Panacéia dos Amigos

sexta-feira

REUNIÃO NO PALÁCIO QUE NÃO ALVORESCE? NÃO, LEILÃO DE CORRUPTOS!



Então é a isso que se resume nossa república? Nosso “Ordem e Progresso” virou “Ordem de pagamento e Progresso particular? Pobre república, Democracia afrontada, povo vergonhoso (não envergonhado).

Acredito que nunca foi compreendido o que é a arte política. Política é a capacidade de entrar em acordo ao invés de brigar. É de selar o senso comum ao invés da disputa. E acima de tudo é saber encontrar um meio termo entre opiniões diferentes tendo como objetivo o bem da maioria.

Tudo o que passa disso, é corrupção. Quando sabemos que o Presidente está negociando verbas para conseguir apoio contra uma investigação não estamos vendo uma negociação política..é corrupção pura e simples! Como é possível que tal absurdo, tal afronta aos interesses coletivos, seja noticiada como algo comum?

Tal negociação é de interesse particular pago com dinheiro público!!! Esta “corrupção aberta” notória e pública deveria em si, servir de condenação para todos os envolvidos. Não deveríamos precisar da Lava Jato para enquadrar ninguém porque eles não escondem o que estão fazendo!!! Os senhores “deputados indecisos” não estão preocupados com o mérito da questão em relação ao interesse coletivo apenas saber quanto vão ganhar com a história.

E a maioria deles, não tenham dúvida, será candidato e vai ganhar de novo, porque somos o povo mais tolo e miserável. Falta de estudo ou oportunidade não é desculpa para falta de bom senso. Muitas pessoas por mais humildes que sejam não perdem a noção de certo e errado. Não se vendem. Temos pessoas assim: o verdadeiros cidadãos brasileiros.

Mas tais não são a maioria. A maioria de nós é tacanha e mesquinha. Percebe o que está errado, mas procura migalhas e não mudar as coisas. Vota em alguém que não vê ou conhece pessoalmente, tampouco ideologicamente, apenas para agradar líderes políticos(?) locais que lhe darão migalhas no ano eleitoral. Somos um povo que, mais do que pobre materialmente é miserável moralmente.

Não falo apenas da situação atual, o que se passa hoje já vem acontecendo há muito tempo, e por isso, sei que os mesmos corruptos continuarão ganhando muitos votos e permanecendo com sua alma podre decidindo o futuro de uma nação inteira.

Os corruptos brasileiros não devem ter alma. Porque quem tem alma, tem consciência e pelo que vemos, pelo absurdo do qual somos testemunhas históricas, não há nenhuma consciência, bom senso ou humanidade em tudo isso.


De qualquer forma, o leilão da corrupção está aberto. Quem dá mais, leva mais. Logo virá o leilão do voto corrupto. E os corruptos darão lances pelo SEU voto corrupto. Estabeleça seu valor mínimo e venda-se. Você não é nada além de um produto de leilão..

quinta-feira

BRASILEIROS, COLÔNIA DA POLÍTITICA


Uma vez li uma frase interessante: “O brasileiro não é hospitaleiro, é colonizado” foi expressa pelo vocalista da banda Ultraje a rigor, Roger Moreira, referindo-se a como tratamos os estrangeiros.  Concordei ,em parte, porque se é fato que  temos  automatismos de subserviência, não coloco como determinante nossa afeição pelas pessoas como um mero “clic” automático, ao menos isso, nos permitam ter como qualidade.

Mas, destarte essa questão acredito, sim, que sofremos em nossa personalidade cívica um sério distúrbio que, na verdade, até hoje impede nossa formação integral como cidadãos do país Brasil e participante da comunidade Mundo, que é o que apontou Roger: Temos a mentalidade de colonos. Somos uma eterna vítima de um destino atrelado a um poder que simplesmente nos educaram como superior. Como sempre uma análise histórica explica muita coisa.

Quando tivemos a independência de Portugal, não houve sequer uma batalha, houve um acordo. E não haveremos de nos colocar contra acordos que impedem perda de vidas, porém, a questão é mais profunda. A independência nos apartou de Portugal e não da Monarquia, e isto foi um grande mal. À rigor, o povo não sentiu independência alguma, seu espirito não foi revitalizado com uma alternativa. A mente coletiva colonial subserviente a um monarca pôde permanecer em cada um, e arraigar-se em nossa cultura.

