Panacéia dos Amigos

terça-feira

O MISTÉRIO DE BRUNO BORGES: REVELAÇÃO OU INSANIDADE?

 “É a prova de uma mente inferior o desejar pensar como as massas ou como a maioria, somente porque a maioria é a maioria. A verdade não muda porque é, ou não é, acreditada por uma maioria das pessoas.”
















“Todo homem possui um filósofo dentro de si, para fazê-lo viver é necessária a presença do amor heroico, dessa força infinita que provém do uno, e que permite ao homem suportar dores, transformar o mundo, concretizar seus ideais.”


Giordano Bruno

Começo este post com pensamentos célebres do filósofo Giordano Bruno (1548-1600). Seriam frases como estas que inspiraram um estudante de psicologia do estado do Acre a realizar uma obra de 14 livros criptografados e moldar um espaço com painéis, quadros, simbolos e a estátua do teológo que fora, séculos atrás, condenado a morte pela Santa Inquisição por sua idéias cosmológicas?


O fato é que o estudante Bruno Borges desapareceu, sem deixar pistas de seu paradeiro, no dia 27 de março. A Polícia Civil do Acre está investigando o caso e acredita que Bruno saiu de casa voluntariamente e tem se mantido escondido voluntariamente. De acordo com o delegado geral do estado, Carlos Flávio Portela, o jovem levou com ele um celular, um HD e algumas peças de roupas. O celular não está sendo utilizado. Amigos do rapaz afirmam que manifestava a intenção de isolamento, algumas de suas mensagens criptografadas falam da mesma necessidade. Temos aqui um caso extraordinário. E somos testemunhas do seu desenrolar de fatos. Analisemos o que sabemos para a partir deste ponto, especularmos possibilidades do que poderá acontecer.


Sobre o estudante Bruno Borges sabemos que se trata de um rapaz admirado por sua inteligência. Sua idéias e ideais teriam sido tão eloquentes que convenceram o primo dele a emprestar a soma considerável de R$ 20.000,00 para a realização de um suposto projeto revolucionário. E o mesmo poder de convencimento levou um artista plástico com mais de oitenta anos a fazer a réplica da estátua de Giordano Bruno por um preço de custo de R$ 7.000,00. Estas pessoas tem certeza que fizeram bem, tem certeza de que Bruno Borges é uma espécie de gênio, com uma obra que mudará a face da terra em favor da humanidade.
Não consta, entre parentes, amigos e conhecidos e observem que, a mãe do rapaz é doutora em psicologia, qualquer índicio de esquizofrenia por parte dele. Estudante universitário, obcecado por leitura e conhecimento era e é amado pelos irmãos que no máximo o consideravam inteligente e excêntrico.

Sem nunca ter demonstrado sinais consideráveis de instabilidade psicológica, vindo de boa família com rendas que lhe garantem o conforto material, convivência normal com irmãos e pais, alguns poucos, mas existentes amigos. O que levaria o jovem a tão radical proposta de vida?

Tudo parece centrar-se na figura de Giordano Bruno. Falemos sobre o fascinante teológo que agora tem sido tão pesquisado e falado, provavelmente um dos objetivos secundários do plano traçado pelo estudante Bruno.


Giordano Bruno foi um monge italiano  pertencente a Ordem dos Dominicianos desde os seus 15 anos. Nasceu em 1548, dedicou-se ao estudo da teologia de São Tomás de Aquino e da filosofia aristotélica assim que entrou no seminário, tornando-se membro da Academia Florentina. Aos 17, ingressou na Ordem dos Pregadores. Com o passar do tempo, porém, começou a adotar ideias controversas na época como, por exemplo, a negação de qualquer tipo de imagem religiosa que não fosse o crucifixo. Em 1575, pouco depois de receber seu doutorado em teologia, abandonou a ordem.

