muito atraente..

DIA DO FÃ 2011 - Com exibição da Patrulha Estelar!

 
Atenção amigos e amigas da Panacéia Essencial! Como todos sabem, sou um grande fã da Patrulha Estelar (Yamato, Star Blazers), e muitos de vocês também! E, agora temos um belo motivo para comemorar: O DIA DO FÃ!
Nesta ocasião, colegas fãs como nós, estarão lá apresentando material da Patrulha Estelar e representando todos nós fãs deste sensacional seriado!


O evento ocorrerá nodia 27 de março, um dia totalmente voltado para os universos de ficção, fantasia, ação e aventura, repleto de atrações, palestras, concurso de fantasias, jogos e brincadeiras para os fãs. Esta festa acontecerá pelo sexto ano consecutivo na Estação Ciência. O Dia do Fã é uma data oficial do calendário da cidade de São Paulo e, com o apoio da Estação Ciência é comemorado todos os anos pelos fãs que se reúnem para um dia repleto de atividades, exposições, palestras e muita animação.

Local: Estação Ciência
 Rua Guaicurus, 1394 - Lapa - São Paulo
 telefone: (11) 3673-7022 - fax: (11) 3673-2798
Mapa de como chegar está no site
 http://www.eciencia.usp.br/
Horário : das 9h às 17h

O evento é gratuito, o ingresso cobrado é apenas o valor da entrada da Estação Ciência. Para nossa Ação Social, pedimos que todos levem 01Kg de alimento não perecível. Os alimentos arrecadados serão doados para a ACEDEMSP, instituição que cuida de crianças e jovens excepcionais no bairro de São Miguel Paulista em São Paulo..

PROGRAMAÇÃO DO AUDITÓRIO (SUJEITA A ALTERAÇÃO SEM PRÉVIO AVISO):
09:30 - BATE PAPO SOBRE FANFICTIONS – SUPERNATURAL BRASIL –
10:30 - EXPLORAÇÃO E COLONIZAÇÃO-SISTEMA SOLAR E ALÉM – RENATO AZEVEDO
11:30 - PALESTRA - SABRES DE LUZ – RODRIGO "SHADOW" MORENO – BLADES
12:30 - FALANDO SOBRE JORNADA NAS ESTRELAS (STAR TREK) – F.F.E.S.P.
13:30 - PLANETAS NO UNIVERSO DA FICÇÃO – SILVIA REIS – GRUPO ALPHA
14:30 - ÚLTIMOS LANÇAMENTOS SOBRE VAMPIROS E LITERATURA FANTÁSTICA NO BRASIL – ADRIANO SIQUEIRA
15:00 - EXIBIÇÃO DE 2 EPISÓDIOS DE PATRULHA ESTELAR (YAMATO)
16:00 - APRESENTAÇÃO DO GRUPO DE TEATRO ZONA NEUTRA.
16:25 - APRESENTAÇÃO DO GRUPO BLADES.
17:00 - DESFILE DE FANTASIAS

sexta-feira

Carta aberta sobre o Circo de Teatro Tubinho!


Certamente, eu penso, estou me colocando numa posição difícil ao escrever estas linhas. Pois, estou aqui de certa maneira expressando pensamentos sobre um trabalho tão querido e respeitado por tantas pessoas, em tantas cidades... Talvez seja uma ousadia minha, mas, eu não tenho a pretensão ínfima de tentar transpor em palavras o efeito benfazejo que a passagem do circo teatro Tubinho representa na vida das pessoas, eu apenas posso e quero deixar registrado publicamente as minhas impressões e sensações de um trabalho que parece tão simples à primeira vista! E para quem não conhece, afinal, do que estou falando aqui? Estamos falando de um circo teatro que viaja de cidade em cidade levando temporadas de peça teatrais infantis, dramáticas e principalmente cômicas focadas na alma deste trabalho: o palhaço Tubinho!

O palhaço Tubinho é interpretado pelo talentoso ator Pereira França Neto, a primeira vez que o vi, admito, não havia ouvido falar ainda no aloprado palhaço das  mil e uma arte-manhas, nem tampouco desconfiava de quem se tratava. Trabalhando no setor de cultura da minha cidade, ele chegou com muita simplicidade oferecendo “um projeto cultural que vocês podem querer”, de imediato respondi: “querer a gente sempre quer, o que não temos é dinheiro!”. Rimos. Então, ficamos sabendo que o circo teatro buscava um local urgentemente para suas apresentações. O projeto era muito interessante: Apresentações diárias de teatro com comédias, dramas e peças infantis, peça de capacitação para professores, oficina de teatro para a população e ingressos para a rede municipal de ensino. A questão era viabilizar o projeto, foi decidido que queríamos o fazer e uma vez dada a ordem pelo secretário, tome trabalho! Mas em dois dias o circo teatro estava sendo montado. 

