Panacéia dos Amigos

quarta-feira

O Problema do Destino e do Imponderável por Pietro Ubaldi - Parte I


           
    Agradeço ao público, a que tenho a honra de falar, pela atenção que me concedem. Lerei esta noite um trabalho meu sobre o importante problema de nosso destino. Inicio logo o argumento, estabelecendo a pergunta: existe em nossa vida um destino? E, se existe, até que ponto tem ele o poder de enlaçar nossos atos? Existe nestes uma zona de fatalidade? E até que ponto esta exclui nossa responsabilidade? Devo presumir, como já admito, o princípio de causalidade; mas pergunto: até que ponto o efeito é ligado a causa de modo a excluir o livre-arbítrio? Tentemos responder a estas perguntas, procurando penetrar no mundo do imponderável, cujo funcionamento veremos depois.

    A atuação de uma ação nossa representa o arremesso de uma força de nossa personalidade espiritual sobre o mundo exterior. Essa força segue uma trajetória própria e sofre as leis do mundo dinâmico. Nossa responsabilidade também é uma força lançada sobre seu tornar-se, ao longo do caminho da evolução. Esse paralelo com o mundo dinâmico nos indica o que sucede no mundo imponderável de nossa personalidade.     Quando lançamos uma pedra, somos livres de lançá-la com a força e na direção que quisermos, mas, depois, uma vez lançada, a pedra seguirá por si mesma através do espaço, como um ser autônomo, com impulso próprio e uma trajetória sua, até o esgotamento do impulso que de nós recebeu. Enquanto está em sua fase de causa, o fenômeno assume caráter de livre escolha; contudo, em seu segundo aspecto, isto é, em sua fase de efeito, assume caráter de determinismo. Este paralelo entre o mundo dinâmico e o mundo do pensamento e da ação humana, é lógico e autorizado em um universo orgânico como o nosso, dirigido por um princípio unitário e por esquemas únicos, repetidos em várias altitudes e em todas as combinações possíveis. É precisamente este indiscutível fato da estrutura orgânica do universo, que nos permite deduzir, partindo das zonas conhecidas, as relações das zonas ignoradas. Somente com este sistema é hoje possível sondar o imponderável, descobrir-lhe as leis e estabelecer-lhe o funcionamento, chegando a resultados que o enquadram na fenomelogia universal, satisfazendo perfeitamente a nossa razão. Não podemos pedir à ciência positiva e objetiva que aceite os resultados que assim obtemos, senão como hipótese de trabalho. À análise competem, posteriormente, a prova e a demonstração. Enquanto isso não se der, porém, já foi obtida a orientação, fato que permite dirigir a pesquisa na direção dos gânglios vitais dos fenômenos, sem dissipá-la em contínuas tentativas.

    No arremesso, portanto, de nossas ações, da parte de nossa personalidade espiritual, acontece precisamente o que se verifica no lançar de uma pedra. Todo o nosso ser se centraliza em nosso eu ou espírito, que é justamente um organismo de forças, donde é lançado aquele impulso que se dirige do interior imponderável para o ambiente externo, onde, sob a forma de ação, se imprime na sua manifestação material, concreta. É assim que o imponderável atinge sua expressão exterior, objetiva, verificável pelos sentidos.     Observemos o mecanismo deste fenômeno. As forças que nós, com nossas ações, movimentamos no passado, representam, uma vez lançadas, uma vontade autônoma, um impulso que automaticamente, por inércia, tende a continuar movimentando-se e a conduzir-nos adiante, na direção inicial. Se, inicialmente, nós movimentamos nossas obras, agora elas nos movimentam, arrastando-nos não para onde hoje queremos, mas, para onde ontem quisemos. O passado não morre, mas revive sempre no presente. Nossas obras nos acompanham. Em face de tal estrutura orgânica da vida, em que se observa uma concatenação causal, a longo prazo, onde o presente é preparado pela passado e o futuro se baseia no presente, a filosofia “carpe diem” é uma forma de inconsciência. A liberdade, que julgamos ser sempre virgem e completa, só o é na fase inicial de nossas ações; ela não pode permanecer sempre no estado neutro de escolha, mas se fixa e se coagula num determinismo que representa o lógico encadeamento, por continuação, que vem desde o impulso dado. E este vem a constituir também um impulso no nosso destino, ligando aquela liberdade às suas próprias conseqüências; já agora não se pode impedir a continuação daquele impulso, senão por um outro, corretivo e contrário. Assim, nossas obras, nascidas por nossa vontade, tornam-se vivas e, como que animadas por uma vontade própria, são ativas e agem por nós, como criações nossas.     Nossa personalidade é um fenômeno continuativo em que os momentos sucessivos de seu tornar-se se acham entrosados, em que as forças por nós tornadas próprias se determinam e se arremessam, não podendo ser anuladas senão depois de completo desenvolvimento e exaustão. Elas formam, por qualidade e quantidade, a nossa força; e o passado fica fazendo parte de nós tanto quanto o presente. Elas vêm a ser a definição de nós mesmos, um fato completo que não é fácil modificar; vivem em nosso destino sob essa forma de fato que, no entanto, nunca é absoluto, pois no movimento incessante da vida é sempre suscetível de retoques e alterações.

    À medida que nossa vida prossegue, o novo que nos chega cada dia, se já não nos estava anteriormente vinculado, é livre e no curso de nossa vida, com as nossas ações, nós o encadeamos. Assim avançamos, ligando nossa própria liberdade a esta ou aquela coisa, até que o impulso se esgote e a trajetória finde. Em se desenvolvendo, porém, o fio da vida traz sempre uma nova e virgem liberdade, que vamos sucessivamente encadeando e cristalizando no determinismo, até que a abandonemos no passado, assim cristalizada, após haver concluído o ciclo da experiência. A liberdade é interior, situa-se no centro da personalidade, vive no reino das motivações; é daí que a atividade se dirige para a periferia e se expande no mundo exterior da manifestação, que é o reino do determinismo. Tanto esse ligar-se como esse extinguir-se no determinismo correspondem às características dos dois mundos, interior e exterior, que as forças motrizes de nossos atos percorrem, nascendo no primeiro, centro da personalidade, e extinguindo-se, esgotando-se no segundo, na periferia, no mundo exterior.