Obcecado em compreender a obra divina que é a realidade a nossa volta, Giordano Bruno ousou ler livros proibidos pela igreja, ele se inteirou das teorias de Copérnico e ainda mais teve acesso a um livro de grande influência para ele escrito por um estudioso romano morto 1.500 anos antes. O livro era “Sobre a natureza das coisas” e seu autor era o pensador  Lucrettus. Ele defendia que se lançamos uma flecha ao ar e ela se choca com um muro, não devemos crer que este muro é o limite a ser alcançado, basta subir nele e lançar outra flecha pois além deste muro, há outros e além destes outros, infinitamente. Assim seria a realidade. O que percebemos é apenas um muro, mas além dele existe mais e mais o que se observar.

Giordando Bruno aceitou esta hipótese,  a estudou e desenvolveu uma linha de pensamento. Foi neste momento, quando datava trintas anos de vida, que aconteceu algo fascinante em sua trajetória. Durante o sono, Giordano Bruno teve um sonho, ele acordava cercado por uma espécie de recipiente, uma esfera, uma caverna, e nela estavam contidos o mundo e as estrelas conhecidas. Ele observou então, que havia uma brecha, uma abertura pequena, e a tocou percebendo que podia abri-la, teve medo, terror, mas insistiu e neste momento tudo se desfez e ele se viu flutuando e abandonando o planeta Terra, vislumbrando o sol e percebendo que ele era apenas um entre infinitas estrelas e também vislumbrou outros mundos, outras "Terras", como ele chamou em volta destas estrelas, como Copérnico havia sugerido que o nosso mundo fazia em torno do nosso sol. Ele flutuou por estrelas e mundos do universo, viu um universo infinito, sem bordas, sem limites, sem centro, sem fim. Como deveria ser a obra de Deus.


Ao despertar, eufórico, ele acreditou que sua visão era a resposta divina as suas dúvidas e passou a defender o conceito do infinito e que, para ele, os seres humanos ainda não eram capazes de realmente entender o conceito de Deus, que estaria em tudo e em todos. Passou a acreditar que Deus era a inteligência e a energia por trás de tudo que existe no mundo, e a matéria formadora dos objetos era expressão passiva de sua vontade. Em resumo, Giordano Bruno, era hilozoísta — quem defende a ideia de que absolutamente tudo possui vida dentro de si — e panpsiquista — quem acredita que tudo tem alma. Por ter ideias tão liberais em torno da religião, ele era grande defensor da unificação das religiões, a favor de que Deus estava além de qualquer tipo de dogma ou regra.

O infinto era, para ele, algo complexo demais para a mente humana, já que os sentidos estão reservados a compreender apenas o que pode ser limitado pelo espaço e pelo tempo. Segundo Bruno, o universo possuía essa mesma propriedade e o número de planetas seria incalculável. A ideia do filósofo previa que muito possivelmente existissem muitas outras "Terras", e consequente com sua própria natureza, animais e claro, seres inteligentes  e não menos importantes do que nós. Assim, em pleno século XVI, um grande pensador formulava a sua crença na existência de civilizações extraterrestres e defendia que todos os seres do cosmos eram uma obra divina, parte de um mesmo criador.

Obcecado pela certeza de sua doutrina viajou por toda a Europa dando aulas e divulgando suas teorias. Suíça, Inglaterra, França, Alemanha e República Tcheca. Giordano Bruno defendeu o conceito de que a verdade deve prevalecer sobre as vontades e as crenças, inspirando, séculos mais tarde, o movimento iluminista.  Após vários ataques em diferentes regiões, foi preso em Veneza pelo Santo Ofício. A pedido do papa, foi entregue ao tribunal da Santa Inquisição e condenado a sete anos de prisão. Durante esse tempo, por não concordar em negar as próprias convicções, acabou sendo queimado no dia 17 de fevereiro de 1600. 

Na época das conjecturas deste grande pensador o homem estava muito limitado em suas pesquisas astronômicas. No entanto,Galilleu Galilei viria a confirmaria a existência de outros mundos uma década depois ao inventar o telescópio. Giordano Bruno,de alguma forma, teve uma visão dos cosmos, exata, e a defendeu a custo de sua vida.

Giordano Bruno a inspiração de Bruno Borges, estudante do Acre, foi de fato uma personalidade impressionante. Mas e quanto a Bruno?