Eu não tinha a menor idéia sobre a qualidade do trabalho da trupe, portanto quando me sentei naquela cadeira naquele, agora, distante dia de março do ano passado, não sabia se tinha levado minha esposa e filha para um momento mágico, ou uma tremenda canoa furada. Mas, qualquer receio desapareceu logo nos primeiros instantes da primeira apresentação “E o Tubinho Apareceu”. Somente quem teve a experiência sabe da surpresa e do encantamento que é ver o palhaço Tubinho pela primeira vez! Embora, desde o início da peça estivéssemos rindo, a partir da chegada do palhaço passamos a gargalhar, o tempo todo, sem parar. Eu nunca havia rido tanto, por tanto tempo!


Você dificilmente estará preparado para o Tubinho. O aloprado palhaço da mil e uma “arte-manhas”, é em si, um dos personagens cômicos mais bem construídos em sua personalidade, trejeitos e bordões e ao mesmo tempo versátil e mutante. E como se não bastasse o genial Pereira França Neto tem sempre um “arsenal de humor” para disparar sobre qualquer mau humor: Piadas rápidas, longas, caras e caretas, trejeitos, improvisos!

Fiquei completamente fascinado pelo personagem e pela trupe. E assim escrevi neste mesmo blog tempos atrás:

“Vejam que interessante! As histórias do palhaço Tubinho, ainda que cômicas, ocorrem na vida real, e Tubinho, um palhaço, em momento algum é identificado como tal. É como se uma figura mítica da alegria, o palhaço, de repente pousasse no dia a dia das pessoas fazendo graça, aprontando mil, divertindo sem limites. Isto torna o Tubinho uma figura mágica em meio à vida “real” dos personagens, este contraste realçam com cores mágicas o cinza da vida dando encanto ao personagem nos paralelos de um Didi Mocó e, se me permite a ousadia, um Carlitos. Mas, devo adicionar como disse minha adorável esposa, que este aloprado palhaço parece ou provavelmente tenha algum Saci-Pererê no bolso para aconselhá-lo de vez em quando!

Ingênuo, malicioso, divertido, dramático, furioso, medroso...etc? Do que você precisa para ser feliz hoje? Estará lá. O palhaço Tubinho, o rei do riso esconde todas estas facetas no seu baralho de peças habilmente escondidas nas mangas da diversão e quando você menos espera surge um ás, um coringa...neste universo fantástico aonde as surpresas nunca acabam!”


Tudo isto mesmo e muito mais! Afinal, como descrever para vocês a alegria em todos os rostos após um espetáculo? Ou pessoas declarando que deixaram de tomar fortes remédios para os nervos desde que passaram a freqüentar o circo? Como explicar a compreensão e a leveza de entender que a maldade está na cabeça das pessoas, e quando você vê o Tubinho fazendo troça de assuntos “pesados”, você percebe que não é pesado, que pesados somos nós, que o riso pode ser fácil, que a vida pode ser leve, que não há porquê levar tudo tão a sério!

Como explicar que atores tão talentosos como os que cercam o Tubinho, sejam ao mesmo tempo tão afáveis e próximos? Você não verá estrelismo, talvez a timidez comum de todo o grande ator, mas permanece a proximidade fácil. O mesmo com a “grande estrela” Pereira França Neto sempre próximo e gentil com os fãs e que sempre com a mesma humildade ao fim de cada apresentação pergunta: “E aí, gostou do espetáculo?” Como se pudéssemos, de alguma sorte, não gostar...! Eu mesmo, no dia seguinte a estréia fui lá conversar com ele que me recebeu com todo o carinho e atenção e me mostrou sua criança que acabara de nascer como se fôssemos amigos de longa data, eu estava tão absorto como fã naquele momento que acho que nem fui simpático o bastante. Desculpe, amigo, é que eu estava mais fã do que colega naquele momento, e todo fã fica atordoado diante do ídolo!

O Circo Teatro Tubinho tem a feliz união: Uma produção profissional e das mais competentes (Sim, Léo Oliveira, é de você que estou falando!) aliada aos atores talentosos como Angelita Vaz, Ana Pereira, Luciane Rosã,  Ricciely Lunardi, Simone Lunardi, Lucélia Reis, Léo Oliveira e outros novos que estão por lá, pois o circo está em constante mutação, o que não muda é a qualidade do trabalho!

Falemos de números! A trupe realizou 113 espetáculos teatrais em  77 dias. O público de nossa cidade amou o personagem desde o primeiro instante. E logo, no primeiro fim de semana o circo teve sua primeira lotação. Durante a temporada o palhaço Tubinho encantou mais de 25.000 espectadores na cidade. Diariamente a população visitava o circo e fossem as comédias do Tubinho, os dramas ou as peças infantis o trabalho agradou a todas as gerações com uma enorme repercussão por todo município.