    Assim como com a germinação constante de novas ações, uma sempre nova e intacta liberdade nos espera; assim também no período de sua maturação um farnel de fatalidade sempre nos acompanha e nos envolve como uma nossa atmosfera, formando uma espécie de casca dinâmica que aprisiona nossa personalidade. É a Nêmesis da vida, que pode esmagar-nos ou erguer-nos, como ontem quisemos que hoje fosse. Do mesmo modo que os filhos exprimem as qualidades dos genitores, assim aquelas criações testemunham nosso passado e querem viver, manifestar-se e agir tais quais são, sendo impossível destruí-las ou impor-lhes silêncio. Elas gritam por si mesmas e querem como nós a quisemos. É delas o poder de afirmar: “este é inocente”, ou: “este é culpado”. Podem abençoar ou amaldiçoar, pedir um prêmio ou exigir uma punição. Se foram movimentadas para os caminhos do bem, tendem a salvar-nos; se o foram para as vias do mal, não se deterão enquanto não conseguirem desgraçar-nos. E isso porque representam uma causa que reclama seu efeito, um impulso que quer esgotar-se na direção em que foi lançado.

terça-feira

A Consciência e seus veículos - Parte I



 

"Homem: conhece-te a ti mesmo" - tal era a inscrição gravada no frontispício do pórtico de Delfos, na Antiga Grécia. Tão profundo é o conselho que ela nos dá que não devemos nos surpreender pelo fato de que o próprio Sócrates a  tomou  por divisa. Essa misteriosa sentença atinge o próprio  coração  do  mais  irônico  e  constrangedor problema que aflige o homem: o nosso desconhecimento a respeito  de nós mesmos ! Problema esse que desafia, desde épocas já encobertas pelas  névoas do tempo, mesmo a mais sagaz mente humana, que perplexa indaga: afinal, quem  sou eu?Na tentativa de trazer luz a essa  profunda  questão  cabe-nos  iniciar  tal investigação, ao que tudo indica, pelo nosso corpo físico e  seus  constituintes: os átomos..

         É sabido que a ciência moderna  avançou  tanto  na  direção  do  estudo  das partículas  subatômicas  que  as  experiências  que  demonstram  a   relatividade espaço-temporal nesse reino, ou do comportamento ondulatório  dessas  partículas, acabaram por abalar  irreversivelmente  os  próprios  alicerces  do  materialismo científico-mecanicista do século passado. Ao que tudo indica, a humanidade como um todo ainda está longe de compreender as conseqüências filosóficas e até mesmo metafísicas do magnífico trabalho do Dr. Albert Einstein sobre a possibilidade da conversão da matéria em  energia,  etc.. Tanto isso é verdade que o uso que tem sido feito desse conhecimento  é  o  mais trágico que a história já registrou - a bomba  atômica  -  instrumento  de  morte maciça nesse patético jogo de dominação e destruição.

         Em 1888, muito antes de todo esse avanço da ciência, Madame  Blavatsky,  (NT. fundadora da Sociedade Teosófica), já afirmava, em sua obra "A Doutrina Secreta", que a matéria era uma "condensação" do espírito e que ambos eram diferentes pólos  de manifestação da  mesma  realidade  subjacente.  Essa  idéia  foi  expressa  da  seguinte maneira: "... um dos pólos é o Espírito  puro,  perdido  no  absoluto  do Não-Ser, e o outro pólo é a Matéria, na qual ele se condensa,  "cristalizando-se" em tipos cada vez mais grosseiros, à medida que desce na manifestação."  Até pouco tempo a ciência admitia apenas  três  estados  para  a  matéria:  o sólido, o líquido e  o  gasoso.  Entretanto,  recentes  pesquisas  com  gases  de altíssimas  temperaturas,  na  busca  da  fusão  nuclear,  vieram  a   demonstrar propriedades tais na matéria que esse plasma  poderia  ser  considerado  como  um quarto estado.

         A ciência oculta considera, desde tempos imemoriais, a existência de 7 planos materiais, de sutileza crescente, subdivididos em 7  estados  ou  subplanos  cada. Isso totaliza 49 estados, ou seja, o sólido, o  líquido,  o  gasoso  e  mais  46 estados com coesão atômica cada vez menor e,  conseqüentemente,  com  sutileza  e plasticidade  crescentes  ou,  em  outras  palavras,  com  crescentes  graus   de liberdade.  Assim, por exemplo, o corpo físico, que é constituído de sólidos, líquidos  e gases, teria uma contraparte sutil que  seria  constituída  pelos  4  estados  de matéria seguintes, chamados éteres pelos ocultistas. Por isso, essa contraparte é chamada, às vezes, de  corpo  etérico  e,  em  condições  normais  de  vida,  ela interpenetraria o corpo físico, que se constitui de matéria mais densa. Por outro lado, por ela ser uma duplicata exata do corpo físico, célula por célula,  ela  é mais freqüentemente conhecida como duplo etérico. Uma de suas principais funções é servir como matriz do corpo físico.  Segundo  a tradição oculta as células físicas crescem de acordo com o molde  das  etéricas que, por sua vez, constituem o duplo etérico, obrigando-as a  trabalhar  como  um  todo, ou seja, como um organismo.