Algumas possibilidades podem ser elaboradas, embora só poderão ser comprovadas com o tempo. Ou com possível retorno e as explicações do estudante.

Mas alguns elementos são claros, vejamos:

1.         Primeiramente, ele deve acreditar firmemente em sua obra, pois teve trabalho considerável em termos financeiros, apoiadores e mesmo para manter a discrição nos 22 dias em que seus pais saíram de férias. Conseguiu esconder seus planos mesmo de seus irmãos.



2.         O quarto em si, todo escrito em criptografia a mão, demonstra extraordinária convicção e força de vontade.



3.         O escultor e um médico amigo do rapaz, não são crianças influenciáveis e sim, homens maduros na casa de mais de 70 anos. O primeiro acredita integralmente na genialidade do rapaz e o segundo nega qualquer sinal de esquizofrenia. Ambos de modo geral o tomam por um rapaz inteligente que acredita ter uma missão especial. O primo, não tão velho, mas mais maduro do que Bruno emprestou muito dinheiro acreditando em tudo o que ouviu.

4.         O rapaz se aventurou em muitas filosofias, religiões, alquimia, ufologia, Reiki, espiritismo, e o Santo Daime. Ou seja, vinha executando uma busca metódica e consistente sobre conhecimentos diversos.

5.         Sua crença na vida extraterrestre defendida por Giordano Bruno, era tão grande que ele mandou fazer uma tela na qual aparece ao lado de um ser extraterrestre, aparentemente tendo este como uma espécie de mestre.

6.         A estátua de Giordano Bruno demonstra que tudo o que ele acredita está fundamentado no filósofo. E aparentemente, no interesse de contribuir ao pensamento dele, escreveu de punho, em criptografia, catorze livros! É preciso muita convicção para se escrever uma obra tão grande, que obviamente  é um trabalho que começou antes dos 22 dias que teve para alterar o próprio quarto.

No entanto, muitos levantam que tudo isso é provavelmente um “delírio de grandeza” de um garoto mimado, que quer se autoproclamar um gênio e vender livros, um golpe de marketing, sem a menor vergonha de ser feliz. 

Defendem que um “gênio” teria feito uma criptografia mais complexa, e de fato, saber que um dos códigos que ele usou foram extraídos do manual dos “Escoteiros Mirins” da Disney, não é muito animador. 


Na verdade, apenas os livros decifrados e seus conteúdos conhecidos é que poderão esclarecer de fato, se o rapaz teve uma revelação ou um surto esquizofrênico, ou talvez até um ataque de megalomania um tanto egoísta que o levou a fazer o que fez sem pensar nas consequências.




O mistério continua. Mas o que me ocorre, é que dentro em pouco é muito provável que a história e o rapaz serão ridicularizados, menosprezados e esquecidos porque os livros traduzidos serão medíocres.

Por que?


Porque talvez, se trate mesmo de uma grande farsa, ou então, quem sabe tal obra não seja mesmo uma revelação extraordinária?  Mesmo neste caso, é possível que ainda assim a história será minimizada como outras foram ao longo do tempo.

Jamais chegarão ao nosso conhecimento porque serão devidamente varridas e escondidas em quartos particulares fechados a sete chaves enquanto, como diz a canção, “ as pessoas da sala de jantar se preocupam em nascer e morrer!”


Quem sabe?..

quinta-feira

Veruca Salt - Good Disaster - legendado inglês e português


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Zillion


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Clannad Bono - In A Lifetime 1985


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KATE BUSH (Que se abram as janelas!)






Eu realmente adoro os visionários. Em qualquer arte ou engenhosidade são sempre aqueles que descobrem o "ovo de Colombo" antes dos demais que me comovem. Não sei como descrever, afinal, com que palavras, quais dentre elas são suficientes para descrever a genialidade? Como descrever, neste texto,um excepcional talento, daqueles que fazem David Gilmour (ele mesmo, o mestre, Pink Floyd) se emocionar e verter lágrimas ao escutar? Como traduzir uma expressão interior que enlaça e encanta um senhor das palavras como Neil Gaiman? Melodistas como Elton John e Peter Gabriel? Impressionar um performer como Brett Anderson do Suede? Neste caso específico a que me refiro, a pedra de roseta se encontra nas canções que decifram o enigma original de Kate Bush!