Muitas atividades foram realizadas das quais podemos destacar as seguintes: Apresentação de uma peça de capacitação para professores e uma palestra sobre inclusão nas escolas, O palhaço Tubinho distribuiu ingressos para os alunos da rede municipal e foi uma das sensações da Festa mais tradicional do nosso município. Além disto, numa parceria com o Fundo Social e a Secretaria de Esporte realizou-se uma partida de futebol solidário com Tubinho e sua turma que arrecadou alimentos para o fundo social. E realizaram ainda a oficina de teatro oferecendo aos alunos, além dos ensinamentos teóricos, a oportunidade de assistir as peças teatrais nos bastidores e de efetivamente participar de uma das peças “O casamento do Tubinho”.

O fato é que ao entrar para a vida da cidade, o Circo de Teatro traz consigo um projeto que procura beneficiar estudantes, professores, além de incentivar fortemente o público para o teatro. O que fortalece sobremaneira o apelo cultural e incentiva jovens atores criando um “nicho” de trabalho, no qual todos se beneficiam. Trocando em miúdos, a população fica encantada e sedenta por mais e mais peças de teatro e daí para incentivar todas as formas de cultura é muito mais fácil. Formado um público cultural, ele permanece.

A prova disso é o retorno triunfal da trupe, agora em março para uma curta temporada de duas semanas. Todo o dia, sem precisar de muita divulgação, o circo teve lotação esgotada, inclusive nos dias de carnaval! Pode acreditar! E mais: o público está se mobilizando, fazendo abaixo-assinado para que o circo fique mais dias conosco! Isto demonstra a habilidade da trupe de interagir com seu público e criar uma forte conexão de admiração e carinho. Não à toa, muitas vezes as peças são modificadas em detalhes como adicionar locais da cidade e nomes de figuras ilustres do município criando uma empatia imediata. Na verdade, dentro do meu ponto de vista puramente pessoal, eu criei o “termômetro tubinho”. A verdade pelo que pude perceber em várias oportunidades é que se alguém assistiu Tubinho e não riu, não se divertiu...não é culpa do palhaço é que trata-se de um chato irrecuperável! Verdade, vai ter que nascer de novo, para ser feliz!

Enfim, se você não conhece, não perca a chance! Se você, do setor público, ainda não recebeu a visita em sua cidade, estenda o tapete vermelho! Se você é do setor privado prepare-se para sua melhor aposta! O circo de teatro “Tubinho” se torna um sucesso cada vez mais estrondoso, se você ainda não ouviu falar, não vai demorar muito para jamais esquecer!

 

E no mais, fica esta “carta” que, como coloquei antes, não tem a menor pretensão de descrever, mas somente registrar um pouco do muito do que é o Circo de Teatro Tubinho! Então aproveito para endereçá-la a todos que a lerem e fazer um agradecimento especial ao meu amigo Pereira França Neto, por encarnar o sagaz palhaço, praticamente todo o santo dia, dedicando horas e mais horas ao ofício, por fazer rir mesmo com cansaço, dor no corpo, tristeza, bronca, preocupações de todas as ordens e tamanhos!

E se algum mesquinho pensar: “agradecer porquê? O cara não ganha o dinheiro dele? Verdade! Mas, até aí, o médico também! E você não elogia um quando ele é bom? Qualquer um que faz o seu ofício com amor e dedicação e te retorna um benefício muito maior do que você pagou, merece um tapa nas costas, um elogio e um “muito obrigado”!

Então, meu caro Pereira França Neto e toda a trupe: MUITO, MUITO OBRIGADO!

E para encerrar volto a mesma pergunta e a mesma resposta:


“Do que você precisa para ser feliz hoje? Estará lá!”

Circo do Teatro Tubinho, a fábrica da alegria..

quinta-feira

Confúcio


   
    Ao que tudo indica - no que podemos extrair das brumas de seus primeiros anos -, Confúcio teve uma infância atribulada, era um tanto desajeitado, de enorme estatura (para a época, ter mais de 1,80 m, como será seu caso, era algo que impressionava), perdeu seus pais muito cedo e tinha um aspecto, para dizer o mínimo, desprovido de encantos físicos. Tudo isso, porém, parece tê-lo feito voltar-se para si mesmo e, neste aspecto, tê-lo feito compreender e sentir o valor que o contato íntimo com outras pessoas, em especial o real contato que transcenda as aparências para a aceitação do outro pelo outro, era a única forma de trazer harmonia e paz de espírito aos homens, fazendo do sentimento de irmandade o lastro para a paz social. Em sua época, a China começou a se esfacelar em inúmeros estados feudais, onde cada soberano queria impor suas regras aos demais. Este processo de fragmentação minava a tradição chinesa anterior que via na ordem natural e social o fator chave para a vida em comunidade. Este processo teve um grande impacto também em outro gênio da China, Lao Tse, o grande filósofo e místico que, ao se retirar da vida pública por achar que não mais havia lugar para ele em meio às turbulências políticas de sua época, deixou, porém, sua herança numa obra de grande valor, o Tao Te King, onde estava exposto as bases de um amplo movimento espiritual, o Taoísmo, que tão grande influência exerceu sobre a prática da medicina chinesa.
    Ao cabo de um grande esforço intelectual e retidão moral, Confúcio logo logrou obter a fama de excelente professor e, com isso, foi tomado como precptor e mestre dos filhos de um alto dignatário da Casa Real de Lu, seu estado natal e, por capricho do destino, o real mandatário daquelas terras.O seu sucesso como professor e homem de idéias o levou, posteriormente, a ocupar um cargo de maior envergadura pública, algo ao qual ele aspirava há anos para por em marcha seu plano de reformas sociais. Foi como administrador público que sua fama obteve grande repercussão, como podemos obter desta descrição dos "Analectos": "Ele baixou regulamentos para a efetiva alimentação dos vivos e para o enterro dos mortos. Velhos e jovens recebiam comida diversificada, fortes e fracos tinham funções diferenciadas (...)" (Brunner-Traut, org., 1999, p. 182)