         O trabalho da parapsicóloga Thelma Moss sobre o efeito  fantasma  é  uma  das mais recentes evidências dessa função do duplo etérico. Em  condições  normais  o duplo não pode ser fotografado, devido à sutileza dos seus  constituintes,  porém um campo elétrico é  influenciado  pela  sua  presença.  Tal  é  o  princípio  da fotografia Kirlian, que embora não possa fotografar o duplo etérico, fotografa  o  ar ionizado pelo efeito corona e influenciado pela integração do duplo, e,  dessa forma, consegue ao menos a definição do seu  contorno.  Por  exemplo,  uma  folha recém retirada da árvore, mas com parte de sua superfície  cortada  e  destruída, tem o seu contorno original nitidamente definido na fotografia Kirlian,  como  se ela ainda estivesse inteira. Esse contorno, que continua aparecendo mesmo  sem  a parte física correspondente, foi chamado de efeito fantasma e se deve à  presença do duplo etérico da folha. O duplo tende a  exercer  sua  função  moldante  no  sentido  de  orientar  o crescimento das células físicas, porém se a lesão é  muito  grande  ela  afeta  o próprio duplo gerando uma irregularidade no fluxo das energias deste que  gerará, no devido tempo, a cicatriz física.

         Isso nos leva à segunda  função  do  duplo  etérico  que  é  a  de  absorção, especialização e distribuição da energia vital proveniente do Sol, conhecida como 'prana' na tradição  Hindu.  Por  isso  os  hindus  chamam  o  duplo  etérico  da 'pránamayakosha': veículo de 'prána'. Os grandes centros de 'prána' são as glândulas e os centros nervosos do corpo físico, bem como os respectivos centros de força  do  duplo  etérico,  conhecidos como 'chakras' na tradição Hindu, ou dos outros corpos sutis.  A  palavra  chakra provém do sânscrito e, literalmente, significa roda. Os  chakras  são  usualmente descritos como vórtices em forma de sino ou flor situados na superfície do  duplo etérico, com um diâmetro de aproximadamente 10 cm., com suas "hastes"  conectando alguns deles à medula espinal e outros a algumas glândulas do  corpo  físico.  Os sete chakras tradicionais são situados na base da coluna, no baço, no umbigo,  no coração, na garganta, entre os olhos e no topo da cabeça.  É  comum  às  diversas tradições religiosas considerar um ou mais desses  pontos  do  corpo  como  sendo sagrados, como é o caso do "terceiro olho" dos hindus e dos faraós, e da  auréola no topo da cabeça nas tradições Cristã e Budista,  entre  outras.  As  linhas  de fluxo do 'prána' no duplo etérico formam um verdadeiro sistema de circulação e  é nele que se baseiam as técnicas da hatha-Yoga e da Acupuntura, por exemplo.

         Existe ainda um terceira função do duplo etérico que é, ao que tudo indica ou parece indicar, a mais significativa  para  nosso  estudo.  É  aquela  função  de intermediário que o duplo etérico exerce entre a  nossa  consciência  e  o  corpo físico, visto que é através dos centros do duplo que a  nossa  consciência  passa ter relação com o sistema nervoso e algumas glândulas  do  corpo  físico.  Com  a ocorrência da morte essa função, bem como as outras, não é mais exercida, pois  o "cordão de prata", como é chamado o vínculo entre o físico e o duplo na Bíblia em Eclesiastes 12:6, se rompe libertando a consciência  do  corpo.  A  partir  desse momento as funções sensoras e motoras do sistema  nervoso  físico  desvinculam-se completamente da consciência. Fenômeno similar produz a ausência de dor durante o transe hipnótico, devido à paralisação do fluxo de 'prána'  em  alguma  parte  do duplo. Esse é a arte  que  certos  faquires  e  hatha-yogues  orientais  dominam, possibilitando assim o controle da dor e mesmo de funções mais complexas  como  a pulsação do coração, etc., a ponto de existir a referência oficial  de  casos  em que os mestres dessa arte  tendo  sido  considerados  clinicamente  mortos  terem "repentinamente" voltado à vida. É também essa função do duplo que produz a interação da  mente  com  o  corpo gerando as doenças psicossomáticas, etc. Outro ponto que merece destaque é que os chakras são  a  porta  pela  qual  o cérebro pode tomar contato com os "mundos" sutis, ou seja, são o  instrumento  da percepção extra-sensorial. Por exemplo, a  clarividência  -  o  poder  de  ver  a matéria sutil e, conseqüentemente, o lado oculto da natureza -  está  relacionada com o chakra frontal ou  "terceiro  olho".  Essa  relação  está  simbolizada,  na tradição Egípcia, pela serpente que sai da fronte do faraó, indicando que ele era possuidor desse poder e do conhecimento que dele decorre. Aliás, foi  através  da clarividência que a  maioria  dos  conhecimentos  que  a  Tradição-Sabedoria  nos oferece foram adquiridos e ratificados, ao longo  dos  milênios,  por  uma  linha ininterrupta de ocultistas ocidentais e orientais, até os dias de hoje.

         Aquela serpente  é  um  símbolo  comum  à  tradição  Hindu,  representando  a Kundalini - energia poderosíssima que, no homem comum, "dorme como  uma  serpente enrolada" no chakra da base da coluna vertebral. Pelo uso de certas  práticas  de Yoga, o  candidato  capacitado,  e  sob  a  orientação  direta  de  um  instrutor competente, desperta essa força e a põe em ascensão através de 'sushumná' -  como é chamada a passagem interna da espinha dorsal. À medida que essa  energia  passa através dos chakras, eles vão sendo vivificados, um  a  um,  abrindo,  assim,  as portas da percepção do candidato às dimensões sutis, também chamadas  de  planos.

         Nunca é demais alertar que essas práticas são empreendidas  somente  nos  últimos estágios do caminho do discipulado que leva à iluminação. Nenhum noviço  pode  se aventurar nessas técnicas sem expor seu corpo físico a grande perigo, provocando, eventualmente, a loucura ou a morte.

