Panacéia dos Amigos

terça-feira

A Mensagem de Blossom Goodchild

Uma médium chamada Blossom Goodchild enviou pela Internet um comunicado em que alega ter canalizado uma mensagem extraterrestre. Segundo a mesma, os seres extraplanetários anunciam que uma das suas naves espaciais aparecerá na Terra, hoje, dia 14 de Outubro de 2008 e ficará visível, de forma bastante clara, durante 3 dias, comprovando de forma definitiva para todos neste planeta, que existem outras formas de vida no universo. Obtive uma cópia escrita da mensagem e deixo aqui na Panacéia . Verdade ou pura fantasia, não deixa de ser um fato curioso e por via das dúvidas, observarei o céu esta noite. E como disse o Marcelo Tas, hoje, bem que a humanidade merecia esse susto.

A MENSAGEM:

PARA LÍDERES, GOVERNADORES, POLÍTICOS E TODOS OS POVOS E PESSOAS DA TERRA....

Queremos que seja compreendido que no dia 14 do seu mês de Outubro do ano de 2008, uma grande nave será visível no céu. Ela estará no hemisfério Sul e passará sobre muitos dos seus estados.

Nós fornecemos a vocês o nome de Alabama*.

Foi decidido que permaneceremos dentro da sua atmosfera por um mínimo de três dos seus períodos de 24 horas.Durante este período, haverá muita agitação no seu plano terreno. Suas autoridades mais elevadas invadirão o "nosso" espaço aéreo. Esta "área de segurança" é necessária para nós, pois haverá uma "farsa", criada por aqueles entre vocês que tentarão negar que nós viemos em AMOR.

SAIBA ISTO:

NÓS VIEMOS PARA AJUDAR O SEU MUNDO. NÓS NÃO VIEMOS PARA DOMINAR. NÓS NÃO VIEMOS PARA DESTRUIR. NÓS VIEMOS PARA LHES DAR ESPERANÇA

Nós somos seres de outros planetas, que durante muitas eras do tempo de vocês temos nos preparado para os dias que estão se aproximando. Nós pedimos para cada alma que ler estas palavras para aceitar nos seus corações a verdade mais profunda, pois no fundo dos teus corações está o conhecimento que isto deverá acontecer. Haverá muitos que negarão. Haverá muitos que ignorarão.Haverá muitos que SABERÃO desta VERDADE.Não importa qual deles você é...entenda isto.IRÁ ACONTECER Nós lhes daremos a oportunidade de filmar e fotografar esta nave. Não haverá um contato na forma que aqueles do seu planeta gostariam. Nesta apresentação inicial nós apenas apresentaremos a nossa nave a vocês. Nós dizemos a vocês...esta aparição certamente será suficiente para compreenderem inicialmente.Serão tentados diversos métodos para atravessar a nossa barreira de segurança, mas eles não terão sucesso. Até nós podermos provar para vocês que nós viemos em AMOR, nós não permitiremos um contato mais próximo.

SAIBA DISTO...ESTE É O INÍCIO E NÃO O FIM

Os seus governos e a mídia tentarão nos esconder, mas isto falhará. Todas as vias foram antecipadas e cobertas por nós.A mídia não terá escolha, a não ser exibir a VERDADE, pois ela estará lá para todos verem.Amigos da Terra, não tenham medo. Nós convidamos vocês a CONFIAREM que nós viemos para trazer a queda daqueles que têm más intenções para com o bem estar do seu planeta.Se nós não intervirmos agora, como foi planejado há muitas eras do seu tempo terreno, temos receio que será tarde demais.

NÓS PEDIMOS QUE VOCÊS NOS ACEITEM COM AMOR, POIS , É POR AMOR QUE VIEMOS

As conversas que dizem que vocês foram informados sobre nós por meio de filmes, etc. não é "faz de conta". Nós temos plantado e regado algumas sementes de verdade no seu planeta em preparação para estes dias.

POIS, SEM DÚVIDA, NÓS VIEMOS EM PAZ.

Encham os seus corações com confiança nesta informação. Nós somos os seus irmãos e irmãs de outros lugares. Nossa tecnologia é muita avançada. Existem pessoas em altos postos nos governos que SABEM muito bem disto, e, portanto não adiantaria eles fingirem que precisam de armas para nos destruir No dia da nossa aparição, nós pedimos a vocês que escutem ao coração de vocês, e NÃO escutem as palavras daqueles que estarão com muito medo de perder o seu poder.Por muito tempo o seu mundo viveu sob uma "nuvem", desconhecida pela maioria de vocês. Se vocês conhecessem a verdade sobre o que foi escondido, vocês ficariam muito chocados.Chegou a hora das suas almas serem permitidas a ser quem elas são. O véu será removido.