O que espanta os muitos músicos de sua geração é não ligação que se possa fazer do trabalho de Kate com qualquer coisa anterior. Não é perceptível a influência. Não é possível entender de onde vem o trabalho que se expressa através dela. Trata-se de um som original, mas não mas também uma performance, um texto, um teatro, uma voz agudíssima, estranha e ainda assim agradável, uma inspiração viva e sem pudor de se mostrar.



Mas Kate Bush viveu, sim, muitas influências. As primeiras através de seu irmão mais velho que se deleitava em mostrar a pequena irmã canções e instrumentos conforme os conhecia e tocava. Também esteve presente no último show do camaleão do rock, David Bowie, como Ziggy Stardust, e certamente ele foi uma influência em termos de liberdade artística e ousadia musical. Lindsay Kemp do lendário show “Flower” foi a inspiração corporal, o artista também estava presente nos shows de Bowie e Kate se encantou com sua performance e expressão em dança e movimento. Logo se tornaram professor e aluna. E meses depois quando lançou seu primeiro disco “The kick inside” a primeira faixa “Moving” foi dedicada a Kemp que até então ignorava que sua estudante queria ser uma cantora.


Mas, ainda mais jovem, Kate já se dedicava ao estudo de piano e violino, fitas de suas composições originais foram espalhadas e pararam nas mãos de ninguém menos que David Gilmour, do Pink Floyd. Ele visitou a casa dos Bush e se encantou ao ouvir 14 músicas em cassete que a menina apresentou. Gilmour financiou uma demo muito bem gravada e logo a jovem assina um contrato com a EMI aos 16 anos.  Mas, ao invés de jogar tudo para o ar e lançar o primeiro disco resolveu seu período na escola começando as aulas de dança, mímica com Kemp e aprofundar-se ainda mais em música. Concluiu os estudos com 100% de aproveitamento em todas as disciplinas. Foi revelado mais tarde que a  EMI à época de sua contratação não se importava em não lançar um disco até que Kate Bush se sentisse pronta, mas a manteria sob contrato a fim de que nenhuma outra gravadora pudesse fazê-lo.


 
Além disso, a EMI enviou-lhe um considerável adiantamento financeiro com os quais ela custeou um sintetizador e as aulas de interpretação com Kemp. Neste período de “incubação artística”, foram compostas e gravadas 200 canções que hoje encontram-se espalhadas por aí, reconhecidas mundialmente como as “canções fênix” de Kate Bush. 



Finalmente quando lanço seu primeiro álbum, The Kick Inside em 1978, Kate trouxe ao mundo o clássico "Wuthering Heights" baseada em um livro de mesmo nome da escritora Emily Brontë (conhecida em português como “O Morro dos Ventos Uivantes”). Esta canção sintetizava todo o talento e conhecimento que Bush havia adquirido. Uma canção magnífica com a letra inspirada em um clássico da literatura, com sua voz, melodia e performance extraordinárias. Se tornou um sucesso estrondoso no Reino Unido e Austrália, e depois pelo mundo. A canção marcou um feito histórico para Kate Bush, ao ser a primeira mulher cantora e com composição própria a atingir o 1º lugar das paradas de sucesso do Reino Unido.




Quando começou suas turnês, as apresentações surpreenderiam com música, arte circense, mímica e mágica, muitos músicos e dançarinos. Segundo Elton John lançaria várias influências. E de fato ele está correto. Quem assistir os shows de Kate, verá que Madonna e Lady Gaga tiveram uma genial predecessora.