         Foi através da clarividência que os alquimistas da Idade Média  conheceram  o veículo da consciência que esta  imediatamene  além  do  duplo  etérico.  Eles  o chamavam  de   corpo   astral   porque,   quando   observado   clarividentemente, assemelhava-se ao corpo físico, porém era circundado por uma aura ovóide de cores brilhantes como as  de  uma  estrela  que  se  movia  constantemente.  Ele  seria constituído de matéria astral, ou seja, dos 7 estados ou subplanos  imediatamente mais sutis que os éteres. Essa  matéria  seria  tão  sutil  que  os  seus  átomos possuiriam um grau de liberdade a mais para vibrar, isto é, uma nova direção para deslocamento. Isso caracterizaria o plano astral, constituído por  essa  matéria, como  quadridimensional  e  portanto,  interior  ao  plano  tridimensional.  Essa interpretação seria similar a "interpenetração" das diferentes ondas de rádio  no mesmo espaço. Também o corpo  astral,  seguindo  a  mesma  linha  de  raciocínio, usualmente interpenetraria o duplo etérico que, por sua  vez,  interpenetraria  o corpo físico. Neste sentido, os mundos sutis  estão  aqui  e  agora  conosco  ou, usando a expressão do Cristo: "o reino dos  céus  está  dentro  de  vós"  (2).  O  problema real se encontra na dificuldade de  focarmos  nossa  consciência  nesses estados elevados, sintonizarmos, por assim dizer, nosso "receptor"  cerebral  com essas "ondas".

         Uma das funções do corpo astral é a de transformar as vibrações captadas pelo órgãos dos sentidos do corpo  físico  em  sensações  na  consciência.  A  ciência moderna tem encontrado dificuldades em "dissecar" a consciência  em  laboratório, de modo que admite a ocorrência de tal transformação em algum recanto do cérebro, que tem sido vasculhado "de ponta a ponta" nessa busca. Por exemplo,  é  um  fato científico que as imagens formadas em nossas retinas são invertidas em relação ao  mundo exterior, pois elas formam-se por intermédio do cristalino do globo  ocular  que, sendo uma lente biconvexa, necessariamente inverte todas as  imagens  reais; porém onde ocorre a reinversão? Seria no cérebro? A investigação  clarividente, com seu instrumental mais adequado para dissecar, por assim dizer, as  sucessivas camadas da consciência, pode ir mais longe. Segundo a  Tradição-Sabedoria,  essas vibrações captadas do mundo físico pelos sentidos fluiriam pelo  sistema  nervoso até o cérebro do corpo físico de onde seriam refletidas para o cérebro etérico  e  deste para o corpo astral. Somente então elas se converteriam em sensações. Seria  neste estágio que, eventualmente, a sensação  poderia  receber  o  "colorido"  ou  qualidade de "agradável" ou de "desagradável",  que  anteriormente  não  existia.

         Caso houvesse algum envolvimento do mental  através  da  memória  ou  antecipação surgiriam desse processo à atração, isto é, o desejo  de  experimentar  novamente essa sensação agradável. De acordo com esse ponto de vista, essas são  as  raízes mais elementares do desejo e  da  emoção.  Por  isso  o  corpo  astral  é  também conhecido como veículo dos desejos ('Káma', em sânscrito), alma animal ou veículo emocional. Ele é o veículo que expressa nossos sentimentos,  paixões,  desejos  e  emoções. Platão chamava-o de alma apetitiva.

         Assim como os impactos sobre os sentidos físicos, transmitidos pelo  'prána', não se transformariam em sensações sem a intervenção dos centros do corpo astral; assim também essas sensações não chegariam à mente sem  a  ação  mediadora  desse veículo. Essa é a segunda função do veículo astral: servir  como  uma  ponte  que funciona em ambos os sentidos, visto que a mente  comanda  o  cérebro  físico  e,  conseqüentemente, o corpo físico por meio de estímulos  transmitidos  através  do corpo astral. Ao  longo  do  curso  investigaremos  qual  é  a  influência  dessa inter-relação dos veículos sobre o  nosso  estado  de  espírito,  como  causa  da contradição humana.

         A terceira função do veículo astral é  atuar  como  veículo  independente  da consciência. Por exemplo, durante o sono normal ou em um estado de  transe  seria possível separar-se o corpo astral do corpo físico  libertando  o  primeiro  para funcionar independentemente no plano astral. Embora não tenhamos espaço aqui para abordar mais profundamente  a  temática  do  sonho,  da  "viagem  astral",  etc., poderíamos citar uns poucos fenômenos que seriam explicados por essa função. Como o plano astral é o das emoções, nele elas são muito mais intensas  do  que  podem ser sentidas quando nossa consciência está focada no cérebro físico.  Assim,  por  exemplo, nós podemos sentir certos tipos  de  medo  em  um  pesadelo  ou  extrema alegria em alguns "sonhos coloridos" que são desconhecidos no estado de  vigília, porque quando dormimos a consciência não está focada no cérebro físico mas sim no veículo astral. A dificuldade está em trazer claras recordações daquele mundo  de quatro dimensões para nosso cérebro  tridimensional  quando  acordamos  -    um cérebro treinado pode fazê-lo plenamente. Alguns distúrbios no retorno  do  corpo astral ao físico são também os responsáveis por processos de catalepsia, bem como certas sensações de queda bastante comuns que costumam  acompanhar  um  despertar súbito.

         Essa terceira função do veículo astral também está  ligada  ás  condições  da consciência após a morte física, que tem algumas semelhanças com  o  processo  do sonho, como veremos na próxima lição. Caso nós quiséssemos levar mais a fundo essa investigação  sobre  a  natureza real do ser humano, nós nos depararíamos, segundo nos diria a Tradição-Sabedoria, com que os ocultistas denominaram plano mental: o reino do pensamento. Ele  seria constituído de matéria mais sutil que a astral, na verdade  pelos  7  estados  de matéria seguintes. O veículo da consciência que  se  constituiria  dos  primeiros quatro estados ou subplanos do mundo mental seria, por analogia  com  os  outros, chamado de corpo mental e estaria relacionado com  os  pensamentos  concretos.  É importante que nós investiguemos mais detalhadamente o que são esses  pensamentos concretos, ao invés de apenas dizer  que  são  aqueles  não  classificáveis  como abstratos.