SINTA-SE FELIZ. É HORA PARA ISTO.VOCÊ SABERÁ DISTO QUANDO O SEU CORAÇÃO ACEITAR A VERDADEIRA RAZÃO PARA A NOSSA VINDA PARA TRAZER UMA COMPREENSÃO DE AMOR. SAIBA ISTO

Nós escolhemos parar por aqui. Fique vigilante. Mantenha os olhos no céu. Mantenha AMOR no seu coração. Nós... a Federação da Luz nos despedimos, deixando encorajamento e esperança ao começarmos a ascensão para o novo mundo.Cada um de vocês escolheu estar aqui para esta ascensão. Agora você precisa decidir se a sua forma humana fará a mesma escolha...Aceite a ascensão com AMOR, ou rejeite-a com MEDO.

Que o aspecto mais elevado da sua alma te encha de luz na medida em que você avança bravamente para a frente.

Gratidão a todos aqueles que nos ajudam nesta causa.

quinta-feira

Se os Tubarões Fossem Homens - Bertolt Brecht

Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quantos animais.

Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo.

Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres têm gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões.

Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.

Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.

Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.

Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.

As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Elas ensinariam os peixinhos que entre eles e os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.

Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos Da outra língua silenciosos seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas goelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.

Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as goelas dos tubarões.

A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as goelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos.

Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.

Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.

Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.

Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

Sobre o (a) autor (a):

Bertolt Brecht (1898-1956), nascido em Augsburgo. Escritor e dramaturgo alemão, além de grande teórico teatral. Desde menino escrevia poesias de forte conteúdo social.

terça-feira

As sementes longínguas

Décadas atrás, uma inglesa. Lady R. acreditava firmemente nas panspermia e na coexistência cósmica e testou todas as suas adeptas com suas teorias.

Tratava-se de fecundar algumas jovens com sementes de seres do cosmos transportadas sobres ondas-luz. Lady R. tentara ela mesma a experiência, mas não obteve êxito. Concluiu que sua idade – cerca de sessenta anos – se prestava mal para a tentativa.

A experiência continuou com belas e jovens virgens que, deitadas nuas numa propriedade privada, procuravam aventuras com as estrelas. Algumas telas judiciosamente colocadas faziam convergir uma luz densa, mas atenuada, para evitar queimaduras. Dessa forma, julgavam aumentar as probabilidades de inseminação.

As virgens que Lady R. destinava a serem mães de uma nova humanidade eram, devido ao papel eminente que lhes poderia caber, alimentadas segundo o método vegetariano, mantidas fora do contato humano, como as vestais, só tinham o direito de ler a Bíblia.

Elas formavam dois clãs: um submisso a panspermia das estrelas, era composto por jovens que deviam viver completamente nuas desde o pôr do sol até o amanhecer; o outro – menos numeroso – era consagrado à fecundação solar, e as garotas, deitadas sobre leitos portáteis orientáveis segundo a deslocação do astro, oficiavam desde a aurora até o crespúsculo.

De ínicio, os resultados não foram nada encorajadores. Lady R. começava a duvidar da sua teoria quando uma das jovens começou a apresentar os sintomas de uma maternidade que o médico confirmou. Alguns meses mais tarde, teve um aborto.

Lady R., que sempre tivera um grande cuidado em afastar o "sexo forte" de seus assuntos, proclamou que a "coisa" e o filho de um homem do espaço. A imprensa zombou do caso e ninguém acreditou na jovem mãe – ela afirmava ser virgem –, nem na velha senhora , que morreu entre os seus fantasmas...

Fonte:História desconhecida dos homens-Robert Charroux

segunda-feira

A explosão sobre a Taiga

Em 30 de junho de 1908, às 7h da manhã , os habitantes da região de Kansk, na Sibéria, viram um rastro fulgurante iluminar o céu e perder-se ao longe na estepe. Ouviu-se uma formidável explosão. No mundo inteiro, os sismógrafos registraram uma nítida sacudidela, cujo o epicentro se situava a nordeste do lago Baikhal.

A Academia de Ciências de Moscou enviou para o local o Prof. Kulik, que registrou , entre a tribo nômade dos evenk, espantosas declarações:

"Estávamos a 80 verstas (85 quilômetros) de Tungusska e vimos o fogo".