A República que veio muito depois chegou poluída pela mentalidade colonial de forma que o povo não entendeu seu papel, sua liberdade e seu poder. E não entende até hoje. Os políticos imediatamente assumiram seu lugar como nossos monarcas e principalmente colonizadores exploradores.

Dessa forma, eles nos exploram, roubam e se riem. Recolhem nossos impostos com voracidade e não distribuem em benefícios sociais. Alteram as leis a seu bel prazer para que possam fugir de investigações, compram favores, e quando não se aguentam sobre o próprio peso, é claro, aumentam os impostos.

Tudo pode ser feito porque não existe um povo livre para questioná-los e sim um  povo colonizado. O povo brasileiro reclama mas ama seus políticos como antigamente amava seus principes e monarcas. Não importa o que um ou outro faça, nós os defendemos, atacamos um ao outro e votamos neles outra vez. Não há eleição democrática que possa mudar a mentalidade de um povo, subserviente em uma cultura de colônia esculpida há centenas de anos.


Isto é um processo lento. Depende de educação, educação de qualidade. Não à toa, professores são perseguidos como se fossem conspiradores de uma hipotética inconfidência intelectual, é preferível enforca-los socialmente do que motivá-los. Acredito em pessoas que pensem,! Apenas issso. Um pouco de lógica e bom senso já dariam a resposta. Não ouço gritos selvagens de revolução, porque são estúpidas e em geral, trocam seis por meia dúzia. A questão não é o sistema e sim, as pessoas, sua falta de educação e civilidade. Enquanto mal orientados seja esquerda, centro, direita, extrema isso ou extrema aquilo, sempre, sempre haverão os colonizadores e os colonizados.

TIRAS DE HUMOR - P.H.DE MORAES


O LARANJA


O MALMEQUER


O MESTRE

POLÍTITICA


REFLEXÃO SOBRE A ESCÓRIA






terça-feira

O MISTÉRIO DE BRUNO BORGES: REVELAÇÃO OU INSANIDADE?

 “É a prova de uma mente inferior o desejar pensar como as massas ou como a maioria, somente porque a maioria é a maioria. A verdade não muda porque é, ou não é, acreditada por uma maioria das pessoas.”
















“Todo homem possui um filósofo dentro de si, para fazê-lo viver é necessária a presença do amor heroico, dessa força infinita que provém do uno, e que permite ao homem suportar dores, transformar o mundo, concretizar seus ideais.”


Giordano Bruno

Começo este post com pensamentos célebres do filósofo Giordano Bruno (1548-1600). Seriam frases como estas que inspiraram um estudante de psicologia do estado do Acre a realizar uma obra de 14 livros criptografados e moldar um espaço com painéis, quadros, simbolos e a estátua do teológo que fora, séculos atrás, condenado a morte pela Santa Inquisição por sua idéias cosmológicas?


O fato é que o estudante Bruno Borges desapareceu, sem deixar pistas de seu paradeiro, no dia 27 de março. A Polícia Civil do Acre está investigando o caso e acredita que Bruno saiu de casa voluntariamente e tem se mantido escondido voluntariamente. De acordo com o delegado geral do estado, Carlos Flávio Portela, o jovem levou com ele um celular, um HD e algumas peças de roupas. O celular não está sendo utilizado. Amigos do rapaz afirmam que manifestava a intenção de isolamento, algumas de suas mensagens criptografadas falam da mesma necessidade. Temos aqui um caso extraordinário. E somos testemunhas do seu desenrolar de fatos. Analisemos o que sabemos para a partir deste ponto, especularmos possibilidades do que poderá acontecer.


Sobre o estudante Bruno Borges sabemos que se trata de um rapaz admirado por sua inteligência. Sua idéias e ideais teriam sido tão eloquentes que convenceram o primo dele a emprestar a soma considerável de R$ 20.000,00 para a realização de um suposto projeto revolucionário. E o mesmo poder de convencimento levou um artista plástico com mais de oitenta anos a fazer a réplica da estátua de Giordano Bruno por um preço de custo de R$ 7.000,00. Estas pessoas tem certeza que fizeram bem, tem certeza de que Bruno Borges é uma espécie de gênio, com uma obra que mudará a face da terra em favor da humanidade.
Não consta, entre parentes, amigos e conhecidos e observem que, a mãe do rapaz é doutora em psicologia, qualquer índicio de esquizofrenia por parte dele. Estudante universitário, obcecado por leitura e conhecimento era e é amado pelos irmãos que no máximo o consideravam inteligente e excêntrico.