    Para Confúcio era por demais óbvio que uma boa administração deveria não só zelar pelo bom andamento da coisa pública, mas - e principalmente - cuidar dos meios de uma vida digna e feliz para seu povo, pois o Estado é que foi feito por e para o povo e não o inverso como, infelizmente, tantas vezes pareceu ser na história e, nos atuais dias "modernos" e neolíbero-globalizado, passou a ser joguete dos interesses de empresas multinacionais poderosas. Para Confúcio, assim como pouco mais adiante faria Platão e, bem depois, tentaria Maquiavel - com pontos de vista bem menos idealistas -, sua compreensão da boa forma de administração o obrigava ao papel de professor e exemplo para príncipes e reis em toda a China. Não que ele quisesse ser um deles, mas sim pela obrigação de lembrar-lhes que eles tinham nascido para cumprir um papel e uma obrigação profunda para com o Estado, nunca devendo esquecer que são eles os representantes não tanto de seus interesses, mas do povo ao qual têm a obrigação de governar, até mesmo para o seu próprio bem-estar.
    As idéias de Confúcio, apesar te terem iniciado um período de relativa paz entre Lu e estados vizinhos,  bem como crescente contentamento popular, foi vista com desconfiança por outros senhores feudais, pois, se elas extravasassem as fronteiras de Lu, poderia ameaçar o poder de outros senhores bem menos voltados à reformas sociais. Para poderem emperrar o processo de reformas, alguns senhores resolveram usar de um estratagema que se mostrou extremamente eficaz. Eles resolveram presentear o senhor de Lu com um grupo das mais belas e talentosas jovens de seus domínios.  O jovem e volúvel senhor de Lu ficou de tal modo encantado com os dotes artísticos e sexuais das jovens que, simplesmente, cancelou todas as suas funções por quase uma semana, tendo, ainda, negligenciado suas tarefas nos meses posteriores. Isso foi um duro golpe à imagem de austeridade autruísta que as Reformas de Confúcio tinham iniciado, e não restou ao ferido Mestre Kung outra alternativa que não o de abandonar a corte. Desde então, Confúcio iria percorrer parte da China buscando por um outro príncipe que lhe permitisse reiniciar suas reformas em outra corte, sem sucesso, por treze anos ininterruptos. 


    Acreditando que sua proposta acabaria por ser ouvida por algum senhor feudal, Confúcio perambulou, junto com seus discípulos mais chegados, por boa parte do centro-sul da China. Frustrado e abatido, o Mestre Kung, apesar de ser ouvido com admiração por muitos, não logrou conquistar seu intento. Precedido quase sempre pela propaganda formulada por seus inimigos (e como é eficaz esta prática, não? Não vemos a eterna elite brasileira perpetuando os Fernandos no poder deste país em prol de seus interesses fazendo a mesma propaganda de desonra contra as forças progressistas desta país da mesma forma que os fariseus influenciaram, pela propaganda, o povo a escolher Barrabás?), frequentemente Confúcios era ouvido sendo, por trás, ridicularizado. Diante da incompreensão, inveja e despeito, suspirava Confúcio: "Não posso conviver com os pássaros e com os animais selvagens; e se não me é permitido conviver com essa geração humana, com quem então? Se o mundo estivesse em ordem, não necessitaria de alguém teimoso como eu para modifcá-lo". 
    Cansado e convencido da estreiteza de visão dos soberanos de sua época, Confúcio decide voltar à sua terra, como mestre público, dedica à divulgação das idéias da tradição mais nobre da China.
    O papel da propaganda contra as idéias de Confúcio conseguiu seu intento, como a dos Fariseus conseguiu o seu e o da burguesia Américo-Brasileira tem conseguido nas últimas eleições. Até mesmo as pessoas mais simples conheciam a fama de Confúcio, mas não como Mestre, mas como um sonhador perigoso ou inútil, como fica claro neste texto:
    "Tzen-lu pernoitou junto a um portão de pedra. O guarda do portão falou: 'De parte de quem?' Tzen-lu respondeu: "De Kung Fu Tse". Então disse o guarda: 'Não é aquele que sabe que o que pretende não fuciona, e que, assim mesmo, insiste?' (Lun yü, 14141).
    Retornando à sua província natal, Confúcio estava já chegando aos setenta anos de idade. Alguns de seus discípulos conseguiram cargos importantes em carreiras públicas, mas o velho mestre já havia desistido qualquer trabalho nessse sentido. Resolvera se dedicar unicamente ao magistério, vivendo do que lhe davam os alunos  e discípulos, nada cobrando, porém, dos mais pobres. Foi nesta época que ele se dedicou a escrever textos próprios e a organizar os livros clássicos chineses, entre eles, o I Ching. 