"O calor era tão intenso que nos deitamos no chão".

"Eu", disse uma testemunha, "tive medo de que o fogo pegasse na minha blusa".

Numa aldeia do distrito de Podkamênnaia Tungusska, morreram repentinamente 1 500 renas...

Os nômades acreditaram que se tratava do fim do mundo, prova de que o cataclismo, todavia tão afastado deles como Chartres de Paris, era de uma intensidade sem precedentes.

Nas noites que se seguiram, produziram-se estranhos fenômenos na Europa setentrional. O céu foi invadido por nuvens fosforescentes que iluminaram, como se fosse dia, Berlim, Copenhague e Londres.

No entanto, o prof. Kulik concluiu simplesmente que se tratava da queda de um enorme meteoro.

O caso não devia ficar por ali: em 1958, a Sociedade Russa de Astronomia e da Geodesia, ao examinar de novo o problema, declarou formalmente que a 30 de junho de 1908 nenhum meteoro caíra sobre a taiga, e que a explosão se produzira não ao contato com a Terra, mas no espaço.

Em 1959, o Prof. Gucorgui Piekhanov e, em 1962, o Prof. Zigler anunciavam por sua vez:

Sobre o local do cataclismo, a cratera não se assemelha de forma alguma a uma cratera de meteoro e captamos no dito local uma radioatividade intensa.

Tudo nos leva a crer que se trata de uma explosão nuclear produzida a certa altitude na atmosfera, ou ainda da desintegração de um bloco de antimatéria.

Admitiu-se então uma outra hipótese: desintegração de uma nave espacial.

Lucien Barnier, especialista francês em questões científicas, que fez inquéritos a respeito da "Hiroshima de 1908", tomou resolutamente partido por esta explicação:

"Numerosas testemunhas", escreve ele , "descreveram o estranho engenho sob a forma de um tubo ou de uma acha. Já alguma vez se viram meteoros cilíndricos?"

E, no capítulo dos fatos curiosos, acrescentou em subtítulo ao seu artigo: "Um cogumelo de 80 quilômetros de altura...três dias sem noite em Londres e em Tóquio...e de 52 anos para cá a erva não voltou a nascer...

Fonte: História desconhecida dos Homens-Robert Charroux

sexta-feira

Bomba Atômica de Luís XV

Uma espécie de bomba atômica foi efetivamente experimentada no século de Luís XV e passou quase despercebida. Eis a forma como Paris Presse, do dia 21 de maio de 1957, apresenta os fatos:

"Luís XV, embora falecido há 183 anos encontra-se atualmente ligado à controvérsia que opõe partidários e adversários do prosseguimento das experiências atômicas."

Num artigo em que se erguia contras essas experiências , o jornalista inglês James Cameron, do New Chronicle, evoca o grande exemplo de prudência dado por Luís XV, caso se acredite pelo menos na seguinte passagem, extraída de uma crônica inglesa do século passado, o Livre de Jours, de Chambers:

Luís XV , embora nem sempre tenha tido uma vida privada exemplar, não deixava de possuir certas virtudes, sempre apreciáveis quando existem em alto grau...

Um nativo de Dauphiné, chamado Dupré, que passara a vida fazendo experiências de química, declarou ter descoberto uma espécie de fogo tão rápido e tão devastador que não podia ser nem evitado, nem combatido e a água ativava o seu poder em vez de destruí-lo.

No canal de Versalhes, na presença do rei, e no pátio do arsenal em Paris, Dupré fez experiências e o resultado consternou os assistentes. Quando ficou claramente demonstrado que um homem na posse desse segredo podia queimar toda uma frota, ou destruir uma cidade apesar de toda a resistência, Luís XV proibiu que a invenção fosse divulgada.

Embora nessa altura ele estivesse muito preocupado devido a uma guerra contra os ingleses, cuja frota seria de grande vantagem destruir, recusou utilizar a dita invenção, a qual, pelo contrário, mandou suprimir para bem da humanidade.

Dupré morreu algum tempo depois, e o seu segredo foi com ele para o túmulo. Semelhante história parece inacreditável; todavia, não parece impossível, dado o progresso da ciência, que um dia seja inventado um fogo capaz de efeitos tão formidáveis que a guerra se transformaria num absurdo e ao mesmo tempo impusesse a organização de uma política geral das nações destinada a impedir os países de entrarem em hostilidade uns contra os outros.