         Nós consideramos a pouco como os impactos da  matéria  física,  atingindo  os sentidos, se transmitiam pelo sistema nervoso para se converterem em sensações no corpo astral. A primeira  função  do  corpo  mental  é  a  de  transformar  essas sensações em percepções mentais de cor, forma, som, gosto cheiro e tato. Outra de suas funções é a de  criar  uma  imagem  composta  a  partir  da  combinação  das  diferentes percepções mentais, ou imagens, provenientes dos diferentes órgãos dos sentidos. Assim, por exemplo, a imagem mental que nós temos de uma laranja é  uma combinação de percepções de cor, forma,  gosto  etc.,  formando  em  nossa  mente aquela imagem composta à  qual,  na  língua  portuguesa,  associa-se  o  nome  de "laranja", que corresponde a certa grafia e som. Esse nome ou uma rápida passagem de olhos por uma imensa série de  imagens  relacionadas.  Dessa  forma,  o  corpo mental percebe muito mais que nossos limitados sentidos captam, de fato, do mundo que nos cerca. Por exemplo, ao ver a laranja  a  mente  pode  lembrar-se  de  seu gosto, cheiro, etc... Por outro lado, nós nunca vimos os átomos de uma  laranja  a vibrar nem os fótons deles provenientes que são percebidos, dentro  da  faixa  do vermelho ao violeta a que somos fisicamente sensíveis, como cor por nossa  mente. Logo, nós não conhecemos em sua totalidade nem sequer uma laranja! Os objetos  do mundo que nos cerca só existem com cor, forma, etc., em nossa mente; eles são, na verdade, uma manifestação de energia condensada: átomos e moléculas a vibrar. Como nos disse Dr. I.K.Taimini:"O objeto é apenas uma causa instrumental  desconhecida para excitar a imagem mental  que  é  formada  em  nossa  mente.  Vivemos  assim, realmente, num mundo para o exterior  por  um  processo  chamado  'Vikshepa',  em sânscrito. Esse processo de projetar nosso mundo mental para  fora  de  nós,  que deveria ser bastante óbvio para quem quer se dê ao trabalho  de  pensar  sobre  a natureza da percepção sensorial, deve nos convencer de duas coisas. Uma é  que  o mundo em que vivemos está realmente dentro de nós, em nossa mente, e  a  outra  é que, na verdade, estamos vivendo no meio de ilusões as mais grosseiras, sem mesmo atentarmos no fato" (3).

         Esse mecanismo "objetificante" do corpo mental, a alma irascível ou arrogante do platonismo, é o causador da Grande Heresia:a ilusão de ser um eu separado. Ela gera o egoísmo que separa os homens. Por isso, a Sr.a H.P. Blavatsky escreveu: "A mente é o grande Assassino do Real" (4), ou seja, da Unidade de  tudo  que  vive. Acrescente-se a isso que os corpos  astral  e  mental  usualmente  trabalham  tão interligados que poderiam ser vistos como sendo um  único  veículo,  que    foi chamado de 'Káma-manas' (desejo-mente) no budismo esotérico e  de  'Manomaykosha' pelos vedantinos, uma verdadeira "máquina de projetar  ilusões".  Poderíamos  até  imaginá-la como uma "película de filme" constantemente a projetar imagens mentais emocionais na "tela" do cinema que seria, nessa visão alegórica,  o  conjunto  de átomos da matéria física que nos cerca.

A Consciência e seus veículos - Parte II

 


Outras funções do corpo mental são as de desenvolver os poderes da memória  e imaginação, servir oportunamente como  veículo  independente  da  consciência  no plano mental, servir à consciência como veículo do pensamento concreto  bem  como expressá-lo no corpo físico através do corpo astral, cérebro  etérico  e  sistema cérebro-espinal, coordenar movimentos do corpo físico para a ação, etc...         É  importante  compreender,  pelo  menos   parcialmente,   que,   segundo   a Tradição-Sabedoria, o corpo físico, o duplo etérico, o corpo  astral  e  o  corpo mental são todos mortais formando, em conjunto, o eu inferior ou personalidade  - palavra que provém da palavra grega "persona" (literalmente: fonte de onde vem  o som) que era o nome da máscara usada pelos atores nos teatros  da  Grécia  Antiga sendo indicativa do papel que representavam. Assim, o  eu  inferior,  quaternário inferior ou personalidade  seria  a  "camada"  mais  exterior  de  nosso  Ser,  a  "máscara" com que o Eu Superior, a Tríade Superior  ou  Ego  se  manifestaria  no teatro da vida.

         A última função do corpo mental inferior, ou simplesmente corpo  mental,  que  precisamos citar seria a de assimilar os resultados das experiências  vividas,  e passar a sua essência, antes de sua morte, para  o  Ego  Imortal,  o  Homem  Real vivendo em seu corpo mental superior, o Pensador,  como  analisaremos  melhor  em nossa próxima lição. Esses resultados de experiências vividas são  os  "tesouros" que Jesus aconselha ajuntar "no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem,  e onde os ladrões não minam nem roubam" (5).Porém esse "cofre espiritual" que é o corpo mental superior ou corpo  causal, como é mais freqüentemente chamado por acumular  as  "causas"  do  futuro,  sendo constituído da matéria sutilíssima dos 3 subplanos superiores do plano mental  só  pode acumular a essência das mais sublimes experiências de nossas vidas, sendo  a imensa maioria de nossas ações grosseiras demais para atingí-lo.

         O corpo causal é também o veículo do pensamento abstrato, em contrapartida ao corpo  mental  que  é  o  do  pensamento  concreto.  O  pensamento  é   meramente estabelecido de relações entre as imagens presentes em nossa  mente,  caso  essas imagens sejam nomes e formas por um lado, ou conceitos,  leis  e  princípios  por outro, teremos, respectivamente,  pensamentos  concretos  e  abstratos.  Logo,  é natural que o  corpo  causal,  chamado  'Vijnámayakosha'  pelos  vedantinos,  que acumula a essência das experiências, trabalhe no nível das leis e princípios  que se ocultam das formas mais concretas. Platão chama-o de alma inteligível.

         Os outros dois componentes da Tríade Superior  são  de  natureza  ainda  mais  sutil.