Lionheart, foi o segundo álbum que gerou uma longa excursão e foi criando em Kate uma aversão ao showbusiness e o estilo de vida que para ela prejudicavam a arte e o fazer arte. Para realizar um próximo trabalho que a satisfaze-se mais do que Lionheart, ela se excluiu da vida pública. Toda a sorte de boatos, inclusive sobre uma possível esquizofrenia foram lançados,mas nada havia acontecido, Kate reapareceu com um novo disco “ Never for Ever”, onde está registrado o grande sucesso "Babooshka". O trabalho teve a grata presença de Peter Gabriel (ex-Gênesis). Marcados por longos momentos de afastamentos os anos seguintes trouxeram os álbuns “The dreaming”, “Hounds of Love”, este com o grande sucesso "Running up that hill". Com o Novo álbum com “ Red shoes” de 93 um longo período de reclusão maior do que os demais se fez. Novos boatos surgiram tornando-a quase uma Greta Garbo, no sentido de que se tornaram uma reclusa. Mas, não era nada disso, Kate havia engravidado e cuidava da infância de seu filho. Guardou o segredo por anos para se preservar, mas declarou que a maternidade a fez muito feliz.



Por sua extraordinária história e contribuição Kate Bush foi nomeada “Commander of Britain Empire” (CBE) . Novo disco foi lançado em 2005 e 2011: “Aerial” e “Director´s Cut” e uma agenda de shows chamados “Before the Dawn” a partir de 2014. O retorno foi saudado com um especial da BBC.

Kate Bush é uma artista daquelas geniais que vem muito a frente do seu tempo. Seu trabalho, suas conquistas e sua influência pavimentaram caminhos para que outras garotas pudessem também realizar música e performances artísticas extravagantes que hoje se tornaram visíveis em cantoras como Birdy, Florence+the machine e especialmente Lorde que além de guardar semelhanças físicas com Kate, também foi aclamada aos dezessete anos por suas músicas com letras interessantes, melodias diferentes e performances. 




Abram sempre suas janelas da imaginação para a entrada de Kate Bush!


quarta-feira

QUEEN (God save the Queen)

Tanto tempo com este blog e evitei falar sobre o Queen, afinal, o que poderia ser escrito que já não foi escrito? Ora, além das informações básicas que qualquer um pode alcançar na internet hoje em dia, a função do blog e passar a visão particular do blogueiro e isso eu posso oferecer. Mas o Queen..faz tão parte da minha história com música que não é das tarefas mais fáceis. Ainda pior acontece com os Beatles que até hoje não escrevi um texto que me contentasse, mas enfim, de tentativa em tentativa..


Não me lembro exatamente quando ouvi o Queen pela primeira vez, mas provavelmente foi por causa de uma matéria sobre a primeira apresentação da banda no Brasil no jornal nacional em 1983/4. Apesar de moleque que era eu não perdia uma edição porque gostava muito de saber as coisas, era uma janela de informação o que, para mim um garoto de sítio, era empolgante. Bem, não perdia nenhuma edição, então, pude assistir uma matéria sobre a comoção do público e banda durante a apresentação do “Love of my Life”. Então assisti Highlander, o filme que só deveria haver um (“Só pode haver um”)! E que, ainda não passei meu parecer nostálgico sobre este clássico que entra para a lista (Feitiço de Áquila, por exemplo e outros). Voltando ao Queen, outro clássico “Who wants to live forever”, claro que não identifiquei a banda, mas ouvindo rádio foi fácil (na época de o radialista se dava o trabalho de anunciar a música e o intérprete) saber. Passei a ouvir e saber que era o Queen:  “Radio Ga Ga”, “Under Pressure” “I Want to Break Free”, “Friends Will Be Friends”, genial. Não vi o Live Aid, quando pude assistir vi o Eurythimics e fiquei fã, até hoje. Mas, na época a única TV era disputada e o moleque de 09 anos querendo ver rock, não era exatamente o sócio-majoritário!


O tempo passou e continuei curtindo o Queen, assistindo o que podia, infelizmente veio a notícia da morte de Freddie Mercury. Fiquei como qualquer fã, muito triste. Ainda mais que com praticamente zero de informações que eu tinha nem desconfiava que estivesse doente. E foi assim, soube que estava doente em um dia, e faleceu no outro. Vi a matéria no Jornal Nacional e tudo o mais. Triste. Um pouco adiante finalmente chegou o videocassete, uma certa liberdade de descobertas surgiu. Enfim, coloquei a mão no Greatest Flix ll e acreditem: finalmente ouvi canções ainda não escutadas.  
 