Este texto foi redigido há mais de um século...teria sido mesmo um armamento semelhante ao poder atômico ter sido elaborado no reinado de Luís XV? Quantas invenções teriam sido suprimidas pelo medo ou interesse dos governantes do mundo? O que haverá de extraordinário em nossos dias que permanece oculto pelos mesmos interesses? Assuntos para refletir...

Acredite se quiser

"Acredite...(pausa dramática aliada a sorriso irônico de Jack Palance)...se quiser!"

Esta é uma memória bastante nítida da infância, o programa de TV "Acredite se quiser". Era um desafio para minha coragem e curiosidade infantil assistir o programa. Afinal, suas histórias bizarras poderiam fornecer pesadelos e temores por toda uma noite de sono (adicione isto, a viver numa área rural, aonde não havia iluminação externa e falta de luz era uma constante e, então, temos um desafio de envergadura assombrosa).

Mas, era um desafio fascinante, e hoje, lembro com saudades dos sustos e descobertas do quanto o mundo era estranho. Quantas histórias surpreendentes e estranhas haviam para ser contadas naquelas tardes de domingo na saudosa TV Manchete.

O nome original é Ripley's Believe It or Not! que era, originalmente, uma coluna publicada em centenas de jornais em todo o mundo, apresentando fatos inusitados e inacreditáveis, no entanto, apontados como histórias reais.

Tempos depois, foi criado o programa de televisão, produzido pela rede americana ABC de 1982 a 1986, e exibida pouco depois no Brasil pela Rede Manchete. Era apresentada pelo ator Jack palance, acompanhado de sua filha Holly Palance, a atriz Catheryn Sherriff e a cantora Marie Osmond.

Tal como a coluna, o programa de TV se tornou um sucesso mundial exibindo casos incríveis. Rituais de acasalamento de tribos zulus, animais de três cabeças e outras histórias bizarras e misteriosas eram mostradas em blocos, e sempre finalizados com a presença de Jack Palance oferecendo o desafio: "Acredite...se quiser."

A franquia abriu uma nova série, mas apresentada por Dean Cain (o superman da série "Louis e Clark"), e não pude assistir ainda, mas guardo reservas considerando o apresentador. Afinal, a expressão divertida e quase demoníaca de Jack ao lançar o desafio era uma marca difícil de ser reproduzida.

De qualquer forma, fica a lembrança divertida deste programa que foi uma espécie de "pai" da curiosidade pelo insólito e misterioso em mim durante minha infância (hmm...será que a "mãe" foi o "Isto é incrível" do show de calouros do SS?) e por que não? "pai" da "Panacéia dos mistérios", presente neste blog.

"Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia" ( William Sheakespeare, em Hamlet)

Vídeos:

Abertura - http://www.youtube.com/watch?v=3xd1_3W24Hc

Comercial - http://www.youtube.com/watch?v=j5iQjxtC2OI&feature=related

quinta-feira

Entrevista com o DUO SIQUEIRA LIMA

Retorno, uma vez mais, com a “Panacéia das Entrevistas”. E, para minha imensa honra e alegria, trago aos visitantes deste blog aquele que é considerado um dos melhores grupos violínisticos da A mérica Latina e do qual gosto muito : o DUO SIQUEIRA LIMA!

Após acumularem vários prêmios como solistas, os violonistas Cecilia Siqueira e Fernando Lima se uniram no ano de 2002 com a intenção de juntarem as vivências musicais e culturais latino-americanas, além da formação erudita que cada um obteve, para formarem um duo de violões. Desde o ínicio deste trabalho, o duo vem recebendo críticas excepcionais, conseguindo uma rápida projeção nacional e internacional. Contando aproximadamente com cinco anos de existência, eles gravaram dois discos, "Tudo ConCorda" e “Lado a Lado”, se apresentaram em quase todo Brasil e vem realizando concertos em paises como Uruguai, Argentina, Espanha, Itália, Inglaterra, Áustria, Suíça, Irlanda, Hungria e Rússia.No Brasil, eles têm realizado concertos em importantes séries e festivais, já tendo se apresentado em diversos estados e gravado em vários programas de rádio e TV.

Claramente se percebe que toda essa repercussão se deve a entrega verdadeira do Duo à sua paixão pela música. Algo que não se mesura ou analisa de maneira exata, porque se trata de sentimento. Um sentimento que eles transmitem intensa e sinceramente ao seu público em suas apresentações. Confiram os links no término desta entrevista para conhecer o trabalho notável destes músicos sinceros, generosos e brilhantes.