         O veículo  búdico  é  aquele  responsável  pela  compreensão  que  ilumina  o pensamento, dele provém a luz de 'buddhi' ou intuição que dissolve as  dúvidas  e desperta a compaixão por todos os seres, visto que no plano  búdico  já  se  pode sentir como absolutamente  real  a  unidade  de  tudo  que  vive.  Esse  veículo, comparado freqüentemente a uma estrela de luz cujos raios tudo  penetram  e  tudo abrangem, tem se identificado com o Cristo Interno, referido  diversas  vezes  na tradição Cristã. Talvez o apóstolo Paulo tenha legado a nós a  mais  bela  dessas referências: "Cristo em vós, a esperança de glória." (7) Por sua  vez,  entre  os vedantinos o veículo búdico era chamado de 'ãnandamayakosha', ou seja, veículo ou envoltura de bem-aventurança. Aquele que  consegue  focar  sua  consciência  nele atinge um êxtase elevadíssimo, somente inferior ao do veículo átmico.


         O veículo átmico, centro da vontade espiritual que nos conduz inexoravelmente pela eternidade através de todas as limitações,  constituindo-se  da  ainda  mais sutil matéria  do  plano  nirvânico.  Foi  comparado  com  "um  círculo  com  sua circunferência em nenhum lugar e seu centro em toda a parte". Como facilmente se nota esses conceitos são demasiados abstratos para que  as palavras possam expressá-los de fato. Tentaremos fazê-lo através de uma alegoria. Como já vimos, a mente do indivíduo poderia ser comparada a uma película de filme constantemente a projetar imagens mentais-emocionais sobre  os  átomos  do  mundo físico. Se  levássemos  essa  alegoria  sobre  os  átomos  do  mundo  físico.  Se levássemos essa alegoria mais adiante, teríamos a luz de buddhi,  proveniente  do veículo búdico, representada pela luz que anima o filme projetando-o na tela,  ou seja, a luz que anima as imagens mentais. A lâmpada que projeta essa luz seria  o veículo átmico. Seguindo o conceito básico  da  Tradição-Sabedoria  que  é  o  da unidade  da  vida,  diríamos  que  embora  existam  diversas  mentes   projetando diferentes películas existe uma lâmpada que projeta a luz  que  as  anima.  Logo, aquele que penetrasse no  centro  de  sua  consciência  "sintonizaria-se"  com  a energia que está condensada em toda a matéria do Universo e, conseqüentemnte,  se sentiria "dentro" de todos os seres. Amaria aos outros como a si mesmo, de fato!

         A energia elétrica que anima a lâmpada  seria  a  Mônada  (proveniente  do  grego  "monos": um), da qual Pitágoras tratou, centro último de nossa consciência que  é também conhecido como a "centelha divina". A Mônada é o centro  eterno  de  nosso Ser, mas ela não é humana porque é  pré-existente  a  tal  condição.  Sobre  essa "alma" foi dito. "A alma do homem é imortal, e o seu futuro  é  o  de  algo  cujo crescimento e esplendor não tem limites" (8).  Ou,  se  preferirmos  o  profético símile da tradição Cristã, nas palavras de Paulo, sobre o futuro do  ser  humano: "Até que todos nós cheguemos à unidade da fé, e do conhecimento do Filho de Deus, o homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (9).

       Talvez agora nós possamos compreender  melhor  a  profundidade  existente  na inscrição do pórtico de Delfos que, como dissemos no início  da  lição,  Sócrates tomou por divisa. Gostaríamos  de  encerrar  essa  lição  com  a  própria  versão socrática daquela inscrição que merece nossa reflexão e que é a seguinte: "Homem: conhece-te a ti mesmo. Assim conhecerás o Universo e os deuses."

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

(1) BLAVATSKY, H.P, A Doutrina Secreta. São Paulo, Pensamento, 1980. v. 2  p. 191.

(2) THE HOLY Bible. King James  Version,  1611.  New  York,  American  Bible Society, 1980. Luke 17:21. (Lucas 17:21)

(3) TAIMNI, I.K. Autocultura; À  luz  do Ocultismo. Rio de Janeiro, Grupo Annie Besant, 1980, p. 98.

(4) BLAVATSKY, H.P. A voz do Silêncio. São Paulo, Pensamento. p. 45 aforismo 4.

(5) THE HOLY, op.  cit, acima nota (2), (Mateus 6:20)

(6) Ibidem, (Colossenses 1:27)

(7)  BLAVATSKY,  op. cit. acima nota (4), p. 61 aforismo 116.

(8) COLLINS, Mabel. O  Idílio  do  Lótus Branco. São Paulo, Pensamento. p. 83.

(9) THE HOLY,  op.  cit.  acima  nota  (2), ,(Efésios 4:13)


Loja Teosófica Virtual – 1996-1998

segunda-feira

O mago Merlin




Os primeiros registros existentes onde consta Merlin (Armes Prydein, Y Gododdin) são do começo do século 10, nele consta que Merlin era um mero profeta, mas o papel dele foi evoluindo gradualmente como mago, profeta e conselheiro, ativo em todas as fases da administração do reinado do Rei Arthur. Ele foi aparentemente chamado ao nascer com o nome de Emrys num local chamado Caer-Fyrddin (Carmarthen). Só depois ele tornou-se conhecido como Merlin, uma versão latinizada da palavra gaulesa, Myrddin.

Merlin era o filho bastardo da Princesa Real de Dyfed. Porém, o Rei, pai da princesa, Meurig ap Maredydd ap Rhain, não é encontrado nas genealogias tradicionais deste reino e provavelmente era um sub-rei da região que limita Ceredigion. O pai de Merlin, é dito, era um anjo que tinha visitado a Princesa Real e tinha a deixado com a criança. Os inimigos de Merlin diziam que o pai dele era um incubus, um espírito mau que tem relacionamento com mulheres enquanto dorme. As pessoas suspeitavam que a criança "diabólica" (Merlin) veio para ser um contra peso à boa influência que Jesus Cristo teve na terra. Merlin, felizmente, foi batizado cedo em vida, é contado que este evento negou o mal na natureza dele, mas os poderes do lado esquerdos ficaram intactos nele. A história original foi inventada para salvar a mãe dele do escândalo que teria acontecido presumivelmente a ligação dela com Morfyn Frych (o Sardento), Príncipe secundário da Casa de Coel, ato de conhecimento público.