    As lutas intestinas na China deixaram ainda mais tristes os últimos dias de Confúcio sobre a terra. Frustrado e desesperançado, ele acreditava que sua vida tinha sido inútil. Chegou a expressar sua desesperança de forma tocante neste texto: "O pássaro Feng" (o equivalente chinês da mitológica ave Fênix) "não vem; as mutações não trazem nenhum plano básico. Eu estou acabado".
    Confúcio morreu no ano 479 a.C. Seus discípulos coletaram seus escritos e os registros de seus discursos e levaram adiante a mensagem do mestre de uma Ética para a paz da China. Hoje, o confucionismo é a principal escola filosófica do país, e não foi à toa que a Revolução Comnista de 1949 teve ampla aceitação e ampla resistência do Ocidente, já que as principais metas a que se propunha era restaurar a dignidade da China (perdida pelo domínio dos países europeus que faziam da China um quintal onde explorar riquezas e mão de obra especializada) e reergue-la tendo com máxima o bem estar coletivo, em moldes muito próximos ao que sonhava Confúcio.

Fonte: Sites da Internet

Arte e RPG 12

Anão Guerreiro
1994
Por Paulo Moraes

quarta-feira

Lendas Americanas - As crença dos Haida



Quem são os Haida?
Os Haida são uma tribo ameríndia que pertence ao grupo na-dené, e cujo nome provém de xa’ida "povo", ou hrduh. Dividem-se em dois grupos, Kaigani e Haida, que se dividem nos grupos skidegate e masset (e estes em howkan, klinkwan e kasaan). Os Kaigani encontram-se na Ilha do Príncipe de Gales (Canadá), enquanto que os Haida vivem nas Ilhas da Rainha Carlota, no Alasca.

Sua Crença:
 Segundo a lenda, quando uma orca aparece em frente de uma aldeia Haida, ela está tentando dizer que ele já foi humana
O Mundo da Terra é plano, e acima há um céu sólido como uma grande bola. Em cima do topo do céu está o País dos Céus. O céu se levanta regularmente, e assim as as nuvens se chocam contra as montanhas e fazem barulho.
O Mundo da Terra está suspenso, mas descansa sobre O Sagrado Que Pára e Se Move, e ele repousa sobre uma caixa de bronze. Sobre o peito dele está um poste que alcança os céus. Quando o Sagrado Que Pára e Se Move está para se mover, uma marta escala o poste fazendo o barulho de trovão que é sempre ouvido antes do terremoto. Porque quando este Sagrado se move, causa um terremoto.
Um totem dos Kwakwaka'wakw represetando um Pássaro Trovão (no topo). Para os Kwakwaka'wakw, eles descendem de vários pássaros-trovão.
No País dos Céus, o poder maior é de Poder-do-Céu-Iluminado. Ele dá poder a todas as coisas. As nuvens são seus lençóis. Nuvens de chuva são o disfarce do Pássaro Trovão(1). Quando as penas do Pássaro Trovão farfalham fazem um barulho muito alto.
O Vento Sudeste vive debaixo do mar. O Vento Nordeste permanece ao longo das montanhas do norte.
Há muitas tribos do Povo do Oceano. Agora, na terra dos Haida, que são as ilhas Queen Charlotte a terra e o mar são emaranhadas de uma extraordinária maneira.
Assim é com a terra do Povo do Oceano – o Povo Octopus (2), o Povo Golfinho, o Povo Orca, e o povo Cachalote. De todos os povos do oceano, o povo Orca é o mais poderoso. Eles tem cidades dispersas ao longo da costa, debaixo da água, assim como os índios tem suas aldeias acima, ao longo da costa.
Quando um homem morre na terra dos Haida, ele segue uma trilha até que ele alcança a praia de uma baía. No outro lado da baía está a Terra Fantasma. Então ele chama, e logo aparece do lado oposto uma pessoa empurrando uma balsa. Essa balsa é feita de cascas de cedro de qualidade, como aquelas usadas nos anéis da sociedade secreta. Então a balsa vem de onde estava para o lugar onde o homem está de pé, e carrega ele.
Lá na Terra Fantasma existem inúmeras aldeias, e muitas cabanas em cada uma. Assim, se um homem procura por sua mulher lá, vai levar um longo tempo fazendo isso. Essas aldeias estão em inúmeras enseadas, perto da água, assim como estão as aldeias dos Haida na terra.
Quando comida ou gordura é colocada na fogueira de uma família de uma homem que acabou de morrer, essa comida aparece para ele de imediato, por isso ele não fica com fome. E, se sua família canta canções bem alto quando ele morre, então ele entra orgulhoso na Terra Fantasma, com sua cabeça erguida. É dado a ele um bom nome nessa terra. Mas se os parente não fazem isso, ele entra cabisbaixo na Terra Fantasma, e as pessoas não vêem importância nele. Quando um homem entra na Terra Fantasma há sempre uma dança em sua homenagem.
Pessoas que são afogados vão para a Terra das Orcas. Nas primeiro eles vão para o Supremo-do-Mar que dá a eles suas barbatanas e então eles vão para as casas de outras orcas. Quando as orcas se reúnem na frente de uma aldeia, se deduz que eles são seres humanos que morreram afogados e agem desse modo para informar às pessoas.
Um homem que foi para a Terra Fantasma, após ter estado lá por um certo tempo, põem todos os seus pertences numa canoa e vai para Xada, que é a segunda Terra Fantasma. Então ele vai para uma terceira, e depois para uma quarta, e então volta para a terra na forma de uma mosca azul. Portanto, quando uma mosca azul esbarra em um homem na terra, ele diz: “este é meu amigo, que me diz dessa maneira que ele me reconhece.”
Em um lugar além da Terra Fantasma, e apenas visível de lá, vive um chefe chamado Grande Nuvem Andarilha. Ele possui todo o salmão (3 ). Quando um jogador morre, ele vai até Grande Nuvem e joga com ele. Os prêmios são o salmão e fantasmas. Quando Grande Nuvem Andarilha ganha, muitos fantasmas entravam na Terra Fantasma. Quando o jogador ganha, há uma grande grande migração de salmão.