                                                                   
Virei fanático imediatamente. Depois assisti o tributo na mesma época da realização praticamente. E tudo foi muito fantástico, corri atrás de biografias e histórias, mais canções (oficiais, acústicas, carreira solo, versões), enfim tudo o que um grande fã tem que fazer. Tinha uns quinze anos na época, era uma época de descobertas musicais incríveis especialmente do Rock Inglês.


Partindo do principio que talvez você não conheça, um pequeno resumo: Queen foi uma banda britânica de rock, fundada em meados de 1970. O grupo, formado por Brian May (guitarra e vocais), Freddie Mercury (vocais e piano), John Deacon (baixo) e Roger Taylor (bateria e vocais) é frequentemente citado como um dos expoentes do seu estilo, também sendo um dos recordistas de vendas de discos a nível mundial. A música da banda também é conhecida por ser altamente eclética, passeando por várias vertentes do rock.


Originalmente, o Queen surgiu a partir da banda Smile, formada por Brian May, Roger Taylor e o baixista Tim Staffell. Com a dissolução desse conjunto, Freddie Mercury e John Deacon, juntamente com May e Roger fundaram um novo grupo em meados de 1970. Os seus dois primeiros álbuns alcançaram pouco sucesso, até que tornaram-se internacionalmente conhecidos através dos álbuns Sheer Heart Attack e principalmente por A Night at the Opera, cujos singles "Bohemian Rhapsody" e "You're My Best Friend" alcançaram bons desempenhos nas paradas. Mais tarde, a popularidade do quarteto estendeu-se com News of the World, em 1977, devido aos hits "We Will Rock You" e "We Are the Champions".
  
Bem como com "Crazy Little Thing Called Love" e "Another One Bites the Dust", do elogiado The Game, de 1980.
Durante a década de 1980, o Queen passou a adotar sintetizadores nas suas músicas, e apesar de alguns sucessos como "Under Pressure", a banda recebeu fortes críticas da mídia especializada, perdeu grande parte de sua popularidade em território norte-americano e passou por crises internas, mesmo mantendo a sua formação. Em contrapartida, The Works conteve os singles "Radio Ga Ga" e "I Want to Break Free", que alcançaram grande notoriedade no Reino Unido e em países da América do Sul, como o Brasil e Argentina. Em 1985, o conjunto realizou uma das suas performances mais memoráveis no evento Live Aid.


Anos depois, o vocalista Freddie Mercury contraiu o vírus da AIDS/SIDA, e após o lançamento de The Miracle e Innuendo, o artista morreu aos 45 anos de idade. Em 1995, foi lançado o último trabalho inédito do quarteto, Made in Heaven, e o baixista John Deacon aposentou-se do mundo musical.

Nos anos seguintes, Brian May e Roger Taylor seguiram com as suas carreiras solo, também tocando com vários músicos convidados. Dentre eles, destacam-se Paul Rodgers e Adam Lambert, com quem formaram, respectivamente, o Queen + Paul Rodgers e Queen + Adam Lambert. O Queen já vendeu mais de trezentos milhões de discos ao redor do mundo, tendo lançado quinze álbuns inéditos, várias coletâneas e trabalhos em vídeo. O grupo foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame em 2001 e ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2005.




Agora, alguns adendos: Queen, meu amigo(a), é uma banda extraordinária por alguns motivos peculiares. Primeiro, teve um dos melhores (se não o melhor) vocalista e frontman de todos os tempos. Talvez, possamos ter dificuldade sobre a voz porque muitos bons vocalistas são adequados as propostas de suas bandas e foram  ou ainda são notáveis, mas indiscutivelmente Mercury tinha a voz mais potente e portanto mais versátil. Como frontman, não tenho dúvida que foi o melhor, ninguém dava um show como ele, e sem necessidade de pirotecnia excessiva porque palco mais simples que o Live Aid não houve e no entanto, assista a apresentação para testemunhar um frontman com a platéia nas mãos!
 