A lenda nos conta que a retirada romana da Inglaterra e a usurpação do trono dos herdeiros legítimos, fez com que Vortigern fugisse da saxônia e fosse para Snowdonia, em Gales, na esperanças de construir uma fortaleza em uma montanha em Dinas Emrys onde ele poderia estar seguro. Infelizmente, a construção vivia desmoronando e os feiticeiros da casa de Vortigern lhe falaram que um sacrifício de uma criança órfã resolveria o problema. Uma pequena dificuldade foi isto pois aquelas tais crianças eram bastante difíceis de serem encontradas. Felizmente para a fortaleza de Vortigern, Merlin era conhecido por não ter nenhum pai humano e o disponibilizaram.

Antes que o sacrifício pudesse acontecer, Merlin usou os grandes poderes visionários dele e atribuiu o problema estrutural a uma piscina subterrânea no qual viveu um dragão vermelho e um dragão branco. O significado disto, de acordo com Merlin, era que o dragão vermelho representou os Bretões, e o dragão branco, os Saxões. Os dragões lutaram, dragão branco levou a melhor, no princípio, entretanto o dragão vermelho empurrou o branco para trás. O significado estava claro. Merlin profetizou que Vortigern seria morto e o trono seria tomado por Ambrosius Aurelianus, depois Uther, depois o grande líder, Arthur. Caberia a ele empurrar os Saxões para trás.

De acordo com a profecia, Vortigern foi morto e Ambrosius tomou o trono. Depois, Merlin parece ter herdado o pequeno reino do avô dele, mas abandonou as terras dele em favor da vida mais misteriosa para a qual ele se tornou tão bem conhecido (a vida druídica). Depois que 460 nobres britânicos foram massacrados na conferência de paz, como resultado do artifício saxônio, Ambrosius consultou Merlin sobre erguer um marco comemorativo a eles. Merlin, junto com Uther, levou uma expedição para a Irlanda para obter as pedras do Chorea Gigantum, o Anel do Gigante. Merlin, pelo uso dos poderes extraordinários dele, devolveu as pedras para um local, um pouco a ocidente de Amesbury, e os reergueu ao redor da sepultura da massa dos nobres britânicos. Nós chamamos este lugar Stonehenge.

Após a sua morte, Ambrosius teve como sucessor o seu irmão, Uther, quem, durante a perseguição dele a Gorlois, conheceu a esposa irresistível de Gorlois, Igraine (Ygerna ou Eigr em alguns textos), Uther voltou para as terras em Cornwall, onde foi pedir para Merlin ajuda-lo a possuir Igraine, e para Merlin ajuda-lo, Uther teve que fazer um trato com Merlin de que a criança que nascesse da união de Uther com Igraine fosse dada a Merlin para ele se torna o tutor da criança, Uther aceitou e foi ajudado por Merlin que o transformou na imagem de Gorlois. Uther entrou no castelo de Gorlois e conseguiu enganar Igraine a pensar que ele era o marido dela, e engravidou-a, concebendo ela uma criança, Arthur. Gorlois, no entanto não sabendo no que iria acontecer, saiu para encontrar-se com Uther no combate, mas ao invés, foi morto pelas tropas de Uther, enquanto Uther se passava por Gorlois.

Depois do nascimento de Arthur, Merlin se tornou o tutor do jovem menino, enquanto ele crescia com o seu pai adotivo, Senhor Ector (pseudônimo Cynyr Ceinfarfog). No momento definindo da carreira de Arthur, Merlin organizou uma competição da espada-na-pedra (a espada era Caliburnius e não a Excalibur, Excalibur veio após Arthur quebrar Caliburnius) pela qual o rapaz se tornou o rei. Depois, o mago conheceu a mística Dama do Lago na Fonte de Barenton (na Bretanha) e a persuadiu a presentear o Rei com a espada mágica, Excalibur. Nos romances, Merlin foi o criador da Távola Redonda, e esta sempre ajudando e dirigindo os eventos do rei e do reino Camelot. Ele é pintado por Geoffrey de Monmouth, ao término da vida de Arthur, acompanhando Arthur ferido para a Ilha de Avalon para a curar das feridas dele. Outros contam como tendo se apaixonado profundamente por Morgana, a meia irmã de Arthur, e ele concordou em lhe ensinar todos seus poderes místicos. Ela ficou tão poderosa que as habilidades mágicas dela "excederam" às de Merlin. Determinou que não seria escravizada por ele, e prendeu-o em um calabouço, uma caverna semelhantemente a uma prisão. Assim a ausência dele na Batalha de Camlann era no final das contas responsável pelo falecimento de Arthur.

As profecias de Merlin

Cruzadas:
“Depois que a coisa nascida anteriormente na parte de Jerusalém [o Cristianismo] tenha a idade de 1250 anos, grande multidão de cristãos irá além-mar combater contra os sarracenos, e tais cristãos serão quase todos mortos” [e não deu outra].


Descobrimento da América - Escravidão:
“Maior será a terra, porque na Terra haverá terras. Homens selvagens [nativos americanos] conhecerão os homens que virão do mar. E depois os navios levarão ouro [e como saquearam nossas riquezas...]. Escrava será a África. Mas a África dominada escrava, dominará.”