Notas:
(1) Na mitologia indígena norte-americana, um poderoso espírito em forma de pássaro. Pela sua obra, a terra se encheu de água e vegetação. Se crê que o raio é uma faísca de seu bico, e o bater de suas asas produz o trovão. Muitas vezes é representado com uma cabeça extra em seu peito. Ele é frequentemente acompanhado de pássaros espíritos menores, muitas vezes em forma de águias ou falcões. Embora sua lenda seja muito conhecido na América do Norte, muitas figuras similares são encontradas na mitologia da África, Ásia e Europa (onde é associado com o pica-pau).
(2) O nome devilfish se aplica tanto à manta (arraia gigante), quanto à uma espécie de polvo.
(3)O salmão chum, Oncorhynchus keta, é uma espécie de  peixe anadromo da família do salmão. É um salmão do pacífico, e também é conhecido como salmão cachorro e salmão Keta , and is often marketed under the name  salmão Silverbrite. O nome salmão chun vem do dialeto Chinook que se originou como uma gíria de comerciantes da pacífico nordeste e que espalhava desde o rio Columbia até o Alaska.  O chum significa “localizado” ou “marcado”, enquanto “Keta” vem dos evenkis da Sibéria oriental..

Fonte: Wikipédia e http://casadecha.wordpress.com

terça-feira

Seicho-no-ie


A parte externa do emblema em forma de circulo, representa o sol, do qual saem 32 raios simbolizando a luz que tudo ilumina. A parte interna é constituída pela lua e, por uma estrela. Os três astros reunidos harmoniosamente simbolizam o Universo. Deus é a lei fundamental que criou todo o Universo e é tudo regido por suas leis. A SEICHO-NO-IE é manifestação do mundo da realidade absoluta (Imagem Verdadeira) por Ele criado, e por esse motivo estão expressos em seu emblema o Sol, a Lua e a estrela. O sol representa também o Xintoísmo, religião tradicional do Japão anterior ao Budismo. O Xintoísmo clássico japonês venerou o Deus Amaterassu, deus do sol. A forma circular indica ainda a grande harmonia, isto é, o espírito que se harmoniza com todos.

A lua representa o Budismo porque este prosperou grandemente num país denominado Lua (Guesshikoku) – região Oeste da China e que se alastrou aos extremos sul e norte no século II. No Budismo a lua é um símbolo com importante significado, pois Buda freqüentemente se referia para esclarecer seus ensinamentos.Nota-se também que a lua tem o formato de cruz gamada com as pontas direcionadas para o sentido horário. Atualmente a cruz gamada é adotada como símbolo do Budismo, com as pontas direcionadas para o sentido anti-horário (antigamente era indiscriminado).

A SEICHO-NO-IE usa a cruz gamada com giro no sentido do movimento dos ponteiros do relógio porque representa a direção correta: o lado esquerdo avança enquanto o lado direito recua; o direito representa a força feminina (negativa); e o esquerdo, a força masculina (positiva)..

segunda-feira

A história da Alquimia



A palavra alquimia, Al-Khemy, vem do árabe e quer dizer "a química". Esta ciência começou a se desenvolver por volta do século III A.C em Alexandria, o centro de convergência da época e de recriação das tradições gregas-pitagóricas, platônica, estética, egípcias e orientais- gnosticismo - sendo herdeira de um passado de que se tem memória desta química.