Segundo, todos os integrantes eram grandes músicos. Não tinha ninguém amador ali, eram profissionais dedicados aos seus instrumentos, viravam dias de ensaio, queriam entregar o melhor show. Sabiam o que faziam.

 

 
          
Terceiro, todos com alto grau de instrução. Freedie era especialista em design e moda o que criava o visual do Queen e os logotipos, Brian May é atualmente Doutor em Astrofísica e já foi reitor de universidade em Londres (e ainda toca aquela guitarra), John Deacon é formado em eletrônica e Roger Taylor é formado em ondontologia e nerd de carteirinha especialmente versado em ficção científica.
 
E artes! Todos curtiam artes em suas manifestações várias. Teatro, óperas, Rock, pinturas, moda, filmes, HQs, enfim, tudo isto acabou por influenciar na música do Queen.


Quarto, gostavam de apresentações ao vivo. Na verdade, todos sabemos que são poucos os que atingem sucesso musical que REALMENTE gostam de multidões e grandes shows. O Queen era uma exceção e voraz. Gostavam de grandes shows, amavam as enormes multidões, queriam sempre mais!  Muito pé na estrada. Muito profissionalismo, equipamento de primeira, instrumentos de primeira, músicos de primeira, e os maiores públicos que pudessem conseguir, e muito prazer em tocar! Isto faz a diferença!




            


Uma curiosidade: Li recentemente o livro “Freddie Mercury” de Leslie-Ann Jones e recomendo à todos. Uma parte engraçada e que eu não imaginava é que o grupo gostava de fazer grandes festas daquelas dignas das orgiásticas celebrações destinadas a divindade greco-romana de Baco. Duravam horas a fio, às vezes dias, e chegaram a deixar repórteres que participaram traumatizados por um bom tempo.



Queen + Paul Rodgers  


Com o passar do tempo  Roger e Brian queriam voltar, John não, mas liberou os dois a seguir em frente com o nome da banda e tudo o mais. A primeira tentativa foi com o vocalista Paul Rodgers. A idéia deste retorno não me agradou, mas ficou ainda pior quando ouvi o vocalista. Não é culpa dele, canta bem, mas não se encaixava com o Queen. Claro que não é tarefa das mais gratas você substituir o vocalista frontman quase mítico como Mercury, mas a verdade é que não tinha nada a ver, e por mais boa vontade que se tivesse..foi péssimo.



Queen + Adam Lambert

 
Deixaram esta parceria de lado, e achei que estavam satisfeitos, mas anos depois, retornaram com Queen + Adam Lambert. Pensei:  “ E agora? O que será?”, por sorte tudo atualmente é bem mais rápido, bastou correr no youtube e assistir. Meu primeiro pensamento foi “Ok, ele é gay o suficiente!”, ressalto isso não como pejorativo, mas a tradução de “gay” é alegre, solto, e claro estou levando tudo no ambíguo, mas o que realmente quis dizer é que ele era divertido, solto e algumas canções do Queen pedem isso, quer dizer, como você vai cantar “Killer Queen” com cara de Chuck Norris?

          
E como fã notei outras coisas importantes: Adam canta bem, canta bem mesmo, não, não é Freddie Mercury, aliás, ninguém será, mas ele manda bem. Ele respeita Freddie, dá para notar que é um fã, ele não quer superar ou igualar, ele quer cantar este repertório, apenas isto e tudo certo.

Queen + Adam Lambert
O mais importante: Notar a felicidade de Brian May e Roger Taylor com a performance do garoto que é evidente. Os caras estão felizes. Felizes com o garoto, felizes por estarem em palcos de novo, felizes pelas multidões, felizes por estarem vivos. Então, meus caros, que se dane! Posso ver Brian e Roger sorrindo no palco e tudo é lucro. LONGA VIDA AO QUEEN e valeu Adam!