Revolução Francesa:
“Pouco antes que a coisa anteriormente nascida em Jerusalém tenha terminado a sua décima oitava idade (século 18), por mais que tenham sido as proezas de seus antepassados, nesse tempo os franceses serão mais odiados do que foram seus antepassados. O sangue cairá sobre a Gália (França) e a cabeça do rei será cortada. E a cabeça da rainha será cortada. E a cabeça do príncipe será cortada. E a cabeça de tantos amigos do rei serão cortadas. Será tempo de terror. Muitas pessoas derramarão seu sangue e o vento se deslocará por muitos céus; e do vento nascerão novas leis” [Ventos da liberdade inspirados na Revolução Francesa]


AS TRÊS POTÊNCIAS MUNDIAIS - A III GUERRA MUNDIAL - O GRANDE MONARCA
“O mundo será um gramado. E sobre o gramado brincarão três meninas [EUA,Europa + China-Rússia]. Mas sob a Terra eu vejo fogo. E, quando uma dessas meninas lançar a pedra, todas as três meninas serão atingidas. Sobre o gramado haverá fogo e sobre cada chama estará escrito um nome. Mas o nome foi escrito para ser esquecido”.

“Quando a Santa Mãe do Senhor aparecer em vários lugares [as aparições da Virgem] e quando Pedro [o Papa] tiver dois nomes [João Paulo], será o momento de se preparar, pois a sexta hora está próxima” [sexta hora é a hora da agonia].


A BABILÔNIA MODERNA
“Do mar virá grande luxúria, muitas mulheres e muitos homens serão arrastados, e esse será um dos sinais de que o mundo está mudando. Em todo lugar haverá Babilônia [degeneração], e a visão de muitos justos será ofuscada pela fumaça de Babilônia..." [a indústria do cinema e da pornografia espalhou-se já pelo mundo].


MUDANÇA DA IGREJA
“O Pastor [papa] condenará e depois abençoará a Bretanha [já houve o cisma da igreja anglicana; recentemente houve a reunião das duas]. Muitas coisas não serão como antes. Roma beberá no mesmo cálice. De Roma sairá uma excomunhão [cisão?], enquanto a guerra será cruenta em Jerusalém [Isso se aplica aos nossos dias]. Depois da festa haverá o saque. Paulo [a igreja] e Pedro [o papa] estarão afastados de Roma, e muitos serão condenados ao exílio. Na Grande Ilha do Mar [Inglaterra] chegará Paulo, quando em Jerusalém estiver mudado. Apenas uma parte do clero acompanhará Paulo [a igreja] a Ilha... O seu governo terá a marca da paz. E ensinarão uma nova maneira de viver.” [Outros profetas dizem que o papa terá que abandonar Roma; Merlin diz aqui que ele irá para a Inglaterra]

“Depois da festa haverá o saque”. E tudo coincide com o “canto” do outro Mago, o Ladino: “Mudam as bandeiras, muda a fanfarra, mas a história é sempre amarga... Pedro [o papa] retorna. Mas sobre a grande cúpula [Basílica de São Pedro] no lugar da cruz haverá um bastão.”


O FIM DOS TEMPOS
“O dragão [anticristo] aparecerá vitorioso, cheio de honrarias. Mas será bom que os homens mantenham seu olhar fixo sobre a Toscana [Itália], pois será desse lado que aparecerá o dragão [o anticristo dentro da igreja]. E ali serão sacrificadas as virgens [os inocentes pelos casos de pedofilia em todas as partes]. O litoral de Cartago [norte da África] será tragado pelo mar e outras terras serão desfiguradas [as primeiras catástrofes]. É o tempo do dragão [pleno domínio do anticristo] da Babilônia... Quando o dragão da Babilônia chegar ao fim [fim do materialismo ateísta], muitos sinais prodigiosos surgirão no céu. E muitos sinais prodigiosos brotarão da terra africana [surgimento de novas terras]. As cidades dos seguidores do dragão serão destruídas" [as grandes metrópolis do mundo].

“Perto do fim do mundo, quando o sol e a lua mudarem [chegada de Hercólubus], os grifos virão para comer o trigo. Os países serão cheios de lágrimas [doenças e carestia de alimentos e água]. O sol demorará no Oriente e a lua no Ocidente [os dias serão mais longos]; e não cumprirão mais o seu curso [haverá deslocamento de órbita da terra como predito por Nostradamus]. Na época em que os homens e mulheres terão filhos mais raramente [controle da natalidade - hoje em dia], as pessoas perderão a fé e o mundo será extremamente mau; os pequenos [crianças] serão esmagados [a vida humana hoje não vale nada e a violência virou banalidade]. Os grifos voarão sobre o Egito" [é no Oriente Médio que deve iniciar a III Guerra. Os Grifos de Merlin podem ser aviões de guerra e/ou mísseis]

“Perto do fim do mundo, o papa e os cardeais terão que fugir de Roma para um local onde passarão despercebidos, sob circunstâncias difíceis. Ele [o papa] morrerá de forma cruel em seu exílio [é o que muitos prevêem para o último papa]. Os sofrimentos da Igreja serão maiores do que em qualquer tempo passado de sua história” [karma pelas atrocidades cometidas no passado].


O LEVANTE MUÇULMANO
“Antes que a coisa nascida em Jerusalém tenha 20 anos, o Oriente se inflamará entre o Eufrates e o Nilo e muita gente morrerá [guerra do Iraque]. Haverá um papa que não se atreverá a olhar para Roma [João Paulo II não olhou para Roma; olhou para o mundo]. Uma coisa parecida que os romanos têm que saber é que antes desse papa falecer, Nosso Senhor lhe fará sofrer uma tal vergonha que não terá paralelo [isso bem poderá ser aplicado a Bento XVI]. É necessário que os romanos [católicos-cristãos] saibam, entre outras coisas, que a partir de então começará sua destruição passo a passo, e que será por seus pecados...” [Sem dúvida, a igreja romana cavou a própria sepultura...]


GRANDE PERSEGUIÇÃO CONTRA A RELIGIÃO
“O culto da religião [católica] será destruído completamente, e a ruína das igrejas [construções] estará clara para todos verem. A raça que é oprimida prevalecerá no fim, porque resistirá à selvageria dos invasores... Se levantará o Verme Alemão. O Lobo do Mar exaltará o Verme... A religião [o catolicismo] será destruída pela segunda vez e os olhares dos primazes serão movidos para outros lugares". [Raça oprimida hoje são os árabes, que tem sofrido sucessivos ataques e invasões no último século]..