A alquimia interessava-se por transformar metais em ouro, a descoberta para a cura de todas as doenças (Panacéia) e o caminho para prolongar a vida eterna. Essa ciência de transmutação dos metais, foi cultivada de maneira especial durante toda a Idade Média e alcançou grande desenvolvimento em toda a Europa ,no século VIII.

Entrou em contato através das invasões árabes, a partir da Espanha, e a sua difusão se consolida quando nobres e religiosos, principalmente os beneditinos regressam das cruzadas.
A alquimia deve sua existência a mistura de três correntes: a filosofia grega, o misticismo oriental e a tecnologia egípcia. Obteve grandes sucessos na metalurgia, na produção de papiros e na aparelhagem de laboratório, mas no conseguiu seu principal objetivo: a pedra filosofal, capaz de transformar qualquer metal em ouro.

A alquimia alcançou seu ponto culminante com as civilizações clássicas. Especialmente influenciados pelas teorias idealistas do célebre filósofo Platão. Os antigos gregos de Alexandria, impulsionaram ainda mais os métodos alquimistas da transformação dos metais em ouro e levam o conhecimento das doutrinas herméticas por intermédio dos sábios sírios, até o povo árabe. Estes lançaram bases teóricas da alquimia entre os séculos VIII e XIII.O sucesso da alquimia estendido pela Europa são encarregados pelos árabes, introduzindo idéias místicas acompanhadas por avanços práticos no procedimento químico, como a destilação e pela descoberta de novos metais e componentes.



A alquimia árabe veio para a Europa Ocidental entre os séculos XI e XVI, introduzindo idéias místicas acompanhadas por avanços práticos no procedimento químico, como a destilação e pela descoberta de novos metais e componentes..

sexta-feira

A história do violão

 A história do violão começou há quase dois mil anos antes de cristo. Na antiga Babilônia, arqueólogos encontraram placas de barro com figuras seminuas tocando instrumentos musicais, muitos deles similares ao violão atual (1900-1800 a.C.). Um exame mais detalhado nos mostra que há diferenças significativas no corpo e no braço. O fundo é sem sombra de dúvida chato, portanto sem relação com o alaúde, de fundo côncavo. As cordas são pulsadas pela mão direita, mas o número de cordas não é preciso, porém, em algumas placas pelo menos duas cordas são visíveis. Indícios de instrumentos similares ao violão foram encontrados em cidades como Assíria, Susa e Luristan.
No Egito o único instrumento de cordas pulsadas era a HARPA de formato côncavo que depois foi acrescentada de um braço com trastes cuidadosamente marcados e cordas feitas de tripa animal. Pouco tempo depois estas características se combinariam e evoluiriam para um instrumento ainda mais próximo do violão.Já na Roma antiga um outro instrumento totalmente de madeira surge (400 ac). O tampo que antes era de couro cru (semelhante ao banjo) agora é de madeira e possui cinco buracos. É importante frisar que nas catacumbas egípcia foram encontrados instrumentos com leves curvas características do violão.
O primeiro instrumento de cordas europeu, de origem medieval data de 300 anos depois de cristo, e possuía um corpo arredondado que se interligava com um braço de comprimento considerável. Este tipo de instrumento foi utilizado por muitos anos e foi o antepassado provavelmente da teorba. Há também a descrição de outro instrumento datado da Dinastia Carolíngia que pode ser de origem tanto alemã como francesa.Este instrumento possuía formato retangular e seu corpo era equivalente ao seu braço. Em ilustrações pode se observar que na “mão” do instrumento (de formato arredondado) se encontravam de quatro e às vezes cinco tarrachas de afinação, com um número de cordas equivalente. Este instrumento manteve seu formato e suas definições até o século quatorze. 