Sem nunca ter demonstrado sinais consideráveis de instabilidade psicológica, vindo de boa família com rendas que lhe garantem o conforto material, convivência normal com irmãos e pais, alguns poucos, mas existentes amigos. O que levaria o jovem a tão radical proposta de vida?

Tudo parece centrar-se na figura de Giordano Bruno. Falemos sobre o fascinante teológo que agora tem sido tão pesquisado e falado, provavelmente um dos objetivos secundários do plano traçado pelo estudante Bruno.


Giordano Bruno foi um monge italiano  pertencente a Ordem dos Dominicianos desde os seus 15 anos. Nasceu em 1548, dedicou-se ao estudo da teologia de São Tomás de Aquino e da filosofia aristotélica assim que entrou no seminário, tornando-se membro da Academia Florentina. Aos 17, ingressou na Ordem dos Pregadores. Com o passar do tempo, porém, começou a adotar ideias controversas na época como, por exemplo, a negação de qualquer tipo de imagem religiosa que não fosse o crucifixo. Em 1575, pouco depois de receber seu doutorado em teologia, abandonou a ordem.

Obcecado em compreender a obra divina que é a realidade a nossa volta, Giordano Bruno ousou ler livros proibidos pela igreja, ele se inteirou das teorias de Copérnico e ainda mais teve acesso a um livro de grande influência para ele escrito por um estudioso romano morto 1.500 anos antes. O livro era “Sobre a natureza das coisas” e seu autor era o pensador  Lucrettus. Ele defendia que se lançamos uma flecha ao ar e ela se choca com um muro, não devemos crer que este muro é o limite a ser alcançado, basta subir nele e lançar outra flecha pois além deste muro, há outros e além destes outros, infinitamente. Assim seria a realidade. O que percebemos é apenas um muro, mas além dele existe mais e mais o que se observar.

Giordando Bruno aceitou esta hipótese,  a estudou e desenvolveu uma linha de pensamento. Foi neste momento, quando datava trintas anos de vida, que aconteceu algo fascinante em sua trajetória. Durante o sono, Giordano Bruno teve um sonho, ele acordava cercado por uma espécie de recipiente, uma esfera, uma caverna, e nela estavam contidos o mundo e as estrelas conhecidas. Ele observou então, que havia uma brecha, uma abertura pequena, e a tocou percebendo que podia abri-la, teve medo, terror, mas insistiu e neste momento tudo se desfez e ele se viu flutuando e abandonando o planeta Terra, vislumbrando o sol e percebendo que ele era apenas um entre infinitas estrelas e também vislumbrou outros mundos, outras "Terras", como ele chamou em volta destas estrelas, como Copérnico havia sugerido que o nosso mundo fazia em torno do nosso sol. Ele flutuou por estrelas e mundos do universo, viu um universo infinito, sem bordas, sem limites, sem centro, sem fim. Como deveria ser a obra de Deus.


Ao despertar, eufórico, ele acreditou que sua visão era a resposta divina as suas dúvidas e passou a defender o conceito do infinito e que, para ele, os seres humanos ainda não eram capazes de realmente entender o conceito de Deus, que estaria em tudo e em todos. Passou a acreditar que Deus era a inteligência e a energia por trás de tudo que existe no mundo, e a matéria formadora dos objetos era expressão passiva de sua vontade. Em resumo, Giordano Bruno, era hilozoísta — quem defende a ideia de que absolutamente tudo possui vida dentro de si — e panpsiquista — quem acredita que tudo tem alma. Por ter ideias tão liberais em torno da religião, ele era grande defensor da unificação das religiões, a favor de que Deus estava além de qualquer tipo de dogma ou regra.

O infinto era, para ele, algo complexo demais para a mente humana, já que os sentidos estão reservados a compreender apenas o que pode ser limitado pelo espaço e pelo tempo. Segundo Bruno, o universo possuía essa mesma propriedade e o número de planetas seria incalculável. A ideia do filósofo previa que muito possivelmente existissem muitas outras "Terras", e consequente com sua própria natureza, animais e claro, seres inteligentes  e não menos importantes do que nós. Assim, em pleno século XVI, um grande pensador formulava a sua crença na existência de civilizações extraterrestres e defendia que todos os seres do cosmos eram uma obra divina, parte de um mesmo criador.