A PANACÉIA ESSENCIAL: Contem-nos como se deu o interesse de vocês pela música e, conseqüentemente pelo violão? Comentem a tradição musical da região aonde nasceram e, como se deu a educação musical de cada um.

Cecilia – O meu interesse pela música foi inevitável. Nasci numa família de músicos profissionais, avôs, tios e pais todos unidos pela mesma paixão. Meu pai e minha mãe são professores de violão e foi com eles que dei os meus primeiros passos na música aos meus cinco anos de idade. O violão é um instrumento muito arraigado na cultura do meu país (Uruguai), e sempre tivemos grandes intérpretes de destaque internacional.

Fernando – Sou do interior de Minas Gerais, desde que me entendo por gente tinha uma violinha de brinquedo em minhas mãos, meu avô e meu pai sempre me incentivaram a ser um violeiro, então cresci ouvindo este tipo de música, como “Tonico e Tinoco”, “Tião Carreiro e Pardinho” etc. E foi com seis anos de idade que fiz minha primeira apresentação em público tocando viola caipira. O violão eu vim me interessar aos treze anos, ouvindo um disco de Dilermando Reis, foi amor a primeira audição.

APE - Quais professores se destacaram durante o aprendizado individual de cada um e o que vocês consideram que aprenderam de mais importante com cada um deles?

Cecilia – Todos os professores foram importantes, mais dois deles tiveram especial destaque no meu aprendizado: o professor César Amaro, foi quem me influenciou a escolher esta profissão e me deu as bases fundamentais para realizar uma carreira musical. E o professor Henrique Pinto, quem me ensinou a imprimir uma personalidade no meu som e foi o principal incentivador do nosso duo.

Fernando – Tive três professores, todos foram muito importantes. Luiz Carlos da Silva foi meu primeiro professor, quem me iniciou no violão clássico, ele é um músico muito eclético, o que me influenciou muito nesse aspecto de trabalhar com vários estilos etc. Depois estudei com Marcelino Diogo Leite, no “Conservatório Estadual Marciliano Braga”, em Varginha-MG, que foi quem me apresentou Henrique Pinto, que viria ser mais tarde meu principal mestre e mentor.

APE – Falem-nos agora como se deu o encontro que fez convergir estes dois caminhos para que se formasse o Duo Siqueira Lima. E gostaríamos de saber ainda, um pouco sobre a trajetória do Duo, e sobre os CDs lançados.

Duo Siqueira Lima – Nosso primeiro encontro se deu em um concurso internacional de violões, realizado em Caxias do Sul – RG (2001). Foi um momento de grande felicidade para nós dois, pois tivemos a honra de dividir o primeiro prêmio deste concurso, o que deu um grande empurrão em nossas carreiras, que até então era de solistas. E daí surgiu uma paixão musical simultânea entre nós dois e no ano seguinte já começamos a fazer algo juntos, mas a princípio não era nada muito sério... Fazíamos participações um no concerto do outro etc., até que surgiu a oportunidade de gravarmos o primeiro disco. Daí para cá fomos nos dedicando cada vez mais para o duo até que se transformou em nossa atividade principal. Gravamos dois CDs, Tudo ConCorda e Lado a Lado e completamos este ano dez turnês pela Europa, onde percorremos Espanha, Itália, Áustria, Suíça, França, Inglaterra, Irlanda, Hungria, Polônia, Belarus, Ucrânia e Rússia.

APE – O violão tem a característica natural de situar-se na tênue linha entre o popular e o clássico. Isto exige um preparo diferenciado do músico que se dedica apenas a um destes caminhos? O duo prefere trilhar esta fronteira sutil, ou situa-se mais em direção a um destes pólos

Duo Siqueira Lima - Acreditamos que o preparo diferenciado que pode haver em cada um destes caminhos é a vivência musical. Por exemplo, é difícil você ouvir um russo tocando bem música brasileira, porque não basta apenas ler bem partitura, tem algo a mais ali que só quem ouviu nossos ritmos desde criança pode captar, ou alguém que se aprofundou um bom tempo neste estilo. Nós temos formação erudita, mas as nossas raízes musicais são populares, crescemos ouvindo o nosso folclore e as nossas primeiras apresentações em público foram neste gênero, pensamos que é por isto que o duo transita com naturalidade entre o clássico e o popular. Nós trabalhado com a mesma intensidade estes dois caminhos e muitas vezes estamos na fronteira entre um e outro.