Paralelamente a este instrumento, outro começou a se desenvolver. Possuía leves curvas nas laterais do corpo tornando-o mais anatômico e confortável. Descrições deste instrumento foram encontradas em catedrais inglesas, espanholas e francesas datadas do fim do século quatorze. Surgia então a guitarra.
É importante frisar que haviam distinções, como a guitarra Latina e a guitarra Morisca. A guitarra Morisca , como o nome indica, tinha origem Moura, devido a colonização da Espanha e da África do Norte. Este instrumento possuía um corpo oval e o tampo possuía vários furos ornamentados chamados de Rosetas. Era totalmente remanescente do Alaúde, e dentro deste conceito uma série de outros modelos, com diferentes números de cordas também existiam.
Já a guitarra Latina, tinha as curvas nas laterais do corpo que marcariam o desenho já quase definitivo do instrumento. A guitarra latina (assim como a Morisca) gozava de grande popularidade e gosto na Europa Medieval. Essa popularidade se devia principalmente a presença dos "Trovadores", músicos de natureza nômade que com suas performances e constantes viagens enriqueceram a cultura européia e impulsionaram a popularidade e reconhecimento do instrumento.Até a Idade Média as informações sobre a guitarra eram obtidas de maneira indireta na sua maioria, através de afrescos, pinturas e pequenas anotações da época. A partir do período Barroco, as informações sobre instrumentos em geral e sobre música são muito mais claras e precisas.
No século dezesseis a guitarra era denominada de três maneiras: Vihuela na Espanha, Rizzio Gitarre na França e Guitarra Batente na Itália.Na Espanha um fenômeno interessante ocorreu. Enquanto o Alaúde, instrumento de origem Moura e corpo oval, emergia em toda Europa como instrumento favorito da aristocracia, na Espanha este instrumento estava intimamente ligado com a cultura Moura e sua dominação opressiva. Entretanto a música escrita para o instrumento era bastante apreciada. A guitarra na época possuía apenas quatro cordas, diferente da maioria dos alaúdes do período que possuíam cinco ou mais. Então o corpo do instrumento foi aumentado e uma corda foi adicionada e sua afinação era a mesma da antiga guitarra com exceção da terceira corda que era afinada meio tom abaixo. Este instrumento viria então a ser conhecido como a Vihuela. A Vihuela era apenas uma guitarra de dimensões maiores e possuía seis cordas duplas feitas de tripa animal.O primeiro Vihuelista a ter seus trabalhos publicados foi o Espanhol Luis Milan, nascido em 1500. Em 1535 ele publicou Libro de Música para Vihuela de Mano intitulado de "El Maestro". Este foi seu trabalho mais importante.
Somente um exemplar da Vihuela chegou aos nossos tempos, e data de 1700 aproximadamente. Este instrumento representa a Vihuela em seu estágio final de desenvolvimento. Os trastes são de metal, as curvas na lateral são bastante pronunciadas e o buraco do tampo é oval. A popularidade do instrumento é evidente pela quantidade de música que lhe foi escrita e que ainda é encontrada. A música para Vihuela em grande parte foi escrita em tablatura. Este sistema consiste de seis linhas que representam cada corda do instrumento, e onde em cada linha são colocados números indicando o traste onde a nota deve ser tocada. Este sistema ainda é usado até hoje.
Apesar de Luis Milan Ter sido o primeiro a publicar suas obras para o instrumento, ele não foi o único. Também Luis de Narvaés em 1538 e Alonso Mudarra em 1546 publicaram seus trabalhos. Estas publicações são o auge da Vihuela na Renascença.Outro instrumento que já se encontrava na Europa, mas que durante a Renascença e o período Barroco não era tão utilizado foi a guitarra Egípcia, que variava seu número de cordas: de 3,4 e 5 cordas. A guitarra de cinco cordas era mais comum na Europa pós-idade-média.Durante o século quinze o termo guitarra (chitarra na Itália e gitarre na França) se referia a um instrumento de fundo ovalado que depois se desenvolveria no bandolim, somente depois este instrumentos seriam usados e considerados como integrantes do violão atual.Em sua maioria, a guitarra possuía cordas duplas na Europa medieval e barroca. As afinações costumavam variar, sendo que na maior parte da Europa se utilizava a afinação G,C,E,A . Na Espanha haviam duas afinações de importância relevante. A primeira era G,D, F#,B utilizada mais em música antiga do que no repertório atual do instrumento. A Segunda era idêntica a afinação das quatro cordas mais agudas do violão atual.
 A primeira publicação a conter transcrições para guitarra de quatro ordens foram as publicações de Alonso Mudarra, que incluíam quatro Fantasias, uma Pavana e a Romanesca "Guardame las Vacas". A Segunda publicação a conter, trabalhos para guitarra foi o livro de Miguel de Fuenllana Orphelina Lyra, e o terceiro foi o livro de Juan Carlos Arnat “La guitarra Espanhola y Vandola de Cinco ordenes" que data de 1586.Enquanto estes trabalhos eram publicados a popularidade da guitarra crescia na França e Itália. Na Itália outra publicação foi editada e se chamava Lebrão de tablatura de chitarra, de Paolo Virchi. O número de publicações de guitarra cresia paralelamente ao número de guitarristas.

Na França surgiram também publicações de guitarra, em 1551. A partir deste ano até 1555 cinco publicações foram editadas em Paris por Adrian Le Roy e Robert Ballard. Estes livros contêm, Fantasias e Danças como Branles e Galhardas, música para voz, violão e Chansons. As composições vinham de vários autores, o que prova que uma verdadeira escola de guitarra existia na França do século dezesseis. N a França dois nomes merecem destaque, Michael Janusch e Michael Mulich.Provavelmente existiu um número considerável de guitarristas que infelizmente permanecerão anônimos, por que sua música nunca atingiu os meios de impressão que na época eram controlados pela igreja..