Obcecado pela certeza de sua doutrina viajou por toda a Europa dando aulas e divulgando suas teorias. Suíça, Inglaterra, França, Alemanha e República Tcheca. Giordano Bruno defendeu o conceito de que a verdade deve prevalecer sobre as vontades e as crenças, inspirando, séculos mais tarde, o movimento iluminista.  Após vários ataques em diferentes regiões, foi preso em Veneza pelo Santo Ofício. A pedido do papa, foi entregue ao tribunal da Santa Inquisição e condenado a sete anos de prisão. Durante esse tempo, por não concordar em negar as próprias convicções, acabou sendo queimado no dia 17 de fevereiro de 1600. 

Na época das conjecturas deste grande pensador o homem estava muito limitado em suas pesquisas astronômicas. No entanto,Galilleu Galilei viria a confirmaria a existência de outros mundos uma década depois ao inventar o telescópio. Giordano Bruno,de alguma forma, teve uma visão dos cosmos, exata, e a defendeu a custo de sua vida.

Giordano Bruno a inspiração de Bruno Borges, estudante do Acre, foi de fato uma personalidade impressionante. Mas e quanto a Bruno?

Algumas possibilidades podem ser elaboradas, embora só poderão ser comprovadas com o tempo. Ou com possível retorno e as explicações do estudante.

Mas alguns elementos são claros, vejamos:

1.         Primeiramente, ele deve acreditar firmemente em sua obra, pois teve trabalho considerável em termos financeiros, apoiadores e mesmo para manter a discrição nos 22 dias em que seus pais saíram de férias. Conseguiu esconder seus planos mesmo de seus irmãos.



2.         O quarto em si, todo escrito em criptografia a mão, demonstra extraordinária convicção e força de vontade.



3.         O escultor e um médico amigo do rapaz, não são crianças influenciáveis e sim, homens maduros na casa de mais de 70 anos. O primeiro acredita integralmente na genialidade do rapaz e o segundo nega qualquer sinal de esquizofrenia. Ambos de modo geral o tomam por um rapaz inteligente que acredita ter uma missão especial. O primo, não tão velho, mas mais maduro do que Bruno emprestou muito dinheiro acreditando em tudo o que ouviu.

4.         O rapaz se aventurou em muitas filosofias, religiões, alquimia, ufologia, Reiki, espiritismo, e o Santo Daime. Ou seja, vinha executando uma busca metódica e consistente sobre conhecimentos diversos.

5.         Sua crença na vida extraterrestre defendida por Giordano Bruno, era tão grande que ele mandou fazer uma tela na qual aparece ao lado de um ser extraterrestre, aparentemente tendo este como uma espécie de mestre.

6.         A estátua de Giordano Bruno demonstra que tudo o que ele acredita está fundamentado no filósofo. E aparentemente, no interesse de contribuir ao pensamento dele, escreveu de punho, em criptografia, catorze livros! É preciso muita convicção para se escrever uma obra tão grande, que obviamente  é um trabalho que começou antes dos 22 dias que teve para alterar o próprio quarto.

No entanto, muitos levantam que tudo isso é provavelmente um “delírio de grandeza” de um garoto mimado, que quer se autoproclamar um gênio e vender livros, um golpe de marketing, sem a menor vergonha de ser feliz. 

Defendem que um “gênio” teria feito uma criptografia mais complexa, e de fato, saber que um dos códigos que ele usou foram extraídos do manual dos “Escoteiros Mirins” da Disney, não é muito animador. 


Na verdade, apenas os livros decifrados e seus conteúdos conhecidos é que poderão esclarecer de fato, se o rapaz teve uma revelação ou um surto esquizofrênico, ou talvez até um ataque de megalomania um tanto egoísta que o levou a fazer o que fez sem pensar nas consequências.




O mistério continua. Mas o que me ocorre, é que dentro em pouco é muito provável que a história e o rapaz serão ridicularizados, menosprezados e esquecidos porque os livros traduzidos serão medíocres.

Por que?


Porque talvez, se trate mesmo de uma grande farsa, ou então, quem sabe tal obra não seja mesmo uma revelação extraordinária?  Mesmo neste caso, é possível que ainda assim a história será minimizada como outras foram ao longo do tempo.

Jamais chegarão ao nosso conhecimento porque serão devidamente varridas e escondidas em quartos particulares fechados a sete chaves enquanto, como diz a canção, “ as pessoas da sala de jantar se preocupam em nascer e morrer!”


Quem sabe?..