APE – Quais violões vocês tem usado ultimamente em suas apresentações? Há alguma característica que agrada mais a vocês?

Duo Siqueira Lima - Os nossos violões são fabricados pelo luthier Sergio Abreu, o principal construtor de violões do país. O que mais nos chamou a atenção neste instrumento é a profundidade sonora que possui, aliada a uma perfeita sustentação das notas, coisas que são muito raras de se encontrar nos instrumentos de corda. Particularmente os nossos violões estão com mais de 20 anos de construção, o que destaca ainda mais as qualidades que acabamos de descrever.

APEFalemos a respeito do repertório que estão tocando atualmente. Algum comentário especial sobre alguma obra?

Duo Siqueira Lima - Atualmente estamos apresentando nos concertos um repertorio variado, começando com compositores do período barroco como D. Scarlatti e J. S. Bach e compositores do Século XX, como Joaquin Rodrigo e Astor Piazzolla. Na segunda parte entramos com coisas mais originais, tentamos trazer para o violão obras e compositores que ainda não foram explorados neste instrumento, como Dominguinhos, João Bosco, Gilson Peranzzetta, entre outros, que é o que mais tem caracterizado nosso trabalho. Um bom exemplo é a “Fuga pro Nordeste” de Dominguinhos, um “arrasta pé” que dificilmente se imaginaria no repertório violonístico, e que se tornou a peça mais comentada do nosso último disco.

APE – Como se dá a rotina de estudos e trabalho no dia a dia do Duo Siqueira Lima? Imagino que são muitos ensaios, ainda me impressiona a apresentação de vocês tocando a canção "Tico-tico no fubá" a quatro mãos, foi auspicioso. Penso no grau de dificuldade e o tempo de ensaio que foi necessário.

Duo Siqueira Lima - Nós trabalhamos o dia todo. De manhã geralmente fazemos um estudo mais minucioso das obras mais frescas, repetindo cada trecho necessário. À tarde damos uma passada no repertório, muitas das vezes gravamos os nossos ensaios para ter uma noção maior do que realmente está soando. Mas não temos horários fixos, só paramos quando alcançamos o nosso objetivo. Agora, isto muda completamente quando estamos em turnê, aí é só aquela passada e palco.

Os ensaios para ‘Tico-Tico no fubá’, que tocamos a quatro mãos, foram especiais porque tivemos que adquirir uma nova concepção de precisão. Requer uma sincronia infalível, e como se não bastasse, temos que deixar a impressão de que é fácil, uma brincadeira, rs.

APE – O público popular, a massa populacional propriamente dita, encontra sérias dificuldades de ter acesso a música erudita. O cenário da música erudita no país está muito aquém em termos da merecida divulgação e reconhecimento público. Como músicos profissionais e talentosos envoltos nesse cenário, qual é a análise que fazem e que perspectivas vislumbram para o futuro?

Duo Siqueira Lima - Realmente a musica que tem uma elaboração maior, seja clássica ou popular, fica fora dos meios de comunicação massivos o que não da à oportunidade das pessoas nem se quer saber o que é uma música de qualidade. Mesmo assim, no Brasil temos meios que ainda mantém estes valores e fazem a difícil arte da difusão cultural.

O que vislumbramos é mostrar nosso trabalho para todo Brasil. Isto não é uma missão muito fácil, atualmente temos tido mais espaço no exterior, esperamos inverter este fato.

APE- Enfim, gostaria de agradecer profundamente a participação do Duo Siqueira Lima, cujo trabalho sou um fã confesso, e pedir que deixem uma mensagem aos leitores da Panacéia Essencial e algum conselho, em especial, aos que pretendem um dia ser tornarem bons músicos.

Duo Siqueira Lima Bom, a mensagem e o conselho é que nunca sejam conformados, como músicos e como ouvintes. É sempre necessário buscar conhecer coisas novas no universo musical, e não se contentar somente com o que vemos e ouvimos nos principais canais de TV e rádio do país. E para quem quer ser um bom músico é importante se dedicar ao máximo, porque toda arte exige dedicação. E seguir os passos de “gigantes” de nossa cultura, pessoas que se doaram à música, chegando ao topo da pirâmide, deixando uma marca indelével no universo musical do nosso país e no mundo.

Também queremos agradecer a “A PANACÉIA ESSENCIAL” pela entrevista, foi grande prazer para nós falar sobre nosso trabalho a todos seus visitantes, aos quais queremos deixar um grande beijo. Muito Obrigado

Cecilia Siqueira e Fernando Lima